O aniversário de Harry escrita por magalud


Capítulo 7
Capítulo 7 – Na boca da fera




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Imerso em seu livro, Severus reparava no alarido dos garotos ao fundo, uma habilidade que todo pai adquire naturalmente, prestando atenção nos filhos mesmo fazendo outra coisa. Mas o berro de Neville não era balbúrdia de brincadeira, e sim um grito de terror muito real.

Num impulso, Severus largou o livro e correu a toda velocidade para a direção do grito. Os garotos estavam do outro lado da quadra de Quidditch. Ao longe, ele viu Ron e Neville. Abraçados. Gritando o mais alto que seus pequenos pulmões permitiam.

– Harry!

Os dois se viraram para ele, tremendo da cabeça aos pés. Severus chegou perto deles e gritou:

– Parem de berrar! Onde está Harry?

Os meninos tremiam feito vara verde sob seus braços, notou Severus. Neville já tinha o rosto lavado de lágrimas, e o menino Weasley estava de boca aberta, chorando sem fazer um único ruído.

– C-ca-cachorro!... – conseguiu gritar Neville, apontando para os arbustos. – Ca-cachorr-rrão! Nas árvores! Pulou e pegou ele!

Ron assentiu, ainda de boca aberta.

Severus sentiu milhões de pensamentos tenebrosos em sua mente. Ele teve que fazer um esforço consciente e penoso para afastá-los todos de sua mente e se concentrar em proteger as crianças. Não eram suas crianças, mas elas precisavam de proteção.

– Voltem imediatamente para o castelo! Quero que alertem Remus! Peçam socorro!

Os dois assentiram e correram sem sequer protestar. Severus imediatamente tirou sua varinha e caminhou cuidadosamente na direção que Neville apontara.

Ele logo descobriu a vassoura de Harry largada no chão. Intacta.

Mas nada de Harry.

– Harry!! HARRY!!

O último grito de Severus foi tão alto, tão desesperado, que ecoou longe, espantando pássaros de árvores. Infelizmente, nenhum tinha qualquer notícia de Harry.

“Onde você está, filho?”, pensou Severus, desesperado.

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Harry abriu os olhos e viu-se num lugar totalmente estranho. Havia teias de aranha por todo o lado e muita poeira. Mas o sol entrava por frestas de janela, mostrando um lugar ainda mais empoeirado do que o túnel que ele encontrara dentro de seu armário no ano passado.

– Eu não vou machucar você.

A voz rouca do homem fez o menino pular e encolher-se na direção oposta de onde viera a voz. Ele olhou o homem: era sujo, de unhas compridas, vestindo uns farrapos, com longos cabelos emaranhados e barba longa, mas não limpa e tratada como a do Prof. Dumbledore. Era o tipo de pessoa que a tia Petúnia chamava de vagabundo imprestável.

– Não vou machucar, não. Não precisa ter medo

Harry se afastou ainda mais dele, tremendo, mal podendo respirar de tanto medo. O homem tentou se aproximar. Harry tentou se afastar ainda mais e perguntou:

– Cadê meu pai?

– Não sei.

A voz do homem era rouca, mas era baixa. Ele não parecia bravo com Harry.

– Onde é aqui?

– Este é um lugar seguro. Pelo menos por enquanto. Mas posso sentir o cheiro de Moony em você, e ele logo vai ligar os fatos e virá atrás de você.

Ele não entendia o que aquele homem falava. Por que ele tinha roubado Harry? Ele não era do Ministério.

– Eu quero ir para casa. Por favor, me leve de volta. Meus papais vão ficar preocupados comigo. Meu Papai Severus fica muito nervoso se não consegue me achar.

– Ah, isso não posso fazer – disse o homem, que realmente parecia sentir. – Desculpe. Seu Papai Severus vai ter que esperar.

Harry estava prendendo o choro. Ele não queria chorar feito um bebezinho na frente do homem. Ele tinha derrotado os Aurores no Ministério! Droga, Harry estava com tanto medo que ele começava a ficar com raiva.

