– Mas, Bella, eu achei que a gente estava se dando super bem.

– Não é isso, Edward, é que isso é uma coisa muito séria. Você está se ouvindo? Está me convidando para ir à NY com você, é um passo e tanto.

– Eu sei, mas pensa bem. Isso que a gente está tendo é algo bom, não sei você, mas eu não estou pronto para acabar com isso. Eu gosto de ficar com você, gosto de ter você por perto – Fico sem reação. Eu também não esperava por isso.

– Você também pode conhecer NY, eu sei que você nunca foi lá e gostaria de ir.

– Eu sei, eu gostaria mesmo de ir. Veja bem, você está se equivocando, você vai estar trabalhando, muito ocupado, nem sequer vai ter tempo para ficar comigo.

– Sempre podemos dar um jeito, eu só faço shows a noite, duas semanas, podemos ter muito tempo livre.

– Edward...

– Bella, são apenas duas semanas, você vai e se caso não der certo, você volta. Eu não vou te impedir.

– É esse o problema – Levanto da cama e ponho os braços pra cima em sinal de frustração – Edward, pode ser fácil para você agir como se nada tivesse acontecido se caso nada der certo, mas não funciona assim para mim. Isso vai me machucar muito e eu tenho sentimentos, tenho coração...

– Meu Deus – Vem até mim e segura meus ombros – Não foi isso que eu quis dizer, desculpe, é claro que as coisas não são tão simples assim. Desculpe, eu só estou tentando, de um jeito bem tosco, eu sei, de fazer você ir comigo – Saiu de perto dele mais uma vez e fico olhando rua à fora pela janela.

– E se não der certo? Como vamos agir, o que vamos fazer?

– Vai dar certo, temos que fazer dar certo – Senta na cama e me olha com um sorriso – Esquece que você vai porque eu pedi, pensa que você vai porque está saindo de férias, se isso for te fazer se sentir melhor.

Ah meu Deus, penso frustrada, eu não acredito que estou mesmo sequer cogitando em fazer uma loucura dessas. Ele nem mesmo é meu namorado, aliás, eu nem sei o que somos. Eu vou me arrepender por tomar essa decisão... Contudo, também sei que vou me arrepender se eu não for.

Droga, eu me odeio!

– Ok – Suspiro derrotada. Ele se levanta e anda a passos longos até mim – Edward, não me faça me arrepender por isso, eu juro que te mato.

– Não vou, eu vou te compensar todos os dias – Sem pensar, ele acaba me beijando e sou pega de surpresa – Obrigado, obrigado por tornar tudo mais fácil – Espero que esse jeito fácil, não acabe comigo.

[…]

Dá para acreditar que estou em solos novaiorquino? Fiquei no mundo da lua quando passamos pela 5° Avenida e vi todas aquelas famosas lojas que vemos nos filmes. É tudo tão surreal, tão... Tão! Estamos hospedados em um grande hotel de luxo, o Trump Soho Hotel, é tudo tão perfeito. O chão brilha mais que a careca de um careca na luz do sol. As janelas são enormes, pegam do chão ao teto, a vista é maravilhosa. Ainda bem que é o pessoal que está pagando, porque nem em 50 anos eu teria tanto dinheiro para pagar uma noite nesse hotel.

Eu até ia me oferecer para ajudar a pagar a hospedagem, mas quando vi os preços, tive uma crise de tosse e resolvi que era melhor eu ficar calada. É né, pelo menos isso eu sei, a hora certa de ficar calada. Quer dizer, mais ou menos...

– Isso é tudo, senhor. Aqui estão todas as malas – Volto ao mundo quando escuto a voz do mordomo na porta. Acredita que aqui temos o nosso próprio mordomo? Eu sei, loucura.

– Bella – Edward fecha a porta com o pé – Uma pequena ajuda aqui?

– Ah, claro, desculpe – Pego umas três malas de rodinhas e levo até o quarto. Largo tudo perto da cama e quando estou saindo, paro no meio do corredor.

– Ai – Edward bate de frente comigo – Bella, o que foi?

