Liars and Killers escrita por A Lovely Lonely Girl


Capítulo 17
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Fiquei muito feliz agora, sério. Não sou de me atentar aos detalhes principalmente quando só vou postar o capítulo, mas não passou despercebido que temos 92 FUCKING ACOMPANHAMENTOS NA FANFIC! MUITO, MUITO, MUITO OBRIGADA POR LEREM LIARS AND KILLERS!!!
Quanto aos comentários, terminei o capítulo ontem e é aquele esquema né: eu posto porque sei que nós leitores somos ansiosos pelo próximo capítulo, e depois respondo os comentários que deixei passar.
Gostaria de avisar que este é um capítulo teste, continuação da história, claro, mas com o POV do Luke também. Sim, temos mudança de narração! É que eu gostaria de apresentar o ponto de vista de outros personagens também para ver se o desenvolvimento da história flui de uma maneira mais... Como o desejado.
Era só isso, acho. Ah, temos aesthetics na página da fanfic no Facebook junto com alguns personagens da dreamcast e algumas citações. Inclusive memes que fiz da fanfic, acho que ficou legalzinho. Por favor, curtam a page. ♥
Agora sim, foi tudo. Espero que gostem do capítulo. Beijinhos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/647604/chapter/17

《Katherine Adams Kohls》

— Nossa, parece que acordou com o pé esquerdo hoje, hein, Katherine? - Steve me observava atentamente, eu estava obstinada a derrotar o saco de areia. Sim, a ideia era ridícula, porém me ajudava a desestressar.

— Ou com vontade de socar a cara de alguém. - Respondi entre dentes cerrados e dei mais alguns socos.

— E o que o pobre coitado fez para eu não cometer o mesmo erro? - O Capitão perguntou com os braços cruzados e um sorriso de divertimento nos lábios. Respirei fundo e parei de dar socos por um tempo.

— Minha amiga, Sage... Ela vai fazer uma festa de aniversário desnecessariamente extravagante para mim.

— Hm. - O loiro piscou, me analisando. - E você obviamente não quer uma festa. - Constatou. - Não vale a pena ficar tão estressada por isso. É só uma noite, afinal. E quando estiver mais velha vai agradecê-la por ter feito isso, serão memórias que guardará para toda a sua vida. - O encarei por um momento. Steve com certeza sabia do que estava falando, afinal, ele tinha uns cem anos, não tinha? Bufei e dei alguns socos mais fracos no saco. - Mas algo me diz que não é exatamente esse o motivo pelo qual você está assim.

— É constrangedor. - Murmurei tentando não ruborizar.

— É porque Pietro vai ser o seu príncipe? - Congelei, e tinha certeza que havia ficado roxa pelo comentário dele.

— Como você sabe disso? - Steve riu da minha expressão.

— Nós conversamos enquanto você estava no banheiro. O garoto estava transbordando de alegria.

— É, para ele vai ser muito divertido. - Parecia que Rogers notou alguma coisa no meu tom de voz, porque ergueu uma sobrancelha me observando.

— E para você não? - Dei de ombros.

— Só não estava muito a fim de ser tachada de fracassada de novo se a festa floppar. Já não basta no IPC.

— IPC?

— New York Intensive Preparatory College, mas os alunos chamam de IPC. É o melhor colégio, de acordo com a minha mãe, então não pedi para mudar de escola por ela.

— Espera, está dizendo que eles te tacharam de fracassada? - Sua expressão estava ficando mais sombria, como quando você vai contar para os seus pais alguma coisa bem séria que aprontou.

— Eu tinha tudo, Steve. Fazia parte da elite lá dentro, meu namorado era o rei daquela maldita escola! Mas então... - Engoli em seco, não podia pensar naquilo, não naquele momento. Lágrimas se formaram no canto dos meus olhos, respirei fundo tentando suprimir a vontade de chorar. Voltei a olhar em seus olhos azuis. - Eu era uma pessoa horrível, okay? Tinha que ser, para proteger o meu status. Quando vi no que estava me tornando, eu saí das cheerleaders, terminei com o Tyler e resolvi abandonar aquela vida. Agradeço aos céus pelo Luke ter ficado do meu lado, sem ele acho que teria tentado... Pular de uma ponte ou algo assim. - Minha voz falhou um pouco na última parte; limpei a garganta e ergui a cabeça, ignorando uma lágrima que havia escorrido. - Bom, mas isso não importa. O passado acabou. O que importa agora é... Manter o foco no futuro. - Voltei a socar com mais ferocidade e força do que antes, ignorando o olhar pesaroso que o Capitão dirigia a mim.

