O aniversário de Harry escrita por magalud


Capítulo 11
Capítulo 11 – Grupo de apoio




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– Harry!

O grito de Ron fez Neville pular para fora da cama e correr até a porta da enfermaria. Harry se contorceu para sair do colo de seu pai e encontrar os amigos.

– Harry! Você está bem?

– Aham. Eu fiquei cansado, mas agora tô bem.

– Eu achei que o cachorro ia comer você! – Ron olhava Harry, claramente desapontado ao constatar que o amigo estava com todas as pernas e braços. – Era um cachorro enorme!

– Eu fiquei com medo, sim. Mas não aconteceu nada. E era um homem-cachorro!

Neville, cujos olhos estavam mais do que arregalados, pôs a mão na boca, chocado. Ron também estava impressionado:

– Nossa! Ele era metade homem, metade cachorro?

– Não, seu bobo! – riu Harry. – Ele se transformava em cachorro.

– Puxa!

– Meu irmão já me falou de gente que faz isso – disse Ron. – Eles se transformam em animais! Não é só cachorro, não.

Severus deixou os meninos conversando e foi até Madame Pomfrey. Remus tentou dizer:

– Severus, por favor...

Severus o interrompeu:

– Agora não, Remus. Estou focado em Harry. Talvez depois, quando Harry estiver recuperado desse incidente, possamos conversar.

Remus notou que muito do ar seco e ríspido da voz de Severus tinha se dissipado. Aquilo aliviou um pouco sua ansiedade, e ele simplesmente assentiu, um tanto constrangido.

Madame Pomfrey veio até eles, sorrindo.

– Vejo que Harry está muito bem.

– Ele parece melhor, Poppy – concordou Severus. – Nenhuma recaída até agora.

– Talvez ele não tenha nenhuma, Severus. Harry é um menino muito corajoso e mais resistente do que você imagina. De qualquer forma, eu achei tarde para os outros dois garotos voltarem para casa e providenciei uma surpresa, com permissão de Minerva.

– Uma surpresa?

– Ela liberou um dos dormitórios na Torre de Gryffindor para os meninos dormirem essa noite. Ela achou que eles fossem gostar.

– Posso dizer que sim, eles vão gostar. Como estão os outros dois? Eles ficaram bem abalados.

– Estavam muito ansiosos, como era de se prever. Mas ficaram mais tranquilos desde que Harry foi encontrado. Agora acho que vão brincar bastante.

– E os pais?

– Madame Longbottom disse que Neville pode ficar até amanhã à tarde. Molly Weasley conversou com Ron e deixou-o ficar também até amanhã.

– Devo ministrar alguma poção calmante?

– Não. Eles são jovens e agora têm um ao outro. Eles vão digerir os acontecimentos naturalmente. Serão o grupo de apoio, uns dos outros. Se Harry tiver algum pesadelo, não se preocupe. Mas procure-me se começarem a ficar constantes.

– Está bem. Obrigado por tudo, Poppy.

– Não se preocupe, Severus. Vai dar tudo certo.

Ele sorriu e voltou para o lugar onde os meninos estavam. Harry estava de pé em cima da cama, com os dois braços erguidos, mostrando o tamanho do cachorro. Remus dizia, gentilmente:

– Assim você vai cair, Harry. Sem mencionar que você sabe que não pode ficar em pé na cama.

– Está bem, papai.

Severus indagou:

– Tem alguém com fome? O jantar não vai demorar a ser servido.

– Legal! – comemorou Ron.

– Vocês têm um tempinho – disse Remus. – Por que não jogam Gobstones ou algo assim?

Severus disse:

– Eu vou ajeitar o dormitório. Encontro vocês no jantar.

Remus observou Severus deixar a enfermaria com uma dor no coração. Ele queria conversar com Severus o quanto antes, esclarecer tudo e desanuviar o ambiente. Até agora, aparentemente, Harry nada percebera, mas ele era um menino esperto e rapidamente notaria o clima entre eles.

Preocupava Remus, especialmente, que Sirius estivesse envolvido. Severus tendia a não ser capaz de tolerar qualquer coisa em que James e Sirius estivessem metidos. Era hora, certamente, de revisitar o passado. Remus não gostava da perspectiva: na época dos Marotos, ele tinha sido fraco, com falta de força moral. Ele era o primeiro a admitir isso diante de Severus, como já fizera inúmeras vezes. Mas o dano emocional daquela época em seu marido tinha sido extenso.

