Asas escrita por Micaia Sama


Capítulo 19
Raptada


Notas iniciais do capítulo

GENTE! VOLTEI *lê fugindo da morte certa*
Então... Amo vocês que esperaram pacientemente pela fic, são heróis.
Eu fiquei super atarefada esses tempos: faculdade, igreja, vida não-social, vocês sabem.
Bom, aí está o capítulo. Tenho certeza que geral vai me odiar depois dele, mas sinto muito e é isso.
Boa leitura o/

PS: Essa é a Maru (logo mando a versão Moro em doodleface pra vocês):
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— O plano foi bem foi bem sucedido.- Disse Erza depois de certo tempo. O time voltava de Laforier, onde se encontraram com Lucy.- Embora Natsu tenha quase arruinado as coisas.

— Eu só disse que ela estava bonita!- O Dragon Slayer tentou se defender.

— Natsu, se seus olhos tivessem dentes, Lucy teria sido devorada.- Gray murmurou. Natsu o olhou irritado como resposta, mas não o atacou. O mago de gelo sorriu. Era tão interessante como Natsu reagia quando o assunto era Lucy. Ele ficava entre a razão e a loucura. Lembrou-se de como, há uma semana, quando o mestre informou o perigo que Lucy corria, precisaram de quase sete magos para impedi-lo de ir atrás da loura.

— Vocês acham que dará certo?- Wendy sussurrou e todos passaram a olha-la.- E se não conseguirmos? E se Lucy-san não conseguir mais confiar em nós?

— Ela confia. Ela nunca vai deixar de confiar.- Natsu respondeu imediatamente, deixando claro em seu tom que não havia espaço para duvidas.- Lucy não nos daria essa chance se não confiasse.

— Ele tem razão.- A ruiva disse ainda mais confiante.- Lucy é incapaz de não confiar nas pessoas, assim como é incapaz também de não perdoar.- Ela bagunçou o cabelo de Wendy com um leve sorriso no rosto.- Não se preocupe, tudo dará certo.- Wendy retribuiu o sorriso, embora ainda estivesse insegura.

O plano de Makarov era simples: reconquistar Lucy e mantê-la longe dos lobos sem que a garota notasse. E assim que tivessem a chance a deixariam em um lugar seguro até que tudo fosse resolvido.

Dividiram as funções em equipes. Gajeel, Juvia e o time Raijinshuu descobririam que era o segundo espião de Lucy e se livrariam dele. Makarov, Mira e Levy entrariam em contato com o Conselho, assim nenhuma possível guerra entre as duas guildas seria “surpresa”. E por fim, Natsu e seu time conquistariam Lucy de volta. Makarov tentou incluir o mínimo de pessoas possível, somente pedindo que todos tomassem cuidado com possíveis ataques, afinal, depois que entrassem em ação seria questão de tempo até que Elric descobrisse.

Natsu, de forma nem um pouco surpreendente, era o mais ansioso de todos. Não via nada de errado em ir até a guilda dos lobos e pegar Lucy, destruindo todos que tentassem impedi-lo. Mas, de acordo com seu mestre, era “um plano arriscado e insano”. Como se deixar Lucy a mercê do inimigo fosse racional. Eles poderiam sequestra-la a qualquer momento, assim que percebessem algum rastro de ameaça.

E, de fato, Natsu não poderia estar mais certo.

~•~

1 semana depois

Lucy estava a um passo de explodir. Sentia que sua mente não estava em perfeito estado depois das duas semanas passadas.

Primeiramente, Maru e Moro entraram em algum tipo de greve de silêncio desde que Lucy voltara a falar com as fadas. Estava claro que eles morriam de ciúmes de Wendy e se sentiam ameaçadas. Lucy tentou mostra-las que não havia competição, mas realmente havia uma.

Segundo, sua relação com Atsushi estava muito estranha. Sempre que as fadas eram mencionadas ele parecia ficar tenso e distante. Lucy não entendia suas reações e isso a deixava irritada.

