Asas escrita por Micaia Sama


Capítulo 10
Asas decididas


Notas iniciais do capítulo

Demorei, eu sei e.e
Bom, quero dedicar esse capítulo à Criminal Base, Luxy Heartfilia e Kassia, pelas recomendações *-*
Eu.to.besta. Sério, é tão bom entrar no Nyah e ver essas recomendações.
Meu amor por vocês é eterno!
Bom, sem mais delongas, podem ler u.u



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/646951/chapter/10

Quase três semanas se passaram e Lucy não voltara para a Fairy Tail, o que deixou Mira pensativa. Mestre Makarov avisara que ela permaneceria mais um pouco com os amigos da outra guilda, e que a mesma não devia se preocupar. Levy desaparecera na biblioteca da guilda. Gajeel saíra em missão com Lily. Erza, Gray e Wendy sentavam sempre na mesma mesa e cochichavam entre si. Já Natsu e Happy perambulavam desmotivados pela guilda, sempre murmurando ou perguntando por Lucy. Mira inventara boas mentiras, pois sabia que Lucy preferia deixar seus outros amigos em segredo por um tempo. A única que lhe fazia companhia era Lisanna.

– Você não acha preocupante que ela ainda não ter voltado?- Mira suspirou quando a outra perguntou.

– Ela avisou que ficaria mais uns dias. Algo sobre um imprevisto ou coisa assim.- Mentira, mas, mesmo que tentasse controlar, a mágoa acabou sendo visível para a irmã.

Toda essa situação estava deixando Lisanna louca. Lucy estava magoada e acabava por ignorar os membros da guilda. Os membros ficavam magoados e perdidos por isso. Ao invés de todos conversarem, simplesmente seguravam as mágoas. E sobrava para a mesma tentar melhorar as coisas.

Entendia o ponto de vista de Lucy, mas que ela desse pelo menos uma chance. Só uma! Para que Lisanna pudesse ver aquele sorriso empolgado de Natsu. O sorriso que ele só dava quando falava de Lucy.

Quando foi para Edolas, Lisanna logo deu de cara com Lucy. A maga, embora fosse bruta, tinha seus momentos gentis e logo conquistou Lisanna. Não pôde deixar de sentir uma dor no coração ao ver como ela e Natsu de davam bem, mas a dor diminuiu com o tempo e, depois dos últimos anos, Lisanna passou a apreciar essa relação lenta e divertida dos dois. Quando voltou para Fiore, achou que seria provavelmente a mesma coisa, e essa Lucy era ainda mais agradável .

Mas agora, com toda essa confusão, Lisanna não conseguiu deixar de pensar que a culpa poderia ser sua. Afinal, a mesma notou como as coisas mudaram depois que voltara. Por isso tentava ao máximo arrumar tudo aquilo.

– Mira-nee...- Segurou a mão da irmã, que logo sorriu falsamente.

– Está tudo bem, são só saudades...- Mira olhou para o pescoço da irmã, decidida a mudar de assunto.- Oh, que colar lindo! Não me lembro de vê-la usando antigamente.- Lisanna acompanhou o olhar de Mira, onde um colar de prata com um pingente de rubis se encontrava.

– É porque isso não é de antes.- Mira olhou-a confusa.- Ganhei como presente de um mago, mestre de alguma guilda. Ele disse algo sobre ser um presente pela minha volta. Foi logo depois que voltei e o mestre precisou me levar para aquela reunião com o conselho para explicar sobre Edolas e Mystogan.

– É muito bonito. E parece caro.

–Deve ter sido mesmo, mas não é o ponto aqui. Mira-nee...- A maga olhou para Lisanna.- Tudo vai se resolver, logo teremos nossa Lucy de volta.- Mira sorriu.- Agora me veja um pedaço de torta bem grande!!!

– Vê se não fica gorda comendo esses doces todos.

– Não enche!

~•~

O clima na Wolfblood era de festa, não que fosse alguma novidade. Lucy nunca pensou que se divertiria tanto em festas, mas parece que estava enganada. Sua realidade parecia ser aquela agora. Uma guilda cheia de lobos bêbados, cantores de karaokê péssimos, reis e rainhas do drama e, principalmente, as pessoas mais problemáticas de toda Fiore, depois da Fairy Tail, é claro.

Fairy Tail.

Só lembrava da própria guilda quando tomava banho e via aquela bela marca, que um dia a fez tão alegre. Hoje, era só um desenho cujo significado deixava a maga pensativa.

