Asas escrita por Micaia Sama


Capítulo 21
Encontrada


Notas iniciais do capítulo

Gente, pelo amor de Deus, não me odeiem!!!!
Eu sei que demorei muito, mas as aulas recomeçaram, eu precisava ler um livro do meu professor e estava se um pingo de inspiração. Bom, altas revelações nesse capítulo (but not! Porque todo mundo já devia imaginar essa merda ;-;)
Espero que gostem!
Até as notas finais ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/646951/chapter/21

Ela era feliz. As pessoas de fora poderiam dizer que era difícil, poderiam olhar com pena ou ate mesmo as desprezarem, mas ela era feliz. Saber que tinha sua irmã, por mais complicada que fosse, trazia-lhe uma paz inexplicável.

— No que está pensando? – A dona de seus pensamentos, que lavava o pratos do café da manhã, perguntou como quem não quer nada. Mas ela sabia que a irmã estava louca de curiosidade, como normalmente era.

— Nada em especial. Só... Quero que nada disso mude. – Sua irmã parou o que fazia e se virou para ela, com um olhar emocionado.

— Você sabe que vai mudar. – Sussurrou e voltou ao seu trabalho, tentando ficar o mais animada possível. – Mas será para melhor, ouça minhas palavras.

Sorriu, não deixando de ter esperança.

— Eu sei...

~•~

Atsushi não conseguia se aproximar de Lucy, por mais que fosse seu maior desejo. Não poderia faze-lo. Desde que vira a provas que mestre Makarov mostrara, não conseguia sentir nada além de culpa. Pois fazia sentido. Tudo fazia sentido agora.

Lembrava-se perfeitamente que Elric oferecera a missão na qual conheceram Lucy. Lembrava-se de como ele insistira para que eles a convidassem logo para visitar a guilda, como sempre a embebedava e ficava especialmente animado.

Sentiu uma vontade grande de vomitar ao ver Lucy machucada, tamanha a culpa que sentia. Aquelas cicatrizes pelo corpo dela, as queimaduras... Não podia ao menos olhar para ela.

— Você também está com essa sensação estranha no estômago? – Gina sussurrou a seu lado. Ele não respondeu. – Você acha que o mestre fez isso a ela?

— Você por acaso não sentiu a presença dele?

— Não só a dele...

Lucy desmaiou nos braços do Dragneel e Atsushi fechou os olhos quando ele a colocou sobre os ombros. Todos seguiram o mago em direção a saída, os lobos por ultimo, já que pretendiam ficar no local e enfrentar... seu mestre. Mas o grupo parou ao ouvir Lucy murmurar e se remexer.

— Lucy, o que foi? – Natsu perguntou preocupado. A garota continuou murmurando. Ele se virou para os outros. – As chaves dela, estão com alguma garota, precisamos encontra-las antes de ir. Lucy! – A garota levantou um pouco a cabeça como sinal de que estava ouvindo. – Consegue sentir suas chaves? – Recebeu um grunhido como resposta. – Então nos mostre o caminho.

— Como ele consegue entende-la? – Yamori perguntou assustado.

— Meses acordar de manhã. – Happy, até então calado, respondeu sem perceber. Estava tão preocupado com Lucy que não falava nada além do automático.

— Deveríamos ter trazido Warren, assim colocaríamos Lucy em segurança longe daqui. – Erza comentou. Metade dos membros haviam ficado na guilda e isso preocupava a Titania. Se precisassem de reforços, como pediriam?

— Não temos tempo para pensar no que deveríamos ter feito. Agora vamos atrás dessas chaves. – Laxus respondeu frio, dando fim ao falatório.

~•~

Ela tentava não chorar ao ver sua irmã colocar suas roupas em uma pequena mala. Entretanto, era inevitável. Suas lágrimas já banhavam o rosto delicado e logo foi notada.

— Vamos, não faça isso. Sabe que eu odeio te ver chorando. — Tentou limpar as lágrimas, mas não paravam de cair. – Eu preciso fazer isso, é para o nosso bem, querida.

— Eu sei... Mas, eu sinto sua falta. – Recebeu um cafuné na cabeça. Sua irmã era a melhor quando se tratava sobre cafunés.

— Dessa vez eu não demorarei muito.