E, é claro, o mais importante: Lucy estava definitivamente sendo seguida. Descobrira isso alguns dias antes, enquanto tentava dormir. A sombra sobre sua janela a impediu de se acalmar. Permaneceu imóvel por vários minutos, esperando que mais alguém notasse o poder mágico do estranho, mas ninguém veio. E somente quando a presença se foi Lucy pôde se sentir relaxada.

Desde então a loura tentava não ficar sozinha e dormia com Virgo, mesmo que levasse muito poder magico. Não queria falar com os lobos, tinha medo do que pudesse acontecer, afinal, se eles não puderam sentir a presença do mago perto da mansão é porque ele deveria ser muito poderoso. Lucy não sabia nem como ela podia senti-lo.

— Onee-chan? Está tudo bem?- Olhou em direção a porta, onde Moro se encontrava. Não notou a menina entrar. Sorriu, sabendo que uma hora ou outra elas voltariam a falar. Amavam Lucy demais para ignora-la por muito tempo.

— Sim. Só estava pensando.

— Naqueles seus amigos da Fairy Tail?- Lucy sentiu o ciúme transbordar da garota, o que a fez rir baixinho.

— Nem passou perto.- Levantou o braço, oferecendo a mão para ela, que aceitou imediatamente, sentando-se ao seu lado.- Estava pensando se você e Maru gostariam de tomar sorvete comigo.

— Mas é claro que sim!- Moro começou a pular animada.- Tenho que falar com Maru.- E saiu correndo.

Talvez com esse passeio elas pudessem ficar mais relaxadas, Lucy precisava lembra-las que Wendy não era uma ameaça. E, além de tudo, precisava esquecer dos problemas por um tempo e aquelas duas eram perfeitas para a missão.

~•~

Lucy novamente foi acordada no meio da madrugada. O motivo era diferente dessa vez: ao invés de seu “visitante", Lucy se deparou com suas gêmeas preferidas.

— Onee-chan...- Moro sussurrou e Lucy se sentou na cama preocupada, afinal ouviu o choro na voz da menina.- Podemos dormir com você?- A loura puxou as duas para mais perto, beijou a testa de cada uma e limpou suas lágrimas.

— Sempre, meus amores. Não precisam pedir, minha cama é de vocês também.

As duas deitaram, uma de cada lado da maga, e a abraçaram. Moro ainda chorava e só parou ao dormir, vários minutos mais tarde.

Era a terceira vez que elas faziam isso só naquele mês e Lucy nunca perguntou o motivo, mas a preocupação estava deixando-a impaciente. Com isso em mente decidiu interrogar Gina ao acordar.

E só assim dormiu.

~•~

— Como assim a terceira vez no mês?- Gina deixou clara sua preocupação na força com que segurava os ombros de Lucy. A loura decidiu ignorar a dor.

— Sim. E só acho que está na hora de você me dizer o que está acontecendo.- A morena soltou Lucy e sentou na cadeira atrás de si.

— É complicado.- Foi a primeira coisa que disse em minutos. Quando notou que Lucy não a deixaria em paz até ter a informação que queria, decidiu falar.- Pelo que eu sei, elas tem isso desde antes mesmo de entrarem na Wolfblood. Tem algo a ver com a mãe, que morreu quando elas tinham sete anos. Ataque de monstro, não sei dizer em detalhes.- Lucy sentiu uma dor no peito. Então elas também perderam a mãe cedo.- Depois viveram em um orfanato até os dez, mas houve um incêndio. Passaram dois anos andando de cidade em cidade, fazendo apresentações com suas magias, até que foram encontradas por Atsushi. Ele as trouxe para Wolfblood e elas nos forçaram a formar uma equipe. Foi só no começo do segundo mês que descobrimos isso.- Gina já parecia distante.- Havíamos acabado de comprar essa mansão e era nossa primeira noite aqui. Dormimos todos na sala porque não compramos nenhum móvel além da geladeira, então já da pra imaginar que nosso colchão era só um bolo de lençóis.- Gina riu e Lucy a acompanhou com um pequeno sorriso. Mas sua expressão mudou rapidamente para triste.- No meio da madrugada acordamos com o choro delas. Não conseguimos voltar a dormir porque elas choraram até dez e meia, onze da manhã talvez. Demorou muito para nos explicarem sobre isso, acho que só na quarta vez elas abriram a boca.

