Nossa Canção escrita por Day Marques


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Cookies, estou amando os comentários de vocês, um mais delicioso que o outro....
Aqui vai mais um, divirtam-sem, beijokas



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Hoje está um dia confuso, triste. Até o tempo parece triste, como se me entendesse. O dia amanheceu com o céu cinza e chuvoso, chovia muito.

É hoje que o Edward embarca para Nova York e não vou mentir, não me sinto muito bem em relação a isso.

Droga, caramba, porcaria, eu disse que isso ia acabar em merda!

Viro-me para o lado e encontro o lado esquerdo da cama completamente vazia. Encaro o teto e suspiro.

– Bom dia – Falo para mim mesma.

Eu posso descrever como foi a minha noite, foi horrível. Nem durante todo o meu tempo de trabalho, de tanto estresse e tudo o mais, eu nunca consegui ter uma noite tão ruim em toda minha vida. Levanto da cama preguiçosamente e ando até a cozinha. Coloco pó de café e água na cafeteira e preparo algumas torradas. Deixo tudo lá e vou fazer xixi. Meu celular começa a tocar no quarto e baixo a blusa que estou vestido e saiu correndo.

– Alô? - Não olho para ver quem é.

– Bom dia, Bella – Sinto um frio na barriga ao escutar a voz do Edward.

– Oi, bom dia – Sorriu.

– Olha, desculpe não ter voltado ontem e muito menos ter ligado. As coisas aqui demoraram mais do que eu imaginei, depois tivemos que sair para acertar alguns detalhes sobre NY.

– Edward, Edward – Tento o acalmar – Está tudo bem, eu entendo.

– Eu me sinto mal, eu queria que estivéssemos juntos.

– Relaxa, eu sei bem como um trabalho pode ocupar todo o seu tempo.

– Já tomou café? - Caramba, as torradas! Saiu correndo e chego a tempo de salvar as torradas. As deposito no prato e largo encima da mesa – Bella?

– Sim, quer dizer, estou providenciando isso agora mesmo. Quase queimo as torradas, obrigada por me lembrar – Escuto sua risada.

– Está comendo alguma coisa saudável, pelo menos?

– Ah, sabe como é... - Tento desconversar.

– Você é tão preguiçosa para cozinhar, como sobreviveu esse tempo todo morando sozinha?

– Hei – Finjo-me de ofendida, mas acabo rindo com ele – Ok, você pode agradecer a minha mãe, as comidas prontas e ao delivery – Sorrimos mais ainda.

– Só coma, ok?

– Sim senhor, senhor Grey – Zombo dele e até vejo ele revirar os olhos.

– Não sou maluco, só me preocupo com você.

– Você descansou bem?

– Na medida do possível – Responde – E você?

– Nada mal também – Preferi omitir algumas coisas – Você está vindo para cá?

– Sobre isso, Bella – Já imagino o que vem pela frente – Eu estou preso aqui no hotel, chegou um pessoa querendo falar sobre os últimos detalhes da viagem e ninguém deixa eu sair.

– Ah sim, imagino – Fico um pouco chateada.

– Eu sinto muito, estou odiando tudo isso.

– É o seu trabalho, lhe dê com suas escolhas – Tento fazer piada.

– É, eu sei.

Edward, venha até aqui, por favor – Escuto a voz de uma mulher.

– Estou indo, Tânya – Responde para ela – Bella, eu preciso desligar. Quanto mais rápido isso acabar, mais rápido vou poder te ver.

– Está bem, se cuida.

– Senti sua falta, Bella – Isso faz com que, estranhamente, meu coração dê uma pequena acelerada.

– Eu também – Murmuro depois de um tempo, então corto a ligação.

Suspiro e sento a mesa, derramo um pouco de café na xícara e pego minhas torradas, passando um pouco de manteiga do campo. Só tenho tempo de dar a primeira mordida e meu celular volta a tocar.

– Senhor, será que não posso comer em paz? - Resmungo. Na tela diz que é minha mãe e estranho ela está me ligando tão cedo.

– Oi, mãe, o que a senhora quer tão cedo?

– O Edward está com você? - Ela está sussurrando?

– Não, por que?

– Estamos preparando uma festa de despedida para ele, mas é surpresa. Ele não pode saber de nada – Continua sussurrando para mim.

– Ah sim, claro. Que legal da parte de vocês – Digo surpresa – Mas, mãe, por que a senhora está sussurrando?

– Para o caso dele estar ai, não quero que ele escute – Fala como se fosse a coisa mais obvia do mundo e reviro os olhos.