— Seus pais sabem sobre isso?

— Não, e agradeceria muito se ninguém se envolvesse na vida deles. Elise e John são literalmente a definição do conto de fadas perfeito, não vou estragar isso por causa de problemas patéticos de adolescente.

— Katherine, eles são seus pais, se importam com você. Eles te amam, e só querem o seu bem. Conte a eles. - Encarei aquelas orbes azuis por um tempo. Steve estava realmente preocupado, e então me lembrei da história dele. Quem diria que o Capitão América já tinha sofrido bullying. Porém, claro, ele ainda não era o Capitão América, era apenas o Steve Rogers, um carinha franzino que morava no Brooklin.

— Na hora certa, prometo que contarei a eles. - Ele assentiu, satisfeito, e voltei a minha atenção ao saco de areia.

{...}

— Ele me disse que a sua amiga estava providenciando uma banda, coquetéis e danças... - Começou ele quando saímos da sala de treino em direção ao balcão onde os Vingadores se reuniam no almoço.

— Se conheço a Sage, ela não quer nada menos que a excelência. - Dei de ombros. - Perfeccionistas, vai tentar entender.

— Você a conhece há muito tempo?

— Desde quando eu acordei do coma. Ela estava na sala ao lado e saiu gritando quando eu acordei, me levantei da maca e saí andando pelo hospital à procura de um banheiro. Acho que ela pensava que eu era um fantasma ou algo assim por causa da camisola do hospital. - O loiro riu, o que me fez sorrir. - Nos tornamos amigas desde então, e não a trocaria por nada no mundo. Nós brigamos às vezes, mas nunca é nada tão sério. Quando uma precisa, a outra é sempre a primeira a estender a mão. Acho que ela é meio que a irmã mais velha que eu nunca tive.

— Você é muito ligada aos seus amigos. - Observou ele.

— Com certeza. Eles são praticamente da família. - Afirmei com um grande sorriso, em seguida nos aproximamos do balcão onde os Vingadores se encontravam.

— Então pessoal, o que temos hoje? - Perguntou Steve.

— Temaki. - Respondeu Natasha, apontando o lado esquerdo do balcão, e posteriormente apontou o lado direito. - E comida mexicana. - Luke estava atacando o guacamole como um esfomeado, fiz uma careta com o quanto ele era indiscreto.

— Cristo! Quando você tiver uma namorada, não sei se vou admirar o autocontrole sobre vômito pela garota conseguir te ver fazendo isso ou vou sentir pena dela por ter que ver isso cada vez depois de você fazer exercícios. - Lucas se virou para mim.

— Vosfê fica na fsua, Kofs. - Ele disse com a boca cheia de Doritos. - Vosfê fabe que eu gofto de guacamole.

— Ugh, Singer, vê se maneira aí. Nem as crianças do maternal fazem isso, e olha que elas comem massinha e giz de cera. - Ele semicerrou os olhos para mim com um olhar mortal, apenas balancei a cabeça e peguei os hashis, me aproximando do lado esquerdo, respirei fundo e estralei os ossos dos dedos da minha mão direita, me preparando para o que podia ser uma desgraça.

— Vou ter que filmar isso. - Ouvi o Luke dizer, em seguida o vi apontando a câmera do celular em minha direção. Respirei fundo, me concentrando, peguei os hashis com a mão direita e olhei atentamente para a bandeja com hot rolls à minha frente.

