Liars and Killers escrita por A Lovely Lonely Girl


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

OLÁ, LEITORES SEUS LINDOS!

E aí, o que acharam do Talk Show? Ficou bem louco, né? Legalzinho até, me diverti pacas escrevendo, espero que tenham gostado de ler. Pensei de fazer um a cada 10 capítulos, aí quem quiser participar e não participou do primeiro manda as perguntinhas e os desafios, vai ficar show ;-)

Vamos à listinha de agradecimentos... Muito obrigada a:

— Alexia Sigyn Rogers Stark (obrigada por ter enviado suas perguntas para o Talk Show, um beijinho no coração)

— Biah Costa (obrigada por ter enviado as perguntas para o Talk Show, fico feliz que tenha gostado do beijo, um beijinho no coração)

— Mayalis (que comentou no capítulo do Talk Show, votou também, obrigada)

— iceivy (que comentou no capítulo do Talk Show, obrigada, e como coloquei lá em cima vou postar um Talk Show a cada dez capítulos)

É isso, espero que gostem desse capítulo ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/647604/chapter/12

Anteriormente em Liars and Killers...

"- Me desculpe, eu não te vi... - Olhei para frente e vi uma enorme capa vermelha, o homem se virou e me encarou, acho que meu coração parou de bater por um instante.

So don't play with me, 'cause you're playing with fire

Olhei rapidamente para as roupas do homem, vestimentas que reconheci no mesmo momento, apesar de nunca tê-las visto ao vivo, porém tinha desenhos e mais desenhos em casa. Só quando desci meu olhar vi que o homem segurava um martelo em uma mão. E de repente tudo fez sentido.

So don't play with me, 'cause you're playing with fire

Me joguei em cima dele com meus braços rodeando seu pescoço enquanto gritei a plenos pulmões:

— THOR!"

Eu simplesmente não consegui evitar a explosão que tive quando liguei os pontinhos. Era o Thor, o deus para o qual pedia forças desde os meus quatro anos de idade. Ele cambaleou para trás surpreso e seu braço e sua mão apoiaram minha lombar, o que também me impediu de cair. Eu ri como uma criancinha, como se a minha garotinha interior houvesse magicamente tomado conta do meu ser. Apertei mais meus braços ao redor dele:

— Eu não consigo acreditar que você está aqui! Aqui mesmo, agora!

— T-Também é... Um p-prazer te c-conhecer... - Ele disse sufocado. Eu não tinha a noção de minha força então o soltei logo, afinal, o abraço já havia durado mais tempo do que deveria.

— Sinto muito, eu não sabia que estava apertando tão forte... Por favor, não me odeie. - Eu disse apressadamente, com os nervos à flor da pele. Ele tossiu por alguns segundos:

— Não se preocupe, já encarei coisas piores, um abraço apertado não vai me matar. - Ele sorriu suavemente me observando.

— Bom, tecnicamente isso pode te matar, se for apertado o suficiente... - Respondi pensativa e ele arqueou as sobrancelhas para mim, que comecei a gesticular como uma louca - Não que eu queira matar você, nunca! Eu... Só estou feliz de te conhecer, finalmente. - Thor riu de mim, o que me fez ruborizar, porém também fez com que eu parasse um pouco e respirasse fundo antes de continuar. - Quero dizer... É, estou feliz de te conhecer. Leio sobre você e os deuses de Asgard desde muito pequena, é uma honra conhecê-lo pessoalmente. - Sorri amplamente e Thor me observou por alguns instantes, em seguida esticou sua mão com um pequeno sorriso em sua face:

— Acho que ainda não fomos apresentados oficialmente. Sou Thor Odinson. - Segurei sua mão para cumprimentá-lo, a minha era pequena e contrastava com sua mão grande. Endireitei minha postura automaticamente, como sempre fazia quando pediam que eu me apresentasse.

— Katherine Adams Kohls. - Ao invés de me cumprimentar como um homem de negócios faria, apenas apertando as mãos, Thor segurou a minha mão e beijou o dorso levemente, depois sorriu:

— É um prazer conhecê-la, senhorita Kohls. - Fiz uma pequena reverência com o máximo de graça e naturalidade que conseguia enquanto sorria alegremente:

— Igualmente, senhor Odinson.

