Nossa Canção escrita por Day Marques


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Cookies, amei os comentários de vocês kkkkk.
Vamos ler?



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— Lyne, levanta. Já são quase 12:00 e temos que ir para casa. Separei uma roupa para você. Apresse-se, não quero pegar muito trânsito.

 

Ela me olha desconfiada e levanta, entrando no banheiro do corredor.

 

A noite foi um pouco complicada, mal consegui pregar os olhos. Pedi a Deus que hoje fosse um dia melhor e que a Lyne cooperasse. Ela sabe o quanto é importante o dia do Natal para nossa família. É o único tempo de festa que a família toda se reuni e celebra. Até agora ela está tranquila, mas tenho calafrios só de imaginar que ainda temos o dia todo pela frente.

 

— Estou pronta – Fala emburrada.

— Quer comer algo?

— Só vamos embora logo – Caminha até a porta e a sigo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Chegamos em frente a casa e um cachorro enorme pula encima de mim.

 

— Ralf! - Grito – Ralf, sai de cima de mim – Caiu na gargalhada quando ele começa a me lamber. Ralf é o cachorro do meu tio Joseph, o que significa que ele já chegou. Consigo me desviar do Ralf e corro para dentro da casa.

— Isabella – A esposa do meu tio, Weylla, vem me cumprimentar.

— Oi, Weylla. Como vai?

— Muito bem, animada para hoje – Fala pelos cotovelos. Ela é uma pessoa bem falante, gosta de falar até umas horas. Adoro quando ela vem nos ver, ela nos diverte e nos faz rir horrores.

— Também estou – Sorriu – Onde estão todos?

— Lá fora na área da piscina – Solto-me dela e vou ao encontro do pessoal. Estão todos sentados a mesa, rindo e a única que continua com a cara fechada é a Lyne. Novidade! Reviro os olhos.

 

— Família, cheguei – Abro os braços.

— Vejam só se não é minha sobrinha linda – Tio Joseph me levanta no ar, mas logo me devolve ao chão – Droga, estou ficando velho. Não tenho mais forças para te levantar, está crescida.

— Tio, o senhor diz isso toda vez que me vê. Eu não posso crescer tanto assim – Sorriu e me acompanham.

— Estava me perguntando porque a sua irmã está tão quieta. E onde está o imprestável do seu irmão.

— Hey, não fale assim de mim. Ainda bem que cheguei a tempo de me defender – Emm nos abraça e meu tio resmunga.

— Pare de tomar bomba, garoto. Vai explodir desse jeito.

— Respeita a maça do rapaz, homem – Emm bate nos braços e no peito. Dou uma gargalhada alta.

— Parem vocês dois, parecem duas crianças – Mamãe vem até mim e me abraça – Senti sua falta, filha. Desculpe por tudo.

— Não vamos falar sobre isso agora, ok? Vamos apenas nos divertir – Beijo seu rosto.

— A Lyne está tão quieta, o que você fez com ela?

— Só tivemos uma conversinha – Viro-me para ela, que está nos observando – Não é mesmo, irmãzinha?

— Tanto faz – Revira os olhos.

— Ah, o espirito natalino. Vocês não sentem no ar? - Papai respira fundo e solta devagar. Vou até ele e lhe abraço apertado.

— Obrigado, querida. Eu te amo – Sussurra em meu ouvido.

— Te amo mais, velhote – Tomo um lugar ao seu lado e ao lado da Lyne e suspiro – Mãe, cadê meus avós?

— Devem estar descendo, chegaram junto com seu tio.

— Qual a nova desse ano? - Todo ano, quando meus avós vem para o Natal, eles chegam com uma história nova. Nem te conto!

 

Teve uma vez que eles dois se inscreveram em um acampamento em que o pessoal estava “caçando” Pés Grandes. Menina, que bagunça que foi isso, teve direito até a polícia no meio. Meu avô foi preso por filmar um cara e depois sair espalhando por ai dizendo que tinha encontrado um Pé Grande. O ser não passava de um homem cabeludo, peludo e bêbado e que quase processou meu avô. Resumindo, foi uma desgraça.

