Nossa Canção escrita por Day Marques


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Hei cookies, eu acho que estou atrasada, né? Essas duas últimas semanas foram uma loucura, eu estava lutando por um emprego que queria muito. Foi maior sufoco e muita luta, mas consegui... ESTOU EMPREGADA!!!
Mas vamos ler que é o que mais importa....



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Agora faltam quatro, cinco segundos para eu enlouquecer. E ainda temos mais três dias até sexta-feira. Estou apenas tentando voltar para casa na segunda de manhã. Juro que queria que alguém me disse. Oh, é tudo o que eu quero – Cantava a música da Rihanna enquanto terminava de rechear o bolo de morango e chocolate. Lambi os dedos e pus a música para repetir.

Não pude deixar passar a semelhança, pouco, muito pouco, com a minha situação agora.

Parti uma grande fatia do bolo para mim e me sentei no sofá. Voltando a adolescência, estava assistindo maratona de Os caça-fantasmas. Como não amar? Com a barriga cheia, deitei no sofá e meu olho estava quase criando vida própria, até meu celular tocar. O que é isso, o Edward me ligando uma hora dessa?

– Eu! - Atendi.

Bella...Ah, Bella – Puta merda, o cara tá bêbado.

Cara, me dá esse celular aqui – Escutei Emm dizer. Veja bem, se eu fosse uma pessoa do bem, eu ia desligar e poupar ele desse vexame. Mas, já deu pra ver que eu não sou. Então, quero ver, melhor, quero ouvir o que ele tem a dizer.

Não – Acho que o celular caiu de sua mão – Agora sim – Prendi o riso – Bella, eles querem me impedir de dizer o que eu preciso dizer. Mas, eu não posso ser parado. Don't stop, believe it – Cantarolou. Puta que pariu, ele não cantou essa merda, morri! - Eu sou um cara que luto pelo que eu quero. Bella, eu quero você pelo resto da minha vida. Fica comigo, eu desisto de tudo por você.

Okay, já deu – Jake falou ao fundo – Bella, esse cara tá muito louco aqui.

Me dá esse celular aqui, Jacó – Gargalhei alto ao ouvir isso.

– Jake, pelo amor de Deus, leva esse menino para o hotel e põe ele para dormir enquanto pode. Já pagou mico demais por hoje.

Bella, não me deixe – Jesus, tem piedade desse pobre.

Desliguei o celular e voltei a assistir TV. Claro, logo após minha crise de risos. Definitivamente, alguém tem que criar um aplicativo que bloquei o celular quando a pessoa estiver bêbada. Ah, o álcool, desgraçando vidas desde seu primeiro gole. Já que amanhã eu trabalho, vou me deitar e dormir cedo que é melhor.

Botei as coisas na cozinha e com o celular em mãos, deitei-me na cama. Gemi de satisfação por sentir o colchão quente e fofinho embaixo de mim. Que delicia! Estava quase beijando o James Dean. Mas o meu maldito celular começou a tocar.

– Puta que pariu, quem é uma hora dessa? - Berrei.

– Calma, mal-humorada.

– Pelo amor de Deus, Nessie, o que você quer?

– Meu Deus, acho que a gente empatou uma foda – Ouvi ela sussurrar para alguém.

– Vou bater em você!

– Ok, ok, já parei – Ela sabe que eu bato mesmo – Eu só estava entediada e quis te ligar para saber se você quer ir para um barzinho ou coisa do tipo, comigo e as meninas.

– Ali e Ângela estão ai?

– Sim, a ideia foi dela.

– Poxa, Nessie, eu adoraria. Porém, amanhã eu tenho que trabalhar e não posso chegar com ressaca. Vou ter que fazer hora extra por ter faltado hoje.

– Tem certeza? A gente pode voltar antes das dez – Mirei o relógio e eram oito e meia.

– Não prima, sinto muito. Deixa isso para a próxima semana, vou estar de férias e podemos aproveitar adoidado.

– Tudo bem, semana que vem, então.

– Boa noite, meu amor. Manda um beijo para as meninas – Nos despedimos e pude finalmente, quase, voltar para o meu sonho maravilhoso de antes.

[…]

– Eu te disse que você não viria ontem – Patty invadiu minha sala com um grande sorriso no rosto.

– Não enche, estou de mau humor porque vou ter que ficar até as 20:00 da noite.

– Só gosto que saibam quando estou certa.