— Nossa, quanta formalidade. - Disse uma voz familiar ao meu lado, e dirigi um pequeno sorriso ao Luke, que estava feliz com o meu entusiasmo. Ele rapidamente se virou para o Thor, estendendo a mão. - A propósito, sou Lucas Singer, o melhor amigo da Katherine. - Thor franziu o cenho enquanto cumprimentava Luke:

— Você é um cantor?

— Não... Não, não mesmo. - O deus parecia um tanto confuso, e Lucas parecia desapontado e aturdido pois não sabia como explicar que seu nome era Singer.

— Thor. - O loiro focou sua atenção em mim, o olhar intenso de suas orbes azuis quase me fez perder a linha de pensamento - Só gostaria de esclarecer que há um sistema mais atual para sobrenomes, que antigamente eram funções ou ocupações da população, claro, mas agora são apenas nomes de família. Como Silver, por exemplo; foi um sobrenome usado provavelmente por ferreiros ou trabalhadores do gênero, já que utilizavam prata. - Ele continuava me encarando, parecia não estar entendendo bolufas do que eu estava falando. Suspirei, já que isso seria mais complicado do que pensava - Enfim, "Singer" é realmente o nome dele. Só... Pode chamá-lo de Luke. - Disse, exasperada, desistindo de explicar. Só então percebi que alguns Vingadores estavam um pouco atrás do Thor observando a cena, segurando o riso. E claro, Pietro era um deles.

Dei de ombros os encarando com uma expressão de "Desculpe, mas eu tentei" e Bruce tentou disfarçar uma gargalhada com um ataque de tosse exagerado. Lucas continuou conversando com o deus:

— Por que veio à Terra? - O garoto perguntou cruzando os braços. As feições de Thor se tornaram mais sérias:

— Assuntos de extrema importância. - Ele se virou na direção dos Vingadores, e um leve vento bateu em sua capa, fazendo com que o momento ficasse dramático e que Thor ficasse um pouco mais badass. Por um instante imaginei qual seria o traje de Loki, se seria parecido com o do Thor, se teria uma capa e, caso tivesse, se o efeito seria bem maior já que ele por si só já era badass o suficiente. Balancei a cabeça tentando clarear a minha mente, de onde aqueles pensamentos haviam saído? Eu ainda estava com raiva de Loki, planejava me vingar dele, embora não soubesse ao certo como faria.

Coloquei as mãos nos bolsos e passei a observar os heróis - eram como um grande grupo de amigos, em que uns eram mais íntimos de outros, porém todos tentavam se dar bem por um bem maior. Suspirei sentindo um lapso momentâneo de nostalgia se apoderando de minha memória; claro que eu me lembraria dos tempos de líder de torcida, em que os jogadores de futebol americano e as cheerleaders davam tudo de si para impressionar o colégio e lembrar a todas as outras almas infelizes e melancólicas da instituição que, na hierarquia do colégio, jogadores e cheerleaders estavam no topo. Eu sabia muito bem o que era toda aquela pressão, "você simplesmente não pode fracassar, ou os coiotes irão se aproveitar", como Jennifer sempre dizia.

— Kate. - Luke apareceu ao meu lado, interrompendo meus devaneios. Estava segurando seu celular, sua expressão era de irritação, mas aparentemente não era direcionada a mim. - Ele insistiu. - Ele colocou em viva-voz.

— Hello, Kitty.

— Henry? - Franzi o cenho olhando para Luke, que revirou os olhos. - Por que você ligou para o Luke?

— Bom, eu tentei te ligar umas vinte vezes, mas adivinha quem parece não estar a fim de me atender hoje? Uma dica: o nome começa com "k". — Chequei no meu celular, não havia nenhuma chamada não atendida.

— Mas Henry, aqui não há nenhuma chamada sua... Oh merda, eu já sei o que houve. - Suspirei e guardei o celular na bolsa. - Você tentou me ligar no meu número antigo, eu tive que trocar o número há pouco tempo... Esqueci de avisar. Desculpe.

— Sem problemas. Fico aliviado em saber que pelo menos você não está me evitando. Não está me evitando, está, Kitty?

— É Kate agora, e não, não estou te evitando. De qualquer forma, acho que não conseguiria nem se quisesse.

— Pode apostar todas as suas fichas nisso; eu provavelmente te perseguiria.

— Como sabia que eu estaria com Luke?

— Tá brincando? Vocês nunca estão separados. Ele é o John Watson e você é o Sherlock Holmes.