 

Quero só ver qual é a desse ano…

 

 

— Meus netinhos! - E lá vem eles.

— Vovó – Lyne corre até ela. Eu sei, é bem esquisito ver ela animada assim. Se você acha meus pais horríveis por terem mimado demais a Lyne, vão querer matar a minha vó. Ela só falta deitar no chão para a criatura passar por cima. Ela também nos mima, a diferença é que eu e o Emm não nos aproveitamos disso.

— Lyly, que cara pálida é essa? Não tem sol nessa cidade? Coloca pelo menos uma maquiagem, minha filha, está parecendo um zumbi – Beija sua testa – Mas ainda continua linda – Sorriem uma para a outra. Minha família é bem louquinha, mas meus avós ganham de lavada.

— Bella, como está você? - Vem me abraçar, mas já me observa com seus olhos de gaivota – Fiquei sabendo que está de namorado…

— Eu não…

— Calada, estou falando – Faz cara séria, mas logo sorri doce – Quando vou conhecê-lo?

— Bem, eu não sei.

— Como assim? Que namorado desnaturado é esse?

— Vó, ele não…

— Enfim – Deixa-me falando sozinha e vai falar com o Emm. Ooook, isso é só o começo, pessoal.

— Bey, que saudades – O meu avô acabou adotando o apelido que o Emm me deu.

— Oi, vô. Também senti sua falta.

— Precisa ir nos visitar mais vezes, três vezes no ano é pouco.

— Vou ver o que posso fazer – Sorri para ele e lhe beijo – O que andou aprontando esse ano?

— Ah, segredo. Vamos contar apenas no jantar de hoje a noite.

— Acho que estou com medo – Ele gargalha.

— É algo bom – Meu Deus, não é algo bom!

— Se você diz…

— Para a família ficar completa, só falta agora a tia Clau e companhia – Diz Emm.

— Podemos ir lá para dentro e almoçar? - Peço.

— Sim, esfomeada – Mostro a língua para Emm.

— Como se você não estivesse pensando o mesmo – Ele dá de ombros e pega a Lyne e joga em suas costas. A mesma tenta não rir, mas sei que ela acha isso divertido. Ela sempre amava quando o Emm fazia isso com ela quando pequena. Sorriu para ambos e sigo o bando.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Já são 17:00 da tarde e estou pedindo a Deus que o dia chegue logo ao fim. Meu Deus, eu amo minha família, mas, mas que povo barulhento e bagunceiro. Estou no canto do sofá, escutando as conversas sem sentido e pervertida desse povo e apenas morrendo de rir, enquanto meus três primos de sete anos tocam terror na casa.

 

Vou te contar, meus tios tentaram de tudo para educar essas pestinhas, mas parece que já nasceram com o sangue de terrorista. Até colégio interno já tentaram, mas os danados tocaram fogo na cantina da escola e claro que foram expulsos. Desde então, temos que sobreviver as suas traquinagens. Os amo, mas tem horas que só quero chutar um pra bem longe de mim. Vocês já devem ter percebido o quanto eu sou amorosa com crianças, certo?

 

Isso me fez lembrar do pequeno Dior, aquele pequeno está me fazendo falta. Ele nem me ligou esses dias.

 

Será que já me esqueceu? Será que já mudou de profissão e resolveu seguir em frente? Não quero nem pensar…

 

E o Edward, nem sinal de que está respirando, de que ainda habita esse planeta, ele me deu. Suspiro longamente e percebo que estão todos me olhando.

 

— O quê? - Pergunto.

— Estou te perguntando: cadê o seu namorado? - Pergunta minha prima Joyce.

— Podemos deixar esse assunto de lado?