– Claro, até porque você nunca teve uma boa trepada. Daí, gosta de se divertir nas custas dos outros.

– Au – Pôs a mão sobre o peito – Essa doeu.

– Você sabe que é verdade – Revirei os olhos.

– Você tem razão – Caiu na cadeira a minha frente com fisionomia de cansada.

– Por que não convida logo o Sam para sair? Você sempre foi a pessoa a tomar a iniciativa.

– Bella, é diferente dessa vez. Estou ficando velha, tenho 32 anos e preciso sossegar.

– O Sam é o tipo de cara que se procura quando quer sossegar.

– Exato! Por isso tenho que tomar cuidado para não estragar tudo – Suspirou – Eu sinto que realmente gosto dele.

– Ambos gostam um do outro, isso é mais que obvio. Tomem uma atitude logo antes que acabem se machucando. Sozinhos...solitários...depressivos...

– Ok, ok, já entendi – Levantou-se num salto – Quer saber? Vou acabar com isso agora mesmo.

– Acabar com o que? - Até eu me assustei e quase cai da cadeira quando o Sam apareceu na porta.

– Sam, oi – Olhou-me assustada – O quê? Acabar com o quê?

– Não sei, P, vocês que estavam falando sobre isso – Riu.

– Ah é, claro. Bom...eu ia acabar com...com...

– Ela ia te perguntar se você queria jantar com ela, essa noite, hoje mesmo – Respondi por ela, pegando ambos de surpresa. Qual é, todo mundo deve estar me agradecendo por isso.

– Wow, bom – Riu sem graça – Você me pegou desprevenido.

– Tudo bem, Sam. Eu entendo.

– Não é isso, é só que não vou ter tempo suficiente para fazer uma reserva – Os olhos dela se iluminaram de felicidade.

– Deus, você me assustou – Soltou a respiração com força – Se não tiver problema, podemos fazer isso na minha casa – Levantei a sobrancelha sem acreditar.

– Se estiver bom pra você, por mim tudo bem.

– Combinado, ele aparece na sua casa às sete. O que é... - Olhei as horas – Daqui uma hora. Vão embora logo que eu tenho que trabalhar.

– Tão delicada – Disse Sam – Te vejo às sete em ponto – Saiu rindo para nós duas.

– De nada – Gabei-me.

– Você é do mal – Abraçou-me – E é por isso que eu te amo. Obrigada.

– Vai se divertir, quero muito que vocês se acertem – Sorri.

– Bells, e sobre você? Como vai ficar com o Edward?

– Não vou planejar nada, amore. Vou deixar rolar e ver o que acontece até segunda. Ou melhor, até domingo.

– Boa sorte. Eu nunca mais tinha visto esse brilho nos seus olhos desde o Scott.

– Eu não estou com brilho nenhum, não – Tapei os olhos.

– Continue dizendo isso a você mesma, querida. Beijos, te vejo amanhã. Ah, lembre-se, amanhã é sexta, a sua despedida!

– Odeio vocês – Falei quando fechou a porta. Cocei os olhos e bocejei, acho melhor ir pegar um café, tenho que manter acordada pelas duas horas que ainda tenho.

Parei em frente a porta dos elevadores e apertei os dois botões. O que chegar primeiro, eu entro.

O elevador de serviço chegou primeiro e entrei. Desci no primeiro andar e segui para a cantina, peguei um suco de goiaba com leite e um sanduíche de frango.

Comi tudo ali mesmo, tenho uma lei de jamais comer perto das coisas do trabalho. Não depois daquele desastre. Derramei suco de uva encima dos documentos e passei uma semana dormindo apenas duas horas, para refazer tudo. Não, nunca mais! Paguei a refeição e fui para o elevador de novo, mais uma vez peguei o de serviço.

Quando chegou no segundo andar, ele parou. Droga, isso não é bom! O Sam apareceu assim que as portas abriram, ele empurrava uma maca com uma criança com a roupa manchada de sangue e cortes no rosto e braço.

– Sam, o que houve? - Perguntei assustada.

– Acidente de carro – Sem saber o que fazer, apenas me espremi no canto e deixei que ele entrasse com a maca.

– Droga – Praguejou – Teffy, esqueci o relatório na sala, vá buscar e me encontre no andar de cirurgia – Assim que falou, apertou o botão do andar. Começamos a subir e ele não parava de bater o pé.

– Calma, Sam, vai ficar tudo bem.

