Liars and Killers escrita por A Lovely Lonely Girl


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridos leitores. Agradeço a todos os comentários, favoritos e acompanhamentos que a fic conseguiu até aqui, muito, muito obrigada. Então, a fic se passa antes de Guerra Civil, e espero que gostem desse capítulo, deu um trabalhão para escrever. A parte boa é que só falta uma semana para as férias, e quero escrever bastante nesse período.
Meu notebook tinha quebrado, mas graças à Frigga (e ao técnico de informática que a minha mãe levou), consegui continuar o capítulo que permaneceu intacto (Ufa!). Enfim, espero que gostem desse capítulo, obrigada pela atenção aos que não ignoram as notas iniciais do capítulo. ♥



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Natasha abriu a porta e entramos na sala. A primeira coisa que vi foi os símbolos da SHIELD e dos Vingadores nas paredes, depois uma mesa redonda com treze lugares – três deles vagos. Natasha entrou na sala e perguntou:

— Quem faltou? – O Capitão respondeu:

— Thor está cuidando de guerras em algum dos Nove Reinos, Sam está em algum lugar na América do Sul executando algum protocolo de segurança da SHIELD e o Scott quase nunca está presente nas reuniões, então...

— Menos, Steve. – disse a garota loira da boate. Não fazia a menor ideia de onde ela tinha saído.

Olhei para cada rosto dos heróis sentados à mesa: um loiro alto ainda com o uniforme de Capitão América (Steven Rogers, o Capitão América); um moreno com cavanhaque e uma camisa do Black Sabbath (eu o reconheci como o bilionário Tony Stark, o Homem de Ferro); um homem de óculos com a camisa simples e um jaleco branco com cara de cientista (também o reconheci como o doutor Bruce Banner, o Hulk); um homem negro com uma postura bem ereta de um militar (coronel James Rhodes, o Máquina de Combate); a ruiva que foi simpática comigo apesar de parecer uma arma de destruição em massa (Natasha Romanoff, a Viúva Negra); um homem com um uniforme semelhante ao de Natasha, com cabelo castanho-claro e óculos escuros (Clint Barton, o Gavião Arqueiro); um “homem” com a pele vermelha e com uma jóia no centro da testa, usando um uniforme verde com uma capa amarela (o Visão); o garoto com cabelo branco ainda estava comendo o hambúrguer e sorriu para mim (o conheci como Pietro Maximoff, o Mercúrio) e meu sangue gelou quando olhei a última pessoa sentada à mesa com o restante – cabelos escuros presos em um rabo de cavalo, a jaqueta vermelha com as mangas levemente arregaçadas e os olhos claros contornados de preto me paralisaram completamente. Para a minha surpresa, a garota sorriu para mim amigavelmente e disse com seu sotaque carregado:

— Meu nome é Wanda Maximoff. Vejo que você já conheceu meu irmão. – fitei Pietro, que sorriu de boca cheia para mim e acenou. – Aqui no grupo, sou conhecida como Feiticeira Escarlate. – Arregalei um pouco os olhos e fixei meu olhar em Wanda, com milhares de perguntas na cabeça e não queria que ela as enxergasse. Não sabia quanto tempo se passou até que o barulho da porta abrindo fez-me acordar do meu torpor. Virei rapidamente e meu coração acelerou com o que vi. Luke estava seguro, sem ferimentos graves, só havia curativos em seus pulsos e um band-aid pequeno em sua sobrancelha. Corri até ele e o abracei forte, agradecendo silenciosamente a quem estivesse ouvindo por ele não estar machucado. Ele riu:

— Ei. Desde quando tu é tão carinhosa desse jeito? Que foi, eles te fizeram uma lavagem cerebral? – Dei um soco no braço dele, que depois colocou a mão por cima – AI, KATE! Dói, sabia?— Eu ri e mostrei a língua para ele. Quando Luke entrou na sala e viu cada um que estava sentado naquela mesa, seus olhos ficaram duas lâmpadas fluorescentes de tão brilhantes e ele abriu um sorriso idêntico ao Gato de Cheshire (para quem não sabe, é aquele gato do sorriso enorme do País das Maravilhas que no desenho tem cara de maníaco, mas no filme é muito fofo). Se eu achava que ele era imprevisível quando estava com medo, era porque nunca havia o visto realmente feliz. Digo isso porque ele começou a rir que nem um psicopata; todos os Vingadores ficaram se entreolhando e eu fiquei roxa de vergonha por culpa do Luke. Porém logo depois as gargalhadas demoníacas dele se transformaram em soluços, e quando olhei Lucas estava chorando. Eu ri e fiquei com pena dele, então segurei sua mão em solidariedade, afinal, eles eram os heróis do Luke.

