She Stole My Heart escrita por Fucksoo


Capítulo 11
País das Maravilhas


Notas iniciais do capítulo

Oe gente linda! Como estão? Tranquilos?
Chegamos á nossa 1ª perspectiva alternativa! Ou seja, não será o Doug narrando este capítulo.
Aqui temos Victor e sua mente brilhante, falando acerca do que está pensando e o que está ocorrendo. Lembrando que cada um pensa diferente do outro.
Espero que gostem, eu gostei da perspectiva do Victor e eu espero que vocês também gostem!
Enjoy!



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"I need a little breath. I need your silence. I wanna be calm but I can't be without you"

Um pulso de tempo tocava, mas ele mudava todo tempo. O tempo não olha para trás, ele só segue em frente. O tempo pode correr, ele pode andar devagar, basta você querer. Ele tem medo da alegria, e gosta da solidão. Não fique com medo se ele não quiser lhe obedecer em épocas obscuras, esse é o reino dele, só ele controla.

Mas em cada gota, em cada pegada, em cada partícula do ar existe algo que quer revolucionar. Não aceita os padrões da sociedade. Luta para ser diferente, liberto da sua forma original. Ele ganha características próprias, modo de agir e pensar, livre arbítrio... Mas só poucos conseguem a liberdade completa.

Num conto de fadas, todos são assim. Valentes, corajosos... Principalmente os mocinhos. Eles tem que ser corajosos todo tempo. Eles tem a obrigação de lutar contra o mal, vencer barreiras e libertar as pessoas no qual não conseguem se libertar sozinhas. Eles são o suporte. São o porto seguro.

Já o mal nunca fez nada. Ele insiste em ficar do lado padrão. Não quer revolucionar, ele concorda com o tempo. Ele prefere a dor e a solidão, do que a alegria. Porque a alegria passa rápido demais. Tempo é poder... Quanto mais tempo, mais poder. Quanto mais dor, sofrimento e solidão, melhor vai ser os resultados.

Mas e quando um mocinho pensa como um vilão? Ah, ai já é outra história.

Todos o verá como um mísero traidor sem coração, exatamente porque ele não quer lutar. Ele não quer defendê-los. Ele quer assegurar sua própria vida, tomar suas próprias decisões por si só. Ele quer revolucionar outro padrão.

O tempo, o mundo, tudo não é engraçado? Revoluciona e revoluciona... Mas sempre chega á outro padrão estranho, esquisito, e insiste que continue sendo assim. Os revolucionadores dos inícios acabam odiando o revolucionadores de amanhã. Inicia-se o ódio pleno por pequenas ações.

Mas e se tivermos medo de revelar o que realmente queremos? Tereis vilões entre mocinhos? Tereis a bondade emergindo do mar de escuridão?

Eu me pergunto e reflito o que eu realmente quero. E se não existir um elo separando o Bem e o Mal? E se for apenas outro padrão ridículo que eu estou tentando quebrar? Eu sou um revolucionário ou um adequador de padrão? Afinal, revolucionário não é um padrão também?

–Victor! Você está ouvindo? -Disse uma voz ao meu lado. Parei de encarar o ponto cego no chão cinza de cimento e virei meu rosto para o semblante ansioso de Armin. Tinha começado a viajar de novo. -Cara, você está muito avoado. Tem certeza que está acordado?

–Sim, só muito pensativo. -Declarei, observando com um ímpeto curioso o rosto chocado da minha amiga ao lado.

–Victor? Pensativo? Oh céus, fim do mundo iminente. -Falou e bufou de cansaço. -Somos dois. Mal consigo formular palavras também.

–Sobre o que está pensando? -Disse, sem muito rodeios, encarando-a com um sorriso sacana que qualquer um decifraria. -Será o primeiro amor de Armin Cup?

–Cale-se ruivinho! Não é nada disso. -Berrou, nervosa e corada, me dando um tapinha meio forte no meu ombro. -Também não é da sua conta...

–Ok ok. Não tá mais aqui quem falou. -Sussurrei em voz mais baixa só para irritar. Não gostava que alguém sussurrasse para ela enquanto estava brava. Acho que por princípios.

–Não sussurre! Seu insolente! Energúmeno! Mentecapto! -Ela começava a bater com mais força. Segurei as mãos frágeis dela como um sinal vermelho de que estava passando dos limites.

Ela começou a se acalmar. Soltei suas mãos e ela mirou o chão com uma expressão triste por um longo tempo.

–Desculpe... -Balbuciou um pouco abalada. Levei minha mão ao seu queixo, e fiz com que seus olhos púrpura encarasse os meus.

–Não se sinta assim. Sei que é difícil dizer tanto palavrão. -Brinquei, e ela riu um pouco. -Mas nós dois sabemos da sua tendência. Vamos superar isso ok?

–Certo. -Enfim disse, e deu um sorriso gentil para mim. Pulou para meus braços e meu deu um grande abraço de urso. Senti minha coluna estralar. -Obrigada Victor!

–O-Ok... Eu ainda quero minha coluna no lugar...

–Até mais. Preciso falar com a Hannah sobre o jogo do final de semana. -Declarou, depois de deixar minha coluna mexer-se livremente.

–Torcida? Você está no grupo?

–Uhum. Entrei essa semana! Minha primeira coreografia vai ser nesse jogo. Não é estupendo? -Bateu palminhas de satisfação. Armin era realmente da realeza.

–Hm... Evie está no grupo não é? A crush do... A menina nova. -Arrumei a frase antes que Armin percebesse.

–Ah... Sim, está. Porque?