— Está vendo? Eu te disse, se tivesse ficado comigo, não estava nesse sofrimento – Meu primo Teddy fala e sua esposa Milla revira os olhos.

— Um traste como você, ninguém merece. Agradeça por ainda me ter – Ele lhe abraça e beija.

— Eu também te amo – Rimos. Ela não liga de ele “dar em cima de mim”, já está acostumada. Sempre teve esse costume e quando ela entrou para a família, sabia que eramos todos malucos, afinal, ela era minha amiga.

— Teddy, se eu tivesse te escolhido, estava muito ferrada agora.

— É verdade – Minha tia comenta, nos fazendo rir.

— Bom, já está na hora de todos nos organizarmos – Espreguicei-me e fui para meu quarto. Não estava muito animada, então nem fiz muito esforço para me arrumar. Coloquei a roupa que minha tia já havia separado e soltei os cabelos, que estava um pouco ondulado por estar com uma trança anteriormente.

 

Quase sou derrubada da escada pelos meus amados primos. Eles passam correndo e vão direto para a sala de jantar.

 

Vou te confessar, minhas unhas mal existem, praticamente extintas de tanto que já as rui. Estou muito nervosa, estou com dor de barriga, morrendo de medo que o Edward não venha hoje.

 

Se ele não aparecer, significa que está tudo acabado? Que não vamos ao menos tentar consertar as coisas e fazer dar certo mais uma vez? Se é que deu certo alguma vez. Talvez eu devesse ter ligado, mas também penso que ele devia ter ligado. Eu estava com problemas, não ele. Como eu poderia ter tempo para parar por um segundo e ligar para ele?

 

Meu Deus, eu já nem sei mais o que eu estou pensando ou falando. Se eu abrir a boca agora, capaz de sair um jato de vômito de minha boca. Ai, eu preciso beber!

 

Entro na cozinha e abro a geladeira, sentando a sua frente com a mesma ainda aberta. Pego uma garrafa de champanhe e nem faço o favor de pegar um copo. Depois de quase levar uma rolhada na cara, abro a garrafa e bebo quase tudo de uma vez. Não que esteja adiantando muita coisa, mas já sinto meus nervos se acalmarem um pouco. A campainha toca e em um salto estou em pé.

 

— Eu atendo! - Grito e saiu correndo, desviando da minha prima Willi que brincava com o jarro favorito da minha mãe. Mas, o que tem demais ela brincar com um jarro de 20.000 dólares? Abro a porta esperançosa, mas meu sorriso murcha ao ver um entregador de flores.

 

— Boa noite, senhora Renee?

— É a minha mãe – Tento não parecer carrancuda – Em que posso ajudar?

— Sua mãe fez algumas encomendas de flores mais cedo. Onde posso deixar?

— Pode colocá-las ali na mesa – Mostrei-lhe o caminho e depois assinei alguns papéis. Estou me afastando da porta, quando a campainha volta a tocar.

 

Será que pode ser ele agora?

 

Os meus primos passam correndo por mim e abrem a porta sem sequer saber quem é. Meu frio na barriga passa imediatamente ao ver um grupo de cantores de música natalina.

 

— Boa noite, senhora, gostaria de ouvir alguma música? - Um homem barbudo, de um Inglês bem mixuruca, me pergunta.

— Não, muito obrigada.

— Ela quer escutar a música “Noite encantada” - E começa uma barulheira danada na minha porta.

— Não, não! - Tento falar por cima do barulho – Eu não quero ouvir nada, parem!

— Que lindo, ela está emocionada. Cantem! - Meu Deus, eles ouvem tudo ao contrário!

— Calem a boca, eu não quero nada – Meus primos já estavam atrás de mim, se acabando de rir e fazendo danças ridículas com as músicas. Finalmente se faz silêncio e eles me olham com sorrisos orgulhosos.

— Mais algum pedido, senhora?

— Ela adora aquela música “All I Want For Christmas Is You” - Luke fala para eles.