— E elas contaram sobre o que exatamente elas sonham?- A morena negou.

— Só sabemos que tem a ver com mãe porque uma vez Yamori ouviu Maru murmurar enquanto dormia. Não sabemos mais que isso.

— Entendo...- Lucy sabia que isso era o máximo de informação que teria. Se nem eles sabiam, imagine ela.

— Mas é esquisito.- Gina a tirou de seus devaneios.- Você disse que é a terceira vez no mês, mas geralmente só ocorre uma vez a cada mês, no máximo! Isso é muito estranho.- Ela olhou para Lucy como se esperasse uma explicação, mas a maga só deu de ombros.

— Sei tanto quanto você.

— Elas sempre pedem pra dormir com você?- Lucy concordou.- E param de chorar em questão de minutos?

— Sim, o intervalo mais longo durou cerca de quarenta e cinco minutos.- Lucy tentou decifrar o olhar que a maga dava em sua direção, mas não conseguiu.

— Bom, acho que falamos até demais. Temos que fazer o café, né?- E assim que terminou de falar, Yamori surgiu sem camisa pela porta. Gina corou e voltou o rosto para o lado contrário.

Mesmo quando as gêmeas e Atsushi desceram para tomar café Lucy não conseguiu deixar de pensar na conversa de mais cedo. Suas garotinhas estavam sofrendo e ela não podia fazer nada.

~•~

5 dias depois

Lucy esperava pacientemente na estação de Laforier seu antigo time chegar. Perguntaram se ela tinha o dia livre para passear pela cidade e Lucy não pôde negar, já que usaram Wendy como forma de apelo.

Embora quisesse ver seus amigos, não conseguia ficar relaxada. Maru e Moro não falavam com ela desde que descobriram sobre o passeio e Atsushi a evitou o dia todo.

E, é claro, Lucy estava com tanto sono que não conseguia pensar direito. Nos cinco dias que se passaram desde que as gêmeas foram dormir em seu quarto, Lucy ouvia alguém batendo em sua janela. Na primeira noite abriu a cortina, mas não viu ninguém, até que sentiu a presença familiar de seu perseguidor. Voltou para a cama e só dormiu ao amanhecer, quando ele se foi. E nas outras noites a situação se repetiu.

A loura estava tão cansada que nem ao menos notara as fadas chegarem. Erza precisou balançar seus ombros para chamar sua atenção.

— Lucy, está tudo bem?

— Ah, sim.- O olhar preocupado de Erza despertou seus sentidos por completo.- Eu só estou morrendo de fome!- Wendy e Lisanna soltaram uma risada e a expressão de Erza suavizou.- Vamos andando?

— Claro, só precisamos esperar o Natsu e Gray. Eles sumiram naquela direção.- Lisanna disse e apontou para a floresta perto da estação. Lucy olhou para a albina, completamente confusa.- Também não sei o porquê.- E deu de ombros.

Alguns minutos depois, quando realmente Lucy começou a sentir fome, eles surgiram entre as arvores.

Lucy sorriu ao ver Natsu. Não queria admitir, mas amava tê-lo de volta. Ele não a deixou tensa, nem exigiu uma resposta para sua declaração. Ele só estava ali, sendo Natsu. E era isso que Lucy queria, seu amigo Natsu. Nada mais, nada menos.

Ele sorria, mas, ao chegar mais perto seu olhar mudou. Ele correu até Lucy, chegando bem perto de seu rosto. Passou a mão delicadamente pela parte de baixo dos seus olhos.

— Você não tem dormido bem?- Como ele...? Lucy até passara maquiagem, ninguém havia notado suas olheiras, então como ele notara?

— Err...- Lucy não sabia o que dizer. A mão de Natsu ainda estava em seu rosto, o que tirava toda sua concentração.- Só tive um pesadelo ontem, nada demais.

