- Você não pode estar falando sério ! - A rosada exclamou em pânico quando seu marido disse que precisaria viajar por uns dias - Pelo amor de Deus, diga que você bebeu além da conta !

- Você sabe que eu não bebo além da conta ! - O moreno respondeu enquanto tirava suas roupas e se dirigia para o banho.

- Sasuke, não faça isso - Parou na porta do banheiro e encarou o marido que parecia super tranquilo, tomando seu banho despreocupadamente - Saya não vai com a minha cara e parece que o Saito também está mostrando as garras... Não me deixa sozinha com eles.

- Sakura, seja firme com eles, faça-os te obedecer - Falou como se fosse óbvio e pegou o xampu para passar nos cabelos - Se você ficar toda boazinha desse jeito, aí é que eles não vão te obedecer mesmo !

- Não sei se você percebeu, mas já colaram tinta rosa no meu creme, talco no meu secador e baratas na cama ! - Suspirou pesadamente, tentando manter a calma e vendo a imagem do seu marido ficar mais embaçada por conta do vapor no box do banheiro - Se você viajar, é bem capaz de me encontrar num sanatório quando voltar !

- Eu vou conversar com eles antes de viajar, não se preocupe... E, caso algum deles fizer alguma coisa, vai se ver comigo quando eu voltar.

- Já falei que não gosto disso - Repreendeu o marido que pegava a toalha branca para se enxugar - As coisas não se resolvem com violência.

- Não falei que vou bater neles.

- Sasuke, eu te conheço ! Sei que você tem o pavio curto e que poderá muito bem bater em algum deles se perder a paciência.

- Relaxa, talvez eles nem aprontem - Enrolou a toalha no quadril e saiu do banheiro, voltando para o quarto do casal.

- Não sei como vou lidar com eles - Suspirou pesadamente enquanto acompanhava o marido, sentou-se na cama do casal e escorou-se nos travesseiros enquanto Sasuke se vestia - Duvido muito que queiram me obedecer.

- Ponha moral ! - Disse Sasuke - Sei que você não quer parecer a vilã da história, mas se precisar repreendê-los, então repreenda. Se eles não quiserem te obedecer, castigue-os.

- Tudo bem - Ela suspirou pesadamente, afinal, Sasuke precisava viajar a trabalho e não tinha outro jeito - Eu fico, mas qualquer coisa eu te ligo.

- Tudo bem - Usando somente uma calça de moleton cinza, Sasuke deitou-se na cama e abraçou a esposa pela cintura - Eu vou falar com eles, pode ficar tranquila.

- Sasuke ! - Sakura gargalhava enquanto o moreno lhe dava beijos e mordidas de leve na barriga - Amor, faz cócegas !

Sasuke pouco se importou, foi subindo até chegar no pescoço da rosada e beijou com vontade, fazendo-a gemer baixinho.

- Eu gosto desse som... - Falou com a voz rouca e com a boca próxima à pele dela, o que a fez se arrepiar.

- Sasuke, não posso chegar no hospital amanhã com o pescoço todo marcado -Resmungou, mesmo que estivesse gostando dos carinhos.

- Pode sim... É só passar maquiagem... - A rosada riu e revirou os olhos com o comentário de Sasuke, pois não é assim tão fácil esconder um chupão no pescoço.

- Às vezes esse seu fogo todo até me assusta - Comentou divertida.

- Então me ajuda a apagá-lo - Falou no ouvido dela enquanto descia a alça de sua camisola - Eu vou ficar uns dias fora, vamos nos despedir em grande estilo...

Realmente Sakura sentiria falta do marido, mesmo que fossem poucos dias. Aquela cama enorme ficava muito maior sem ele ali para dividir.

Já era tarde, as crianças estavam dormindo e Sasuke estava excitado... Momento perfeito para uma despedida em grande estilo.

[...]

Saya e Saito não conseguiam crer que Sasuke viajou e os deixou sozinhos com Sakura. Eles não queriam e não esconderam isso, mas Sasuke teve uma conversa séria com eles, deixando claro que não era para fazerem nenhuma gracinha.

No primeiro dia não teve nada de anormal, Sakura deixou as crianças na escola, depois buscou, todos almoçaram juntos e depois a rosada voltou para o trabalho.

Sarada teve o aniversário de uma coleguinha para ir durante a tarde, portanto, Saya e Saito ficaram sozinho em casa com a Guren.

Entediada, a ruiva foi até o quarto do irmão para ver o que ele estava fazendo. A garota até sentia falta de Sarada tagarelando pela casa, mas, orgulhosa como seu pai, jamais admitiria.

- Tá fazendo o que ? - Invadiu o quarto do irmão e já foi acendendo a luz.

