Asas escrita por Micaia Sama


Capítulo 27
Epílogo 3 - 7 anos de espera


Notas iniciais do capítulo

Então chegamos ao fim da minha primeira fanfic. 2 anos e pouco de muito drama, comédia e a famosa enrolação. Sei que deixei muita gente louca com meus finais meio BAM e meus intervalos enormes entre as postagens.
Amo muito vocês, leitores lindos que não me abandonam. Amo seus comentários, suas pirações, suas críticas. TUDO!!
Espero que tenham gostado da fic, do final dela. Esse não era o final original, mas decidi ser egoísta e postar o final que eu queria e o que muitos de vocês também querem hehe.
Um abraço especial para Fairy Dann, pela maravilhosa recomendação. Fico feliz de estar entre suas histórias favoritas ♥
Um abraço para os leitores que comentaram o ultimo capitulo (ainda vou responder ><) por não terem feito voto de silencio.
Nas notas finais quero falar sobre o futuro, então espero sua presença lá
Kissus de chocolate!!!



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Ele ainda demorou muito para chegar. Lucy esperava todos os dias, contando os minutos, para que ele aparecesse. E quando ele surgiu, Lucy não pode fazer nada a não ser permanecer calada enquanto olhava para a criança de cabelos ruivos ao seu lado, que também a analisava. Seus pensamentos já estavam flutuando em meio as divagações.

Tão parecida com ele.... Quantos anos deve ter? Cinco?

Atsushi sabia que precisariam conversar sobre aquilo, que Lucy talvez nunca entendesse, mas quando a viu sua primeira ação foi a segurar entre os braços e sentir seu cheiro como se fosse o mais puro ar. Os três permaneceram dessa forma por alguns minutos, tempo suficiente para que Lucy deixasse as paranoias de lado e apreciasse o calor do homem que amava. As lágrimas caíam livremente, lágrimas de alegria e saudades.

— Você ainda continua a mesma. – Ele disse quando se separaram. Analisava o rosto dela como se fosse a primeira vez.

— Você, por outro lado, mudou tanto. – Os dois riram e voltaram a se observar, sendo somente interrompidos pela garotinha.

— Papai... – Lucy se afastou bruscamente dele, como um reflexo. Já havia ligado todos os pontos, mas ouvir a realidade dessa maneira a afetou muito forte. Atsushi tentou ignorar virando-se para a filha.

— O que foi Sachiko*? – Que nome lindo.

— Estou com fome! – Lucy não conseguiu segurar a risada ao ver a menina agir tão adorável. Recebeu um sorriso alegre de volta. – Onee-chan, tem comida?

— Claro, gosta de pão de melão? – E como um raio a garota atravessou a porta de seu lar. O casal se olhou e Atsushi não conseguiu deixar de notar a tristeza nos olhos dela. Quando tentou se aproximar, Lucy se virou para a cozinha. – Vamos antes que ela decida subir em uma das cadeiras para pegar o pão.

~●~

Atsushi e Lucy se encontravam sozinhos no apartamento da loura. Gina e Yamori haviam passado há uma hora e decidiram levar Sachiko para brincar com seus filhos, o que Atsushi apreciou bastante. Assim poderiam conversar calmamente.

Mas até agora não haviam dito nada. Lucy por ter medo de ser indelicada caso perguntasse diretamente e Atsushi por não saber se ela ainda queria ouvi-lo. Por fim decidiu que ao menos precisava tentar.

— Eu... – As palavras pareciam ter entalado na sua garganta. Por um segundo considerou ter perdido todas as suas chances, de forma que o medo o paralisou.

— Sua filha é linda. – Ele não ouviu o rancor que achava que haveria. Só tristeza e, pelo que pode notar, doçura. – Quantos anos?

— Quatro. – Lucy sorriu fracamente, o que causou um rebuliço dentro do mago. – Eu te esperei por tanto tempo, eu- Foi interrompido.

— Você não precisa me explicar, querido. – Mas ele queria. Ele precisava. – Eu entendo.

— Mas...

— Não. – Ela olhou pela janela, tentando apreciar a vista que seu apartamento fornecia. Olhar para ele enquanto falava seria doloroso demais. – Meu coração quebrou um pouco, mas tenho que dizer que a ver me fez ficar aliviada. – Atsushi não queria que ela continuasse. – Aliviada de saber que você não se perdeu. Que conseguiu me superar e criar uma família. Eu odiaria...- Sentiu a garganta fechar e as lágrimas surgirem. – Odiaria saber que te prendi a mim esses anos todos.

— Eu sempre estarei preso a você. – Ele respondeu quase que instantaneamente e Lucy o encarou surpresa. – E nunca me arrependi, mesmo no ápice da minha dor, de continuar te amando por todos esses anos.

— Atsushi...

