País Das Maravilhas escrita por kirasren


Capítulo 7
Beba-me


Notas iniciais do capítulo

Hã... Desculpa? :v
DESCULPA, GENTE, SÉRIO ////////3
Mas o importante é que eu voltei, não é mesmo? Eu queria agradecer os mais de 1.000 visualizações, vocês são demais! ♥ ♥ Amo vcs!
Bem, aproveitem o capítulo e desculpa de novo!



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Eu não sabia. Eram várias que eu não sabia naquele momento, na verdade. Não sabia se eu iria ao encontro com Nicolas, qual era a semelhança entre um corvo e uma escrivaninha e nem o que fazer naquele momento.

Encarei por mais um momento o meu celular parado na minha página de conversa no Whatsapp com o Chapeleiro Maluco, sem uma ideia da reposta. Quero dizer, eu já assisti Alice no País das Maravilhas, mas nunca soube a resposta. Quando eu era menor, e quando eu mostrei o filme pela primeira vez para Diego – que tinha uns seis ou sete anos –, eu lembro que ele ficou fissurado nessa charada. Ele ficou dias pensando numa resposta, até que uma vez ele respondeu:

— A semelhança são as letras C, R e V, nessa ordem.

Mas eu lembro que eu achei muito fácil para simplesmente ser aquilo. Seria tanto esforço para a resposta ser apenas “as letras em comum”? Nunca aceitei aquela resposta.

Você: Por que perde tempo com charadas sem resposta?

Chapeleiro Maluco: Achei que te daria menos trabalho do que ficar perseguindo coelhos que você sabe que nunca alcançará.

Arregalei os olhos com aquela mensagem e, inutilmente, olhei para cima e para os lados, numa esperança de que – se ele estivesse me observando – ele me viria. Voltei minha atenção para o celular quando ele apitou, avisando outra mensagem.

Chapeleiro Maluco: Vamos lá, nem é tão difícil! Qual é a semelhança entre um corvo e uma escrivaninha?

— Diego! — Eu chamei.

— O que é? — Ele gritou de volta.

— Vem aqui!

Ouvi-o bufar, mas mesmo assim ele começou a subir as escadas. Quando chegou, fiz um sinal para ele tirar os fones de ouvido, então ele o fez. Tirei o celular da mão dele e o coloquei em cima da minha escrivaninha. Ele me olhou e perguntou:

— O que foi?

— Lembra quando você queria saber a resposta daquela charada de Alice no País das Maravilhas? — Ele assentiu, então perguntei: — Você lembra o que eu respondia?

Ele pensou um pouco e respondeu pausadamente:

— Você falava... Que a semelhança era o os ruídos irritantes que os dois faziam.

— Como assim? Eu respondia isso? — Perguntei com o começo de um sorriso no meu rosto.

— É, e você falava algo sobre os estalos da escrivaninha na madrugada e o som que o corvo faz. Mas era o que você respondia.

— Eu tinha probleminha. — Cantarolei, pegando meu celular de novo e ouvindo Diego gargalhar. — Mas ok. Obrigada, Diego, já pode ir.

Ele deu os ombros e pegou seu celular, então saiu do quarto. Voltei minha atenção para o Whatsapp, e pensei na resposta antes de digitar.

— Hm, realmente faz sentido. — Deduzi para mim mesma.

Você: O barulho irritante que os dois fazem.

Chapeleiro Maluco: Sabe, eu não gosto de digitar minha risada. Mas saiba que eu ri muito da sua resposta.

Abri um sorriso com aquilo e soltei uma risada fraca.

Você: Obrigada, eu acho.

Eu já ia desligar o celular quando Nicolas mandou uma mensagem:

Nicolas: Já estou indo aí, ok?

— O quê? Que horas são? — Gritei comigo mesma e vi o horário 17h40min. Só faltavam vinte minutos para o tal “encontro”!

Eu não sabia o que responder. Eu certamente não iria, senão Anna iria me matar. E com razão! Eu nunca teria imaginado o caso deles dois. É claro, eu já tinha pensado na alternativa que Anna tinha se apaixonado por ele e levado um pé na bunda enquanto eu não estava aqui – dois anos? Alguma coisa assim. –, mas eu nunca tinha pensado na possibilidade de Nicolas ser tão... Galinha? Existe outra palavra que descreva isso?