— É para já.

— Não – Choramingo. Eu odeio essa música, eu vou matar essas pestes ambulantes – Por favor, parem – Eles continuam como se eu estivesse amando – Puta que pariu, parem de cantar! - Grito em plenos pulmões. É tiro e queda, a música para instantaneamente e eles estão me olhando com cara de assustados.

— Calma, senhora, também não precisa ser grossa – Seu maldito Inglês está me dando nos nervos.

— Vão embora – Rosno.

— Nós iremos… Assim que nos pagar – Escancaro a boca.

— Como é que é? Eu não vou pagar porcaria nenhuma, não pedi por isso – Sinalizo para a bagunça que eles chamam de banda.

— Tudo bem – Olha para algo do outro lado da rua – Olha só, que sorte a nossa, tem uma viatura bem ali a frente. Se a senhora quiser, podemos ir lá conversar com eles… - Mas que desgraçados.

— Vão para o inferno!

— Ô senhor…

— Ok – Malditos – Tomem aqui seu dinheiro – Jogo uma nota de 20 dólares nele.

— Isso aqui não… - Fecho a porta na cara deles e viro furiosa para os três demônios atrás de mim. Josh sorri constrangido e me oferece um copo que parece ser água.

— Bella, desculpa, a gente estava entediado. Toma aqui um pouco de água e se acalma, foi uma brincadeira muito estúpida – O encaro desconfiada, mas estava mesmo com sede. Pego o copo de sua mão e cheiro para ver se não é nenhuma pegadinha.

 

 

Hum, não tem cheiro de nada.

 

 

Tomo uma boa golada e segundos depois minha boca está pegando fogo.

 

 

— Meu pai, isso é pimenta! - Grito – Água, eu quero água – Por que, Senhor? Por que eu ainda faço isso? Assim que gritei por água, sinto um jato cobrir meu corpo e me ensopar por inteira. Solto um grito de surpresa e largo o copo no chão, quebrando no mesmo instante.

 

— Meninos! - Papai entra na sala e vê a tremenda bagunça que os pirralhos estão fazendo – O que está acontecendo aqui?

— A Bella estava pedindo por água e a gente só estava lhe dando o que ela queria – Riem baixinho.

— Pai, eles me deram pimenta para beber.

— Ora, seus moleques – Escuto a voz da Joyce e logo a correria começa. Amarro meu cabelo em um coque e observo meu estado em frente ao espelho.

— Você está bem, filha?

— Vou trocar minha roupa – Saiu bufando de raiva. Aqueles miseráveis que não cruzem meu caminho, hoje eu não estou para brincadeiras. Abro o meu closet de um modo bem agressivo, batendo a porta na parede e arranco um vestido do cabide e arranco o meu do corpo. Retoco o pouco de maquiagem que eu estava usando e respiro fundo dez vezes antes de sair novamente. Ao chegar no meio do corredor, escuto a campainha tocar enlouquecidamente. Deus, eu juro, se for aqueles cantores de novo, eu mato um por um afogados num copo de água.

 

E ainda por cima, parece que está todo mundo pagando de surdo nessa casa.

 

— Ninguém vai atender essa porta, não? - Grito do topo da escada. Meu pai toma a frente e abre a porta, me fazendo tomar um susto tremendo ao ver os cantores ali parados…

 

Mentira!!!!

 

Era o Edward. Não apenas o Edward, com ele estava o Dior e a Rose.

 

— Oi, tia Bella – Dior corre e se abraça com meu corpo paralisado de surpresa.

— Ótimo, que comece o Casos de Família - Lyne bufa.

 

 


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Notas finais do capítulo

Gente, só eu odeio músicas natalinas? hahahaha,
Primos, sempre tem que ter umas pestes ambulantes para tirar seu sossego, certo? Senão, não seria família, oras...
Muuuuito obrigada pelos comentários anteriores, adoro vocês. Beijokas e até mais, cookies