Ele me abraçou e ficou de costas para o grupo, Natasha moveu os lábios perguntando “O que está acontecendo?” e eu respondi da mesma forma, sem fazer nenhum som “Ele é um fã”. Ela sorriu e cochichou alguma coisa com Barton, que sorriu e balançou a cabeça. Depois de uns vinte minutos, o Luke estava de volta após o surto e havíamos ocupado os lugares vazios – eu estava entre o Mercúrio e o Visão e Lucas, entre o Capitão América e o Homem de Ferro; a loira da boate estava sentada no canto da sala, mexendo em um computador. O homem de tapa-olho entrou na sala e a loira voltou sua atenção completamente para ele, assim como todos na sala; exceto eu, que não parava de fitar a Feiticeira Escarlate. O homem, Fury, sentou na única cadeira disponível entre Banner e Rhodes, em seguida olhou sério individualmente para todos na mesa, inclusive para mim. Voltei minha atenção a ele, que começou a falar:

— Ontem à noite, enquanto estávamos fazendo o nosso trabalho, cuidando de um dos piores problemas que já tivemos até agora, descobrimos que estes civis — Fury sibilou a palavra e lançou um olhar intimidador para Luke, que se encolheu; ele lançou um olhar mais intimidador ainda para mim, mas eu semicerrei os olhos, estufei o peito e endireitei a postura. Consegui ver pelo canto dos olhos Natasha e Pietro se entreolharem e sorrirem discretamente. – estavam monitorando a nossa operação. – Eu olhei para o Luke com uma cara de “A culpa é sua, seu miserável”, mas ele começou a assobiar olhando para o teto de um jeito cômico; porém Fury não estava ali para brincadeiras – Eles conseguiram escutar informações sigilosas com o uso de um smartphone modificado. Foram achadas as ferramentas usadas dentro do porta-luvas do veículo deles e o aparelho foi apreendido. – Bufei e cruzei os braços:

— Vocês agem como se isso fosse alguma coisa de outro mundo.

— Não é qualquer civil que consegue fazer isso. – disse Rhodes. Luke me olhou com uma expressão de “Eu te disse” e eu fiquei com vontade de socá-lo de novo. Talvez com mais força.

— Isso sem contar que você também mostrou grandes habilidades, Katherine. – disse Barton. Franzi o cenho e o encarei. Eu?— Quando estava conversando com a Natasha. – Quê?

— Sim. – agora quem falava era o Visão – De fato, a senhorita Kohls mostrou ser muito hábil. Conseguiu descrever exatamente o que estava acontecendo em seu organismo durante a conversa. Descobriu o esquema de interrogatório da agente Romanoff sem grandes dificuldades.

— É exatamente por isso que acho que eles devem ser treinados. – Disse Romanoff – Tanto Katherine quanto Lucas demonstraram ter habilidades que podem ser aproveitadas aqui. – Surgiu um breve silêncio na sala.

— A SHIELD deve ajudar o mundo, não é? – Perguntei.

Deveria. – Todos me corrigiram, até mesmo a agente Carter, que voltou sua atenção ao computador. Só Luke parecia estar tão perdido quanto eu estava.

— Mas é isso o que vocês fazem, não é? – Olhei para Fury – A maioria de vocês. Protegem o mundo.

— A SHIELD foi criada com esse objetivo. – concordou ele. – Assim como a Iniciativa Vingadores. Esse é o nosso principal objetivo, proteger...

—... A humanidade. – completei. Sorri amplamente e fitei todos ao meu redor, enxergando-os de uma maneira que nunca havia feito antes, vendo o que todos ali realmente eram: Heróis. – A SHIELD os uniu? Os Vingadores, quero dizer. Foi a organização que...

— É, a SHIELD veio atrás de nós. – confirmou Stark. – Trouxe cada um de nós para que nos tornássemos... Os heróis mais poderosos da Terra. — Eu ri de leve com a cara que ele fez e Tony sorriu.

— Ei. – Natasha chamou – Nada de se engraçar com mocinhas, Stark. Ou a Pepper vai saber disso. – Tony engoliu em seco e Rhodes revirou os olhos. Todos riram e eu imediatamente me senti muito bem ali.

— Natasha, Clint... – Eles se viraram para mim – Vocês são agentes da SHIELD também?

