Liars and Killers escrita por A Lovely Lonely Girl


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas. Capítulo postado com pressa, obrigada a todos que estão acompanhando a fic até aqui. Depois respondo os comentários, beijos.



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Depois da reunião, saímos da sala e os Vingadores vieram cumprimentar tanto Luke quanto eu, mesmo os que haviam votado contra, o que achei muito legal e civilizado da parte deles. Lucas estava praticamente desmaiando depois de receber um aperto de mão de Tony Stark e um tapinha nas costas acompanhado de um "Parabéns, filho" de Steve Rogers. Ele olhou para mim e sorriu nervosamente, discretamente se aproximando e ficando ao meu lado enquanto continuava cumprimentando o restante.

— Eu nunca mais vou lavar essa mão nem essa camiseta, Kate. - Lucas sussurrou inclinando a cabeça para mim enquanto cumprimentava Bruce Banner. Ri levemente e me direcionei ao doutor, que imediatamente apertou minha mão:

— Sinto muito, Katherine. Mas meus parabéns por ter conseguido, espero que possa ajudar as pessoas. - Sorri amplamente, um pouco mais animada.

— Doutor Banner, muito obrigada. É uma honra conhecê-lo pessoalmente, e gostaria de agradecer por tanto o Bruce quanto o Hulk terem ajudado todo o mundo por todos esses anos. Sei que deve ser um fardo, e realmente sinto muito por isso, mas vou dar o meu melhor para conseguir honrar o que até mesmo o Incrível Hulk tenta fazer: proteger a humanidade.

Banner soltou minha mão e ajeitou seus óculos, desconfortável, e levemente envergonhado, supus. Pude sentir todos os olhos se virarem para mim. Eu com certeza havia falado demais. Tony sorriu amplamente e disse, em seu característico tom zombeteiro:

— Olha, parece que o Bruce tem uma fã. - Lucas desatou a gargalhar e eu corei, visivelmente envergonhada. Sim, eu devia admitir: o Hulk era meu herói favorito. Pietro riu me observando e em um átimo de segundo apareceu ao meu lado:

— Então já descobrimos seu Vingador favorito, não é, Katherine? - Pulei de susto já que não estava acostumada com sua velocidade, e instintivamente dei um soco em seu estômago. Ou pelo menos tentei, um milésimo de segundo antes dele segurar meu punho. Seus olhos intensamente azuis fitaram minha mão, depois meus olhos e em seguida ele abriu um grande sorriso:

— Reflexos rápidos. Já é um bom começo para uma civil, Katherine. - Pietro virou o rosto fitando a Viúva Negra - Certo, Natasha?

Natasha assentiu, porém sua expressão dizia que ainda teria que treinar, muito, muito mesmo até chegar ao nível SHIELD; e no fundo sabia que Pietro só estava tentando me animar. Olhei para a minha mão - ele ainda a estava segurando. Senti minhas bochechas arderem:

— Er... Mercúrio... - Ele virou a cabeça rapidamente em minha direção, o que para ele devia ser algo normal, porém me fez ficar um pouco mais tímida e envergonhada do que eu já estava. Isso somado ao fato de que, não obstante ele me fitar fixamente, repentinamente parecia que o azul de seus olhos tornou-se bem mais intenso.

Ele me fitou atentamente, um segundo a mais que o apropriado, depois sorriu amplamente e soltou a minha mão, piscando para mim logo em seguida. Desviei o olhar para os meus pés um milésimo de segundo depois, sentindo minhas bochechas pegarem fogo. Droga, eu não estava preparada para aquilo.

— Comporte-se, Pietro. - disse Wanda, com uma expressão divertida. Só então ergui o rosto e os observei, o garoto de cabelo branco ao meu lado ergueu uma sobrancelha fitando a Feiticeira:

— Hey, tecnicamente sou 12 minutos mais velho, lembra-se? - A garota riu levemente revirando os olhos, em seguida, quando os direcionou a mim, seu rosto ficou tenso por um instante, em seguida sério e, por fim, apesar de seu olhar parecer um tanto confuso ou receoso, Wanda sorriu brevemente. Os Vingadores já haviam começado a se dispersar àquela altura.