– Mãe, estamos falando pelo celular. E, a não ser que esteja no viva voz, ele não pode ouvir nada. Então, pode parar de sussurrar. E ele nem mesmo está aqui

– Ah, verdade, que cabeça a minha – Escuto-a sorrindo – Pois bem, ligue para ele, vá o buscar. Faça alguma coisa. Mas garanta que ele esteja aqui para a festa, ok? - Murmuro um ok – Ah, não o traga antes das 17:00 da tarde, ok?

– Sim, mãe, pode deixar – Ela parecia bem animada com isso, o contrário de mim. Eu, hoje, não estou conseguindo me animar com nada.

– Te amo, filha, até mais tarde – Ela desliga e olho as horas antes de largar o celular na mesa. São 9:30, ainda está cedo.

Acho que agora posso tomar meu café da manhã sossegada. Fico com a notícia da festa em minha mente, não necessariamente sobre a festa, mas sobre ela se tratar de uma despedida.

Eu achei que ficaria de boa, superaria o sentimento de, não sei, perca? Sobre esse dia. Mas, está sendo mais complicado do que pensei. Eu não sei se fico com raiva ou me sinto cada vez mais estúpida por ter entrado nessa, mesmo sabendo que daria em um fatídico adeus no final do dia.

Me sinto idiota e tenho uma vontade terrível de me bater repetidas vezes.

Fungo sem sequer estar chorando, acho que vou gripar. Fico tão triste de repente, que pego a caixa de chocolate que tinha guardado na geladeira e devoro tudo em minutos. Abro um saco de salgadinhos de queijo e como tudo também. Ok, já deu, nada de depressividade, não por uma coisa que você já sabia onde ia dar. É tudo culpa sua!

– Sim, é tudo culpa minha. Eu não devia ter cedido a esse desejo idiota – Falo comigo mesma. Acho melhor eu ir para a casa da minha mãe. Tomo banho e me troco rapidamente, pego outra caixa de bombom e vou dirigindo até lá, comendo um por um. Bom, às vezes três de uma vez só. Mas, quem está contando, não é mesmo?

Quando passo pela porta, a casa está bem movimentada, gente andando para tudo quanto é lado, uma correria e gritaria só.

– Bella, o que você está fazendo aqui? - Mamãe anda até mim, com uma expressão assustada – Eu disse para não trazer o Edward antes das 17:00 horas.

– Pode ficar tranquila, ele não está aqui comigo – Talvez ele nem venha, completo em minha mente, mas ela não precisa saber disso. Olha só seu rosto, transborda felicidade.

– Ah, então tudo bem. Veio para ajudar?

– Claro, Renee – Na verdade a ideia era tomar banho na piscina de água quente. Mas, quem disse que a gente tem sempre o que quer? - Vim para ajudar. Do que precisa?

– Bom – Entrega-me o cesto de roupa limpa que segurava – Leve isso para o quarto da Lyne, eu preciso tirar o pato do forno.

– Vamos ter pato para o almoço? - Minha boca enche d'água só de imaginar. Ela assente com a cabeça sorrindo.

– Seja uma boa menina – Diz quando estou subindo as escadas – E eu te dou a melhor parte dele.

– Serei o anjo em pessoa – Grito já lá em cima. Caminho até o quarto da Lyne e bato antes de entrar.

– Lyne, está ai? - Não escuto sua voz, mas posso ouvir um barulho vindo do banheiro. Largo o cesto encima da cama e vou até lá. Espanto-me ao vê-la ajoelhada, com a cara praticamente dentro do vaso sanitário, colocando os bofes para fora.

–Lyne – Agacho-me ao seu lado – O que você tem? - Ela levanta a cabeça e está mais pálida que o papel mais branco do mundo. A ajudo a se levantar e ela lava a boca na pia, depois a levo até a cama.

– O que você tem? - Pergunto de novo.

– Não é nada – Passa a mão pela barriga e geme de dor.

– Lyne, pelo amor de Deus, não vai me dizer que...

– Não – Gritou, mas voltou a gemer – Ficou maluca, eu jamais ia cometer uma loucura dessa.

– Então, o que você tem? Fala logo!

– Eu fui a uma festa ontem e bebi muito. Bebi coisas que nem sequer sei do que se trata, voltei para casa só Deus sabe como. E hoje acordei vomitando mundo à fora.