– Bells, a vida dessa menina está em minhas mãos. Temos que fazer uma cirurgia urgente – Ele terminou de falar e a menina começou a sufocar e se debater.

– Ai meu Deus! - Gritei desesperada. Sam subiu encima da maca e se pôs a massagear o peito da garota. Mas, ela não mostrava progresso. Eu fiquei em choque e não conseguia me mexer.

– Bella! - Percebi que Sam gritava comigo a um tempo – Você tem que me ajudar. Bella!

– Eu...o que você quer que eu faça?

– Eu vou fazer massagem cardíaca e você sopra ar pela boca dela, tudo bem? - Balancei a cabeça freneticamente e me pus ao lado da garota. Segurei seu nariz e empurrei sua cabeça um pouco para trás. Ele massageou cinco vezes e mandou eu soprar. Puxei uma grande lufada e soltei em sua boca. Nada!

– Vamos garotinha, por favor – Implorei. Sam massageou mais cinco vezes e soprei em sua boca. Nenhuma reação.

– Não faz isso comigo, não faz isso comigo – Gritei já em prantos. Depois de mais cinco tentativas, estávamos prestes a desistir. Então, quando soprei uma última lufada, senti algo quente em minha boca. Afastei-me na hora e cuspi.

Sangue!

A garota começou a tossir e pôr mais sangue pra fora. Sam segurou sua cabeça para o lado e deixou que ela “vomitasse”.

– O coração está bombardeando muito sangue, era isso que estava a sufocando – Eu fiquei no canto do elevador, ainda em choque e feliz ao mesmo tempo.

– Bom trabalho, Bella – A porta do elevador abriu, o que pareceu uma eternidade, e já tinha uma equipe o esperando.

– Ela precisa fazer a cirurgia urgente, quase a perdemos – Eles saíram correndo e o enfermeiro que ficou para trás, me ajudou a sair do elevador e me sentou num banco próximo.

– Você está bem?

– Acho que sim – Falei quando sai do transe – Ela cuspiu sangue na minha boca.

– Você é durona, se fosse outra pessoa, teria... - Ele não teve chance de terminar, me curvei mais rápido que o normal e vomitei perto dos seus pés – Vomitado.

– Desculpe – Gemi de vergonha.

– Tudo bem. Fique aqui, eu já volto – Sumiu pelo corredor e fiquei com a cabeça encostada na parede. Num olhar rápido, notei que minha blusa estava manchada de sangue. Ótimo! - Calma, Bella, é só não olhar e respirar pela boca – Falei a mim mesma. Baixei a cabeça e fiquei respirando pela boca, para não sentir o gosto do sangue.

– Aqui – Levantei a cabeça e vi o enfermeiro, que usava sapatos limpos – Beba isso e isso – Entregou-me um copo com água e um comprimido – Vai evitar que volte a vomitar.

– Meu herói – Sorri e bebi toda a água – A garotinha, ela vai ficar bem?

– Ela está na sala de cirurgia agora, mas acho que vai ficar bem sim. Você fez um ótimo trabalho – Sorriu amigável.

– Obrigada, você foi muito gentil. Acho que depois dessa, eu tenho licença para ir pra casa – Sorri e me levantei, me despedindo dele e seguindo, agora, pelas escadas. Chega de elevador por hoje.

Peguei minhas coisas na sala e desci as escadas até o estacionamento. Meu estômago ainda reclamava um pouco do ocorrido a pouco tempo atrás. Respirei fundo várias vezes para não voltar o vomitar. Como odeio ter fobia de sangue, ainda bem que não segui a carreira de médica. Já pensou? Iam ser duas pessoas precisando serem socorridas, eu e a coitada da paciente. Deus é pai!

Estacionei na garagem e segui para as escadas. Quando abri a porta, dei de cara com o Edward indo em direção ao elevador.

– Edward – O chamei e ele virou surpreso – A quanto tempo está aqui?

– Eu vim cedo pensando que estava em... - Olhou para minha blusa e seus olhos brilharam de preocupação – O que aconteceu? Está com a roupa melada de sangue. Sofreu um acidente?

– Calma – Sorri – Foi uma pequena bagunça que aconteceu no hospital. Vamos entrar, minhas pernas estão gritando por alívio – Destranquei a porta e deixei que passasse primeiro, joguei as chaves encima da mesa e me joguei no sofá.