— Hey, eu não sou Watson. - Luke se apressou em dizer - Eu posso muito bem ser o Sherlock.

— Não, não pode. Você não vê as coisas do mesmo jeito que Kitty as vê.

— Direto ao ponto, Henry? Por favor. - Pedi, querendo parar aquela discussão idiota.

— Certo. — Ele suspirou audivelmente e continuou em um tom mais sério. - Eu preciso de você. — Lucas ficou em silêncio, pasmo, me encarando fixamente. Balancei a cabeça quando percebi o que ele estava pensando. Henry não era um cara romântico, e aquilo não era uma declaração de amor.

— Olha, eu até acreditaria... Se eu não te conhecesse. Agora pode fazer o favor de ser mais específico? "Preciso de você" é vago demais, e não quero ter que ir a um bar e ficar segurando o cabelo de uma garota com roupas minúsculas enquanto ela vomita em um balde e você sai de fininho pela porta dos fundos.

— Às vezes esqueço o quão romântica você pode ser. Obrigado por me lembrar. - Revirei os olhos enquanto Henry ria do outro lado da linha. - Mas garanto a você que não envolve bares, boates ou sacrifício humano.

— Pode envolver um ritual satânico?

— Possivelmente.

— Okay, estou dentro. Do que se trata?

— Precisamos de mais músicas para a season cover da banda. Ninguém aguenta mais ouvir Beatles, "Time After Time" e "Don't Stop Believin'". Já estamos sem ideias do que fazer e...

— Coloca o Josh no microfone. - o interrompi.

— Não, querida. Precisamos de um repertório mais amplo, não de mais uma voz.

— Henry queridoamor da minha vidarazão da minha existência... - Disse em um tom um tanto quanto irônico - Vai por mim, coloque o Josh no microfone. Depois que fizer isso, monto um novo repertório inteiro para a season cover de vocês de graça.

— E se o Josh não estiver no microfone...

—...Vai te custar quinhentos dólares.

— O QUÊ?!

— Você me ouviu. Ou o Josh ou o dinheiro, você decide. - Disse, enquanto olhava despreocupadamente as minhas unhas.

— Isso é chantagem!

— Pode apostar todas as suas fichas nisso, meu bem. - Respondi sorrindo sarcasticamente para o celular.

— Katherine, você é uma trapaceira do...

— Hey, olha a língua. Eu posso ficar muito chateada, a ponto de parar de negociar.

— VOCÊ VAI QUEIMAR NO FOGO DO INFERNO, KOHLS! - Ri zombeteiramente.

— E desde quando isso é novidade? Pense na proposta, Wright, agora você tem o meu preço. Bye, bye. - Encerrei a chamada com um sorriso inevitável em meus lábios, e Luke ficou me encarando. - O quê?

— Ao mesmo tempo que quero saber que merda foi isso, acho que vou me arrepender se perguntar, então, nada.

— Viu? - Falei, sorrindo amplamente - É exatamente por isso que você é o Watson. - Ri e saí correndo antes que Lucas me alcançasse (ele estava com cara de quem queria me estrangular), me enfiei no meio dos Vingadores onde (eu esperava) estaria protegida; depois me virei para o loiro e ergui a minha sobrancelha, dirigindo-lhe meu melhor sorriso irônico. Senti uma mão em meu ombro e virei a cabeça, Pietro franziu o cenho me encarando e em seguida se virou para Lucas, logo entendeu o que estava acontecendo e riu levemente. Não consegui evitar de sorrir quando vi a cena - Pietro podia até ser um herói, mas ainda assim ele era um cara legal, simples, alguém confiável e protetor, tudo isso sem sequer se esforçar. Era por isso que o queria por perto - ele me lembrava tudo aquilo que eu queria ser.

Observei atentamente todos a minha volta, eram criaturas tão singulares e realmente raras, naquele momento percebi o quão privilegiada eu era por ter todos por perto. Tony, que sem dúvida utilizava sua inteligência como uma arma; Bruce, que fazia um estrago quando seu monstro interior tomava conta (por isso o Hulk era o meu herói favorito, não tanto pelo que Banner se transformava, mas mais por ele ter a coragem de deixar o monstro sair da jaula); Clint, que procurava analisar uma situação de todos os ângulos (literalmente) para só então agir; Natasha, que era uma Vingadora excepcional, que estava sempre lutando por sua identidade para não ser um fantoche nas mãos de ninguém; Steve, que era um homem justo, um grande lutador, com um enorme caráter e ainda sabia lidar com mudanças radicais ao seu redor; Thor, que era um guerreiro corajoso, forte tanto física como mentalmente, e leal até o fim. Eles também me inspiravam, cada um a sua maneira, mesmo que todos tivessem falhas e não fossem perfeitos. De fato, a imperfeição também poderia ser considerada uma coisa bonita, pois era ela que os fazia únicos.