— Poderíamos deixar isso de lado... Por favor, deixe isso de lado. – Viu ela se afastar, a mágoa que a tempos não via de volta em seus olhos.

— Ele precisa pagar pelo que fez.– Antes que pudesse dizer algo, sua irmã já ultrapassara a porta, e ela se viu sozinha novamente.

Foi a ultima vez que a viu.

~•~

— Lucy, em que direção? – Já estavam cansados de correr para todos os lados sem chegar em lugar algum. Lucy continuava indicando direções diferentes, como se soubesse onde estava, mas ninguém conseguia entender. Dessa vez apontava para a esquerda e Natsu não hesitou em dobrar. Os lobos pareciam ser os únicos com a mesma determinação do dragon slayer. Isso, obviamente, preocupava Levy.

Se fosse verdade que eles não estavam por dentro do plano, então não poderiam confiar no auto controle de cada um caso encontrassem o mestre deles. E se estivessem mentindo, provavelmente corriam em direção a uma armadilha.

— Natsu, você tem certeza do que está fazendo? – Gray, que alcançara o mago em questão de segundos embora estivesse cansado, perguntou preocupado. – Lucy está machucada e se estiver – Parou de falar quando Natsu virou-se de costas cobriu Lucy com o próprio corpo. Um segundo depois uma explosão jugou todos alguns metros para trás. Lentamente começaram a se levantar, parando ao ouvir som de passos.

— Vejam o que eu encontrei aqui! – Os lobos estagnaram no mesmo lugar ao ouvir a voz. Um homem robusto, cabelos enrolados e longos, apareceu entre o buraco da parede. Seu sorriso era grande e seus olhos expressavam a loucura que habitava em seu interior. – Algumas fadinhas machucadas e olhem só! Alguns lobos desgarrados. – As fadas logo entraram e modo de combate. Erza e Laxus acobertaram Natsu, que ainda segurava Lucy.

— Soror! – Gina foi a primeira a sair do transe. – Por que estão aqui? – Logo o resto da equipe apareceu. Duas mulheres extremamente atraentes, uma negra e outra parda. As duas com olhos negros vazios. Atrás delas se encontravam duas pessoas cobertas com capas brancas. – Marnie, Lairgold... – As mulheres responderam com um aceno de cabeça. – O que está acontecendo aqui?

— Vamos, você não pode ser tão estúpida assim, não é? – A garota o olhou confusa. De fato entendia o que estava acontecendo, mas era muito difícil aceitar que seus colegas de guilda eram sequestradores e torturadores.

— Por quê? – Quem respondeu foi Lairgold.

— Porque assim deseja nosso mestre. Aquele a quem vocês devem obedecer. – Sua voz era tão desprovida de vida quanto seus olhos.

A frase foi abafada por uma alta risada. Viraram-se todos para Yamori, que encontrava-se ainda jogado no chão, segurando a barriga de forma exagerada.

— Vocês acham mesmo que eu vou obedecer a um psicopata sádico? – Ele dizia entre risadas. Respirou fundo, em uma tentativa de se acalmar. – Olhe bem nos meus olhos, gatinha. – Recebeu um arquear de sobrancelhas. – Você pode estar acostumada a ser um lixo, mas eu ainda tenho uma alma.

— Posso mata-lo, Soror-san? – Gina sentiu um arrepio ao ouvir Marnie se pronunciar, mas Yamori não pareceu afetado.

— Você sabe que o mestre disse para não matar nenhum dos nossos. – Seu sorriso aumentou. – Mas ele não disse coisa alguma sobre machucar.

— To ficando irritado! – Gajeel, cuja paciência era um fio cortado há alguns anos, pulou entre os encapuzados. – Tetsuryuu no houkou! – O grupo, que ainda não havia se recuperado totalmente da primeira explosão, foi jogado para todos os lados.

Natsu, Lucy, Levy e Moro foram jogados para a esquerda. Atsushi bateu contra a parede ao lado deles. O resto desapareceu entre os destroços.

— Moro! – A voz fina de Maru soava forte, mas ninguém conseguia encontra-la.

— Maru! – A irmã respondeu desesperada. Tentou dar alguns passos, mas bateu em uma rocha e caiu.

A poeira logo baixou e Levy, ao perceber a situação, gritou. Gajeel estava sendo levantado pelo pescoço por um encapuzados. Ele tentava a todo custo se livrar, mas o aperto em seu pescoço era forte e o estava sufocando.

