She Stole My Heart escrita por Fucksoo


Capítulo 14
Minha Natureza


Notas iniciais do capítulo

OI GALERA LINDA DO MEU CORAÇÃO ~~sai correndo das facas~~
Gente, eu sei que passei uns 3 dias do combinado, sorry! Mas eu queria que esse capítulo fosse maiorzinho, porque eu sei que vocês estavam esperando por isso.
E vários segredos revelados! Mais história, mais emoção. Vocês não sabem o quanto eu fiquei empolgada com esse capítulo.
Não tem POV, mas de qualquer forma, vocês terão as informações que precisavam.
Enjoy!



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O ar frio daquela manhã insistia em atacar ferozmente o corpo desprotegido jogado debaixo dos escombros do que parecia ser uma pequena casa aconchegante, que foi queimada e apagada pela chuva há muito tempo atrás. O corpo insistia em não levantar, demonstrando a ligeira preguiça matutina conjunto á dor latejante em cada músculo. Os olhos pesados fitavam entreabertos a profunda ferida na perna direita, que agora, depois da chuva da noite anterior, estava soterrada debaixo de uma tábua que havia caído.

Gemeu com certa impaciência. Aquilo acabaria com seus planos de fugir daquele lugar o mais rápido possível, e agora teria de pensar em outra forma de sair dali sem que morresse no caminho. Imaginou nas suas chances infinitas de realmente estar vivo se não fosse egoísta e birrento, por causa de um simples problema aborrescente que provavelmente seria esquecido pelo tempo e por todos.

—Você é um idiota mesmo. -Sussurrou pra si mesmo. Tentou levantar-se para ver melhor a perna. Aquilo doeria, mas era a única forma. E de uma vez, puxou sua perna, urrando de dor depois disso, abraçando a própria perna numa tentativa de disfarçar a dor.

Tentou pela primeira vez levantar com a agora inútil perna direita, e sem sucesso desabou de novo no chão. Com a outra perna e os braços levantou-se e seguiu algum caminho mancando de forma miserável, quase não saindo do lugar.

Olhou de novo aquele cenário de terror e perseguição. Não se lembrava quando entrou nessa parte da floresta, só se lembrava de uma enorme massa de pele enrugada e musculosa escura sentindo sede de sangue por seu pequeno corpo magricelo. Talvez as feridas vieram com a corrida e as garras que passaram de "leve" por sua perna, quase trazendo sua morte.

"Eu não sabia que havia coisas assim na floresta" pensou, se perguntando como nunca havia visto um daqueles por ali, afinal sempre ia na direção do lago e mesmo que você muito longe, sempre voltava ao castelo.

Mas aquele dia foi diferente. Depois de correr sem rumo, chegou á um lugar inusitado, no qual nunca havia visto. Era engraçado, havia várias flores com aspectos diferentes, inusitados. Riachos saindo de árvores e coisas extremamente bizarras que nunca havia presenciado.

Estava maravilhado, e depois de um tempo naquele paraíso, já havia esquecido do porquê estava correndo para longe. "Era como uma armadilha" refletiu, enquanto se lembrava de tudo.

Depois de ver tanto aquele lugar, foi ai que ele foi pego de surpresa por aquela criatura, que não sabe se era um troll ou um ogro ou um homem grande e suado, mas aquilo com certeza queria carne humana na sua sopa.

Aquilo agarrou sua perna e fez a ferida profunda, deixando o garoto impossibitado de correr por muito tempo. Mas aquela coisa era pesada e lenta demais, então mesmo um trouxa manco conseguia fugir e se esconder daquela criatura.

"Mas a floresta não era perigosa assim, nunca foi na verdade!" sussurrou enquanto encarava uma árvore seca, sem folhas, sem vida, na sua frente. A floresta que conhecera era viva, e parecia conversar com ele á todo momento, e porque agora...?

Os sussurros do vento e o silêncio dos pássaros fazia aquilo parecer uma melodia funerária, e apesar de querer sair dali, tinha pena daquele lugar. Por um instante, queria poder curar de alguma forma a solidão e a morte de todo aquele lugar, mas não sabia como. Ora, ele não havia magia.