— Tem certeza?- Lucy ficou desconfiada. “Será que Natsu sabe de algo?”. A maga somente assentiu com a cabeça e Natsu se afastou. Lucy sorriu aliviada por não estar mais tão próxima do mago e se virou para o resto do grupo.

— Bom, vamos? Como disse antes, estou morrendo de fome.- E saiu andando na frente. Logo todos a alcançaram e passaram a conversar animadamente. Lucy tentava manter uma distancia confortável de Natsu, mas ele sempre se aproximava. Sentia tantas saudades da amiga que não conseguia ficar um minuto longe, pobrezinho.

Foi divertido. Lucy pôde esquecer por algumas horas o que estava passando nos últimos dias. Até o sono passara.

Eles não falavam com ela como se nada houvesse mudado. Não, dessa vez estava tudo indo da maneira certa. Eram amigos que estavam tentando se adaptar as mudanças. Eles finalmente enxergavam essa nova Lucy.

Quem sabe dessa vez dá certo.”

E no fim do dia Lucy realmente ficou triste por vê-los irem embora.

~•~

Chegou na Wolfblood nem um pouco surpresa por ver toda aquela confusão. Aparentemente era a festa de aniversário de Darcy, embora Lucy tenha jurado ouvir que havia sido seis meses antes.

— Lucy, até que enfim! Achei que teríamos que te sequestrar.- Elric foi o primeiro a cumprimenta-la.- Que tal um uísque para descontrair?- Lucy aceitou no mesmo segundo. Aquele guilda piorando seu vício, não que ele ligasse. – Então, já pensou sobre entrar na Wolfblood?

Lucy mordeu o lábio inferior nervosa. Sempre que se encontravam era a mesma coisa: ele a convidava para entrar na guilda e ela recusava educadamente.

— Mestre, eu ainda não estou pronta para entrar em guilda alguma.- Lucy viu novamente aquela sombra sob seus olhos. Só um segundo, mas Lucy notou.- Eu espero que entenda.

— É lógico que eu entendo, minha querida. Eu sou muito ansioso, você sabe.- Colocou o braço esquerdo sobre os ombros de Lucy e a arrastou até onde seu time estava. Maru e Moro a olharam irritadas e Gina deu um leve tapa na testa de cada uma.- Vou deixa-la em paz agora.- Piscou e se afastou, andando em direção a Evie.

— Então, como foi?- Gina perguntou assim que ela se sentou. Lucy notou que Atsushi não olhava para ela. Por que as coisas estavam tão complicadas para ela?

— Foi bom.- Maru e Moro fizeram caretas e Lucy decidiu que elas mereciam um mimo.- Wendy não fica tão bonita em vestidos como essas duas aqui, mas até que não estava tão mal.- E isso foi o suficiente para que elas mudassem as expressões.

— Ela fica muito alta para vestidos, ne?- Moro começou.

— E não tem um rosto muito fofo para uma garotinha.- Maru complementou.

— Sim, sim!- As duas disseram juntas, com aquela expressão de falsa sabedoria que só crianças tem. Lucy riu alto e Gina deu outro tapa nas testas delas.

— Parem de falar mal da menina. Tão bonitinha!- Maru e Moro começaram a argumentar irritadas por Gina estar defendendo a garota. Lucy decidiu deixa-las discutindo e se aproximou de Atsushi.

— E ai? Fez o que de bom hoje?- Ele a olhou de canto de olho e Lucy sentiu o corpo gelar. Sua expressão era tão indiferente. Nem quando se conheceram ele parecia tão frio assim.

— Nada demais.- Lucy esperou que ele dissesse algo mais ou pelo menos perguntasse sobre o dia dela, mas ele somente a ignorou e continuou bebendo.

— O meu foi bem louco. Eu est- Ele se levantou de repente.

— Eu vou ler um pouco na biblioteca, se me derem licença.- E sumiu entre os membros.

Lucy só ficou sentada por uns cinco minutos antes de ir atrás dele, completamente irritada.

