Reborn escrita por Blood Roses


Capítulo 1
Contrato - Renascer.


Notas iniciais do capítulo

Curtinha, mais feita com muito carinho. Espero que gostem.

Nos vemos nas notas finais.



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A lua brilhava no céu, mais ninguém naquele local a contemplava, ou melhor, não poderiam contempla-la, pois bastava um segundo de distração para que perdessem a vida.

Em meio a um exército de demônios duas criaturas lutavam desesperadamente por suas vidas. Um jovem de cabelos brancos com uma única mecha azulada lutava tentando proteger a pequena garota as suas costas. O jovem lançava tiros rápidos e precisos enquanto acertava os demônios com suas Gunblades, enquanto a pequena garota estava parada atrás de sí conjurando um complicado feitiço de invocação.

-Lu! - chamou o jovem, enquanto lançava suas facas com uma magia de teleporte, o jovem apareceu no meio de um grupo de oito demônios e atacou com três cortes rápidos, atravessando os mesmos, com um rápido movimento o albino voltou para frente da garota - Falta muito?

-Quase Ciel! - falou Lu, com os olhos fechados - Mais dois minutos!

-Ok! - falou Ciel, voltando sua atenção para a luta.

Já faziam mais ou menos vinte minutos que estavam lutando, Lu e Ciel estavam caminhando quando foram emboscados por uma magia de teleporte, da qual nem tiveram chance de escapar. Quando o teleporte acabou, os dois se viram em uma espécie de clareira, com uma grande torre no fundo, e a sua frente um enorme exército de demônios, os mesmos que estavam em Ranox e Sander.

Ciel já estava ofegante, no começo Lu o ajudará lutando, mais a pequena garota percebeu que aquilo não teria fim, que tinham que acabar com os demônios em um único e esmagador golpe. Ciel, mesmo a contra gosto aceitou a oferta, Lu foi para traz do jovem e começou a magia enquanto ele a protegia, pois enquanto estivesse recitando a mesma não poderia lutar.

Tudo isso havia acontecido a dez minutos, desde que Lu havia começado Ciel reparou que um grande pentagrama de coloração azulada estava se formando embaixo de Lu, naquele momento, faltavam poucos centímetros para que a linha de baixo finalmente se juntasse com a da ponta, formando finalmente o pentagrama. O albino percebeu que a linha se esticava lentamente seguindo seu caminho.

Mais naquele momento Ciel não tinha tempo a perder, ainda mais agora que Karis, que já havia sido derrotada apareceu, e estava auxiliando os demônios e lançado esferas de energia. Ciel desviava das esferas como podia, e quando não podia desviar o jovem defendia, mais as esferas de energia estavam ficando mais poderosas e rápidas.

Karis percebeu que Ciel estava protegendo a pequena menina, e aproveitando-se disso lançou uma grande esfera de magia, o jovem albino percebeu que não poderia desviar, teria que aguentar o ataque, Ciel se preparou mentalmente para o impacto e cruzou suas Gunblades em frente ao corpo.

O impacto foi esmagador, Ciel colocou toda a sua força para manter-se em pé, mais não foi o suficiente, e o jovem acabou sendo lançado um pouco longe, deixando Lu desprotegida. Ciel não conseguia ouvir muito bem, o jovem sentia seus braços dormentes e o gosto familiar de sangue na boca.

-Acabou... - ele ouviu Karis pronunciar, enquanto soltava um risinho de canto.

Ciel viu Karis erguer a mão e apontar o dedo para frente, logo uma pequena bola de energia começou a se formar na ponta de seu dedo. Ciel tentou se levantar ao perceber o que iria acontecer, mais seus braços não respondiam.

"Levanta...Levanta!!"

-Adeus! - pronunciou Karis, rindo audivelmente.

Ciel forçou seu corpo a levantar, ele precisava levantar, pois enquanto ele estivesse ali, ele não permitiria que Lu se machucasse, jamais. E foi por isso que ele não hesitou, ou se quer pensou quando entrou, pela uma segunda vez, na frente de em ataque, e novamente o ataque acertara seu coração.

Lu arregalou os olhos ao ver a cena se repetir a sua frente, da mesma maneira. O sangue do jovem espalhou-se pelo ar enquanto o mesmo caia no chão, Lu já tinha em seus olhos grandes e cristalinas lagrimas.

-CIEL! - gritou a jovem, e nesse momento o pentagrama abaixo de si brilhou intensamente, e ali um grande demônio feito de pura magia apareceu, soltando um grande rugido e indo em direção aos demônios.

Lu correu na direção do jovem que estava no chão, uma grande poça de sangue estava se formando envolta do jovem. A pequena albina olhou em direção os demônios, por sorte quase todos haviam sido destruídos, mais alguns poucos ainda estavam vivos e vinham na direção dos dois.

