Lost: Redemption Island 1ª Temporada escrita por Swan


Capítulo 2
Planejando viver juntos, evitando morrer sozinhos




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– Você não pode me impedir de ir. Ninguém pode. - discutia Jack, achando a situação um absurdo.

As suturas de Jack mal tinham duas horas, ela estava em profunda dor. Sabia os riscos de rompimento dos pontos, fora a exposição á possíveis infecções que poderia passar mas mesmo assim sentia que tinha necessidade de ajudar aquelas pessoas desconhecidas de toda forma possível, e indo atrás de um resgate era o mínimo que ela queria fazer, exceto pelo fato de seu novo amigo James não querer deixa-la ir de maneira alguma.

Jackeline era teimosa e por razões diferentes de muitas pessoas, ela gostava, tinha necessidade de tomar liderança de tudo ou, no mínimo, participar mesmo que das menores decisões possíveis.

James parecia bastante preocupado com a situação de Jack. Por mais que ela fosse uma estranha que conhecera na noite anterior, ele sentia uma enorme responsabilidade em cuidar dela naquele estado, e exatamente nesse estado ele sabia que ela não devia sair para lugar nenhum.

– Não. Ninguém concorda com sua ída às montanhas. Você vai ficar e essa é uma decisão final. - gritou James, um pouco exaltado. A viagem era de fato longa e exaustiva. Era apenas uma "caçada ao sinal" e era impossível obter alguma coisa ao nível do mar, logo eles teriam de um jeito ou de outro que ir ás montanhas.

– Vocês não entendem... E se alguém cair de um penhasco? Se alguém se machucar seriamente? A única que poderia ajudar seria eu. - ela tentava persuadir os sobreviventes de toda forma, mas todos tinham certeza de que ela não aguentaria e se aguentasse, acabaria colocando sua vida em risco com seu ferimento quase exposto.

– Você pode ser uma doutora de família rica, mas eu sou uma oficial que sabe onde está indo e o que está enfrentando. - Seraphine deu um passo a frente sem ser convidada. - Essas pessoas estarão em boas mãos, Jackeline. - dizia a iraquiana, com certo deboche.

– Chega de papo, Seraphine. Temos que ir antes que escureça. Parece ser uma caminhada de 4 horas, no mínimo. - disse Kwon, a agente coreana.

A coreana e a iraquiana eram parceiras há anos. Enfrentaram inúmeras batalhas juntas. Obviamene, Kwon era a guerreira física. Conseguia quebrar pescoços com suas pernas enquanto Seraphine quebrava inúmeras redes como hacker na internet. Ela também era muito boa em consertar equipamentos, o que aprendeu com seu pai. Fazer pensar em seu pai a fez se isolar por alguns minutos. Apesar de ser muito boa de briga, ela tinha seu lado emocional, que não deixava aparecer muito. Seraphine podia ser muito boa de briga, mas era melhor ainda quando se tratava de algo tecnológico, como o rádio transmissor.

O grupo reuniu-se em seis pessoas: Kwon, Seraphine, Charlotte, Clint, James, e o policial amigável da Califórnia: Joshua.

Gemma ficou furiosa por não ter ido, assim como Jack. Ambas tinham a mesma vontade de participar da "missão", com propósitos diferentes, obviamente. Jack queria arrumar um jeito de tirar todas aquelas pessoas da ilha, assim como Gemma, porém, para Gemma, uma vontade extra era que saísse na capa de algum jornal britânico famoso como heroína e grande salvadora. A inglesa também almejava a atenção de James, além do fato de não se mostrar como uma pessoa superficial, sem conteúdo ou que não faz nada para ninguém.

Mesmo longe do grupo de resgate, Jack sentia-se capaz de fazer algo pelas pessoas, pessoas as quais estavam bem a frente dela. Com dificuldade ela levantou-se, pondo-se de pé na melhor postura que podia. Gemma observava cada passo dela com desprezo. Jack andou até algumas meninas que estavam sentadas á beira do mar. Era loiras e tinham um bronzeado que até as fazia parecer nativas da ilha. Eram muito parecidas, tinham o rosto redondo e com formato de coração. Os olhos azuis delas se sobressaíam muito bem. Podiam se passar por gêmeas se quisessem, mas Jackeline sabia distinguir duas pessoas. As duas adolescentes logos se viraram para ver Jack.

– Posso ajudar? - respondeu a mais baixa, também parecia ser a mais arrogante.

– Olá, sou Jack e ...

– Nós sabemos. Todo mundo sabe. Sua fama está circulando na Isla Paradiso, amor. - disse a loira mais baixa enquanto cortava Jack do que ia falar.

– Sou Annelise. Mas todos me chamam de Annie. Assim como eu acredito que Jack não seja seu nome real, a não ser que tenha mudado de sexo. Vem de Jackson do sobrenome ou...?

– Sou Jackeline Swan e gosto que as pessoas ouçam quem sou de mim, não por fama ou fofocas. Preciso da ajuda das duas.

– Com o quê? - perguntou Annie, abaixando os óculos escuros que usava. Pelo jeito alguém achou sua própria mala.