— Okay, vamos com calma... - Murmurei para mim, em seguida respirei fundo. - É só abrir e fechar. Só abrir e fechar... - Aproximei os hashis de um roll depois de ter colocado molho shoyu, respirei fundo mais uma vez e abri os hashis, em seguida os segurei como pude entre meus dedos, coloquei-os um de cada lado do roll e fechei. Levantei com um grande sorriso. - AI MEU ODIN! EU NÃO ACREDITO QUE EU CONSE... - Bem naquele momento o roll parecia ter pulado espontaneamente em alta velocidade rumo ao chão. Menos de três segundos depois, ele estava estatelado no chão, e Lucas estava rindo alto. Encarei o pequeno roll com pesar.

— E aí Kate, quer dizer uma coisa pros fãs? - Suspirei após lamentar o hot roll caído e olhei para a câmera.

— Para todos os japoneses que por algum acaso acabarem assistindo esse vídeo... Gomenasai. - Lucas ainda estava rindo quando virou a câmera para si.

— E no vídeo de hoje aprendemos a nunca rejeitar o guacamole, porque esse negócio tem um espírito vingativo. Valeu, pessoal. - Ele sorriu e parou de gravar, enquanto eu só estava encarando o hot roll caído no chão.

— Coitadinho... Até esfarelou. - Me abaixei e peguei o roll esfarelado, ignorando o pequenino espaço melecado que ficou no chão. Me levantei e o coloquei em cima de um guardanapo. Franzi os lábios. - Sou uma vergonha para o meu clã.

— Relaxe um pouco, pequena guerreira. - Pietro disse aparecendo ao meu lado com um sorriso tranquilo. - Ninguém está cobrando as regras de etiqueta. - O platinado pegou um sushi com a mão e o comeu. Eu o encarei por um momento, em seguida sorri amplamente. Era incrível como Pietro conseguia deixar tudo mais fácil. Bom, eu já havia percebido que ele era um cara simples, mas de modo algum isso fazia com que fosse menos incrível. Fazia parte de seu charme.

— Entendi. - Voltei minha atenção para a bandeja, que estava com menos hot rolls porque o pessoal havia pegado alguns, peguei um e o comi. Estava meio frio, mas ainda estava bem salgado e saboroso. Sorri para Mercúrio. - Obrigada.

— Então, Katherine, soube que vai fazer uma festa. - Disse Tony, alto o suficiente para que todos parassem de conversar e prestassem atenção em mim. Constrangedor.

— Er... É. Minha amiga está planejando uma festa de dezoito anos para mim. De acordo com ela, será algo digno dos deuses. - Literalmente, já que ela era a deusa que iria organizar tudo.

— E seremos convidados para esta festa? - Barton perguntou.

— Er... - Fiquei encarando-os.

— Você não perguntou a ela, Steve? - O Visão se virou para o Capitão de cenho franzido. Pobre Steve, parecia ter ficado em maus lençóis.

— Eu não achei o momento propício... Parecia rude. - Apologizou.

— Claro que a Kate vai me convidar. - Disse Tony com seu sorriso característico, só faltava a mão levantada e os dedinhos em sinal de paz e amor. - Afinal, eu sou o rei das festas. Sou eu quem leva a festa.

— Vamos ver o que a Pepper acha disso. - Natasha sorriu levemente ameaçadora para Tony, que engoliu em seco. A ruiva franziu levemente o cenho. - Se bem que a sua definição de festa é bem distorcida. Uma lesma gigante alienígena voadora, por exemplo. Ainda não entendo onde você viu festa naquele bicho... Naquela coisa.

— Hm. Você pode não ter entendido, mas o Hulk entendeu. - Stark deu de ombros antes de morder seu taco.

— Eu vou. - Disse Pietro todo alegre. - Afinal, eu sou o príncipe.

— Eu também vou, afinal, eu sou o melhor amigo dela. - A voz de Luke estava normal.

— Claro que vocês podem ir! - Exclamei, repentinamente me sentindo mais entusiasmada. - A Sage vai surtar completamente porque vocês são celebridades, claro, mas com certeza vai deixar.

— Hey, você vai convidar o Thomas para a festa? - Lucas perguntou. Arregalei os olhos. Droga, droga, droga, o Loki! O loiro revirou os olhos sorrindo. - Mas que pergunta a minha, é claro que você vai. O cara mora junto com vocês, né? - Ele continuou concentrado no guacamole.