Gray logo correu para ajuda-lo, mas foi parado pelo outro encapuzado, que o jogou perto de onde Levy estava. Laxus, com medo de colocar todos em perigo caso usasse seu poder, atacou-o com um soco. Natsu já se preparava para deixar Lucy e se juntar a luta, quando Erza segurou seu ombro.

— Deixe com a gente e vá logo atrás das chaves de Lucy. Você sabe que ela deve estar preocupada. – Ela tinha aquele olhar que dizia “não me contradiga” que Natsu tanto temia. Ele suspirou irritado e colocou a loura sobre seus ombros. – Levy, pegue Wendy e vá com eles.

— Nós vamos com vocês. –Gina, Moro e Maru pararam ao lado de Natsu. Erza abriu a boca para discordar, mas Gina foi mais rápida. – Esses ai são fichinha perto do nosso mestre, eles não podem ir sozinhos.

— Como podemos confiar em vocês? – Antes que a prateada pudesse responder, uma sombra surgiu pela parede. Todos instintivamente se afastaram rapidamente, mas a perna de Lucy foi agarrada por um fio fino e negro. Moro foi mais rápida que todos e levantou um muro entre o fio, cortando-o. Ouviram um grito doloroso e surreal. Embora ocorresse uma batalha a sua volta, eles só conseguiram permanecer olhando o muro a sua frente.

— O que era aquilo? – Wendy sussurrou assustada, quase não sendo ouvida.

Aquilo era um pedaço do braço da Lairgold. – Maru respondeu com um olhar vidrado. Yamori jogou Soror contra a parede, fazendo todo o local tremer.

— Vamos logo! – Gina gritou, já começando a se mover. O resto do grupo a seguiu, deixando somente Erza para trás, que logo se juntou a batalha. Mais fios negros foram aparecendo durante o caminho, sendo cortados ou evitados por todos.

— Ai! – Wendy, que corria um pouco atrás, foi puxada violentamente para trás por um dos fios. Levy tentou alcança-la, mas uma parede de fios foi se formando, até que não pudessem vê-la.

— Wendy! – Maru tentou lançar pequenas rajadas de vento para cortar os fios, mas estes eram densos. Moro e Levy passaram a gritar o nome da garota, mas nenhuma resposta era ouvida, nem por Natsu. Gina pensou em usar sua magia, mas uma explosão era tudo o que não precisavam agora.

De repente todos os fios desapareceram, mas não a escuridão. As gêmeas e Gina respiraram aliviadas, deixando Levy e Natsu confusos. E, como se saíssem de trás de um pano, Wendy surgiu sendo carregada por Atsushi.

— Meu Deus, Wendy! – Levy correu até a menina que saíra do colo de Atsushi e sentara no chão. – Você está bem?

— Sim, graças a Atsushi-san... – Ela parecia bem, somente alguns machucados leves e uma pequena dor no couro cabeludo. Levantou-se lentamente. – Muito obrigada. – Curvou-se para Atsushi, que somente balançou a cabeça.

— Não há de que...

— Bom, seria interessante se você explicasse o que está fazendo aqui. – Natsu o encarava frio. Atsushi, imprevisivelmente, abaixou a cabeça.

— Eu... Eu só achei que seria mais seguro se adicionasse mais um ao grupo. Quanto mais melhor, não é? – O resto do grupo olhou para Natsu, esperando uma resposta. E, de forma ainda mais imprevisível, Natsu sorriu.

— Sim, quanto mais melhor.

Natsu estudara as expressões de Atsushi desde a revelação do mestre. Olhos baixos, distancia grande de Lucy, mas o suficiente para que ainda pudesse vê-la. Ele sentia culpa, provavelmente por colocar a garota que amava nessa situação. E, embora doesse muito, Natsu não conseguia deixar de se sentir alegre por Lucy ter encontrado alguém que realmente se preocupasse com ela.

— Agora vamos.

~•~

O caixão era médio, branco, com pequenos detalhes em preto. Ela mesma escolhera, porque era a cor favorita de sua irmã. Tentou segurar as lágrimas, tentou com muito afinco, mas assim mesmo não conseguiu.

— Oh, coitadinha. Perder a irmã assim... –Não sabia dizer quem comentava sobre si, seus olhos estavam embaçados.