– Bebendo? Lyne, você só tem 16 anos e já está enchendo a cara? O que você tem na cabeça, garota? - Exalto-me com ela. Ok, na idade dela eu já bebia uma ou duas vezes... Tá bom, bebia até cair. Mas eu era responsável, ela não é. Parem de apontar esses dedos magricelos para mim! – Eu tenho vontade de te bater, é isso que tenho vontade.

– Não vai me fazer se sentir melhor – Rola pro lado.

– Mas talvez te dê um pouco de vergonha na cara. O que você quer, acabar com sua vida?

– Bella, para – Pediu sem paciência.

– Pois saiba que você fazendo essas merdas, você não está fazendo bem a sua mãe – Quase grito – Sua maldita. Se quer ferrar com tudo, arruma um emprego e vai embora. Ou aprende a andar na linha.

– Você não tem o direito de me expulsar – Passo a mão pelos cabelos e depois pelo rosto.

– Eu já ultrapassei meus limites com você. Ah, Lyne, eu só estou esperando a mamãe se cansar disso tudo e me dar permissão para eu cuidar de você. Você vai se ver comigo e vai se arrepender do dia que acabou com a paz da minha mãe – Ando até a porta – Ah, guarda suas roupas, isso é uma ordem!

– Bella, você pode pedir a mamãe para trazer um analgésico?

– Não soube fazer merda? Então desça você mesma e pegue, ela não é sua empregada – Saiu batendo a porta. Ai Deus, e agora me vem mais essa. Mas, eu ainda vou pôr essa menina nos trilhos. Ah se vou!

[...]

Já são 16:30 e ainda não consegui falar com o Edward, sempre que ligo, cai na caixa postal.

O que eu vou fazer? Se ele não aparecer nessa festa, minha mãe vai ficar arrasada, ela preparou tudo com tanto carinho. Pego o telefone e ligo novamente, mais uma vez caixa postal.

– Oi, Edward, eu espero que você esteja livre a essa hora. Eu estou aqui na casa da minha mãe, o pessoal todo está aqui. Se você poder dar uma passadinha por aqui, eu agradeceria muito – Desligo. Tudo certo, é só manter a calma, ainda temos meia hora até as 17:00. Possa ser que ele ligue o celular e veja a mensagem a tempo. É, talvez...

Subo para meu antigo quarto e tomo um banho para poder me arrumar para a festa. Estava com tanta preguiça e cansada, que peguei um vestido mesmo, o que não é muito minha praia, mas é mais prático. Fiz um coque frouxo, uma maquiagem leve e calcei uma sapatilha/tênis. Observo o relógio na cozinha quando desço e são 17:20. Meu Deus, ele não vem.

– Bella – Jacob entra na cozinha e senta ao meu lado – Que cara de preocupada é essa?

– Estou preocupada, se o Edward não poder aparecer na festa, a mamãe vai ficar arrasada – Ele sorri um pouco.

– Só a tia?

– Você entendeu o que eu quis dizer, Jake – Sorriu.

– Fique tranquila, ele vai dar um jeito de aparecer – Beijou-me na bochecha – Aguente firme, vai dar tudo certo – Apenas sorriu para ele.

– Jacob, me ajuda a descer essa caixa? - Grita Nessie lá de cima.

– O dever me chama – Sorriu e ele se vai. Pego o celular e disco o número do Edward. Não custa nada tentar mais uma vez. Chama repetidas vezes até cair na caixa postal. Ele não pode fazer isso com a Renee, meu olhos começam a encher de lágrimas e olho rapidamente para cima para expulsá-las. Não, ele não pode! Levanto em um salto e pego as chaves do meu carro, abro a porta em um sopetão e estaco no lugar. A imagem que tenho é de um Edward, eufórico e afobado, correndo em minha direção. Ele para perto de mim com a respiração entre cortada, tentando respirar devagar.

– Eu... Estou... Muito atrasado? - Tenta falar. A única coisa que consigo fazer é pular encima dele e o sorriso rasgar meu rosto.

– Você veio – Falo aliviada.

– Eu sinto muito, meu celular descarregou e só agora que vim colocar para carregar. Foi ai que eu escutei as suas mensagens.

– Você está aqui, vamos entrar – Abro a porta novamente e somos recebidos por um coro de vozes:

– Feliz festa de despedida – Gritam todos. Edward fica extasiado com o que vê. Abre um enorme sorriso e fica um pouco sem graça.

– Edward, você está atrasado, já estava achando que você não vinha – Renee agarra seu braço e o leva para longe de mim. Meu coração ainda bate a mil, minhas mãos estão suando, eu estou tão feliz que ele não desapontou a Renee, ela ficaria um poço de tristeza.