— Como é? - Steve ergueu uma sobrancelha, e percebi que Mercúrio também estava encarando.

— Ele é um amigo intercambista da Sage. Está morando no apartamento. - Dei de ombros. - Nada de mais. - "Katherine, o inferno tem um lugar especial só para mentirosos como você, sua língua vai definhar"; meu subconsciente hostil se dirigiu a mim.

— Vocês se dão super bem, devia chamá-lo. - Singer estava com um sorriso inocente no rosto, mal sabia ele que havia acabado de ferrar com a minha vida. Porém, é exatamente o que acontece quando se mente. Você se ferra mais e mais até que chega o momento em que você tem que falar a verdade. O momento absolutamente não era aquele. - Fiquei sabendo da sessão cinema, e embora esteja chateado por não ter me chamado, deveria chamar o cara também. Ele não vai arruinar a sua festa, pelo amor de Deus! - "Ah, querido, você não faz ideia"; tive vontade de dizer, porém mordi minha língua para que não escapasse nada que não devia.

— Como você sabe sobre a sessão cinema? - Me aproximei dele, deixando os Vingadores um pouco de lado.

— Hollister e eu nos falamos, okay? Fizemos uma trégua pelo seu aniversário, nada de mais. - Luke deu de ombros, me imitando.

— Trégua? Vocês dois? É impressão minha ou eu evitei a Terceira Guerra Mundial? - Sorri e ele revirou os olhos.

— Só estamos dando um tempo em nossa rixa por você. Não queremos que você fique chateada no seu aniversário.

— Chateada? Eu acho hilário o quanto você a deixa te afetar, vocês brigam pelas coisas mais ridículas!

《Lucas Völkers Singer》

Katherine estava com um sorriso idiota no rosto, ela adorava me infernizar sobre a ruiva, como se eu fosse acabar explodindo por pouca coisa. As brigas não me agradavam nem um pouco, porém tinha que concordar que os motivos muitas vezes eram vergonhosos. Sage Hollister me tirava do sério, ao mesmo tempo que era vaidosa, honesta e alegre na maioria das vezes, conseguia se transformar em uma fera em apenas um segundo. Aquela garota certamente me intrigava.

— Ainda acho que você gosta dela. - Katherine comentou levianamente. Congelei, porém não a deixaria ver o quanto suas palavras haviam me afetado.

— Você está usando drogas? Isso é coisa que só alguém definitivamente chapado diria. - Kate revirou suas orbes verdes.

— Certo, certo... - Aquilo havia funcionado. Ótimo. - Mesmo assim, obrigada pela trégua. Não sabia que significava tanto para vocês a ponto de fazerem isso. - Seu sorriso era sincero, e não consegui evitar lhe direcionar um pequeno sorriso em resposta.

— Claro que você é. Somos melhores amigos. E aposto que a ruiva também te considera assim. - Seu sorriso aumentou, ela parecia radiante. Sabia que Katherine havia tido problemas antes, principalmente após deixar as cheerleaders. Seu mundo todo havia desabado em tão pouco tempo, aquilo a afetara muito; como se estivesse no olho de um tornado, completamente impotente. Sempre fiquei ao lado dela para que não tentasse alguma besteira, sempre lembrando-a do quanto as pessoas que a rodeavam a amavam e se importavam realmente com ela. Fazia questão de ocasionalmente recordá-la disso, porque tinha a horrenda sensação de que seu mundo poderia desmoronar mais uma vez.

— Sage não quer economizar na festa, não é? Podia ser só uma coisinha discreta, mas não... - Coloquei minha mão em seu ombro.

— Relaxe, Kate. Você vai se sair bem. O máximo que pode acontecer é você acabar deixando o seu querido príncipe com alguns dedos dos pés a menos. - Ri levemente, o que a fez me fuzilar com o olhar e me empurrar de leve.

— Imbecil.