–Hm, por nada. Só queria ter certeza. -Declarei, recebendo um olhar suspeito de Armin.

Deu novamente um "adeus" açucarado e foi andando. Armin era uma menina adorável. Minha amiga desde quando ainda não estávamos na escola. Eu e ela aprontamos muito junto de Hannah e Yuri. Todos nós somos filhos de personagens do País das Maravilhas. Somos inseparáveis, mesmo nossos pais não sendo totalmente do bem ou do mal. Isso que identificava nossa marca. O mistério do destino.

Armin Cup é uma menina de estatura baixa, corpo "fofinho" (nunca diga gordinho para ela) porém ainda assim, bonito. Tem cabelos pretos channel, e seus olhos são de um violeta púrpura cintilante, que até hoje eu o acho incrível. Não sei se são mágicos, mas seriam perfeitas armas de hipnose. Sua pele é alva, até mais que a minha. Ás vezes eu a chamo de garota papel. Ela é filha da Rainha de Copas. É, eu sei, ela é considerada a vilã do País das Maravilhas. Mas com o decreto do Ben, mais crianças estão chegando lá do País das Maravilhas. Ela foi uma exceção. Sua mãe a deserdou na minha casa em Auradon, não sabíamos como ela conseguiu. Ainda era bem bebê, meu pai dizia, e não expressava nenhum problema. Mas quando começou a crescer, foi se tornando um pouco violenta demais e, incosciente, cortou a cabeça de um rato, numa pequena velha guilhotina no vilarejo em que morávamos. Foi traumatizante, logo depois que ela fez isso, começou a chorar e a se atormentar. Até hoje, nós tentamos fazer com que se acalme, e meu pai me confiou isso. Hannah e Yuri também aconselha e á cada dia ela está mais calma. Lembro daquele dia, que ela ficou horas chorando no meu colo, soluçando e dizendo que era um monstro, que era terrível. A tristeza dela me atingiu, e senti realmente na responsabilidade de cuidar dela, ela precisava de ajuda.

Hannah e Yuri são outros de nossos amigos do País das Maravilhas. Fazem parte do quarteto e são irmãos, filhos de Alice. Hannah é uma menina mais velha, está no último ano em Auredon Prep. Tem cabelos loiros e cacheados, porém muito curtos, que batem na linha do maxilar do rosto. Seus olhos são de uma cor caramelizada. Corpo magro e é alta, muito mais alta do que eu -já que eu pareço um anão- e é o nosso poste do grupo. Divertida e marota, sempre apronta junto com Yuri, que é um pouco mais tímido. Yuri está no mesmo ano que eu,olhos cor de avelão, cabelos amarronzados meio longos -sempre esquece de cortar- e é um pouco mais baixo que Hannah, e -claro- mais alto do que eu. O corpo é um pouco mais atlético do que o resto do grupo e é do time de futebol. Apesar disso, ele preferia estar na banda ou no clube de xadrez. Ele é o "nerd" do grupo, mas não gosta de admitir. Ele é mais frio e tímido, apesar de fazer marotagens com sua irmã.

Os dois colocam o colégio de ponta-cabeça. Aliás, foram eles que me deram a ideia de assustar o Doug enquanto ele beijava a Evie. Eu só esqueci de que eles correm bem mais rápido do que eu e acabei levando uma punição.

Este é o quarteto. Somos amigos desde pirralhos e inseparáveis. Existem mais crianças de lá, porém muitas não estão nesse colégio ou estão na Ilha dos Perdidos. O ruim de ser misterioso é que ninguém confia em você. Você não segue o padrão, e nem sai dele. Você é o elo. Você não tem definição.

A hora passou no intervalo, e quando vi já era hora de voltar aos dormitórios. Fui no corredor que levava ao meu quarto e passei pelo quarto do Doug.

A porta estava entreaberta, e isso era deveras estranho, porque ele nunca deixaria aberta.

Tentei espionar pela frecha e ver se tinha alguém e não vi sinal nenhum.

Abri a porta de uma vez e confirmei que não havia ninguém. Nem mesmo Doug, que não demorava a chegar nos dormitórios depois do intervalo.

Estranho. Tudo aquilo estava muito estranho.

Ouvi passos pelo corredor e tratei de me esconder dentro do banheiro. Os passou ficaram cada vez mais pertos, e ouvi alguém abrir a porta. Talvez fosse Doug.

Mas quando ouvi a voz, descartei essa ideia e continuei dentro do banheiro.

–Ele não está aqui também! -Uma voz feminina exclamou, exasperada. -O que a gente vai fazer? Precisamos dele!

–Eu não sei Evie! Ele sumiu depois daquilo. Perguntei a todos e ninguém o viu essa tarde. -Um homem respondeu com exaltação. Então Doug tinha desaparecido.

–Oh céus... Onde ele se meteu? -A voz feminina foi ficando longe e ouvi passou saindo da sala. Quando constatei que a porta foi fechada, dei um pulo para fora do banheiro.

Eu não sabia de nada sobre o que tinha acontecido. Evie não era a garota nova? O que eles fizeram com ele?

Doug era meu amigo há pouco tempo, mas eu já considerava parte da família. Era um bom amigo, e sabia o que ele passava. Sabia o que ele podia fazer.

Abri a porta. Andei na direção contrária ao meu quarto e me esgueirei para fora dos portões da escola.

Se Doug estava em algum lugar, eu tinha de encontrá-lo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Victor é um dos meus personagens prediletos, e esse quarteto vai ser a maior empolgação em Auradon Prep, vocês vão ver.
Comentem! Digam o que acharam! (O garoto do início é o Victor)



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