Deus, a quem eu estou tentando enganar? Eu estava morrendo de medo de não vê-lo de novo. Obrigada, Senhor, eu subiria uma escada enorme se tivesse. Mas, deixa para a próxima.

Junto-me aos meus primos e vejo a Lyne descendo com a cara mais ou menos. Ela ainda está um pouco enjoada e ficou puta da vida quando a obriguei a descer para se juntar a nós. Mas, ela veio, pelo menos vi que tem amor ao coro da sua bunda.

Minha mãe saiu apresentando o Edward a algumas pessoas que estavam lá, não muitas, só alguns amigos dela que ela queria porque queria que o Edward conhecesse. Coitado. Mas ele não parece está muito se importando. Sento-me do lado da Lyne, no sofá, e pego um copo de bebida, dando uma golada só.

– Vai com calma, ai – Fala me olhando.

– Sou maior de idade, faço o que bem quiser.

– Caramba, que humor você está hoje. É por causa do bonitão ali?

– Como assim?

– Ah, vai vir com essa para cima de mim?

– Sabe, às vezes eu prefiro quando você está bancando a chata e sai de perto de mim – Ela ri.

– Acho que hoje eu vou ficar aqui, vendo você pagar de idiota – Bate nas minhas costas – Obrigada por ter me obrigado a descer e se juntar a vocês.

– Vai se danar – Bebo o resto da bebida, já pegando outra. Com um tempo, precisei ir ao banheiro, a bexiga exigia isso. Passei pela movimentação e vi que o Edward estava se divertindo muito. O sorriso não saia do seu rosto. Por um instante, seu olhar cruzou com o meu e ele sorriu mais ainda. Retribui o sorriso e segui para o banheiro lá encima. Esvaziei tudo o que tinha que esvaziar, bebi um pouco de água e sai. O som lá em baixo ficou um pouco mais alto ou é a minha cabeça que está doendo demais. Resolvi dar um tempo no meu quarto, deitar um pouquinho na cama para ver se alivia.

Deitei em movimentos lentos, até encostar a cabeça no travesseiro e soltar um baixo gemido de prazer aliviante.

– Hei, ai está você – Levanto um pouco a cabeça e vejo Edward adentrar o quarto – Estava te procurando. Tudo bem?

– Sim, só uma pequena dor de cabeça.

– Quer que eu busque algum remédio?

– Não, só vou ficar deitada aqui e já passa.

– Vou te fazer companhia – Deita ao meu lado e automaticamente deito perto dele.

– Mas e a sua festa?

– Está bem legal, mas prefiro você – Sorriu com isso.

– Obrigada – Ele beija o alto da minha cabeça.

– Bella, eu preciso te falar uma coisa – Se desvencilha de mim e senta. Por mais que minha cabeça proteste, eu faço o mesmo.

– Eu já sei o que você vai falar...

– Não, você não sabe.

– Claro que sei: você vai viajar amanhã, o que a gente teve foi legal, mas vai ter que acabar. Eu sei, eu entendo... - Me cala com o seu dedo em meu lábio.

– Não, Bella, não é nada disso – Fica de frente para mim e segura minhas mãos – O que eu quero falar é: Bella, aceita ir para Nova York comigo? - Sou totalmente pega de surpresa.

Eu esperaria tudo, até mesmo um convite da NASA para viajar até marte, menos isso.

Até que ia ser legal viajar à Marte, comer comida que vem em umas embalagens parecidas com pasta de dente, flutuar na gravidade, ver uns “etezinhos”...

Foco, Bella, o assunto aqui é outro.

Edward está me fitando, e seu sorriso vai diminuindo conforme o tempo vai passando e eu não respondo nada. Eu quero isso, eu quero deixar tudo aqui e ir passar uma semana com o Edward em Nova York? Deixar minha mãe, que está passando por todo esses problemas com minha irmã e o meu pai tá viajando? Eu estou pronta, não está muito cedo demais para eu tomar uma decisão tão séria assim?

– Edward – Se ele fosse um cachorro, suas orelhas estariam em pé agora com tamanha atenção que ele me deu quando falei – É um convite maravilhoso, eu realmente fui pega desprevenida. É muito gentil da sua parte...

– E?

– Mas, eu não posso aceitar o seu convite.


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Notas finais do capítulo

Meu Deus, Bella, você vai ser apedrejada, menina!!! Corre!!! hahahahaha
Comentem, dilicinhas, até semana que vem. Beijokas