Por enquanto, ele é apenas um galinha.

Mas se eu respondesse que eu não iria ao encontro, que desculpa eu iria dar? Que eu – magicamente – adoeci? Não daria muito certo.

Você: Sabe, acho que não vou poder ir :/

Nicolas: Por que não?

Você: Porque simplesmente você usou minha melhor amiga enquanto eu não estava aqui e eu descobri o retardado que você é :)

Não, eu não disse isso. Mas seria engraçado.

Você: Vou ter que sair com a minha família, eles só me avisaram agora. Então não vai dar.

Nicolas: Aonde vocês vão?

Você: Mudaria alguma coisa saber? É assunto da minha família!

Ele não recrutou mais, ainda bem. Suspirei e desliguei o celular. Já era o bastante para um dia só. Levantei da minha cama e desci as escadas. Como eu pensava, Diego estava jogando videogame e minha mãe estava dormindo no sofá.

— Que tal pedirmos pizza? — Diego perguntou, enquanto eu me sentava no sofá, ao lado da minha mãe.

Seria um bom assunto de família para furar encontros com canalhas. Concordei com a cabeça, ele já falou o sabor que queria e então eu pedi a pizza. Depois do jantar, guardei os pedaços de sobraram na geladeira e voltei para a sala. Abri o notebook e chequei meu Facebook, e Gabriel tinha me mandado uma mensagem.

Gabriel: Hey, tudo bem?

Você: Oi! Tudo e você?

Gabriel: Acho que sim... Está tudo bem entre a gente?

O beijo roubado que Gabriel me deu foi á minha mente, e eu corei com o pensamento.  Ele realmente gostava de mim, mas não o via daquela forma. Sempre que Anna falava sobre a “queda” de Gabriel por mim, eu sempre achei que era uma brincadeira para ela ter algum motivo para me afastar de Nicolas. Enfim, suspirei e respondi:

Você: Espero que sim, não queria te perder. Você é meu melhor amigo.

Gabriel: :/ Também  não quero pensar na possibilidade de te perder, Lice.

Pensar naquele assunto fazia minha cabeça girar. Estava tentando pensar em alguma resposta para Gabriel, quando veio uma notificação do Whatsapp Web, era o Chapeleiro.

Chapeleiro Maluco: Ás vezes a gente só quer tomar a poção para encolhermos, não é mesmo?

Você: Seria bom, realmente. Minha cabeça está girando.

Chapeleiro Maluco: Vá tomar alguma coisa para se acalmar, não quero que tenha outro ataque de pânico.

Dei um sorriso de lado e respondi um “Ok”, para depois ir até a cozinha. Abri a geladeira e vi que tinha um frasco pequeno de cor rosa. Olhei para Diego e perguntei:

— Diego, o que é isso?

— O quê? — Ele gritou, então vi que ele estava com fones de ouvido.

— O que é esse frasco?! — Eu gritei de novo.

— Hã? — Ele gritou.

Bufei, peguei o frasco e fui até ele. Tirei seus fones, ouvi um “Ei!” dele e repeti minha pergunta:

— O que é esse frasco?

— E eu vou saber, Alice. Eu sei lá. — Respondeu emburrado, voltando sua atenção para o celular, depois de pegar seu fone da minha mão.

Baixei meu olhar para o frasco e notei uma pequena mancha – uma tarja, talvez? – vermelha. Virei o frasco para observá-lo melhor e vi um papel colocado com fita adesiva ali, escrito “Beba-me”. Revirei os olhos, na minha cabeça, olhando para o Chapeleiro. Bufei e então, com um pouco de receio, abri o vidro e o tomei.

Meu corpo parecia mais sonolento, mas tudo a minha volta parecia mais calmo. Fiquei um pouco tonta, então fui até perto de Diego e me apoiei no sofá. Ele olhou pra mim e fez uma cara confusa, e perguntou:

— Alice? O que...?

Não pude ouvir o resto, porque eu apaguei.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Comentários serão bem-vindos e respondidos!
Beijos e até o próximo!
xoxo