Não sabia se queria voltar à Fairy Tail. Seus amigos voltaram a conversar e Lucy se sentia bem, mas, mesmo assim, ficar perto de Natsu lhe causava uma dor incômoda e, querendo ou não admitir, não sabia se queria manter aquela amizade com as fadas.

E, esse tempo todo que passara na Wolfblood, Lucy fora bombardeada com diversos pedidos de que entrasse de vez na guilda. Foi difícil negar, mas Lucy ainda sentia que sair da Fairy Tail seria uma atitude irresponsável.

– Lucy! Você está muito pensativa. Que tal mais um copo de cerveja?- Darci colocou o copo sobre a mesa, em frente à Lucy. A maga sorriu, pegou o copo e tomou tudo em um gole.- Isso aí gatinha. Agora vai dançar. Quero ver Atsushi ficar corado.

Lucy fez uma continência e foi para a pista de dança, deixando um Darci bêbado e risonho para trás. Atsushi, que estava com Gina e Yamori do outro lado do salão, encarava Lucy profundamente, fazendo a maga ficar arrepiada.

Uma semana atrás, em uma noite comum, tudo pareceu mudar entre os dois. Depois de colocar Maru e Moro para dormir, Lucy decidira passar um tempo na varanda do quarto. Queria respirar, olhar para a lua (que ironicamente não decidira aparecer no céu naquela noite) e pensar sobre o que faria no futuro. Estava tão perdida em pensamentos que nem ao menos percebeu Atsushi aparecer atrás de si.

“Oi.” Lucy deu um pulo de susto quando o ouviu. Ele soltou uma risada, logo indo para o lado dela. Depois de Lucy dar um tapa em seu ombro, passaram alguns minutos conversando, até que ambos pararam e somente olharam um para o outro. “Lucy, eu posso...” Ele começou a gaguejar, fazendo Lucy soltar uma baixa risada. Ele corou (não que fosse alguma novidade). Ela se aproximou, ficou na ponta dos pés e o beijou. Foi somente um encostar de lábios, mas para seu primeiro beijo, aquilo foi mais do que suficiente. Afastaram-se alguns segundos depois, completamente envergonhados. Olharam um para o outro e começaram a rir.

Depois daquilo, sempre que ele a olhava, Lucy sentia o estômago embrulhar. Não sabia o que significava, afinal, só sentira isso uma vez, meses atrás. Mas não se importava. Aquilo era bom e Lucy queria continuar sentindo.

Ela sorriu para Atsushi e obteve outro de volta. Logo puxou Filipa, que fazia movimentos esquisitos, e começou a dançar.

Depois disso, somente mais cervejas e diversão. E, bem no fundo, Lucy ouviu sua consciência sussurrar que ela deveria encontrar ajuda para esse problema com álcool.

~•~

– Lucy, você não acha que está na hora de voltar para sua guilda?- Gina perguntou quando as duas arrumavam os colchões. Decidiram que Lucy dormiria com a maga dessa vez, depois de um pequeno escândalo por parte das gêmeas.

– Nossa, se você quer que eu vá embora é só avisar, okay?- Fingiu mágoa. Gina riu alto.

– Você sabe que não é isso, idiota. Mas os seus amigos devem estar sentindo sua falta.

Lucy ficou séria de repente. Gina a olhou curiosa. Ultimamente tentava notar como Lucy ficava quando o assunto era sua guilda, pois sabia que havia ali algo que Lucy omitia.

– Mesmo que estejam, não acho que me importo.- As palavras saíram sem Lucy perceber, provavelmente porque ainda estava meio bêbada.

– Lucy...- Gina se aproximou da maga e colocou as duas mãos sobre os ombros.- Do que diabos você está falando?

– Nada, só...- Gina a interrompeu.

– Nada é o que tem na cabeça do Yamori. Eu já percebi faz tempo que você fica assim quando fala deles. E a cicatriz na sua marca, você acha que caímos nas suas desculpas sem noção?

Disse que ninguém caía nisso. Está decidido: vamos procurar um professor, porque você está precisando!”

Calou a voz em sua mente, voltando a atenção para Gina, que ainda a encarava. Lucy permaneceu calada, até que a amiga suspirou alto.

– Lucy, eu prometo não deixar sair uma palavra sobre o assunto se você não quiser. Prometo também não sentir pena, nem te julgar. Mas se você confia em mim, nem que seja um pouco, por favor conte. Porque eu sei que esse olhar que você dar quando falamos da Fairy Tail não é de sempre.

