Asas escrita por Micaia Sama


Capítulo 2
Asas solitárias


Notas iniciais do capítulo

Então, vocês me deixaram animada e acabei postando o segundo logo >< Não vai acontecer sempre, só avisando u.u Mas aí está e obrigada aos que comentaram!



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Termiros era uma pequena cidade na fronteira entre os reinos de Fiore e Seven. Era conhecida por suas tempestades de neve e noites longas, além de ursos e do suposto Yeti que vivia nas montanhas. Mas nada que assustasse Lucy, não como antigamente.

Quando desceu do trem, Lucy passou alguns minutos somente admirando a paisagem. Ultimamente fazia muito isso. Quando percebeu que passara tempo demais ali, tratou de ir direto ao endereço no panfleto.

Enquanto passava pelas diversas ruas e vielas para chegar ao seu destino, Lucy ouvia as pessoas que percebiam sua presença murmurarem entre si. Ouvia somente palavras soltas como “Mais uma?” ou “Pobrezinha”. Já estava perdendo a paciência quando uma senhora, de uns 70 anos, parou a sua frente.

– Você não devia estar aqui.- Sua voz era baixa, quase um sussurro, mas fácil de se ouvir. Lucy se sobressaltou, com uma de suas mãos segurando sua chaves, mas a velha não fez nada além de encará-la.

– O que? Senhora, eu sou uma maga, vê?- Disse mostrando a marca em sua mão e suas chaves. – Estou aqui pa- Foi rudemente interrompida.

– Eu sei porque está aqui, por isso mesmo digo que deveria ir embora o mais rápido possível. Está correndo perigo menina.

Lucy ficou confusa. Correndo perigo?

– Pode me dizer o que quis dizer com isso?- Soou mais como uma ordem do que uma pergunta, mas tanto Lucy quanto a senhora ignoraram.

– Sua missão é recuperar o colar Treslin, estou certa?- Lucy concordou com a cabeça.- Pois saiba que todos os magos que aceitaram essa missão ou desapareceram ou voltaram semimortos, com somente uma lembrança: monstros. Então vá para casa criança, você não sobreviveria sozinha.

Lucy sentiu seu sangue borbulhar de raiva.

“Não sobreviveria sozinha? Tenho sobrevivido esses meses todos, não preciso de ninguém.”

– Obrigada pelo aviso, mas eu aceitarei a missão.– Lucy nunca ouviu sua voz carregada com tamanha frieza.– Não sou como os outros magos. Eu a completarei.

Foi embora decidida, sem esperar uma resposta. Não precisava ouvir mais nada que insinuasse sua incapacidade. Sua raiva só se esvaiu quando pôs os olhos na mansão Treslin.

Era enorme. Talvez até maior que o prédio de sua guilda. E linda. Lucy balançou a cabeça, tentando se concentrar na missão e foi até a porta. Bateu duas vezes e ficou esperando.

A porta foi aberta de supetão e Lucy foi puxada pelo braço para dentro. Preparou-se para socar quem quer que fosse, mas a pessoa largou seu braço e fechou a porta.

– Você deve ser a maga da vez.- Era uma voz masculina e naturalmente rude. Lucy sentiu-se como o ser mais odiado da terra e quase temeu olhar para o homem. Com o canto do olho conseguiu vê-lo.

Aparentava ter uns quarenta anos. Cabelos negros, olhos azuis e corpo musculoso. Uma cicatriz marcava seu rosto do olho esquerdo até o lábio superior. Era muito bonito e, se fosse mais novo, Lucy com certeza ficaria interessada.

Ele apontou para o fim do corredor, onde havia uma porta semiaberta.

– Meu senhor a espera para discutir os detalhes da missão.- E desapareceu em um corredor a esquerda.

“Que estranho. Geralmente mordomos nos levam ao patrão. E se eu decidisse roubar alguma coisa?”

Deixou as observações de lado e andou até o fim do corredor. Ao abrir a porta Lucy se deparou com um aposento iluminado pela pequena lareira no canto esquerdo. Um homem se encontrava em pé, de costas para si. Lucy não pôde ver sua fisionomia por inteiro, mas aparentava ser um homem de vinte, trinta anos no máximo.

– Sente-se.- apontou levemente com o braço para a cadeira no canto da sala. Lucy sentou-se, ainda encarando o homem.- Como diz no panfleto, a missão é recuperar o colar de minha amada família, que desapareceu há cinco anos, quando meu pai passava pelas montanhas no norte da cidade. Ele foi atacado pelo Yeti que ali vivia. Ele sobreviveu, mas o colar desapareceu. Preciso que o encontre.