— Aposto que o Pietro não se importa. - Ampliei o sorriso, e Katherine reproduziu uma carranca perfeita. Era mais do que óbvio que o platinado se sentia atraído por ela, e aos meus olhos, o sentimento parecia ser recíproco. Porém Katherine se tornara bem mais fechada após o fracasso que fora sua relação com Tyler Jackson, ela inclusive havia me afastado durante todo o período que ficaram juntos. Quando enxergou o quão venenosa a relação dos dois era, ela deu um basta e Tyler não ficou feliz com isso. Kate deixou as cheerleaders e o capitão do time de futebol da escola para trás, e infelizmente houveram consequências. Jackson jogou na cara dela que a havia traído com Jennifer, que na época era sua melhor amiga das cheerleaders, quando os dois ainda namoravam.

Não era à toa que havia se fechado depois disso, as cicatrizes ainda eram recentes para ela. Sage havia ficado preocupada, como eu, depois que a morena teve um surto e queimou seu uniforme das cheerleaders junto a todas as fotos que anteriormente eram expostas com orgulho em inúmeros retratos. Quando a interrogamos sobre o motivo de ter feito aquilo, Kate apenas afirmou que aquelas eram lembranças de seus "dias sombrios" e que queria deixar seu passado para trás. Katherine havia dito alguma coisa, porém estava focado em meus pensamentos e não prestei atenção.

— Me desculpe, o que disse?

— Disse que a Dylan perguntou de você. - Arregalei os olhos, o que a fez sorrir. As palmas das minhas mãos começaram a suar frio, porém tentei disfarçar.

— O que ela queria? O velho saco de pancadas de volta? - Kate deu de ombros.

— Sei lá, ela parecia estar bem interessada. Devia falar com ela, ela mudou bastante. - Bufei.

— Não, obrigado. Punks não me atraem nem um pouco. Ainda mais punks bullies. - Comi mais um Doritos.

— Talvez ela não seja mais aquela garota que você conheceu. Poderia dar uma chance. - A garota de olhos verdes sorriu tentando me instigar.

— Ainda é pessoal. Ainda me sinto exposto. Ainda é a Dylan. Não, de modo algum falarei com ela. - Cruzei os braços.

— Luuke. - Ela chamou, e a encarei. - Por favor. Você não estaria assim se não fosse por ela, e também não vejo uma razão para você ter me perdoado e não perdoá-la. - A olhei pelo canto dos olhos.

— É diferente. - A garota suspirou tristemente.

— Não, não é. Dylan não possui nem metade da minha crueldade. Eu... Eu fui longe demais.

— Não foi culpa sua. - Katherine balançou a cabeça.

— Foi sim, você que não entende. - Kohls piscou respirando fundo e endireitou a postura, como sempre fazia quando queria mudar de assunto. - Recapitulando... Acho que devia falar com a Dylan. Vocês dois podem acabar se resolvendo, de uma vez por todas. E pense bem, se finalmente tirar essa história a limpo, ela nunca mais vai te chatear de novo.

— Não tem como você saber disso. - Ralhei, Kate não se abalou.

— Eu sei que ela está mudada. Luke, dê uma chance. Por favor. Ela quer acertar as coisas com você. Se desculpar. - Seus olhos brilhavam inocentemente, Katherine não fazia ideia do que era estar em minha pele. Não queria falar disso, só queria esquecer e deixar para trás. Mas sabia que ela não desistiria até que eu cedesse. Franzi os lábios com a expressão séria, senti um gosto amargo na boca ao dizer:

— Vou dar uma chance à Dylan. - A garota sorriu.

{...}

Minhas mãos estavam grudentas de suor, apesar do clima ser frio. Minhas pernas balançavam freneticamente e minha respiração estava irregular. Sabia que estava aterrorizado. Era o usual efeito que Dylan tinha sobre mim: só seu nome já me causava arrepios. Certo, aquela fase da minha vida já havia acabado, mas humilhação não é exatamente o tipo de coisa fácil de se esquecer, principalmente se você fora humilhado regularmente.

Não era só pela humilhação, como também pelo fato de que eu era o antigo saco de pancadas da Dylan. Eu sei. Nossa, o Luke já apanhou de uma garota? A resposta é sim, e apanhava com frequência. O café que pedi provavelmente estava frio, eu nem o toquei. Respirei fundo olhando a flor que decorava o topo da bebida. Não estava preparado, não queria ver a Dylan, não queria me lembrar do passado.