Lucy sabia que ela estava fazendo drama sobre confiança, mas uma parte de si realmente queria contar aquilo. Dizer como se sentia sobre tudo o que fizeram com ela. Já que não queria magoar os outros com suas palavras, por que não falar para alguém que não tinha nada a ver com isso?

– Bom, eu falo.- Gina sorriu levemente, feliz por saber que Lucy confiava nela.- Mas só depois de arrumarmos os colchões.

As duas arrumaram tudo caladas, cada uma presa em seus próprios pensamentos. Quando terminaram tudo, deitaram-se e ficaram encarando o teto.

– Você pretende falar algo, ou vai ser comunicação por sonhos?- Lucy bufou, mas logo começou a rir.- Você quer que eu conte algo antes? Assim ficamos quites?

Lucy a olhou surpresa, concordando em seguida. Queria saber mais sobre Gina. A maga permaneceu olhando para o teto, como se estivesse nervosa demais para olhá-la.

– Eu sou filha de um pirata.

Lucy ficou alguns minutos somente olhando para a maga, paralisada. Gina, a maga mais dentro da lei que Lucy conhecera em toda sua vida, era filha de um pirata?

– Como foi que...? Você é...- Gina riu.

– Eu nunca o conheci. Só ouvi falar dele pela minha avó. E o via todos os dias nos olhares tristes da minha mãe.- Sua voz era nostálgica. Era a primeira vez que contava aquilo para alguém. Lucy segurou sua mão, dando um leve aperto. Gina sorriu para a maga, sendo retribuída.- Eu nunca contei nada disso para ninguém. Então, por favor...

– Seu segredo está guardado.- Logo as duas voltaram o olhar para o teto novamente.

– Bom, agora é suas vez.- Disse Gina depois de um tempo.

– É, minha vez... Bom, espero que não esteja com sono.

– Minha curiosidade é maior que qualquer sono.- Respondeu orgulhosa. Lucy respirou fundo e começou a falar.

Não sabia em que momento começara a chorar, mas Gina somente ouvia atentamente e assentia de vez em quando. Quando terminou, limpou as lágrimas e voltou o olhar para Gina, que ainda encarava o teto.

– Lucy, você ainda quer ser amiga deles?- A maga parou para pensar por alguns segundos.

– Sim.

– Está disposta a perdoá-los?

– Eu... Não sei.- Gina virou o rosto para Lucy, encarando a maga profundamente.

– Então volte amanhã de manhã para a sua guilda, beba, divirta-se e, no final do dia, se a resposta for sim, tente. O que eles fizeram realmente irritou, daria um belo soco na cara de qualquer um se não fosse contra minha crenças. Mas, algo que aprendi é que amizades tem seus altos e baixos. E que se eles estão arrependidos, você devia dar uma chance.- Gina sorriu e então abraçou Lucy.- Mas se eles não se arrependem, você sempre terá a nós, não esqueça.

Lucy sorriu de volta, retribuindo o abraço com carinho. Logo as duas decidiram que aquele era o fim da conversa e foram dormir. Lucy ainda permaneceu acordada, olhando o nada.

No fim, decidiu que não faria mal em dar somente mais uma chance para as fadas.

~•~

Lucy quase esquecera como o prédio da Fairy Tail era grande. Não chegava aos pés da Wolfblood, mas era impressionante.

Saiu de manhã de Laforier, como Gina dissera para fazer. A despedida foi rápida, até Maru e Moro não fizeram cena. Ficou chateada pois queria se despedir melhor de Atsushi e talvez repetir aquele beijo. Durante a viagem pensara sobre o que fazer quando chegasse na guilda, mas não conseguira pensar em nada.

Quer saber? vai ser tudo no improviso.”

Entrou na guilda, onde somente alguns magos se encontravam. Não era nem meio-dia ainda, então não estava surpresa.

– Lucy!- A voz de Mira chamou sua atenção. Foi em direção ao bar, onde a mesma se encontrava.

– Mira-chan! Como está?- A maga fez uma cara emburrada, o que deixou Lucy confusa.

– Quase pirando por não ter muitas notícias suas. Mas quem se importa se Mira está preocupada, não é?

Lucy ficou sem jeito.

– É que estava a maior confusão e não consegui encontrar a lacrima de comunicação. Desculpa Mira-chan, prometo não fazer isso novamente.

– Tá, deixo passar dessa vez. Mas parece que você se divertiu bastante com esses seus amigos.

– Sim, eles são... Um bando de bêbados.- As duas riram.- Mas já estava na hora de voltar, ne?