— Mas era de se esperar. A pobre menina foi atrás do assassino do pais. Se nem eles puderam vence-lo, imagina uma adolescente.

— Sim. Vingança nunca leva a lugar nenhum.

— Agora a irmã está sozinha... Pobrezinha. Faz ideia de quem cuidará dela a partir de agora?

— Que eu saiba, ela está sozinha. Não há nenhum parente por parte de mãe e ninguém sabe sobre a família do pai...

Não aguentou mais. Fugiu daquele lugar correndo.

Era verdade. Estava sozinha. Sua família fora morta pela mesma pessoa. Encostou-se em uma arvore e chorou, gritou, tentando inutilmente aliviar sua dor. E aquela dor virou ódio, rancor, loucura...

Aquele assassino desgraçado. Iria mata-lo custe o que custasse. E seus espíritos malditos também.

~•~

Erza não sabia quanto tempo aguentariam. Seus oponentes eram fortes, a ponto de deixarem Laxus em desvantagem. Se estivesse com toda sua magia, facilmente venceriam, mas muitos gastaram para chegar até aquele local e Laxus fizera ainda mais.

— Gray! – O mago de gelo fora jogado a seu lado, inconsciente. Queria ao menos checar seu pulso, mas já não conseguia se manter em pé.

— Gray-sama! – Espera...

— O que?! – Ouviu Gajeel fazer coro. Juvia surgira do nada ao lado do mago. – Juvia, o que faz aqui?

Mas a maga não respondeu. Erza sentiu o ambiente ficar frio.

— Você, criatura nojenta... – O ser encapuzado deixou a cabeça pender para o lado de forma debochada. – Machucou meu Gray-sama... Vai pagar!

— Juvia, não! – Erza gritou. Uma onda enorme foi jogada contra ele, até que virou uma bola d’água. Ele tentava sair, mas nada surtia efeito. – Juvia!

A maga não demonstrou ter ouvido. Permanecia olhando friamente para a bola. Quando ele pareceu ter entrado na inconsciência, Juvia voltou a si, jogando-o no chão violentamente.

Ela ainda permaneceu parada, provavelmente surpresa com seu ato. Quase matara alguém. Ezra, que se distraíra com a maga, sentiu uma forte dor na perna esquerda.

— Erza-san! – A azulada voltara a si quando ouviu a grito da Titania. Atacou um chicote d’água contra a outra maga, Marnie, que caiu para trás. – Você está bem– Erza se apoiou nela e as duas foram até Gray.

— Sim, não se preocupe. – A maga fez menção se mexer em seu machucado. – Não! Vá ajudar os outros.

— Mas... – Juvia olhou para Gray, contrariada.

— Deixe que eu cuido dele. Precisamos de você lutando. – Ela assentiu com a cabeça e correu em direção a Gajeel, que estava a ponto de perder. – E depois vai nos explicar como nos seguiu sem ser notada!

Mas a maga já estava ocupada demais lutando para ouvir. Bom, pelo menos o jogo virara, era o que Erza esperava.

~•~

O sangue fazia um belo contraste com sua pele. Pelo menos era o que achava. Aquele sangue em especial, parecia tão bom, tão... Delicioso.

O homem que matara sua família, o dono de seus pesadelos, agora estava jogado no chão, agonizando em dor. Sorriu.

Demorara tanto tempo para encontra-lo. Durante anos aprimorou seus poderes, aprendeu novos, e seguiu o cheiro do seu sangue. E agora, ali estava ele, dentro daquele quarto de hotel, pagando por tudo.

— Agora que você finalmente parou de tentar fugir, vou explicar porque vai morrer.– Percebeu o medo em seu olhar, escondido sobre a falsa raiva. Seu sorriso aumentou. Ele recomeçou a gritar. Ela drenou o sangue de sua perna esquerda. Ele olhou horrorizado para sua perna seca e morta. – Se gritar novamente, sua perna direita sofrerá o mesmo destino. – E assim ele passou a somente gemer baixo. – Onde eu estava?... Ah, lembrei, lembrei!! O motivo de sua morte. É bem simples na verdade. Lembra-se de um mago muito poderoso chamado Temulos? – Ele permaneceu quieto. – Balance a cabeça em confirmação. – Ele a obedeceu.