— E NÃO SE ESQUEÇA DE MIM! – berrou Carter do canto da sala. Natasha, Clint e Steve responderam meio que rindo:

— NUNCA! – Depois o Capitão ficou sério e voltou-se para Romanoff:

— O que você tem em mente para eles, Nat? – A ruiva ficou séria e cruzou os braços sobre a mesa:

— Como já disse, acho que eles têm habilidades bem específicas que podem ser aproveitadas para a SHIELD. Devíamos recrutá-los e treiná-los. Podem acabar se tornando agentes muito bons. O que você acha, Steve?

— Natasha, eles são civis. – Disse Carter de uma maneira um tanto quanto depreciativa.

— Civis que mostraram que podem ser treinados e acabar se tornando bons agentes da SHIELD. Sim... – Steve olhou para mim e para Luke, algo em seu olhar queimando pelas possibilidades de repente me fez ter alguma esperança, apesar de eu não saber se realmente queria trabalhar para a SHIELD - Acho que eles têm capacidade para isso. – Pietro ergueu a mão e deu mais uma mordida no hambúrguer, mastigou e engoliu com a mão erguida e depois disse:

— Eu voto por eles trabalharem com a gent... Com a SHIELD. – Observei Lucas pelo canto do olho e percebi que ele estava tão ansioso e inquieto quanto eu.

— Eu também. – Natasha apoiou o cotovelo na mesa e ergueu o indicador. Barton ficou batucando um pouquinho, até que a ruiva chutou a perna dele por baixo da mesa.

AI! Eu também. – O Gavião ergueu a mão sem um pingo de vontade. Rhodes olhou seriamente para eles:

— Eu voto contra. Não podemos sair por aí simplesmente recrutando civis e entregando armas nas mãos deles.

— Concordo com o Coronel. Isso não seria nem um pouco prudente. – disse Carter firmemente.

— Eu sou a favor. – disseram Steve e Tony ao mesmo tempo. Ambos ficaram se encarando depois disso, e senti uma leve tensão no ar, logo dissipada pela voz do Dr. Banner:

— Sinto muito, mas acho que devo concordar com Rhodes. Não sabemos o que eles se tornarão depois que forem treinados. Sou contra. – Fury foi o mais monossilábico possível, mas nem por isso sua potente voz perdeu o efeito de sempre:

— Sou contra. – Ele com certeza não precisava dizer mais do que isso. Todos ali já haviam previsto qual seria sua posição, de qualquer forma.

— Acredito que eles possuem um grande potencial. – disse o Visão, de uma forma que suas palavras despertaram minha atenção. Franzi o cenho e meticulosamente o estudei; apesar dele obviamente ser um Vingador, suas palavras possuíam um tom diferente, quase que inexperiente. Ingênuo. Ele sorriu para mim educadamente e continuou – Sinto muito, senhorita. Mas devo considerar todas as possibilidades aqui, e grandes partes delas não são boas. A maioria, na verdade. – Por alguma razão que não soube explicar, eu sorri. Claro que as probabilidades não seriam tão favoráveis – uma agência de segurança super secreta não podia simplesmente escolher qualquer um. Eles eram os melhores e não podiam simplesmente confiar em nós.

Estava tão distraída observando o Visão que só quando senti um formigamento intenso na nuca olhei ao meu redor, e foi quando vi Wanda olhando fixamente para mim, as íris de seus olhos brilhavam em um vermelho selvagem. Franzi o cenho a encarando, o formigamento se tornava tão insuportável que fechei os olhos com força e inclinei a cabeça para trás, com uma careta involuntária de dor. Os Vingadores e agentes ao meu redor estavam ocupados demais discutindo para notarem o meu comportamento estranho. Foi então que me lembrei que as íris de Wanda eram azuis, porém a aura de sua magia era intensamente vermelha. Abri os olhos no mesmo instante quando percebi o que ela estava tentando fazer e a encarei com uma expressão feroz em meu rosto.

“Fique longe da minha mente” — sibilou atrozmente uma voz dentro da minha cabeça. A minha voz. Senti o formigamento em minha nuca gradativamente cessar quando vi Wanda me fitando com os olhos, agora com íris azuis, arregalados; ela empalideceu completamente, de alguma forma, achava que a tinha feito ficar em algum estado de choque.  A compreensão me atingiu como a um soco, e imediatamente arregalei os olhos e fiquei tão pálida quanto a própria Feiticeira Escarlate estava naquele momento: enquanto ela aparentemente estava se esforçando muito para conseguir entrar na minha cabeça, eu havia acabado de me comunicar com ela através da mesma sem sequer me esforçar para fazer isso.