Magia era uma coisa que sempre quis ter, independente do que falavam. Mesmo que acarretasse responsabilidade, ou que teria que treinar para controlar os poderes, ele o faria, porque sua ambição na vida era ter uma mísera magia, nem que seja mesmo falar com plantas ou animais. Depois do que ouviu de sua mãe naquele dia triste, não deixou de sentir uma pontada de esperança.

Ele fazia o exame de reconhecimento mágico todos os dias, quando tinha tempo, e até quando havia criado algo e pensava que aquilo era magia. Isso era uma rotina, mas que infelizmente foi levada com o tempo. A troca do seu sonho pelas suas amizades se tornou mais alto, e o exame que era de dias, acabou se tornando por meses, anos, até chegar o momento em que ele não o fazia há mais de 4 anos.

Ele se esquecera temporariamente do que sua mãe havia dito, do que se tratava, e apesar de se importar em lembrar, não conseguia. Mas aquilo não era uma tortura para ele. Não mais. Era apenas as "últimas palavras" de sua amada mãe, e lhe vinha á cabeça de que ela apenas o queria por perto ou algo como "não chore".

E agora, naquele lugar sem vida, ele havia se recordado. Talvez a casa queimada lhe trouxe lembranças, talvez a pequena trilha de risco nas árvores de seus desenhos prematuros quando criança o havia feito lembrar. Uma parte que parecia escondida em sua própria memória, trancado á sete cadeados com correntes de um puro ferro que não poderia se quebrar facilmente. Ele havia lembrado de coisas que demoraria anos para lembrar, e nem todas erão boas.

Lembrou-se de quando sua mãe tentava incentivá-lo a usar magia, quando ela sempre dizia que a magia está dentro de nós e ela o abraçava como se a cada segundo fosse o perder, e ele não sabia o porquê daquilo. Seu pai tentando alcançá-lo no alto da árvore mais alta dos campos, mas ele era quase menor que seu filho, e causava gargalhadas tanto no garoto quanto na esposa. Daquela vez que quase se afogou no riacho, e sua mãe correu para buscá-lo, e quando o encontrou, viu que ele segurava um peixe machucado e tentava de todas as formas ajudá-lo. Lembrou-se do sorriso gentil de sua mãe e aquilo o abalou.

Olhando para a frente, ainda no meio daquela floresta escura e sem vida, avistou um pasto sem árvores, onde ele de uma forma misteriosa queria ir. A grama não era verde, mais parecia palha queimada no fim de seus dias. O céu no pasto estava mais claro do que ao redor, fazendo um estranho vórtice no meio do pasto.

Atrás de uma árvore, observava com cautela todos os lados e tentava se certificar que nenhum centauro ou qualquer coisa o caçaria ali. Foi se aproximando do lugar, finalmente entrando na linha de luz do vórtice.

O vento estava ficando mais forte a cada passo, e precisou esconder seu rosto cheio de cortes para evitar que areia entrasse em seus olhos. Olhou por fim para o meio e encontrou um anel estranho jogado no chão. Ele era de prata, com detalhes barrocos e tinha uma grande pedra coloridos com cores escuras que mudavam a cada vez que o via.

A luz do vórtice caía exatamente em cima da pedra, e esta refletia para todos os lados várias cores, mas todas foscas e frias. O vento já estava insuportável e o jovem teve uma grande (horrível) ideia. Com um rápido impulso, pegou o anel e uma onda de energia perpassou por todo o seu corpo.

Tudo havia ficado branco, e sentiu o chão frio, apesar de não haver chão nenhum. Apenas sabia que estava lá, em algum lugar, e o podia sentir. Não havia mais feridas, nem cortes, e nem perna inútil. Suas roupas estavam completamente brancas, sem nenhuma imperfeição ou mancha de sangue.

Tocou seu próprio rosto e o achou um tanto diferente. Quando olhou para o o próprio corpo estranhou o volume no tórax e as curvas. Seu cabelo estava maior que o normal, cacheado e macio. Era isso, ele não estava em si.