“Bom, acontece que você o matou, junto com a esposa. Anos depois você matou... – Parou um momento para respirar fundo, esperando o aperto em seu peito diminuir. – Matou a filha deles.

— Ela foi atrás de mim! – Tão estúpido, tentou se defender. Ela drenou o sangue de seu braço esquerdo.

— Eu não lembro de ter dito que esse seria uma conversa. – Seu olhar era insano e o sorriso cada vez maior. – Eu falo, você escuta e balança a cabeça, entendeu? – Ele assentiu assustado. – Bom menino. Agora, ela foi atrás de você porque você é um assassino imundo e covarde, que usa esses espíritos inúteis para matar pessoas honestas e boas. E eu estou aqui porque vim terminar a vingança que ela começou. Você e seus espíritos serão destruídos.

E, por algum motivo desconhecido, ele começou a rir. Ela o olhou genuinamente confusa. Esperaria para ver o que ele diria. Uma coisa que descobrira durante os últimos anos era dona de uma paciência invejável.

— Meus espíritos? – Ele parou de rir e a encarou divertido. – Sabe há quanto tempo eles já foram embora?

O que? Sua respiração ficou pesada. Não era esse o plano. Não, não, não...

— Foram dados para outros magos anos atrás. Não sobrou nenh – Drenou o sangue de sua perna direita.

— Cale a boca, lixo! – Ele passou a gritar novamente. Aquele som estava irritando-a, bagunçando seus pensamentos. Precisava matar os espíritos. Precisava! Não fora assim que imaginara. – CALE A BOCA! – Arrancou o coração dele fora. Sangue jorrou para todos os cantos. Virou-se para a parede, tentando ignorar o corpo. Mas isso não a impediu de ouvi-lo.

— Que pena. Nunca completará sua vingança... Pobrezinha.

E aquilo ficou enraizado em se coração, tornando-se sua obsessão. Mal sabia ela que aquela era sua perdição.

~•~

Lucy sentia seu corpo balançar muito. Ouvia vozes também, embora não entendesse o que diziam. Seu corpo doía, muito.

— Natsu...

— Lucy! Você está me ouvindo? – Ela abriu lentamente os olhos, mas logo se fecharam novamente. Mais uma vez tentou e se deparou com o chão em movimento abaixo de si.

— O que...?

— Onee-chan! – Levantou um pouco a cabeça e pôde ver suas gêmeas. Sorriu levemente ao notar que saiam lagrimas de seus olhos. Seu corpo foi colocado no chão e Lucy conseguiu ver todos que estavam ali. – Oi gente... – Seus olhos, ainda levemente confusos, pararam em Atushi, que não a olhava.

— Lu-chan, você está bem? – Levy sentou a seu lado e passou a examinar seu corpo. Lucy assentiu e a maga suspirou aliviada.

Percebeu que faltavam algumas pessoas. Antes que pudesse perguntar onde estavam, lembrou do que faziam ali.

— Minha chaves! – Sua voz soara mais alta, mas nem ao menos chegou perto de ser um grito. Tentou se levantar, mas Natsu a parou.

— Espera!

— Mas...

— Você precisa se acalmar antes. Nós estamos andando em círculos porque não faço a mínima ideia de por onde começar. Você pode senti-los, então se acalma e aí vamos procurar, porque se você desmaiar de novo nunca vamos encontra-los.

Ele parecia tão serio que Lucy não pôde fazer nada a não ser obedecer. Todos sentaram-se, tentando descansar um pouco, mas, cinco minutos depois Lucy já estava tentando levantar-se novamente.

— Tem certeza de que já está melhor? – Gina perguntara.

— Sim, agora vamos logo!

E assim voltaram a procurar o local.

A cada curva Lucy sentia seus espíritos chamarem-na mais forte. Ainda não entendia porque nenhum deles tentara entrar no mundo humano, mas não tinha tempo para pensar nisso. Eles corriam perigo.

— Por aqui... – Apontou para a esquerda e, depois de andarem alguns passos, depararam-se com uma porta de ferro enorme. – É aqui, eles estão aqui!!! – Tentou abrir, mas Atsushi a parou.

— Lucy, espera...

— O que?

— Você está sentindo esse poder mágico? – Ela o olhou confusa. Era claro que sentia, mas isso não importava agora. – Do jeito que estamos agora, se entrarmos, poderemos morrer. Pare e pense um pouco. – Ela deu um tapa em seu rosto.

