Se eu pudesse te dizer escrita por arodasnep


Capítulo 3
Entrando para a União


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do capítulo!



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Os dias iam se passando.Renato e Alice viviam a vida normalmente,mas estavam mais próximos.As coisas haviam mudado entre eles,e os dois já estavam cientes de seus sentimentos.

Além disso,se preocupavam com a faculdade.Suas notas não estavam caindo,mas também não podiam deixar de se empenhar nos estudos.Seus pais sempre os lembravam disso todos os dias,pois entrar na faculdade já era um grande avanço para eles e suas famílias.Também estavam pensando em entrar para a União Nacional dos Estudantes,onde jovens universitários criticavam a ditadura.

Enquanto voltavam da faculdade,pararam em uma praça,para poderem conversar,pois era um lugar calmo,e sempre paravam por lá.

— Renato,você pensou sobre o assunto.

— Pensei muito,e acho que devemos entrar,pois assim estaremos fazendo críticas e podemos incentivar outras pessoas.

— Também pensei muito,e eu irei com você.

— Eu fico feliz por isso,mas não podemos contar à ninguém.

— Eu sei,Renato.Será que o pessoal também vai entrar?

— Não sei,mas provavelmente sim,pois eles tem os mesmos ideais que eu e você e os outros integrantes.

— Quanto mais pessoas,melhor.

— Nós devemos estar presentes nas reuniões,e em casa devemos ser discretos em relação a isso.

— É só não mencionarmos nada.

— Está bem.Agora vamos para casa,pois já está ficando tarde.

Saíram da praça e foram caminhando direto para casa.Não iriam mencionar nada sobre a União,pois seus pais não queriam que se envolvessem em problemas com a polícia.

No dia seguinte,foram participar da reunião,e tiraram suas dúvidas sobre o que iriam fazer.Os dois deveriam colar cartazes que criticavam a ditadura à noite,quando as ruas estivessem praticamente vazias.No final da reunião,foram entregues os panfletos para serem colados nos postes,na hora em que saíssem.

Os dois foram planejando durante o caminho de volta como fariam para que os pais os deixassem sair à noite,já que não poderiam conversar por telefone,pois as linhas telefônicas estavam sendo grampeadas.Assim que chegaram na rua de suas casas,combinaram de se encontrar na porta da casa de Renato para saírem.

Alice entrou em casa,e foi fazer suas obrigações normalmente,e depois se arrumou com uma roupa básica,pegou a bolsa onde estavam os panfletos e foi para a sala,onde seus pais jantavam.

— Pai,mãe,vou precisar sair — disse Alice.

— Para onde você vai? — perguntou Carla.

— Eu e o Renato temos um compromisso essa noite.

— Você podia chamá-lo para vir aqui,como sempre faz — disse o pai de Alice.

— Mas pai,o compromisso que eu tenho com ele é fora de casa.

— Eu não estou gostando disso,Edson — respondeu Carla.

— Carla,a Alice já é adulta e tem idade para sair sozinha — disse Edson.

— Acho que você tem razão.Pode ir,Alice.

— Pode ir,mas não fique até tarde — disse Edson.

— Pode deixar.

Alice saiu de casa e foi para a porta da casa de Renato,esperá-lo para que fossem juntos.

Enquanto isso,Renato se arrumou para sair,também levando uma bolsa com os panfletos.Chegando na sala,seus pais estavam sentados no sofá.

— Mãe,pai,vou sair.

— Aonde você vai?— perguntou sua mãe.

— Eu e a Alice temos um compromisso.

— Em que tipo de lugar você vai?— perguntou seu pai.

— Pai,não vou me envolver com drogas ou outras coisas,só vou me encontrar com a Alice por que temos um compromisso.

— Não quero saber de problemas,viu?

— Está bem.

— Não fique na rua até de madrugada.

— Está bem,mãe.

Renato saiu e encontrou Alice no portão.Os dois se abraçam e começam a andar pela rua.

— Nós vamos ficar apenas pelo bairro,certo?— perguntou Renato.

— Acho que é melhor assim,pois não podemos despertar suspeitas.

— Vamos ir discretamente,sem que ninguém nos perceba.

— Trouxe fita adesiva?

— Sim,é melhor irmos em locais mais escuros.

— E se formos pegos?

— Vamos fazer o possível para que isso não aconteça.

— Não é melhor nos separarmos?

— Não,é melhor ficarmos juntos.

— Vamos começar.

— Sim.

Os dois foram andando discretamente pelo bairro,colando os panfletos nos postes que encontravam,e estavam torcendo para que ninguém os pegasse.Depois de colarem todos os que haviam recebido,resolveram sentar-se na calçada antes de voltarem para casa.

— Foi um pouco cansativo,mas eu gostei de fazer isso — disse Renato.

— Dessa forma esfregamos na cara desses hipócritas a verdade.

— Você sendo realista como sempre.

— Seus pais desconfiaram quando você disse que iria sair?

— Olha,de começo eles estranharam um pouco,mas acabaram me deixando ir.

— Comigo foi o mesmo,mas me deixaram ir,só não vou ficar na rua até muito tarde.

— Acho melhor irmos agora,pois já colamos todos.

— Da próxima vez iremos aonde?

— Vamos ter que ir em algum outro bairro,mas depois decidimos isso.

Os dois voltaram rapidamente,pois já era meia noite.Quando chegaram,se despediram com um abraço e foram para suas casas.

Alice entrou em casa,e seus pais estavam no quarto.Colocou a bolsa embaixo da cama,tirou sua roupa e colocou um pijama.Após fazer isso,deitou-se e dormiu.Renato fez o mesmo,e seu pai estava na sala,ainda acordado.

— Como foi,filho?— perguntou.

— Tudo correu bem.

— Foi um compromisso para se divertir,ou foi algo a ver com os estudos?

— Tinha a ver com os estudos,não era nada do que você estava pensando.

— Você gosta dessa garota?

— Como amiga,sim — mentiu.

— Não minta para mim,você é um broto no auge de sua juventude,tem o direito de se interessar por alguma garota.

— Pai,eu preciso pensar mais nos meus estudos.

— Está bem,você decide.

— Eu estou muito cansado e vou me deitar,boa noite.

— Também irei me deitar,boa noite.

Renato trocou de roupa e foi deitar-se,e assim que o fez,pensou em Alice.Sabia que não poderia esconder seus sentimentos para sempre,e ficava pensando como seria quando falasse sobre isso com ela.Ela iria corresponder?Iria rejeitá-lo?Sempre pensava sobre,às vezes tinha pensamentos positivos e também negativos.Também pensava sobre o fato de terem entrado para a União.Em seu pensamento,havia sido uma escolha correta,e não estava arrependido de ter feito.Pensava que poderia fazer alguma coisa pelo Brasil,protestando contra o governo que oprimia o povo,e estava confiante quanto a isso.Algumas coisas em sua vida mudariam,mas estava com a mente aberta para mudanças.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!



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