Repentinamente, todos ficaram muito sérios e se entreolhando, os olhares pousavam principalmente em Thor. Me arrependi de não ter me aproximado antes, poderia ter entendido o problema. Só me restou observá-los para tentar entender o que estava acontecendo.

— Tem certeza, Thor? - Perguntou Barton, visivelmente perturbado com o que quer que fosse.

— Infelizmente sim, meu amigo. - Thor o fitou com uma expressão que sem dúvida dizia "Sinto muito". - Estamos procurando em todos os Nove Reinos, ainda não temos certeza de onde ele está.

— Eu pensei que o tinham mantido sob controle. - Disse Banner, em seguida ajeitou os óculos - Afinal, o que você disse mesmo, há alguns anos? "Ele enfrentará a justiça asgardiana" ou algo assim? Foi por isso que você o levou embora.

— Bruce, não. - Natasha interrompeu. - Foi a nossa melhor escolha na época. Se o tivéssemos mantido como prisioneiro, com toda a história de colapso da SHIELD, agora mesmo a HYDRA estaria tirando um bom proveito dele.

— A ruiva tem razão. - Disse Stark. - Acho que deveríamos nos preparar, assim, se ele quiser um segundo round, com certeza estaremos prontos. Precisamos proteger o nosso lar.

— Stark. - Pietro interrompeu com seu sotaque característico. - Da última vez que você disse um discurso como esse, um robô quase extinguiu a humanidade.

— Não era para aquilo ter acontecido! Eu só queria...

— O quê? "Uma armadura em volta do mundo"? - Pietro estava com os punhos cerrados, praticamente gritando com Tony, quase partindo para cima dele. Steve imediatamente se colocou entre os dois.

— Chega. - Ele olhou firmemente para Pietro, que então abriu as mãos. Instintivamente toquei seu ombro com delicadeza, e o garoto virou a cabeça para mim.

— Está tudo bem, Pietro. - Murmurei ternamente. Sua expressão se tornou mais suave e ele respirou fundo assentindo. Steve se virou para Thor:

— Se Loki está aqui na Terra, daremos um jeito de encontrá-lo. - Congelei no mesmo instante. ELE ESTAVA PROCURANDO O LOKI?! Pietro colocou sua mão sobre a minha que ainda estava em seu ombro, quando virei meu rosto para ele, o mesmo perguntou:

— Tudo bem? - Em um momento de paranoia senti como se ele soubesse a verdade e que seus olhos azuis intensos estavam me questionando. Olhei para os outros Vingadores:

— Loki? - Eles pararam de discutir um pouco e se voltaram para mim.

— Você o conhece? - Perguntou Banner. Okay, eu odiava fazer isso, de verdade, mas eu tinha que salvar a minha pele. Mesmo assim, não consegui evitar o frio na barriga que senti quando resolvi mentir na cara de todos eles.

— Claro que sim. - Certo, não era totalmente uma mentira, estava mais para uma meia verdade. Banner arregalou os olhos e todos me encararam como se houvesse crescido um chifre na minha testa em dois segundos. - Vocês tem noção de quantos livros eu tenho sobre mitologia nórdica? E olha que alguns eu tive que traduzir porque estavam em rúnico! - Thor arregalou os olhos:

— Sabes ler runas?

— Pode apostar o seu martelo alienígena que sim. - Disse sorrindo e dei uma piscadinha, depois me voltei aos outros. - Bem, com certeza os livros mencionam Loki, o deus da mentira, da trapaça e das travessuras. Tenho uma breve noção de suas habilidades, ele pode reproduzir ilusões, ler mentes e controlá-las também, muito provavelmente através de hipnose... - Olhei para todos, que pareciam espectadores assíduos me fitando, alguns não expressavam nada, outros estavam surpresos, mas de fato, todos prestavam atenção. - Bem, ele é um mestre em magia, mas também possui habilidades de guerreiro. Infelizmente, não posso detalhar quais são, já que nunca o vi lutar.