Um momento depois Lucas se colocou, creio eu que propositalmente, entre Mercúrio e eu; sorriu descaradamente para o Vingador e passou seu braço pelos meus ombros de forma protetora, e ocultei um sorriso com a expressão meio indignada do garoto de cabelos brancos. Pobre Pietro, não fazia ideia de que eu e o ser loiro intrometido cujo braço me rodeava estávamos mais para irmãos do que para namorados. Olhei para baixo novamente, só então me dei conta de que estava com a mesma roupa havia, o que, dois dias? Talvez mais, se o tempo que passei desmaiada havia durado mais que isso. Oh, não. Será que havia entrado em coma novamente? Wanda com certeza conseguiria providenciar isso. Ergui a cabeça bruscamente e olhei para a Viúva Negra:

— Natasha, quanto tempo eu apaguei? - Não havia como esconder o pânico na minha voz. Luke desceu um pouco sua mão e afagou meu braço:

— Fica calma, Kate. Não foi tanto tempo assim.

— Eu diria uns dois dias... - A ruiva puxou o braço de Tony com o relógio e observou - E meio. - Respirei aliviada ao ouvir tais palavras. Ela ergueu uma sobrancelha - Por quê?

— Ela ficou em coma uma vez. - Disse Lucas rapidamente. - Acho que a guria ficou traumatizada depois disso. Sério, "cês" tinham que ver; depois do coma, Katherine tinha medo até de dormir. As enfermeiras entupiam a garota de sedativos. - Me mexi um pouco desconfortável no lugar, o que fez com que o loiro afastasse suas mãos protetoras de mim.

— Essa é a minha realidade, querendo ou não. - Murmurei e olhei para os rostos à minha volta, me sentindo diminuída de certa forma, afinal, eles eram heróis de verdade, enquanto eu era, bem... Nada. Nada além de uma garota que sofreu um acidente de moto, ficou em coma por alguns anos e, quando acordou, tinha medo de fechar os olhos novamente e ficar presa em sua própria mente mais uma vez. Respirei fundo, desviando o olhar. - Eu não gosto de falar sobre isso, medo é um fator irracional; então, ainda não sei explicar certamente o que temia tanto. - Fiz uma pequena pausa para assimilar a frieza de minhas palavras, porém logo suspirei - Agora, mudando de assunto... - Voltei meu olhar para Natasha - Podemos ser liberados para voltar para casa, para que troquemos de roupa, façamos as malas e voltemos aqui?

— Oh, certo. - A ruiva respondeu calmamente, em seguida pressionou seu comunicador. - Verifique se Jackson já terminou no laboratório, em seguida traga-os a mim. Ótimo. - Ela retornou seu olhar ao meu. - Você e Lucas podem se arrumar aqui, mostrarei a vocês onde tomar banho; roupas serão providenciadas.

— Muito obrigada. - Agradeci assentindo de leve. Obviamente a SHIELD não nos deixaria partir tão cedo; bom, pelo menos não até que tivessem certeza de que éramos confiáveis e não contaríamos nada.

[...]

Algum tempo depois de nos aprontarmos, Lucas e eu fomos convocados (com isso quero dizer coagidos por Nick Fury, claro) a prestar oficialmente um depoimento sobre o que realmente vimos na noite do incêndio da The Midnight Club. Para o Luke foi fácil falar, seu depoimento foi bem esclarecedor, tirando as partes em que o agente que o entrevistou tinha que interrompê-lo de dez em dez palavras para lembrá-lo de que "não era necessário comentar sobre nem engrandecer tanto os Vingadores presentes na noite em questão". Quanto a mim, tinha que morder a própria língua que já estava afiada com minhas teorias de conspiração, principalmente sobre a SHIELD. Cada palavra dita era friamente calculada para que não houvesse nenhum efeito colateral indesejado, e sabia pela cara nada contente do agente que o mesmo havia percebido o que eu estava fazendo, porém, visto que era apenas um depoimento, não me interferiu. Ao ver as feições do agente, não pude deixar de me sentir aliviada por ser apenas um depoimento e não um interrogatório.