— Eu passei um ano te procurando. E por mais um ano te esperei. Eu não sabia mais o que fazer, com a Maru, com a guilda. E você, que me fazia falta a todos os segundos. – Ele parecia tão perdido e Lucy desejava abraça-lo e beija-lo e dizer que tudo estava bem, que estava ali. Mas se fizesse isso talvez não pudesse mais segurar seus sentimentos.

No fim, não estava tudo bem. Sete anos haviam se passado. E, enquanto seus sentimentos permaneceram intactos esses anos todos, os dele se modificaram várias e várias vezes.

— Foi então que conheci Hana. – Então esse era o nome de sua mulher. – Ela era uma garçonete do bar que eu comecei a frequentar depois que decidi parar de te procurar. – Lucy não tinha certeza se queria ouvir. – Acabamos nos envolvendo numa noite. E algumas semanas depois ela me disse que estava grávida.

‘Eu não queria que aquilo fosse real. Mas era. E com o tempo acabei me acostumando a ideia, mesmo não sendo você a mãe. Eu e Hana passamos a nos dar bem, e talvez eu pudesse ter me apaixonado, se ela não houvesse morrido. ’

— O que? – Ela não sabia como reagir.

— A gravidez era de risco. – Ele parecia tão melancólico. – E embora Sachiko tenha meus olhos e cabelos, o resto é todo dela.

— Ela devia ser linda.

— E era. As vezes só queria que ela tivesse se envolvido com alguém que pudesse tê-la feito feliz. Mas não deixo de ser agradecido pelo presente que ela me deu. – Ele sorriu e Lucy não conseguiu não sorrir de volta.

— Eu achei que estivesse casado...

— E que eu viria aqui somente para jogar que meus sentimentos foram superados? – Ele riu seco.

— Não, que viesse matar saudades. Só porque nos amávamos como mais que amigos não significa que não éramos amigos.

— Nos amávamos? – Os dois se olharam profundamente. Lucy podia ver que os sentimentos dele ainda eram os mesmos, talvez mais amadurecidos ou com aquele pingo de dor que a saudade causa, mas ainda os mesmos.

Mas ela não estava preparada. Achava que estaria antes dele aparecer, mas ao notar que o tempo parara somente para si a deixou desnorteada.

— Eu preciso ficar um pouco sozinha. – Levantou-se e foi para a cozinha, com Atsushi em seu encalço.

— Lucy...

— Não! – Ele deu um passo para trás e ela percebeu o quão alto falara. – Desculpe. Eu só.... Eu só preciso de um tempo. – Ele respirou fundo, parecendo estar se controlando.

— Eu entendo. – Andou em direção a porta, parando para olha-la mais uma vez, e saiu.

Quando a porta bateu, Lucy deixou as lágrimas caírem e sentou no chão onde estava.

~●~

O que o levou de volta para o apartamento dela foi a certeza. A certeza de que ela ainda o amava. Depois de toda aquela conversa, mesmo que ela evitasse admitir, ele podia dizer com toda a certeza que havia nele que ela o amava.

Mesmo que Lucy houvesse pedido um tempo, mesmo que Yamori e Gina o tivessem aconselhado a realmente dar um tempo, ele não poderia mais.

Bateu na porta e depois de quase um minuto foi aberta. Ele notou seus olhos vermelhos e a surpresa neles. Antes que ela pudesse dizer algo, segurou-a pela cintura e a beijou. Como sentira falta daqueles lábios. Ela, em resposta, puxou-o mais para perto e o correspondeu. Ele fechou a porta atrás de si e, ainda a beijando, levou-a para a cama. Quando caíram sobre ela, Lucy pareceu perceber o que estavam fazendo.

— Espera. – Conseguiu dizer entre um beijo e outro.

— Não. – Ele a encarou seriamente. – Eu esperei de mais, Lucy. Amanhã você pode me expulsar, pedir o tempo que quiser, mas hoje não finja que não me ama e me deixe tê-la de novo. Só hoje. - Desejava isso assim como ele. Queria esquecer tudo que havia acontecido e somente beija-lo como se não houvesse amanhã.

Então o fez. E Atsushi decidiu que se aquela fosse a última chance de ama-la, não iria se segurar.

~●~

Os dois estavam abraçados enquanto o céu clareava, anunciando a chegada do dia. Lucy suspirou e Atsushi a olhou.

— Logo vou ter que te expulsar daqui e fingir que essa noite nunca aconteceu.

— Ou você pode não fazer isso e mais tarde nós saímos para tomar sorvete. – Ele a apertou mais forte em seus braços. – Ou podemos nem ao menos sair daqui. – Ela sorriu em resposta.

— Não seja tão mimado.

— Eu só quero aproveitar o máximo de tempo que tenho com você. – Lucy permaneceu calada por um tempo, escolhendo bem suas palavras.