O garoto, que estava deitado sobre a cama só de cueca, levou um susto enorme e tratou de puxar as cobertas até a altura do pescoço. Ficou extremamente bravo, pois estava começando a cochilar e foi interrompido tanto pela claridade quanto pela voz irritante de Saya.

- Saya, que invasão é essa ? - Bradou irritado, sua irmã nunca bateu na porta do quarto antes de entrar e era péssimo quando ela aparecia em momentos constrangedores como aquele.

- Ah, deixa de ser dramático ! - Revirou os olhos e se sentou nos pés da cama, escorando-se na parede.

- E se eu estivesse pelado ? Às vezes eu durmo assim, sabia ?! - Bufou - Aprenda a bater na porta.

- Até parece que eu nunca vi essa bunda branca ! - Provocou, fazendo Saito ficar vermelho como um tomate.

- N-não interessa - Gaguejou, morto de vergonha.

- Lembra de quando a mamãe brigava, dizendo que seu cabelo vivia fedendo ? Daí você me pedia pra lavar ele toda vez que ia tomar banho - A Uchiha caiu na gargalhada, fazendo com que Saito sentisse vontade de fugir para outra dimensão.

Lógico que não dava pra esquecer, afinal, não fazia muito tempo. Saito tinha dez anos de idade na época, Karin ficava com raiva pois ele nunca lavava os cabelos direito e sempre brigava com seu filho caçula por isso. Daí, a Uzumaki ameaçou o garoto, dizendo que iria raspar seus cabelos caso ele não os lavasse direito, mas é óbvio que foi só para assustá-lo.

Desesperado, Saito recorreu à irmã mais velha, pedindo para que ela lavasse seus cabelos direito quando ele fosse tomar banho. É claro que o pequeno Uchiha ficava indignado com o fato de precisar passar xampu duas vezes e usar condicionador -o que ele dizia ser totalmente desnecessário-, mas pelo menos as broncas da mãe pararam, assim como a ameaça de raspar seus cabelos.

- Agora eu já sei lavar meu cabelo direitinho ! - Disse Saito - E o meu bem é mais macio do que o seu.

- Bobo !

- Saya, vaza daqui ! - Pediu sem paciência.

- Não posso mais ficar com o meu irmãozinho ? - Dramatizou.

- Então pega alguma coisa pra eu vestir - Pediu, agora coberto até a altura do umbigo.

- Aiai... - A garota suspirou antes de se levantar e ir até o guarda roupa de Saito, revirou os olhos diante da quantidade de adesivos colados nas portas e abriu, se deparando com uma organização típica de um garoto de doze anos, abriu uma gaveta e pegou um short para ele - Até um dia desses ainda corria só de cueca pela casa e agora vem querer dar uma de homenzinho.

O garoto apenas riu sem graça e bufou após tal comentário; há pouco tempo não sentia vergonha de sua irmã, mas agora isso mudou. Ora essa, Saito já está com doze anos, é um rapazinho e não mais um pirralho ! Ok, talvez seja um pirralho crescido.

Saya entregou o short preto para Saito e ele, ainda deitado e coberto pelo lençol, o vestiu.

- Agora eu fico mais à vontade - Ele comentou e colocou de lado o lençol que o cobria quando estava só de cueca.

- Ah, como é fresco ! - Suspirou enquanto se sentava novamente na cama - Se quiser uma camisa, você vai buscar !

- Não, eu tô de boa assim - Sentou de frente para a irmã - Enfim, o que quer aqui ?

- O que você achou da idéia maluca do papai de ir viajar e nos deixar aqui sozinhos com a Sakura ?

- Ah, eu sabia que você ia dar um jeito de tocar nesse assunto ! Não acredito que atrapalhou meu sono pra isso...

- Não acha que foi loucura ? - Questionou - É capaz de estarmos os dois mortos e com sinais de tortura quando ele voltar !

- Não exagera... A Sakura não vai fazer nada de ruim conosco, mas se fizer é só contarmos pro papai quando ele chegar. Pronto, fim de papo - Deitou a cabeça no travesseiro e fechou os olhos, pensando que sua irmã entenderia o aviso para vazar daquele quarto.

- Deixa de ser idiota ! - Ela deu um tapa na cabeça do irmão e o garoto sentiu vontade de jogá-la pela janela - Acha que o papai vai dar razão pra nós ?

- Bom, após aprontarmos com a Sakura, acho que perdemos toda e qualquer razão - Explicou sem paciência e se sentou novamente.

- Então, já que não vamos ter razão de qualquer jeito... - A menina esboçou um sorriso malicioso, Saito percebeu, pelo olhar maquiavélico, que Saya estava aprontando mais alguma coisa. Se já não tivesse aprontado, o que ele não duvidava muito.