Lu invocou seu demônio e forçou o mesmo a carregar Ciel, a pequena então olhou rapidamente em volta, e sem escolha resolveu ir até a torre, com a pequena esperança de que lá houvesse um portal que pudesse leva-los de volta, aonde Rena poderia cura-los.

O demônio flutuava indo em frente, Lu o acompanhava correndo e em poucos minutos já estavam na entrada da torre. Nesse tempo, a albina percebeu que o ferimento de Ciel estava coagulando, mais em compensação os lindos cabelos brancos que o jovem havia adquirido estavam voltado para a antiga coloração azul.

Após passarem a jovem fez uma invocação de uma barreira para impedir o avanço dos demônios, ao olhar para dentro da torre, havia apenas uma escadaria, sem muita escolha Lu seguiu pela escadaria com o grande demônio atrás de si.

Após alguns minutos subindo o grande demônio invocado por Lu estava começando a desaparecer, Lu apertou o passo, pois queria estar em um local mais plano para poder apoiar o jovem, porem não conseguiu e o demônio desapareceu.

Com muito esforço, a jovem conseguiu segurar o corpo de Ciel, e o apoiou em suas pequenas costas, recomeçando a subida, enquanto subiam, Ciel acordou e começou a tentar ajudar a jovem, porem seu ferimento não permitiu que o azulado fizesse mais do que dar alguns poucos passos, e tossir muito sangue.

Após alguns minutos os dois chegaram ao topo da torre, com cuidado Lu colocou Ciel no chão, virando-o de barriga para cima, ao ser colocado no chão o azulado desmaiou, tanto pelo cansaço como pela perda de sangue. A jovem então olhou em volta, porem não encontrou nada a não ser poeira e muitas teias de aranha. Desesperada, Lu jogou-se no chão ao lado de Ciel, chorando.

-Ciel... – começou a jovem – Não morra! Eu não posso perder você...

Ciel ouviu as palavras de Lu, porem era como se a jovem estivesse muito longe e apenas o eco de sua voz que chegou ao seus ouvidos. O jovem começou a sentir-se leve, como se estivesse flutuando, com um pouco de esforço o azulado abriu os olhos, deparando-se com um lugar perfeitamente branco.

-Eu morri...? – se perguntou Ciel, em seus pensamentos.

O jovem sentou-se, porem não havia ferimento algum em seu corpo, com receio o azulado levantou-se e começou a olhar em volta, até que viu uma silhueta familiar a sua frente.

-Q-Quem é você?! – falou ele, tomando uma postura mais defensiva, pois a sua frente havia uma silhueta coberta por uma fumaça negra. A fumaça começou a se dissipar até desaparecer completamente, Ciel arregalou os olhos enquanto olhava a sua frente, pois aquilo não poderia ser real.

-Quem sou eu? – falou a criatura, sorrindo de lado – Eu sou você...

A frente de Ciel estava um homem idêntico a si mesmo, se não fosse pelos cabelos completamente alvos e um par de asas completamente negras, tão grandes e longas que arrastavam no chão perfeitamente branco. O homem sorriu, mostrando duas longas presas em sua boca.

-Ou melhor, sou uma parte de você – começou ele, andando na direção de Ciel – Uma parte que nasceu com você, mais só despertou quando recebeu uma parte da alma de um demônio.

-O que....? – falou Ciel, sem compreender. O anjo a sua frente riu divertido.

-Permita-me explicar – falou o anjo, sorrindo – Todos os humanos nascem com uma parte de um anjo. Alguns nascem com um fragmento de um anjo branco, e já outros nascem com um fragmento de um anjo negro.

O anjo sorriu ainda mais enquanto seus olhos eram pintados de vermelho.

-Aqueles que nascem com o fragmento do anjo branco tentem a serem bons, justos e com forte senso de justiça. Já quem nasce com o outro, tendem mais a serem cruéis, gananciosos e principalmente egoístas – o anjo abriu suas belas asas, fazendo algumas penas espalharem-se pelo chão – E em alguns pouquíssimos casos, o fragmento branco pode torna-se negro, e o humano muda, como foi o seu caso.

-Meu...caso...? – murmurou Ciel, era como se o anjo não estivesse falando sua língua, Ciel mal conseguia acompanhar a conversa, tudo parecia muito surreal.

-Sim! Quando viu seus pais serem mortos a sua frente, seu recipiente tão claro foi manchado de negro e um fragmento de anjo negro foi criado dentro de você – em um piscar de olhos o albino estava na sua frente, tocando o local a onde estava seu coração – Um fragmento particularmente forte, e que quando foi juntado com a alma de um demônio tornou-se um hibrido.

Neste momento, uma das asas do anjo tornou-se branca, e o jovem se afastou ainda sorrindo.