— Talvez, e eu estou dizendo só talvez, tudo isso não tenha que acabar. – Ele então soltou e olhou fundo em seus olhos. – Não me olhe assim!

— Você está dizendo que ainda temos uma chance?

— Nunca disse que não tínhamos. Só que precisava de um tempo, o que eu ainda preciso. – Ele deu um sorriso pequeno. -  É só que você tem razão. Eu não posso fingir que não te amo, assim como você também. – Ela se sentou e ele só permaneceu a olhando. – Claro que há essa diferença de idade...

— Só sete anos.

— E a sua filha.

— Que já te ama pelas histórias que Gina e Maru contavam.

— E a distância.

— Trens, carroças... – Lucy riu.

— Tem uma resposta para tudo, né? – Ele acariciou suas costas nuas e Lucy decidiu apreciar o toque.

— Só estou disposto a lutar para ficar com a mulher que amo. – Ela o encarou. – Eu passei sete anos achando que nunca mais te veria e nem que eu tenha que lutar até contra esse seu pessimismo, eu vou te ter ao meu lado.

—.... Tudo bem. – Ele sorriu. – Vamos tentar.

~●~

— Eu volto daqui uma semana. – Ele acariciava seu rosto. – Até lá não mude de ideia, por favor. – Recebeu um leve tapa dela e sorriu.

— Não me trate como se fosse tão volúvel, idiota.

— Vocês vão ficar aí me provocando vômito ou vamos embora? – Atsushi mandou um aviso pelo olhar para Yamori, que sorriu malicioso.

— Onee-chan, vou sentir saudades. – Lucy pegou Sachiko no colo e apertou suas bochechas.

— E eu vou sentir a sua, meu amorzinho. – Sachiko abraçou seu pescoço. Uma semana se passara e foi somente preciso isso para que Lucy se apaixonasse pela menina. A loira segredou que seu único receio era que a menina a odiasse, o que se comprovou tolice. O sentimento era claramente mútuo, o que deixou Atsushi com um peso a menos para se preocupar.

— Eu disse que nenhuma criança resiste a Lucy. – Gina sussurrou ao seu lado. Ele somente sorriu de volta, ainda apreciando as duas se despedindo.

— Onee-chan! Eu também quero um abraço. – Ryû reclamou e Lucy teve que largar Sachiko para poder pega-lo. A menina ficou emburrada e jurou nunca o perdoar por tentar roubar Lucy de si.

— Bom, hora de ir. O trem já vai sair. – Gina abraçou Lucy apertado e então pegou Ryu no colo. – Onde está Cora? – A menina surgiu correndo com Maru andando um pouco atrás. As duas estavam sujas de sorvete. – Mas que merda é essa?

— Só estávamos tomando sorvete. – Maru respondeu com uma expressão marota que não agradou a Gina. – Era só meu presente de despedida.

— Não vá causar problemas a Lucy. – Maru revirou os olhos. – E não me trate como uma tia chata só porque Lucy está de volta, palhaça.

As duas se abraçaram e o trem apitou anunciando a partida. O grupo entrou e somente ficaram Lucy e Maru na estação. Quando o trem sumiu as duas decidiram ir a Fairy Tail.

— Como vocês ficaram?

— Bem. Não é como se ele fosse simplesmente desistir, não é? – As duas riram.

— Realmente, ele não vai desistir mesmo. E eu espero que você tome cuidado, porque a convivência com Sachiko o deixou muito ciumento.

— Sério? – Lucy se lembrou de quão intenso ele já era, imagina agora.

— O foguinho rosa que se cuide!

Lucy riu e a puxou para perto. Andaram abraçadas até a guilda, onde uma bagunça se instalara e mesas voavam de um lado para o outro.

Talvez agora tudo ficasse bem, era no que queria acreditar.

— Ei Luce! Okaeri. – Natsu gritou enquanto pulava em Gray que já estava sem roupas. Os dois caíram sobre o bolo de morango de Erza, que invocou sua arma para mata-los.

— Tadaima.


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Notas finais do capítulo

*Sachiko significa criança feliz. Quis usar o significado de felicidade, pois ela transformou a vida de Atsushi.

Então, gostaram? Como disse antes, esse não era o final original, mas eu ligo? Não, não ligo hehe
Sobre o futuro: gente, vou mandar uma one minha de Naruto trágica que só, mas espero que vocês leiam, ok?
Também quero falar sobre outra fic de Naruto que estou escrevendo (fase de construção), cujo foco é puro romance, então quem estiver interessado manda mensagem ou comentário para avisa-los quando postar.
Bom gente, foi um prazer e honra ter a companhia de vocês durante essa caminhada. Durante muito tempo seus comentários foram minha fonte de energia e agradeço por isso.
Até a próxima,
Kissus do meu mais puro amor. ♥



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