Ele mal podia esperar para falar com Severus.

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Durante a sobremesa, Harry perguntou:

– Papai, podemos brincar de caverna lá no quarto?

– Sinto muito, Harry, vocês não vão poder. Eu tenho uma surpresa para vocês três. Por conta disso, vocês hoje não vão dormir lá nas masmorras.

– Não vamos?

– Tem uma surpresa?

– A Profª McGonagall achou que vocês iriam gostar de dormir essa noite na Torre de Gryffindor, num dos dormitórios dos alunos. Afinal, vocês todos têm sete anos, já são bem grandinhos e podem querer ver como os alunos dormem.

Ron arregalou os olhos:

– Meus irmãos dormem lá! Eles são de Gryffindor!

– Papai Remus e meu outro pai também eram! – exclamou Harry. – E minha mamãe também!

– Nossa! – Neville estava impressionado. – Dormitório das crianças grandes!

– Minha irmã vai morrer de inveja – disse Ron.

– Então, se vocês já terminaram o pudim de chocolate, podemos subir para a torre. Vocês podem escovar os dentes antes de dormir.

Os garotos praticamente correram para fora do Salão Principal, ainda impressionados.

– Que legal! Gryffindor!

Ron era o mais entusiasmado:

– Eu não acredito que eu vou conhecer a Torre de Gryffindor antes do Percy! E dos gêmeos! Eles vão morrer de inveja!

Severus sugeriu:

– Vocês podem agradecer à Profª McGonagall na próxima vez que a virem. Isso seria muito polido e educado para a gentileza dela.

– Aham – fez Harry.

Remus indicou:

– A escada para a torre fica por aqui.

A diversão foi grande para os meninos, andando nas escadas que se mexiam. As risadas ecoavam pelo castelo vazio, e os retratos acenavam para eles. Então Remus os fez parar em frente ao retrato da Mulher Gorda. Severus ficou atrás.

– Boa noite, doce dama.

– Boa-noite, Professores. – Ela olhou os três pequenos. – Alunos de verão?

– São visitantes, Madame. Vieram dormir na torre essa noite.

– Para isso, precisam de senha. Algum deles tem a senha?

Os meninos se olharam: nenhum tinha a senha! Remus salvou a situação:

– Eu tenho: a senha é Alma Mater.

– Pode entrar! – disse ela, e o retrato se abriu.

Os meninos atravessaram a entrada e foram à Sala Comunal. Estavam boquiabertos.

– Puxa!

Severus entrou, observando mais os garotos do que o Salão Comunal da casa que era sua nêmesis. Eles brincaram, olharam o retrato de Godric e escovaram dentes para ir dormir. No dormitório do primeiro ano, prontinho para recebê-los, mais emoções para os garotos. Contudo, o sono já era evidente, e Severus colocou todos na cama, enquanto Remus ficou na sala comunal. Severus notou que Remus tentava evitar uma cena tensa na frente dos garotos. Harry já estava olhando para eles, desconfiado.

– Já escovaram os dentes? Foram ao banheiro?

– Eu já!

– Muito bem. Agora vamos todos dormir. Amanhã de manhã podemos nadar, se o tempo estiver bom como hoje. O que acham?

– Legal!

– Então vamos dormir para acordar cedinho. Sim, Harry?

– Papai, conta uma historinha? Com as vozes!

– Vocês querem ouvir a história?

– Sim!

– Eu quero!

– E que história vocês querem ouvir?

– A História da Lebre que Perdeu Seus Óculos! – gritou Harry. – Com as vozes, papai!

Com três ouvintes muito atentos, Severus conjurou uma cadeira confortável e contou a história preferida de Harry também para seus amiguinhos. Os meninos ouviram atentamente e depois todos se recolheram. Severus colocou uma vela acesa na mesa, para os meninos não ficarem totalmente no escuro, e ajeitou-se na cadeira.

A tensão do dia inteiro pareceu se esvair subitamente, e Severus sentiu seus braços e pernas pesando tanto quanto suas pálpebras. Ele ainda tinha a situação com Remus para resolver, mas no momento ele estava absurdamente grato pelo fato de Harry parecer estar saudável, feliz e tranquilo apesar de tudo que acontecera. Aquilo era o que importava a ele no momento.

Ele se ajeitou na cadeira e se preparou para a noite de vigília.


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