E isso não fazia sentido algum, já que ela havia conseguido entrar em minha mente antes; por causa dela a SHIELD tinha me descoberto. O que poderia ter acontecido nesse meio-tempo? Nada que pudesse causar uma coisa dessas, supus. Era loucura, aquilo não podia ser real. Por que eu não senti os poderes dela antes como eu senti naquele momento? O que diabos havia acontecido? Apesar de grave, foi um breve momento de pânico vindo de ambas as partes, e, quando Stark perguntou sobre o que a garota Maximoff achava da ideia, Wanda desviou o olhar do meu e olhou individualmente para cada um na sala, e senti uma mão tocar o meu braço; virei a cabeça abruptamente e encontrei os olhos claros de Pietro me analisando:

— Tudo bem? – o encarei por meio segundo até entender a que ele se referia. Eu provavelmente estava com a aparência de quem viu um fantasma, enquanto Wanda conseguia disfarçar melhor o choque. Pisquei algumas vezes e tentei limpar meu rosto de qualquer resquício de espanto:

— Sim. – respondi olhando em seus olhos infinitamente azuis. Ele sustentou o olhar e nos fitamos um segundo a mais do que o necessário. Pietro só estava querendo ver se eu estava realmente bem, e dada a situação em que me encontrava, a última coisa que eu estava era “bem”. Desviei o olhar do dele quando vi pela minha visão periférica Wanda prestes a entrar em estado de choque novamente.

— Wanda. – chamou o Visão, e podia jurar que senti um certo sentimento oculto em suas palavras – A decisão é sua.

 Oh-oh, Luke e eu estávamos muito ferrados. Arregalei os olhos e o encarei, e o vi tão alarmado quanto eu estava. Observei atentamente todos à mesa, que olhavam para Wanda com uma enorme expectativa. Finalmente, voltei o meu olhar a ela. Parecia completamente perdida, atônita até; seus olhos não se fixaram em ninguém, muito pelo contrário, parecia que ela queria evitar todos aqueles olhares, como se... Como se ela houvesse falhado. Não. Imediatamente senti uma enorme onda de preocupação beirando ao desespero, não mais por Lucas ou por mim, mas por Wanda. Ela não deveria se sentir assim, ela era uma Vingadora incrível. Não havia motivo para ficar se culpando. Concentrei-me para tentar me comunicar com ela.

“Wanda...” ­— fixei meu olhar nela, esperando que ela me observasse mais uma vez como se eu fosse um fantasma. Porém, ela não fez isso; continuou evitando os olhares deles, tentando controlar seu desespero interno e sua frustração por não conseguir entrar em minha mente. Sabia disso porque me sentia exatamente da mesma maneira.

— Eu... – ela começou a dizer, seus olhos ainda perdidos na multidão se fixaram em Pietro, que assentiu. Em seguida ela me fitou, meio temerosa, pelo que percebi; em seguida sorri o mais docemente que pude, para demonstrar que eu realmente não era uma ameaça e que estava tão assustada quanto ela. Sua expressão se suavizou brevemente, em seguida ela ergueu o rosto e olhou individualmente para todos na sala, depois sorriu levemente e disse – Eu voto a favor.

— YEEAAH! – Luke deu um pulo da cadeira com as mãos erguidas e caiu de costas no chão. Tony, Pietro, Clint e Natasha riram, eu cobri meu rosto com uma mão e balancei a cabeça dramaticamente, Wanda riu de leve me observando; Steve se virou na cadeira e olhou para Lucas caído no chão:

— Você está bem, filho? – Ele deu um pulo do chão e começou a falar entusiasmado:

— TÔ SIM, CAPITÃO, QUER DIZER, SENHOR, QUER DIZER, SIM, SENHOR, SENHOR! – Eu abaixei a cabeça e encostei sonoramente a minha testa na mesa, murmurei:

— Eu realmente não sei o que fiz para merecer essa criatura. – Rhodes balançou a cabeça e disse, sério:

— Isso aqui está parecendo mercado de peixe. – Levantei a cabeça e o encarei, em seguida vi Fury fuzilando Lucas com o olhar. Fiquei ereta na cadeira e chamei alto:

 – Agente Singer. – todos os olhares se voltaram para mim, Luke ficou em posição de sentido de imediato e me encarou, minha expressão ficou séria – Volte para a sua cadeira, e pare com essas palhaçadas. – Lucas sorriu amplamente e se sentou na cadeira, sem falar mais nada.

— Então, Romanoff; – disse Fury, meio contrariado, depois olhou diretamente para a Viúva Negra – você e Barton ficam responsáveis pelos dois novos recrutas, entendido?

— Sim, senhor.

— Ótimo. – Fury se levantou – Reunião encerrada.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam deste capítulo? Por favor, comentem! Estou curiosa e ansiosa aqui. Um beijo e obrigada a quem continua lendo Liars and Killers.



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