— Qual o seu problema?!- Ela praticamente gritou assim que chegou a biblioteca. Ele a olhou levemente confuso.- Por que está fazendo isso comigo?

— Isso o que?- E novamente a expressão indiferente no rosto. Lucy quis soca-lo com tanta força, mas se controlou, somente devolvendo o olhar.

— Eu entendo você ficar tenso quando se trata da Fairy Tail, mas você não pode ficar irritado comigo por querer dar uma chance para eles. Você está basicamente agindo como uma criança mimada.

— Você está partindo o meu coração e eu não posso nem ao menos agir como uma criança?- E ali estava o que a indiferença dele tentava esconder: mágoa. E então Lucy compreendeu.

— Você acha que eu vou te largar por Natsu, não é?- Ela viu como ele fechou a mão, tentando se controlar.

— E não vai?- Lucy sorriu docemente.

— Eu realmente não saberia como responder isso algum tempo atrás. Mesmo quando te conheci, não pensei que superaria meus sentimentos por Natsu.- Ele tentou dizer algo, mas Lucy continuou antes que pudesse.- Espere eu terminar, afinal, ainda não disse minha resposta.- Ele assentiu.- Eu só posso dizer que, eu não sei dizer se um dia vou voltar para a Fairy Tail, nem se vou voltar a Magnólia ou se me tornarei novamente um membro da minha antiga equipe. Mas eu posso com toda certeza que não vou voltar para o Natsu. Porque, querendo ou não, agora meu coração é responsabilidades sua.

Atsushi sorriu sem humor.

— Como pode ter tanta certeza?- Em resposta Lucy chegou mais perto, a ponto de encostarem seus corpos e sentiu ele ficar tenso. A loura colocou a mão sobre seu rosto, logo abaixo de seus olhos e disse:

— Porque hoje Natsu chegou a praticamente essa distância de mim, e nem de longe foi tão agradável quanto agora.

E isso foi o suficiente para ele beijá-la. Lucy quase caíra no chão, mas foi habilmente prensada contra a estante de livros atrás de si. Sentia as mãos de Atsushi segurarem fortemente sua cintura e, quando ele mordeu seu lábio inferior, ela soltou um gemido. Atsushi rosnou baixinho.

— É tão bom tirar essas dúvidas da cabeça.- Ele disse entre alguns selinhos e Lucy sorriu.- Você me deixa louco, sabia?- Ela não pôde responder, pois ele logo intensificou novamente o beijo.

E então a gritaria do lado de fora se intensificou.

Os dois pararam no mesmo segundo. Atsushi a soltou e se afastou sem graça. Lucy sorriu e deu um ultimo selinho antes de puxa-lo para fora do local, somente para se deparar com uma situação extremamente confusa.

Yamori estava aos murros com Dorian. Os outros membros tentavam para-los, mas nada funcionava. Até que Gina gritou, a irritação transparente no rosto.

— Largue ele, Yamori!- O mago parou no mesmo segundo, embora estivesse claramente se controlando e muito.- O que você estava pensando quando o atacou?- Ela mantinha a voz em tom baixo, o que significava somente uma coisa: ela iria acabar com ele.

— Eu só- Ela o interrompeu.

— Você só o que?- Soltou uma risada irônica.- Ficou irritado porque percebeu que não vou ficar te esperando para sempre?- Yamori arregalou os olhos e Lucy quase pôde ouvir o coração dele quebrando.- Você acha que sou estúpida a esse ponto? Uma hora ou outra eu cansaria de bancar a boba, você já devia ter isso em mente.

Os membros foram se afastando envergonhados, deixando somente o time. Yamori, que estava até então parado sem expressão alguma, levantou-se de repente, com um sorriso afetado no rosto.

— Desejo felicidades então.- E saiu pelo portão principal. Gina logo sumiu irritada com Dorian.

Lucy e Atsushi trocaram olhares e a loura suspirou derrotada.

— Tudo bem, eu vou.- Ele fez um cafuné de consolo.- Sempre sou eu resolvendo problemas amorosos.- Resmungou, já se distanciando do mago.