– Ela não fala? - perguntou Jack, apontando pra outra irmã.

– Quando necessário. Não vejo necessidade no momento. - disse a outra loira. - Amelia Potter. - respondeu por fim, logo virando o rosto. Os pensamentos de Jack no momento refletiam sobre o par de irmãs mais estranhas que ela já conhecera na vida.

– Ignore a Amy. - disse Annie enquanto revirava os olhos. - Novamente, com o que precisa da nossa ajuda? Eu não sei fazer curativos, se é isso que está pensando, pode montar sua própria enfermaria com outra pessoa porque eu n...

– Preciso de ajuda com separação do material. - Jack se sentia desconfortável cortando as pessoas enquanto elas falam, mas aquela menina merecia. - Não sabemos ao certo em quanto tempo esse grupo vai conseguir contatar alguém. Quanto tempo vai demorar pra eles voltarem ou quanto tempo vai demorar para o resgate chegar... - a atenção dos demais foi conquistada por Jack e em poucos segundos, algumas pessoas se aproximavam. - Temos que nos organizar. Isso não foi uma queda de avião. Não temos caixa preta. Eles não sabem onde nos procurar exatamente. Droga, nem nosso navio está por perto. Pelo que me lembro, fomos engolidos por uma espécie de redemoinho, e ao que parece, nós estamos vivos. Não é porque estamos vivos que não teremos que aprender a sobreviver. Essa é a prioridade agora. Sobreviver até o resgate aparecer. - ela retomou seu folego por alguns segundos.

Algumas pessoas concordavam com a cabeça. Em instantes aquilo se tornou uma pequena reunião.

– Preciso de um grupo para organizar as bagagens. Tudo é de todos agora. Estaremos fazendo do possível e do impossível para sobreviver aqui. Vocês duas...- ela apontava para as quase gêmeas. - Vocês podem ajudar com essas malas. Separem roupas de revistas, óculos de sol, protetores solar e quaisquer outras coisas desnecessárias. Usem algum dos botes que vieram parar na costa para guardar essas coisas. Tentem guardar e achar remédios, álcool, objetos pontudos e afiados que nos sirvam de alguma coisa...

– Me desculpe, mas você sabia que cada ser humano deve consumir pelo menos 2 litros de água por dia? - disse uma loira que estava impecavelmente arrumada, mesmo depois de um naufrágio. Era magra e tinha aparência de princesa de desenho animado. Jack se lembrava dela, a primeira pessoa que ela salvou naquela ilha.

– Stacy Stones. Meu marido é o policial, Joshua, que foi com o outros na montanha para conseguir sinal. Sou professora de jardim de infância, mas sei muito bem o que ensinar aos meus alunos. E a quantidade de água que o ser humano precisa por dia é uma dessas coisas. - disse Stacy.

– Bom, Stacy. Talvez alguns de vocês não sabe, mas eu sou médica.

Gemma revirou os olhos e abriu a boca em forma de surpresa, ironicamente. - Se você não comentasse isso eu jamais ia saber. Estava desconfiando entre super heroína e salva-vidas... - comentou Gemma com tamanha ironia e ignorância.

– E sei muito bem de nossas necessidades, Stacy. - disse Jack, ignorando completamente o comentário de Gemma. - Por isso mesmo devemos formar um grupo para procurar água... Mas isso terá de ser assim que o grupo que foi para as montanhas voltar.

– E por que? - perguntou Gemma, cruzando os braços. - Por que esperar? Enquanto eles não voltam nós simplesmente vamos sentar aqui, esperar e morrer desidratados?

– O motivo é porque quanto mais nos separarmos, mais difícil será de vivermos juntos... E se não conseguirmos viver juntos... Nós vamos morrer sozinhos. - disse Jack. Gemma revirou os olhos pela décima vez no dia. O deboche da loira foi cortado pelo pequeno tremor que todos sentiram na terra. Não era a primeira vez que aquilo acontecia.

– Esses tremores... Devíamos achar abrigo. - comentou Stacy, mas logo observou a expressão de Jack. - Quando os demais voltarem, é claro...

Todos ouviam atentamente o que Jack dizia. Ela tinha uma boa postura de líder, tinha vontade, bondade, mas não a aparência e a coragem de um líder.

– Organizaremos mais um grupo para comida, devem haver árvores frutíferas por perto. O mar está cheio de peixe e enquanto o resgate não chega, esse será nosso almoço.

–Adeus, dieta. - comentou Gemma enquanto interrompia o discurso de Jack.

– Estamos no meio do Pacífico. - a médica voltou a falar. - Nenhum resgate chegará aqui até o amanhecer do dia de amanhã. Alguns homens devem procurar lenha e nós faremos uma fogueira e manteremos essa fogueira acesa até que um barco fique visível no horizonte. Vamos sobreviver, pessoas. Eu prometo fazer o máximo para tentar nos levar pra casa. - Jack concluiu, logo voltando-se ás irmãs que, naquele momento, já se animavam para organizar as malas.

Faziam mais de duas horas que o grupo havia saído para as montanhas.


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