– Me leve de volta! – O menino gritou de repente. – Meus papais são bruxos, sabia? Eles vão ficar muito bravos e vão botar um feitiço ruim em você se não me levar de volta agora mesmo!

Por um minuto, Harry ficou com medo da reação do homem. Mas inesperadamente, o homem jogou a cabeça para trás e soltou uma gargalhada.

– Agora sei que você é mesmo filho de James. Não importa o que o jornal diga, nem quem o tenha adotado!

Harry ficou curioso:

– Você conhece meu papai James? Quem é você?

O homem o encarou e agora ele parecia bem menos assustador. Ele tinha olhos grandes e pareciam tão tristes.

– Você não sabe, Harry?

– Você sabe meu nome?

– Eu sei tudo sobre você. E eu ajudei seu pai a escolher seu nome. Ele queria dar o nome de seu avô e você não iria gostar. Carreguei você no colo, fazia cócegas nos seus pezinhos.

– E você conheceu minha mamãe também?

– Conheci Lily, conheci James. E Lupin. Ou achei que conhecia. Era um bom amigo. E conheci Severus também.

– Mas se você era amigo do meu Papai Remus, por que você me roubou?

Harry se lembrou de como Remus ficara nervoso e de como Severus ficara apavorado quando ele sumira. Agora era pior ainda, porque Harry não estava escondido e sim tinha sido levado por um cachorro gigante. Aliás, onde estava o cachorro?

Aquilo era tão estranho. Harry não entendia nada, só que ele estava longe de seus papais. Ele não gostava de ficar longe deles.

– Harry, eu não vou machucá-lo. Eu prometi, não foi?

– Por favor... – O garoto de sete anos sentiu seu controle falhando, e as lágrimas começavam a se acumular nos olhinhos verdes. – Eu quero meu papai... Por favor, moço, me leva de volta.

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– Era um cachorro enorme! Preto! Os olhos vermelhos! – dizia Neville, as lágrimas escorrendo enquanto Madame Pomfrey limpava o seu rosto. – Ele pulou bem alto e agarrou a roupa do Harry! Depois sumiu...

Ron ainda estava tremendo, soluçando. Ele finalmente tinha recuperado a voz e disse, bem baixinho:

– Eu acho que ele vai comer o Harry...

– Isso é uma bobagem, meu jovem – garantiu Madame Pomfrey. – Harry vai ser achado a qualquer momento. Temos todos os professores disponíveis nisso.

Ela olhou para o Prof. Dumbledore, que tentava manter-se confiante. Mas tanto o diretor quanto a enfermeira estavam terrivelmente preocupados.

A chegada da Profª McGonagall atraiu a atenção de todos. Ela veio a passos rápidos, um tanto ofegante, mas muito tensa:

– Todas as entradas do castelo estão fechadas, diretor. Todos os professores presentes estão no esforço de busca.

Madame Pomfrey quis saber:

– Você viu o Prof. Snape, Minerva?

– Pobre Severus, está fora de si. Ele está procurando com Hagrid. Fang está tentando farejar o cheiro do cão, mas tudo indica que ele perdeu o rastro nos arbustos que margeiam o caminho para o castelo.

Aquilo intrigou Dumbledore:

– O caminho para o castelo, você disse? Não estava na direção da Floresta Proibida?

– Não, segundo Fang. Mas o pobre animal está muito triste, segundo Hagrid, porque ele parece confuso. Isso me fez deduzir, Albus, que provavelmente não se trata de um cão qualquer, e sim de uma criatura mágica.

– Eu concordo com você, Minerva. E o jovem Remus?

– Ele está do outro lado da quadra, com o Prof. Flitwick.

O Prof. Dumbledore rapidamente galvanizou-se em ação.

– Madame Pomfrey, por favor, mantenha as crianças aqui. Eu vou testar uma teoria.


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