– Então, o que aconteceu? - Insistiu no assunto. Contei a ele o meu dia entediante até o danado do ocorrido, que, com certeza, vai me deixar traumatizada para sempre.

– Caramba, que loucura. E como você está?

– Eu vomitei nos pés de um enfermeiro – Lembrar do ocorrido fez meu estômago roncar. Edward gargalhou e sentou no mesmo sofá que eu e pôs meus pés em seu colo.

– Tadinha, imagino o vexame – Tirou meus sapatos e começou a massagear meus pé direito, com tamanha delicadeza, que tive que ser forte para não gemer – Você está com uma fisionomia de muito cansada.

– E estou. Na verdade, não tenho a mínima vontade de levantar daqui – Bocejei.

– Se quiser – Deu atenção agora ao meu pé esquerdo – Eu posso preparar algo para você comer, enquanto toma banho.

– Seria ótimo, não sei se teria disposição para preparar algo – Sorri para ele e o silêncio se instalou. Observei aquela cena, nós dois, ali sentados, enquanto ele massageava meu pé como se fossemos íntimos. Não é uma coisa ruim, afinal. Pigarreei e me pus de pé.

– Vou tomar banho, volto em um minuto – Quase cai quando me pus em movimento. Minhas pernas estavam bambas e meu pés meio que dormentes. Só não sei se pelo cansaço ou por ter tido as mãos de Edward nelas.

Tomei um banho demorado de banheira, acho que levei quase meia hora, vesti um pijama de frio, eu não me importo se ele está aqui, essa sou eu e estou cansada demais para me preocupar. O cheiro que estava vindo da cozinha me fez quase flutuar, como naqueles desenhos animados, direto para a cozinha.

– Nossa, que cheiro maravilhoso.

– Obrigado, tentei fazer algo rápido – Aproximei-me e espiei os pratos sobre o balcão.

– Hum, macarrão com queijo – O olhei debochada – Você é um mestre cuca – Sentei e não esperei por ele, já fui abocanhando com tudo e queimei minha língua. Mas danasse, isso está bom demais.

– Caramba, que maravilha. Você precisa casar comigo... - Calei-me no mesmo instante. Droga, eu e minha boca solta.

– Podemos pensar nisso – Falou com bom humor, mas vi que tinha algo mais. Terminamos e ofereci um pedaço do meu bolo a ele, que quase leva tudo. Sério, rolou até uma briguinha. Amigos, amigos. Comidas, principalmente chocolate, a parte. Sentamos no sofá e liguei a TV, deixei em um canal de filmes de comédia e ficamos assistindo. Eu estava quase cochilando, Edward me puxou para seu peito e não protestei. Deitei ali e ficamos em silêncio por um tempo, apenas escutando o som da TV e nossas respirações. Caramba, eu quero muito beijar ele agora. Mas, até isso estou com preguiça.

– Edward

– Hum?

– Por que veio aqui hoje e ficou me esperando?

– Depois de ontem, queria me desculpar pela cena vergonhosa que fiz ao te ligar – Acabei rindo.

– Não foi vergonhoso, foi engraçado. Ninguém nunca me ligou no meio da noite, bêbado, se declarando to jeito mais tosco do mundo – Levantei a cabeça e ficamos cara a cara – Obrigada, foi legal – Sem pensar, dei um leve selinho nele e voltei a deitar em seu peito.

– De nada – Apertou-me mais ao seu corpo. Soltei outro bocejo e meus olhos se fecharam quase automático – Devia ir se deitar, está muito cansada – Levantei-me e me espreguicei.

– Vem comigo, pode ficar hoje – Estendi a mão e ele aceitou sem pensar duas vezes. Ele me fez deitar na cama e puxou o cobertor até meu pescoço. Meus olhos pesaram e me acomodei mais ao sentir ele deitar ao meu lado.

– Boa noite – Sussurrei – Obrigada por cuidar de mim hoje, eu realmente apreciei isso.

– Estou sempre aqui, sempre que precisar – Beijou o alto da minha cabeça e alisou meu cabelo até que eu caísse no sono, o que não demorou muito.


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Notas finais do capítulo

Mas gente, que turbilhão de emoções, em? Então, estão gostando bastante da fic? Quero todo mundo comentando e dizendo o que estão achando.
Não se preocupem, não é porque vou começar a trabalhar que vou deixar de postar. A fic já está praticamente toda escrita, então não corre perigo de ficar em hiatus.
Beijokas, cookies, até semana que vem...