Ele me perguntou algumas coisas para incrementar meu depoimento, porém, assim que as perguntas começaram furtivamente a se tornarem mais agressivas, Lucas se virou para o espelho falso da sala e gritou como uma criança:

— TÔ COM FOME! - Não me surpreendi já que estava acostumada com a criatura oxigenada altamente escandalosa ao meu lado. O agente, por outro lado, deu um pulo em sua cadeira e direcionou por instinto a mão até seu coldre. Não consegui evitar o sorriso cínico que surgiu em meus lábios. Os olhos do agente faiscaram de raiva quando olhou para mim e Lucas gritou novamente - EU TÔ COM FOME! VOCÊS QUEREM QUE A GENTE MORRA DE FOME? A GENTE NÃO COME NADA FAZ TRÊS FUCKING DIAS!

Como se estivesse esperando a deixa, meu estômago começou a fazer um barulho que mais parecia o grito de batalha do Hulk do que um ronco. Me senti ficando roxa de vergonha e rodeei os braços ao redor da minha barriga, como se dissesse "Estômago, se comporte. Mas que falta de etiqueta!" com a voz da Effie Trinket. Luke gesticulou com a mão em minha direção:

— E AÍ, QUEREM QUE A GURIA MORRA DE FOME? - O fuzilei com o olhar. Ele também devia entender que as coisas deviam ser levadas mais a sério:

— Lucas, chega. - O loiro se virou para mim, desnorteado. Eu quase nunca o repreendia, afinal. - Eu estou bem, de verdade. Se você está com fome, espere até terminarmos aqui, certo? - Meu estômago claramente contradizia minhas palavras, porque não parava de fazer barulhos muito altos. Vinte minutos depois Carter surgiu na porta da sala como uma fada açucarada trazendo dois sacos do Mc Donald's. Bem, talvez uma fada dos fast-foods. Luke dirigiu a ela um enorme sorriso luminoso um segundo antes de arrancar brutalmente os sacos de suas mãos tal qual um leão faminto. Ele se atirou de volta em sua cadeira e abriu rapidamente os sacos, pegando um punhado de batatas fritas e enfiando na boca.

O agente o encarou alarmado, como se esperasse que surgisse garras e dentes afiados no meu "amigável" amiguinho loiro. Puxei um dos sacos mais para perto de mim e peguei um lanche; não era o meu favorito, mas mesmo assim, não comíamos nada haviam três dias, então devorei o hambúrguer o mais educadamente que consegui. Só então me dei conta de que realmente estava com fome. Avancei sobre o outro lanche do saco e o comi não me importando mais com a etiqueta. Para quem olhava de fora, o "Agente Singer" e eu parecíamos dois animais selvagens famintos. Detalhe: os sacos tinham pelo menos cinco lanches cada um e acabamos com eles em menos de meia hora. Era errado que me sentisse tão orgulhosa disso?

Juntei todo o lixo e coloquei em um dos sacos, e revirei os olhos quando vi Lucas esparramado na própria cadeira com sua mão acariciando seu tórax definido por baixo da camiseta. Não havia de fato uma "barriga" para acariciar, mas esse era um antigo hábito dele, desde antes do vício em malhação. Virei-me para o agente, que estava conferindo alguns documentos, obviamente ignorando os selvagens famintos da sala:

— Então... Tudo certo? Já terminou? - desviei o olhar para o espelho falso da sala. Ele continuou folheando tranquilamente a pasta que tinha em mãos, o que me irritou profundamente. Ergui uma sobrancelha e sorri do modo mais sarcástico possível - O que foi? Tem uma revista Playboy aí no meio? O seu chefe deixa você ver esse tipo de coisa enquanto está no serviço? - O homem ergueu o rosto e fixou o olhar de ódio em mim:

— Sou comprometido com o meu trabalho, pirralha. - Ele me dirigiu um sorriso de escárnio, o que instintivamente me fez cerrar o punho. - Além do mais, o que faço ou deixo de fazer não é da... - Antes que pudesse terminar a frase, Lucas o interrompeu:

— Ele está lendo as nossas fichas, Katherine. - disse o louro, entediado. Virei o rosto na direção dele, que continuou no mesmo tom de voz nada empolgado - Provavelmente está constatando se a gente é a gente mesmo, de acordo com as informações das fichas. - Fechei os olhos. Eles deviam ter muito material sobre mim, mas sabia que a maioria devia ser de antes do coma; eu havia mudado muito desde então, nem meus amigos mais íntimos me reconheciam. O agente quebrou o breve silêncio da sala:

— Aqui consta que você nasceu em Brandemburgo, Alemanha. - Abri os olhos:

— Exatamente, nasci em Potsdam, próximo de Sanssouci. Minha mãe conheceu meu pai quando estava visitando o Sanssouci Palace. - Fiz uma pequena pausa - Em quê isso é relevante? - Ele ignorou minha pergunta e continuou:

— Veio para os Estados Unidos aos sete anos, antes disso passando por Inglaterra, Bélgica, Dinamarca, Suécia, França e Rússia.

— Minha mãe era bailarina na época. Ela viajava com a companhia e me levava junto, principalmente depois da morte do meu pai.

— Sinto muito pela sua perda. - Ele disse de uma maneira automática, o que me fez concluir que ele havia dito tal frase muitas vezes. Dei de ombros:

— Não me lembro dele, então não faz diferença alguma. - Eu disse, tão fria quanto o homem à minha frente.

— Aprendeu alguma outra língua durante as viagens?

— Meu padrasto insistiu tanto que hoje em dia falo alemão, francês, espanhol e português.

— Quanto ao português...

— Do Brasil. Gostaria de ir para lá algum dia, dizem que o clima é muito agradável. - Um pequeno sorriso surgiu em meus lábios.

— Certo... - O agente leu mais algumas informações na pasta. - Aqui também diz que no colégio você era...

— Líder de torcida. - Dissemos eu, o agente e o meu amigo ao mesmo tempo, em seguida continuei:

— Sim, eu sei. Mas eu estava começando, e não era muito boa nisso. Nunca fui muito boa com o físico. - Disse fazendo uma careta.

— Hum... Tyler Jackson discordaria. - Luke disse com um sorriso malicioso. Com um movimento brusco, pisei no pé dele com muita força. - AIÊ! - Ele riu olhando minha expressão - O quê? Perco a amiga mas não perco a piada. - "Amiga... Sage!"; pensei e em seguida me levantei da cadeira com um salto. Lucas ficou assustado:

— O que foi? Eu perdi a amiga mesmo? Tu sabe que foi brincadeira, né?

— LUKE, SAGE! ELA DEVE ESTAR SURTANDO NESSE MOMENTO! - Tateei os bolsos em busca do meu celular, porém não o encontrei. Eles não haviam me devolvido o aparelho. Corri até a porta e a abri, fui até a sala por trás do espelho falso e chutei a porta sem nenhum remorso, gritei - EU PRECISO DO MEU CELULAR! - O resultado foi um monte de agentes da SHIELD apontando armas para mim, enquanto Pietro cuspiu ruidosamente o refrigerante no espelho falso, o que gerou alguns palavrões por parte daqueles que tentavam proteger os computadores do banho de Coca-Cola. Uma única figura se mantinha calma no canto da sala, o homem de óculos escuros se levantou com uma sacola plástica de comida chinesa e a entregou a mim:

— Relaxe, Kohls. - Ele abaixou o óculos escuros e piscou para mim - Acho que você já pode ir para casa. - Segurei a sacola e chequei seu conteúdo: uma parte dos meus pertences, inclusive meu celular, estavam ali. Sorri para o homem:

— Muito obrigada, Tony. - Saí correndo dali, atravessei corredores e mais corredores até a saída. Eu finalmente voltaria para casa.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? :-)



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