-E é este fragmento, que o mantem vivo neste momento – falou o anjo, sua feição antes cruel e brincalhona agora mostrava um único sentimento, pena.

Ciel foi atingido por varias memorias, até o momento em que foi colocado no chão por Lu. Ciel levantou seu olhar para a criatura a sua frente.

-Por que estou aqui? – perguntou ele, seriamente. O anjo suspirou, e seu olhar tornou-se triste.

-Contrato... – sussurrou o anjo – Para fazer um contrato.

-O que? – falou Ciel sem compreender.

O anjo esticou a mão, e a frente de Ciel uma espada foi criada. O cabo era negro como ônix e espalhava fumaça negra, já a lamina era branca e espalhava uma fumaça clara.

-Eu preferiria que isso nunca acontecesse, mais parece que não é uma escolha minha, mais sim sua – falou ele, seriamente – Se pegar esta espada, abrira mão da pouca humanidade que lhe resta, e em troca poderá viver...

Assim que disso isso, grandes rachaduras começaram a se formar por todo o local, Ciel sentiu uma forte dor no peito e logo sua roupa começou a se manchar de vermelho.

-Parece que não temos mais tempo – falou ele, seriamente – Se aceitar o contrato você se tornara um ser nunca visto antes, e como consequência...

Ciel se quer esperou o albino terminar de falar, o jovem segurou a espada pelo cabo e a fumaça negra e branca que saia começaram a adentrar seu corpo fazendo suas veias tornarem-se algumas brancas e outras negras.

Ao tocar na espada Ciel sentiu uma dor inimaginável, era como se algum tipo de acido estivesse passando por suas veias e dilacerando seus músculos, o jovem gritou e com muita força manteve-se em pé.

A dor foi tão grande que por um momento Ciel desejou morrer, o jovem jamais imaginou em toda sua vida que fosse capaz de sentir tanta dor, porem tão rápida quando começou ela acabou. Ciel caiu de joelhos no chão, com a respiração ofegante.

O anjo se aproximou do jovem, ajoelhando-se a sua frente.

-Em algum momento, vai se arrepender dessa decisão – falou ele, seriamente. Ciel ergueu os olhos e soltou um riso baixo.

-Desde que eu possa ficar ao lado de Lu – começou ele, ofegante – Eu não me importo com as consequências....na verdade, eu aceitarei qualquer consequência de braços abertos.

-Mesmo que para viver você precise matar? – falou o anjo, Ciel riu.

-É isso que eu faço, desde pequeno – falou o jovem, olhando nos olhos do anjo. Nesse momento grandes buracos começaram a aparecer. O anjo riu baixo, achando graça da frase do jovem.

-A sede será cruel, e o tempo irrelevante – falou o anjo, nesse momento o chão abaixo deles se partiu, soltando ambos na escuridão, porem o anjo segurou a mão de Ciel e tocou aonde esta o coração do jovem, em seguida sussurrou em seu ouvido – E quando perceber desejara estar morto.

Lu chorava ajoelhada ao lado do corpo do jovem, com o passar do tempo o corpo de Ciel esfriou, seu coração batia fracamente e sua respiração era quase nula, Lu sentia como se a vida de Ciel passasse por entre seus dedos e ela não podia fazer nada para impedir.

Porem o corpo do jovem começou a brilhar e uma forte rajada de vendo jogou Lu para longe, fazendo a jovem bater com as costas na parede, a pequena caiu e logo começou a tossir, cuspindo um pouco de sangue no processo.

O corpo de Ciel brilhava, e abaixo de si uma estrela de seis pontas se formou, brilhando em uma coloração branca com leve tons de azul, a luz fora tão forte que forçou Lu a tapar os olhos com o braço direito.

Quando a luz diminuiu Lu viu Ciel em pé a sua frente sorrindo, em seu peito não havia ferimento algum, seus cabelos haviam adquirido a antiga coloração branca, porem desta vez sem uma mecha azulada, mais desta vez em suas costas, um par de asas negras se faziam presentes, tão grandes que arrastavam no chão.

-Ciel.... – falou Lu, assustada.

-Estou de volta – falou o jovem, sorrindo. Lu começou a chorar, enquanto Ciel se aproximava.

Ciel abraçou a pequena criança, que retribuiu de imediato, ficaram daquela maneira por algum tempo, e naquele momento Ciel soube, não importava o preço ou as consequências que tivesse que pagar, ele as pagaria com prazer, desde que pudesse se manter ao lado da pequena menina que agora estava em seus braços.


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Notas finais do capítulo

Essa historia foi um pedido do Edu, ele sonhou com o começo dela e estava bem perturbado com isso. Então eu escrevi uma historinha bem bobinha para ele, e ele amou e me pediu para fazer uma historia.
Acho que não ficou tão boa, mais fiz o meu melhor ^^

Espero que tenham gostado.


Atenciosamente Blood Roses.



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