Ah não ser que toda a sua vida fora apenas um sonho e ela era uma jovem linda perdido no meio do espaço cheio de nada. Não, pensou que com certeza não era isso e se lembrou que havia pegado aquele anel.

Ele estava em suas mãos, da mesma forma como havia naquele pasto estranho mandando sinais para o vórtice. O rodeou entre o dedos e tentou achar o que tinha de errado com aquilo. Nada. Ele não deu o "choque" e nem fez nada de sobrenatural.

Algo ali não estava certo. Apesar de não ver chão, ele (ou ela) podia tocá-lo. Andou um pouco á frente e achou uma parede. Ao tocá-la, um grande nada aconteceu. Ele não entendia o que aquilo tudo queria dizer.

—Alguém está aí?! -Gritou, levando um susto quando percebeu sua voz feminina. Era familiar, mas ele não sabia de quem era.

Ouviu o eco da sua voz, e quando estava quase desistindo de tentar de novo, escutou sussurros de vento, mesmo não tendo vento. Escutou o som do cachoalhar de árvores, mas não havia árvore nenhuma. Sentiu a umidade de um riacho á 100 metros de onde estava, escutou o som de cachoeira, mas tudo permanecia branco.

Ele não entendia aquilo tudo. Era como se fosse cego, mas pudesse sentir tudo.

Ouviu uma voz ao longe, bem baixa. Um garoto á exatamente 15 km dele estava chamando alguém. Ele escutava o nome, mas de certa forma, não entendia aquele nome. Quem era? Porque não posso vê-lo?

Encarou o anel em suas mãos. Ele havia começado aquilo tudo. Talvez se ele apenas colocasse em seu dedo...

E essa ideia surgiu como um plano infalível, sem chances de falha. Ele precisava fazer isso, era o que sua mente mandava, ou o que ele achava ser.

E lentamente colocou aquele anel no seu dedo, e um choque, como o do início de tudo lhe perpassou o corpo novamente. Sentiu uma fina chuva caindo do céu e a ventania mais calma que antes. Seus pelos enriçaram com o repentino frio que lhe envolvia rapidamente como num abraço.

Quando tentou levantar, percebeu que havia voltado ao centro daquele pasto. Estava machucado como antes, os cortes pelo rosto, a inútil perna de volta, e mesmo que parecesse idiota, ele estava agradecendo por aquilo tudo.

Tocou em todo seu corpo e se sentiu aliviado por não ser garota. Não queria passar pela temível TPM por ver a reação de todas as garotas quando passam por isso. Aquilo seria assustador e estranho ao mesmo tempo.

Sem forças para andar, ele apenas sentou-se no meio daquele fenômeno da natureza e procurou se acalmar. Ele tinha que acalmar, não seria nada fácil arrumar um plano sendo que mijava nas calças á cada segundo que pensava no monstro e em tudo o que tinha acabado de acontecer. Procurou sentir novamente de onde vinha o grito, talvez aquela alma pudesse lhe ajudar.

E sem saber como fazer isso, apenas fechou os olhos e imaginou que ainda estava naquele lugar branco... Naquela imensidão de nada, sentindo cada suspiro de vida ao seu redor mesmo sem enxergar, cada bater de asas, cada fluir de melodias escondidas no pedaço mais sem vida. Então incrivelmente viu, de olhos fechados, um garoto chamando por seu nome.

Sorriu ao perceber quem era. Estava claro e evidente que seus amigos lhe procurariam alguma hora, os seus verdadeiros amigos viriam, e este era apenas o primeiro sinal.

Saiu de seu transe e tentou seguir pelo som a voz do amigo, orando pra tudo o que é fada madrinha ou seja lá o que for para que ele o encontrasse.

Porém o garoto não estava concentrado o suficiente para prever que um velho monstro estava atrás da sua salvação para aquele lugar.


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Notas finais do capítulo

Gente vocês gostaram? Queria avisar que este capítulo e´bem importante daqui pra frente, e que vai juntar muita coisa dos outros capítulos depois deste.



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