– Concordo. Você não sabe como foi difícil aguentar.- Mira colocou um copo de cerveja na frente de Lucy, que logo tomou um gole.

– Como assim?- Perguntou depois de engolir. Sabia que era cedo para beber, mas foi esse o conselho que Gina dera.

– Levy se trancou na biblioteca. Erza, Gray e Wendy estão esquisitos e Natsu- Fora interrompida.

– LUCY!- Natsu corria em sua direção com um sorriso grande no rosto. Abraçou-a, deixando-a sem graça.- Por que demorou tanto?

– Lucy! Quero peixe!- Happy caiu na cabeça da maga, choramingando.

– Ah, nossa.- Natsu se afastou e Lucy notou que ele corou um pouco. Acabou sorrindo automaticamente.- Oi Natsu.

– Que tipo de missão foi essa que durou um mês?- Ele perguntou indignado.

– Foram mal três semanas, não exagera.- Ele a abraçou novamente.- Na-Natsu!

– Desculpa, é que eu senti saudades.- Lucy segurou a vontade de soltar um comentário sarcástico, ainda mantendo o sorriso. Iria tentar fazer isso funcionar.- Ah, oi Mira!- A albina sorriu para Natsu.

– Pelo menos agora você talvez pare quieto, não é?- Mira piscou ao terminar a frase.

– Eu duvido muito.- Lisanna disse, aparecendo do nada.- Oi Lucy!- E mais uma vez no dia Lucy fora sufocada com um abraço.- E eu me perguntando se você lembrava de nós.

– Oi!- Disse rindo. Lisanna a acompanhou.- Como está?

– Bem e você?- Natsu empurrou Lisanna levemente.

– Ei! Eu estava falando com ela primeiro.- Ele parecia realmente chateado.

– Tecnicamente, eu estava falando com ela antes de você chegar gritando.- Mira disse docemente. Lucy observava tudo tentando segurar o riso.

– Mas eu quero falar com ela também.- Reclamou Lisanna.

– Lucy-chan!- Wendy apareceu com Gray e Erza.- Parece que faz séculos que não nos falamos.

– E eu achando que o Natsu estava exagerando.- Mira riu com o comentário de Lucy.

Logo todos sentaram em uma mesa grande e começaram a conversar. Lucy estava mais relaxada. Natsu sentou do seu lado, sorrindo sempre esta que olhava para ele. Quando Gajeel apareceu e tentou empurrar Natsu para que sentasse ao lado de Lucy, eles começaram a brigar. Logo Gray se juntou a confusão e Lucy somente olhava tudo divertida.

– Gajeel realmente adora irritar o Natsu.-Lisanna comentou. Lucy virou para a mesma e começaram a conversar. Happy, que desaparecera atrás de Charlie, apareceu meio cabisbaixo e subiu na mesa, deitando-se.

– O que houve?- Lucy perguntou.

– Charlie me mandou parar de incomodá-la.- Ele respondeu choroso.

– Bom, se isso o fizer se sentir melhor, pode me incomodar o quanto quiser.- Piscou. Happy pareceu satisfeito e entrou na conversa com as duas. Depois de um tempo, quando até mesmo Max já estava, contra sua vontade, incluído na briga, Cana apareceu.

– Lucy- Sua voz estava meio embolada, o que fez Lucy rir.- Quanto tempo!

– Sim, quase esqueci que seu hobby é beber.- Cana desceu o olhar para a mesa e Lucy a imitou, deparando-se com seu terceiro copo de cerveja.

– Parece que você pegou meu costume.- O sorriso dela era malicioso.- Que tal uma pequena competição?

Lucy retribuiu o sorriso e então subiu na mesa.

– Mira-chan! Pode trazer um barril de cerveja, por favor? As coisas acabaram de esquentar!

Os membros mais próximo gritaram animados. Natsu parou por alguns segundos, olhando perdido para Lucy. Nunca a viu bebendo. Não teve tempo para pensar muito, pois foi socado por Gajeel.

– Fica esperto!- Natsu não notou, mas não era somente da luta que ele falava. Logo o mago voltou a brigar, dando um chute no outro.

Quando Mira colocou o barril ao lado da mesa e Cana a olhou confiante, Lucy percebeu que:

1º) Estava ferrada;

2º) Não eram nem três horas da tarde;

3º) A festa apenas começara;

E 4º) Estava disposta a perdoá-los desde que entrara pelo portão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram?
Aceito críticas.
E, por favor, avisem se tiver algum erro.
Até o próximo,
Kissus de chocolate!