- Pode parar ! - Interrompeu antes que Saya prosseguisse com alguma idéia de algum plano maligno contra a madrasta - Esqueceu do que o papai disse ? Temos que nos comportar, respeitar a Sakura e obedecê-la.

- Ela é nossa mãe, por acaso ?

- Não, mas nós dois estamos sob a responsabilidade dela !

- Você só pode estar de sacanagem com a minha cara ! - Estreitou os olhos e balançou a cabeça em sinal negativo - Nem parece que escutou aquele absurdo que ela disse sobre nos mandar embora !

- Eu não entendo, Saya - Saito pareceu realmente confuso e perturbado - A Sakura realmente parece gostar de nós, então como ela pôde ter dito aquelas coisas ? Não acredito que uma pessoa consiga fingir desse jeito !

- Você é muito ingênuo, Saito ! - A ruiva pareceu estar muito furiosa com o irmão, mas se controlou para não dar uns cascudos na cabeça dele - Você gosta da Sakura, não gosta ?! - O rapazinho abaixou o olhar e assentiu com a cabeça - Pensei que estivesse com raiva dela.

- Minha raiva já passou - Admitiu, ainda cabisbaixo - Agora eu só estou decepcionado, só isso.

- Decepcionado ? - Arqueou a sobrancelha.

- É... Pensei que ela realmente gostasse de nós e que se importasse conosco assim como ela demonstra. Mas, se ela disse para o papai que nos quer longe, então é puro fingimento - O moreno escorou a cabeça na parede, sua expressão era de tristeza - Está longe de ser o que eu sentia e ainda sinto pela mamãe, mas eu já via a Sakura como alguém da família mesmo. Eu confiava nela.

- Você é muito inocente e confia nas pessoas muito rápido, é por isso que se decepciona.

- A verdade é que eu sempre gostei da Sakura, desde criança, mas você ficava dizendo que se eu gostasse dela seria como se eu não gostasse mais da mamãe - Saito falou com raiva - Vivia fazendo a minha cabeça ! Vivia me envenenando !

- E agora você vê que eu estava certa, não vê ?! O fato de uma pessoa ser legal não significa que ela realmente goste de você ! - Ela ajeitou os óculos, fitando o garoto que continuava amuado - Sabe, é como uma enfermeira... Ela é legal no começo, diz palavras doces e até te acalma, mas no final ela te enfia uma agulha gigante que te faz chorar !

- Argh, nem me fala ! - O Uchiha estremeceu - Eu odeio enfermeiras justamente por isso. Criaturas sádicas !

- Foi exatamente por isso que eu usei esse exemplo ! - Falou como se fosse óbvio - Enfim, Sakura é como uma dessas enfermeiras que você odeia.

- Não importa, você não vai aprontar nada com ela ! - Saito pareceu decidido.

- É o que veremos, Saito !

[...]

Quando foi liberada do trabalho, antes de ir para casa, Sakura foi tomar um café na lanchonete do hospital junto com sua amiga Ino. Claro que ela não conseguiu evitar de desabafar com a amiga sobre o que estava acontecendo após a loira ter feito vários comentários maliciosos sobre a marca roxa no pescoço de Sakura, resultado da noite anterior.

- Não acredito que o Sasuke te deixou sozinha com aquelas pestes ! - A loira falou indignada.

- Nem eu - Sakura suspirou pesadamente e tomou um gole do seu café - O Saito ainda é mais fácil de lidar, mas a Saya...

- Mais fácil ? Sério mesmo ? - Arqueou a sobrancelha, incrédula diante das palavras da amiga - O garoto colocou baratas na sua cama, acha mesmo que ele é mais fácil de lidar ? - Sakura ficou calada, totalmente sem resposta. Ino levou uma mão até a testa e respirou fundo - Juro que se fosse eu no seu lugar, teria dado uns tapas naquele moleque !

- Não sou a mãe dele. Se eu fosse, aí seria outra história.

- Não interessa, ele tem que te respeitar. Se fosse eu, não me importaria com o fato de ele não ser meu filho, eu pegaria um cinto e daria uma surra para ele jamais esquecer ! - Ino parecia mais brava do que a própria Sakura - Você é muito boazinha e não sabe impor respeito, se soubesse...

- Ino - A rosada interrompeu - Não é bem assim, e eu não acho que as coisas se resolvem com violência - Fitou sua xícara de café e suspirou, ainda inconformada com a situação - A Saya é difícil e implicante, nunca escondeu que não gosta de mim. Mas o Saito estava se dando bem comigo, ele era um garoto ótimo e do nada simplesmente colocou baratas na minha cama ! - Falou irritada - Sabe, às vezes eu percebo que ele não me odeia, mas por alguma razão mal está falando comigo.