– Acho que pegamos uma suíte com defeito – Aponto para o banheiro e ele começa a rir. O negócio é o seguinte, o nosso banheiro não tem porta!

– É muito comum ter isso aqui nesse hotel, achei que você soubesse – Acabo rindo da tamanha bizarrice – Podemos trocar, se você quiser.

– Ah não, tudo bem, a gente dá um jeito – Tipo eu só usar o banheiro para certas necessidades, quando você não estiver aqui.

– Bom, eu vou tomar um banho, estou exausto – Olho o relógio e são 23:00 da noite. Tivemos um pequeno atraso no voo e só podemos chegar essa hora. Dia cansativo.

– Vai mesmo, eu posso pedir algo para a gente comer?

– Ótima ideia, obrigado, baby – Sorriu para ele e vou até a sala, atrás de um telefone. Uma das coisas mais perfeitas aqui: serviço de quarto é 24 HORAS!!! Meu senhor, isso é um sonho e tanto. Acho que não é novidade para ninguém que amo comer. Peço coisas leves e vou separar uma roupa para tomar meu relaxante banho.

– A comida já chegou? - Edward aparece, enxugando seu cabelo e uma toalha enrolada na cintura. Caramba, se eu não estivesse tão cansada e faminta, eu poderia passar a noite toda com o Edward, fazendo coisinhas bem legais. Vejo que Edward está rindo para mim quando percebe que estou o secando. Limpo a garganta e caminho para o banheiro.

– Não, a comida ainda não chegou. Vou tomar meu banho, fica esperto – Entro no banheiro e faço menção de fechar a porta, só que minha mão passa direto e escuto Edward gargalhar. Droga, esqueci esse detalhe.

Dou de ombros e tiro minha roupa, entrando no box. Ligo o chuveiro e dou um grito quando a água, fervendo no meu ver, bate no meu braço. Abro mais a outra toneira e tento fazer com que fique numa temperatura agradável. Eu pensei que esse negócio de você ter que escolher entre água escaldante ou água congelante, só existia na Inglaterra.

Acabo lembrando da cara de alegria da minha mãe quando contei que o Edward pediu que eu viesse com ele à NY. Ela foi a que mais ficou feliz, meu pai, através do telefone, porque Renee teve que ligar para ele para contar tudo, foi um pouco contra. Disse que era para eu ter cuidado e aquelas coisas e tals. Mas, no final, acabou me apoiando e desejou sorte. Emmett, por mais que ame Edward como seu mais novo amigo, palavras dele, disse que não pensaria duas vezes em acabar com o magro corpo do Edward se algo me acontecesse. Riu quando lembro a expressão do Edward.

Enfim, tomei banho da melhor forma possível e visto minha roupa. Quando chego na “cozinha” a comida já está na mesa e minha barriga ronca como se soubesse disso. Claro que ela sabe, o cheiro está estupendo.

– Nem ouvi baterem na porta – Falo me sentando e começando a me servir.

– Eles são discretos a essa hora da noite – Assinto e começo a comer. A boa notícia é que não vamos estragar comida, porque comemos tudo. A má, é que mal consigo respirar de tão cheia que estou. Edward se levanta, vai até uma janela que está aberta e ascende um cigarro.

– Hey, não sabia que você fumava – Fico perto dele, mas na outra direção do vento.

– Só quando estou nervoso ou estressado – Sorri fraco.

– E você está nervoso ou estressado? - Que pergunta idiota, só basta olhar para o cigarro aceso em sua mão direita.

– Um pouco nervoso.

– Sério? Achei que vocês famosos já estavam acostumados com isso – Ele dá de ombros.

– Nem sempre, eu fico um pouco sempre que vou me apresentar ou vou em algum programa.

– Não sabia dessa. Mas, claro, às vezes eu esqueço que vocês são humanos normais, assim como nós – Ele ri para mim e apaga o cigarro. Puxa-me para seu peito e eu o abraço pela cintura.

– Amanhã começa a nossa vida, vai ser maravilhoso ter você por perto.

– É, acho que sim – Sorriu para ele de volta, sentindo um leve frio na barriga. Só Deus sabe o que vai acontecer nessas duas semanas.