— Só trate de não resolver os problemas dele da forma como você resolveu o seu.- Atsushi comentou alto. A maga virou-se para ele com um sorriso malicioso.

— Não se preocupe, esse jeito de resolver é só nosso.- Piscou ao terminar a frase e sumiu pelo portão.

~•~

Demorou longos minutos para que Lucy o encontrasse, sentado em um banco escuro no parque principal.

Mas que cena melancólica.”

Ela se aproximou lentamente e, quando ele a notou, afastou-se para que ela sentasse, o que ela fez prontamente.

— Muito bem...- Lucy disse depois de um tempo. A melhor tática seria descontrair um pouco.- Vamos tomar sorvete?

— Eu sou louco por ela.- Lucy se assustou com a sinceridade dele.- Sou louco por ela desde a primeira vez que a vi.

— Então por que nunca tentou algo?- Ele suspirou alto antes de responder.

— Eu sou errado demais para ela.- Lucy o olhou confusa.- Eu não sou um mago forte, não sou inteligente, Lucy! Meu nome significa lagarto, só para deixar claro minha insignificância. Eu não estou a altura dela. Ela é a filha de um pirata, uma maga incrível e eu? Só um filho de uma camponesa cujo pai morreu em missão.- Ele já estava chutando pedras e socando arvores quando terminou de falar.

Lucy se levantou calmamente e se aproximou, apoiando a mão direita no ombro do amigo.

— Você a ama?- Ele confirmou com a cabeça.- Então vá lá e diga isso.

— O que? Você tá maluca?!- Lucy sorriu.

— Você diz que não a merece, mas não se esforça para merecer. Vai lá, vire o maior mago de Fiore e mostre para todos o poder de um lagarto.- Ele soltou uma risada com a última frase da maga.- Mas antes disso você precisa dizer a ela tudo isso. Deixar claro como você se sente e porque não está pronto para ficar com ela agora. Porque ela pensa que você a rejeita. E você não quer que ela pense isso, não é?- Ele negou.- Ela vai entender, você sabe disso.

— Mas e se...- Lucy bateu de leve em seu rosto.

— Mas nada! Eu sei que você pensa que ela deveria encontrar alguém melhor, mas a melhor pessoa que ela poderia ter ao lado dela é você.

— Você acha mesmo que ela vai entender?

— Sim. E mesmo que não entenda, sei que ela vai aceitar. É o que fazemos quando amamos alguém.

Yamori pareceu ponderar sobre o que Lucy dissera, até que sorriu e a abraçou.

— Obrigado. Por isso você é a melhor conselheira que alguém pode ter.- Largou ela e começou a correr para fora do parque.

— Boa sorte!

— Vou acabar voltando roxo!- E sumiu, deixando Lucy rindo sozinha. Não durou muito, pois logo a maga notou a presença já tão familiar.

Seu perseguidor estava de volta.

Lucy olhou em volta, o medo dominando seu sistema, e começou a andar em direção a saída. Notou passos perto de si, então passou a correr. Quando estava a alguns passos de distância da saída, sentiu algo ir de encontro a seu corpo e caiu no chão. Tentou se mover, mas não pôde.

Algum tipo de magia de paralização.”

Lucy ouviu os passos se aproximarem, até que pôde ver as pernas da pessoa. Levantou os olhos, tentando ver quem era e, quando conseguiu, parou de respirar.

Então sentiu tudo escurecer.


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Notas finais do capítulo

Eu sei, eu sei: Rolou muita coisa.
Mas eu precisava colocar tudo nesse capítulo porque tudo meio que se encaixa.
Fãs de Nalu, parti o coração de vocês, eu sei. Mas o Atsushi é perfeito demais pra receber um fora da Lucy, sorry e.e
E gente, só avisando: chegamos na reta final da fic.
Dói dizer isso, mas ao mesmo tempo dá uma sensação de "Gente! Consegui!"
Por favor, avisem se tiver algum erro e comentem o que acharam de tudo que rolou nesse capítulo.
Até o próximo,
Kissus de determinação!



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