— Mas eu já o vi lutando. - Thor disse e se voltou para o resto da equipe. - Percebi quais são suas técnicas de luta há algum tempo. Ele não costuma jogar limpo. - Steve me olhava com a mesma expressão de quando estávamos na sala de reunião, ainda não estava decidido se Luke e eu seríamos treinados pela SHIELD - seu olhar parecia queimar com as possibilidades, embora não soubesse exatamente o motivo. No que o Capitão estava pensando?

— Se Loki quiser uma revanche, acredito que dessa vez teremos uma vantagem. - Todos se viraram para Steve.

— E qual seria essa vantagem, picolé? - perguntou Tony; o loiro ignorou o comentário, porém respondeu à pergunta, apontando para mim.

— Temos uma especialista. - Ele dirigiu seu sorriso perfeito para mim, o que teria feito eu desmaiar se gostasse de caras loiros. Bom, eu realmente preferia os morenos, mas poderia abrir uma exceção para o Steve. E talvez para o Thor também, já que eu provavelmente o conhecia melhor do que conhecia a mim mesma. Demorei um segundo para entender direito do que ele estava falando, depois de sair dos meus devaneios.

— Não pode estar falando sério, Steve. - disse Carter, indignada. De onde raios aquela mulher havia surgido? O loiro não desviou o olhar do meu ao dizer:

— Nunca falei tão sério na minha vida. Tenho certeza de que Katherine é capaz. - Abaixei a minha cabeça, sentindo as bochechas pegarem fogo.

— Fico lisonjeada com a fé que deposita em mim, Capitão... - Comecei, olhando para os meus pés, minha voz era apenas um tom mais alto que um sussurro. Respirei fundo e ergui a cabeça novamente,endireitei a postura e minha expressão se tornou séria. - Prometo fazer tudo o que estiver ao meu alcance para ajudar.

— Então, você é uma expert em ameaças alienígenas agora? - Sharon se virou para mim, suas palavras eram ferinas e depreciativas. Se o sorriso que dirigi ao Luke era irônico, o que dirigi a ela estava muito além da ironia e do sarcasmo; era um pouco do dois com mais uma pitada de puro deboche.

— Sim, eu sou. - Quase conseguia sentir o gosto do veneno em minha própria voz. Carter conseguiu ativar o meu "modo cheerleader". Olhei para as minhas unhas arqueando uma sobrancelha - Bem, digamos que conheço mitologia nórdica desde que aprendi a ler. Os deuses, os Reinos, os monstros e a magia; posso garantir que conheço, se não todo, grande parte do conteúdo já escrito sobre tais temas. - Olhei no fundo dos olhos de Carter - Então, mon cher, acredito que eu esteja capacitada para o trabalho, já que conhecer a mitologia nórdica passou de um mero hobbie para uma séria obsessão há anos.

— Okay, acho que já tivemos o suficiente de conversas psicopatas por hoje, não? - Lucas interrompeu, me segurou pelos ombros enquanto dirigia um sorriso falso para quem nos encarava e começou a me guiar para longe dos Vingadores. - Vamos Kate, vamos ali tomar um café rápido...

— Eu odeio café. - O cortei e o fulminei com o olhar. - O que foi agora, Singer?

— Você ficou completamente louca?! Se continuasse falando aquele tipo de coisa, eles poderiam passar a te considerar uma ameaça. - Ele respirou fundo tentando se acalmar. Percebi que suas mãos estavam tremendo e imediatamente me arrependi de minhas palavras ditas perto dos outros. Aquilo era importante para Luke, e não tinha o direito de estragar tudo só porque a Carter me tirava do sério. Me aproximei dele e segurei suas mãos entre as minhas.

— Desculpe, Luke. - Disse envergonhada ainda que olhasse em seus olhos. - Eu só... Não pensei antes de falar. - Meu tom de voz era baixo. Só então comecei a pensar em como minhas palavras poderiam repercutir. Só esperava que não me afastassem por causa delas quando finalmente haviam achado uma utilidade para mim. Observei pelo canto dos olhos quando uma mulher com cabelos negros e olhos infinitamente azuis se aproximava de nós segurando um tablet em suas mãos, não consegui ignorar a pontada de inveja que senti por ela conseguir parecer tão confiante e poderosa em seus saltos altos; o máximo que eu conseguia era uma postura melhor e alguns (poucos) centímetros acrescentados à minha altura, isso quando conseguia me equilibrar sem ficar tropeçando pelo caminho. Ela se manteve séria olhando para Lucas, o analisou, depois seu olhar foi direcionado a mim, seu rosto estava inexpressivo.