— Eu não ligo! Esse merdinha vai me devolver meus espíritos! – Ela o olhou com desprezo. – Tente me parar e eu te mato...

— Lucy, e-eu só não quero que você se machuque mais.

— Eu não posso abandona-los. – As lágrimas logo embaçaram sua visão. A raiva dera lugar ao desespero. – Eu não posso...

Atsushi a olhou calado. A dor em seus olhos era nítida. Logo ele percebeu que, de fato, nunca houve a possibilidade de saírem dali sem os espíritos. Nunca poderia convencê-la.

— Tudo bem. – E antes mesmo que ele pudesse ela abriu a porta.

O cenário deixara todos estupefatos. Wendy logo vomitou, Maru e Moro gritaram, Levy e talvez Natsu murmuraram algo. Mas Lucy, Gina e Atsushi não puderam fazer nada a não ser olhar.

A única coisa reconhecível naquele cadáver eram os cabelos. O resto não deixava sombra que lembrasse o mestre da Wolfblood. Ossos, músculos e sangue espalhados por todo o piso a sua frente.

Lucy não soube o que fazer. Somente notara a outra presença depois que esta se mexera.

Sentada no que era a poltrona de Elric, uma garota de vestido vermelho olhava para o grupo. Tão delicada e fofa, destoava completamente. Seu olhar insano e sorriso beirando o maníaco eram as únicas coisas que pareciam liga-la ao... massacre.

— Você...!

~•~

Faltava um, somente um espirito, e sua vingança estaria completa. Mas não conseguia encontra-lo. Não sabia quanto tempo havia passado, só conseguia pensar no último espirito. Só um...

Estava tão absorta em pensamento que nem ao menos percebera o belo homem que surgira no beco. Quando enfim pôs os olhos nele, entrou em posição de defesa.

— Não se preocupe, não quero machuca-la. – Mas ela não relaxou. Ele sorriu simpático. – Meu nome é Elric Gollen. Estou procurando alguém chamado Flor de Lótus, você conhece? – Ela assentiu desconfiada quando ele se mostrou extremamente animado. – Que bom! Poderia me levar até essa pessoa?

— Está olhando para ela. – Sussurrou. Ele estranhamente não se mostrou surpreso. – Deseja que eu faça algum serviço?

— Na verdade... Gostaria de convida-la para minha guilda. – Ficou surpresa. Era uma situação inesperada. – Sei que provavelmente ganha muito dinheiro com o que faz, mas não posso deixar de tentar, sabe? Quero uma guilda com os magos mais fortes, quero os melhores, e sei que você pode me ajudar nisso. – Ela deu um passo para trás quando ele tentou se aproximar. – Desculpe, estou muito animado. Seu poder é incrível! Eu juro... Juro que se entrar para nossa guilda, farei de tudo para que tenha o quer, não importa o que seja...

Aquele homem parecia tão honesto, gentil e... Manipulável.

Sorriu.

— Tudo bem. – Ele a olhou surpreso. – Eu aceito participar da sua guilda. – Ele deu um grande sorriso ao ouvir sua resposta. Estúpido.

— Tudo bem, então podemos arrumar tudo no caminho para o hotel. – Ele parou por um momento. – Você quer ir ao hotel comigo.

— Claro. – Ela disse gentilmente

— Então vamos andando. – Ela foi logo atrás dele. Ele a olhou por cima do ombro. – Desculpe mas, seu nome é mesmo Flor de Lótus? – Ela negou. – Poderia me dizer qual é?

Ela parou, sendo imitada por ele. Pensou por alguns instantes.

Seu nome? Qual era seu nome? Já não lembrava direito. Começava com I...? Não. Talvez A... Não conseguia lembrar! A única coisa da qual lembrava era do sorriso de sua irmã, sua bela irmã. O nome dela era tão lindo...

— Evie... – Ele a olhou confuso. Ela, que não conseguia deixar de olhar para o céu, sorriu. – Meu nome é Evie.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai? E ai? E ai?
São 3:22 da manhã e to super loucona porque só terminei agora o capítulo >
Não me odeiem, amo vocês, minhas fadinhas (efeito sono modo on~~)
Até o próximo (que se Kami se quiser, eu posto logo)
Kissus de goiaba o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Asas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.