— E aí, rolha-de-poço? - Gelei. Droga, droga, droga! Me virei lentamente com o coração disparado. Uma garota morena com olhos castanhos que conhecia bem estava parada ali, ela sorriu para mim, expondo suas covinhas.

Fiquei pasmo. Aquela era a garota desprezível que conhecia, o brutamontes de saia xadrez? A encarei, analisando cada detalhe de seu rosto e de seu corpo. Ela definitivamente não parecia a mesma. Porém, me lembrei que ela não era a única que tinha mudado, meus músculos definidos por muito esforço eram prova disso. A garota se sentou na cadeira à minha frente e apoiou as mãos na mesa.

— Hmm... Que cheiro bom. Ouvi dizer que o café expresso daqui é excelente, isso é verdade? - Ela ainda sorria para mim. Me mantive quieto a observando. Não, não, aquela não era o Rambo de saia xadrez, sem chance.

Passaram-se alguns minutos desconfortáveis e logo o sorriso desapareceu de seu rosto, dando  lugar a uma expressão que não reconhecia.

— Olha, sinto muito por ter te chamado de rolha-de-poço logo de cara. - Ela deu de ombros. - Achei que era o único jeito de você me reconhecer. - A morena começou a mexer em suas pulseiras em um gesto nervoso. Não, aquela não poderia ser. Nunca. O silêncio prevaleceu entre nós, até o momento que não aguentei mais a dúvida me corroendo.

— Dylan? - Ela sorriu novamente.

— Olá, Lucas. Você mudou, né?

— Você também. - A garota deu de ombros.

— Bem, eu não ia usar trancinhas e saia xadrez a vida toda, não é? - Bricou. Fiquei realmente impressionado com o quão rápido ela conseguia dirigir um sorriso sincero. Parecia tão... Diferente da menininha que conheci.

— Você trabalha? - Perguntei a primeira coisa que surgiu em minha mente.

— Na verdade, estou fazendo um estágio em uma grande empresa. Eles trabalham com muitos projetos humanitários, quero poder ajudar de alguma forma, sabe? Fazer a diferença no mundo, nem que seja na vida de uma só pessoa. - Seus olhos brilhavam mais conforme ela falava. Franzi os lábios.

— Hm. - Ela piscou e me encarou.

— O que foi?

— Pensei que você fosse se tornar uma lutadora de MMA ou algo assim. - Comentei com os lábios semi franzidos, e ela deu uma risadinha curta, em seguida sua expressão se tornou séria.

— Olha Lucas, quanto a tudo que fiz a você... Eu realmente sinto muito. Eu era muito pequena e não ligava para o sentimento dos outros. - Ela balançou a cabeça e suspirou, em seguida apoiou seu braço por cima da mesa e segurou a minha mão. Fiquei tenso por um momento e a encarei assustado, seus olhos cor de chocolate olhavam fundo nos meus. - Você... Acha que algum dia conseguirá me perdoar? - Engoli em seco. No fim, aquilo era a única coisa que importava, certo?  A única questão realmente significativa, a pergunta que seria o divisor de águas. Eu seria capaz de perdoá-la algum dia? Era tanta dor, tanta mágoa e tanto rancor, eu a odiava tanto... Porém havia algo nos olhos da garota à minha frente que me dizia que ela não era nada como a Dylan que conheci. Ela realmente havia mudado.

— Algum dia. - Murmurei. Dylan sorriu amplamente e apertou minha mão.

— Muito obrigada. Farei de tudo para merecer seu perdão de verdade, Lucas. Prometo.

— Luke. - A corrigi.

— O quê?

— Pode me chamar de Luke. - Um sorriso resplandecente surgiu em seu rosto.

— Luke. - Ela repetiu, e não consegui segurar um sorriso em resposta ao seu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então pessoal, o que acharam da narração do Luke? Ficou bom? Estava pensando de fazer ponto de vista de outros personagens também, se vocês gostaram. E aí, gostaram da mudança de narração? Muito obrigada por lerem Liars and Killers!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Liars and Killers" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.