– Tem alguma ideia de onde posso começar a procurá-lo?

– Sim. Onde a neve cobrir a estrada, deve começar por lá e assim subir até onde puder. Você já sabe qual o valor de sua recompensa, não é?- Lucy assentiu.- Hospede-se aqui, assim não precisará pagar um hotel. Pois bem, se não houver mais dúvidas, pode se retirar.

Lucy se levantou e andou até a porta.

– Só mais uma coisa.- Parou e se virou para o homem. Pôde finalmente ver se rosto. Havia uma dor inexplicável em seus olhos negros.- Não se arrisque pelo colar a não ser que saiba que sairá viva.

Lucy assentiu novamente e saiu do aposento. Andou pela mansão procurando um quarto ou pelo menos alguém que a informasse sobre algo.

– Senhorita? Seu quarto é por aqui.- O mordomo estranho, como Lucy o intitulara, estava logo atrás. Lucy o seguiu pelos corredores infinitos, até que chegaram em uma porta de cor branca. A única dessa cor que Lucy viu na mansão. O mordomo abriu a porta e sinalizou para que Lucy entrasse. Quando entrou, Lucy ficou espantada.

Aquele sem dúvida era o quarto mais bonito que já vira. As paredes eram de um rosa bebê, as mobílias eram brancas e de aparência delicada, como o quarto de uma princesa. Havia mais uma porta que provavelmente daria no banheiro.

Lucy agradeceu ao mordomo e fechou a porta. Foi direto para o banheiro, precisava urgentemente de um banho.

Depois de meia hora na banheira, Lucy se arrumou e foi para sua cama. Ficou alguns minutos somente olhando para o teto, imaginando como seria se seu antigo time estivesse ali.

“Natsu e Gray estariam brigando por qualquer detalhe, Erza estaria comendo algum bolo de morango cuja origem ninguém saberia. Happy estaria cantarolando ou comendo peixe e Wendy estaria deitada ao meu lado, dormindo calmamente.”

Sentiu o peito comprimir de saudade. Como queria seus amigos aqui. Se é que ainda podia chamá-los de amigos.

– Okay Lucy, você vai ignorar tudo isso e dormir. Você está sozinha e não há nada que possa fazer.- sussurrou para si mesma em uma tentativa falha de se controlar, mas as lágrimas caíram. Doía estar sozinha. Ficar sem as pessoas que tanto ama.

E, depois de muito chorar, Lucy caiu no sono.

Ao acordar, Lucy foi ao banheiro, fez sua higiene e vestiu uma roupa quente. Decidiu que comeria fora e saiu da mansão.

Andando pelas ruas da cidade, Lucy parou em um pequeno café. Pediu pouca coisa, somente para enganar o estômago. Depois de comer, perguntou ao dono do lugar como chegava nas montanhas. Ele tentou persuadi-la para voltar para casa, mas Lucy somente ignorou e insistiu para que mostrasse a direção. O homem apontou para um caminho a sua direita, com as mãos tremendo, e desejou-lhe boa sorte.

Andou mais um pouco até encontrar a estrada.

– Okay, vamos nessa.

Quando não pôde mais ver a estrada, Lucy começou a procurar. Como achar um colar que desapareceu há anos em um lugar cheio de neve? Passado trinta minutos, Lucy decidiu que seria melhor chamar um de seus espíritos. Convocou Virgo.

– Deseja algo, hime?

– Sim, você poderia me ajudar a procurar um colar?- Mostrou a foto que havia no panfleto. Virgo assentiu e começou a procurar.

Estava quase anoitecendo e o caminho estava completamente cavado, quando Lucy ouviu som de passos.

Ficou tensa. Quem poderia estar ali a essa hora?

Viu Virgo se aproximar cautelosamente, olhando para os lados. Lucy colocou a mão esquerda sobre suas chaves. Estava atenta a qualquer movimento.

O ataque veio de trás. Lucy girou o corpo e deu um chute, fazendo quem quer que fosse cambalear e cair na neve.

– Hime!- Lucy ouviu Virgo gritar longe, mas não teve tempo de se virar. Alguém a agarrou por trás. Lucy balançou os pés no ar e jogou a cabeça para trás, batendo na do outro.

Quando ele a largou, Lucy correu o máximo que podia, mandando Virgo de volta ao mundo dos espíritos. Mas não demorou muito e foi alcançada. Seguraram seu pé, fazendo Lucy tropeçar.

Bateu e cabeça e desmaiou.


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? Eu fiz isso só como uma pequena introdução à nova personalidade da Lucy e.e Mas esse capítulo também é importante para a estória.
Bom, até o próximo!
Kissus de morango ^^



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