— Maria Hill. - Luke sussurrou, visivelmente admirado. A moça se virou para ele e lhe dirigiu um minúsculo, semi inexistente sorriso.

— Sei quem você é, Lucas Singer. Espero que suas habilidades sejam tão promissoras na prática quanto me parecem no papel. - Ela verificou algo no tablet, depois respirou fundo e fitou a mim. - Katherine, pelos registros vi que você estava em coma no período de 2012 ao final de 2014, certo? - Senti meu estômago embrulhar. Se ao menos ela soubesse que durante esse período parecia uma eternidade...

— Sim, acredito que sim. Mas consegui voltar à minha mesma turma na escola, precisei estudar por conta própria e minha mãe teve que brigar um pouco para que fizessem as provas que permitiam que eu pulasse o ano...

— Então você não sabe o que aconteceu em 2012? - Hill me interrompeu, e balancei a cabeça em negativa.

— Bom, teve um ataque alienígena, certo? Nunca pesquisei a fundo o que aconteceu. - Ela respirou fundo mais uma vez, e parecia que ela tinha pena de mim, apesar de eu não saber o motivo. Eu sabia que houvera uma invasão alienígena, os Vingadores se reuniram e arrebentaram com eles, não era isso que tinha acontecido? Estava prestes a perguntar isso a ela, mas ela começou a falar:

— Falarei com você sobre isso logo, Katherine. Mas agora não é o momento. - Ela me entregou um crachá com meu nome, data de nascimento e foto. E a palavra "RECRUTA" em negrito ocupava pelo menos 60% do espaço do crachá. Ela entregou um crachá ao Luke também, e os olhos do loiro brilharam, ele abriu um sorriso resplandescente. - Estes são seus crachás provisórios, poderão usá-los para usar o elevador e nas portas que pedem identificação. - Por um milésimo de segundo a SHIELD quase conseguiu me enganar com essa "liberdade". Mas então me lembrei que só teríamos acesso às salas que eles  nos permitissem entrar, e eu tinha certeza que não seriam muitas. - Clint irá orientá-los no estande de tiro, Natasha será encarregada do treinamento de luta de Lucas e eu explicarei como as coisas funcionam por aqui, em tese.

— Er... Eu não terei que lutar? - Perguntei, porque ela não havia mencionado nada sobre luta para mim.

— Sim, mas outra pessoa será encarregada por te ensinar, já que está em um nível diferente de Lucas. Deixe-me ver... - Ela começou a digitar em seu tablet"Por favor, que não seja a Carter, que não seja a Carter, que não seja a Carter..."; torcia com todas as minhas forças. - O Steve será responsável pelo seu treinamento de luta. Tudo bem para você, Katherine? - "YES! Não é a Carter!"; pensei, feliz. 

— Claro, claro, sem problemas. - Sorri amplamente, afinal, seria tão difícil ficar olhando o Steve, com todos aqueles músculos e beleza descomunal, não ia? Ver ele correndo e dando socos em sacos de areia todo suado... Interrompi meus pensamentos quando começaram a ir para uma direção... Menos educada e mais imaginativa. — E quando começamos?

— Agora mesmo, Kohls. - Disse uma voz masculina às minhas costas. Quando me virei vi Steve, que havia trocado de roupa, estava com uma calça de moletom preta e uma camiseta azul. - Hill, se importa se eu pegar a minha recruta? Temos algum trabalho a fazer.

— À vontade, Capitão. - Hill respondeu. Steve direcionou o olhar a mim, sorrindo gentilmente:

— Então, pronta, Katherine?

— Sim senhor, Capitão. - Disse assentindo firmemente. O sorriso de Steve se ampliou um pouco e seus olhos brilharam.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, o que acharam do capítulo? Sei que não tem o Loki, mas no capítulo seguinte ele vai aparecer. Juro que ia continuar, mas quando olhei já tinha ultrapassado as 3000 palavras, e talk shows à parte, eu nunca escrevo capítulos tão grandes. Muito obrigada por lerem Liars and Killers! ^^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Liars and Killers" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.