- Sabe o que eu acho ? Esse Saito é pior do que a Saya ! Pelo menos ela não esconde que não gosta de você, enquanto que esse garoto é sonso ! Sabe, daquele tipo que só vai comendo quietinho pelas beiradas.

- Sabe o que eu vou fazer ? - Sakura fechou os olhos e respirou fundo, tentando manter a calma, falando mais para si mesma do que para sua amiga - Eu vou fazer de tudo para a nossa convivência ser boa, vou ser legal e não vou me irritar com eles. Se alguma coisa fugir do controle, se eu não conseguir domá-los, então eu vou pegar o celular e ligar para o Sasuke.

- Espero que consiga... - Ino falou após assoprar seu café para esfria-lo e tomar um gole - Mas, por via das dúvidas, deixa um cinto de reserva, pro caso de teimosia.

- Ino ! - A Uchiha riu da amiga. Aquela loira louca não poderia estar falando sério - Não vou bater neles com um cinto !

- Acho melhor bater com toalha molhada, dói pra caramba e não deixa marcas.

- Você é louca ! - Sakura caiu na gargalhada, mas Ino permaneceu séria.

- Mas é verdade, eu garanto. Já fiz muito isso com meus primos quando éramos pequenos e eles começavam a me encher o saco ! Ah... - A loira suspirou nostálgica - Bons temos...

[...]

Após pegar a filha na festinha da amiga, Sakura passou na pizzaria para comprar o jantar antes de voltar para o conforto e segurança do seu lar... Quer dizer, agora não mais tão seguro.

Enquanto Sarada tagarelava sobre as crianças desobedientes que pegaram docinhos antes dos parabéns, sobre quantas vezes entrou no pula pula e sobre a fantasia de princesa Elsa que a aniversariante usava, Sakura só conseguia pensar em como seriam esses dias sozinha com a filha e os enteados. Tentaria ser o mais legal possível e evitar conflitos, assim como também tentaria ser mais dura com eles caso precisasse.

Entrou no apartamento com uma pizza grande de calabresa e foi deixá-la na cozinha, já a pequena Sarada foi direto para o banho como sua mãe mandou, afinal, devia der brigadeiro até nos cabelos da menina.

Sakura foi para a sala e encontrou Saito sentado no sofá com o violão de Sasuke, tocando I Remember You da banda Skid Row.

- ...I'd live for your smile and die for your kiss. Remember yesterday, walking hand in hand. Love letters in the sand, I remember you. Through the sleepless nights, through every endless day... - O garoto tocava e cantava despreocupadamente, até que levou um susto quando viu que Sakura o observava. Ele parou na hora e ficou envergonhado.

- Adoro Skid Row, essa música é realmente muito linda, sem falar que você toca bem e tem a voz muito bonita - Sakura elogiou toda sorridente. De fato era verdade, ela não dizia aquilo só para parecer boazinha e nem nada do tipo. Saito de fato tinha talento.

- Eu também gosto dessa música - Saito falou meio sem jeito enquanto fitava as cordas do violão. Ele não gostava que o vissem tocar ou cantar, pois sempre teve vergonha.

- Ela é linda ! Por que não termina de cantar, hm ? - Ela pareceu interessada, mas Saito sequer a olhou. Sakura percebeu que seu enteado continuava tímido como quando criança - Vamos lá, eu canto com você. I'd wanna hear you said... - Cantarolou, esperando que Saito acompanhasse.

- 'I remember you' - Saito completou, mesmo que sem jeito, mas não tocou uma única nota sequer.

- Você canta tão bem quanto o seu pai, sabia ?

- Eu vou guardar o violão do papai - Ele se levantou e saiu para guardar o violão, mas só queria fugir da madrasta, isso ficou tão óbvio quanto a falta de jeito dele após o elogio de Sakura.

A rosada soltou um longo suspiro antes de ir para o seu quarto, precisava tomar banho e trocar de roupa antes de jantar com as crianças.

O jantar foi bem calmo, Sarada foi quem mais conversou, falando sobre o aniversário da coleguinha, mas foi a que menos comeu, já que estava numa festa com doces, salgadinhos, picolé, pipoca e outras coisas que as crianças simplesmente adoram.

Saya ficou o tempo todo calada, Saito ainda conversou um pouco, mas sempre se mantendo distante.

[...]

Já estava de banho tomado e quase pronta para dormir. A rosada pegou sua escova de dentes, colocou a pasta, molhou um pouquinho e levou até a boca.

Sentiu a boca queimar, definitivamente tinha algo de estranho na pasta de dente. Cuspiu rapidamente na pia, lavou a boca umas três vezes e ainda sentia um imenso ardor, parecia pimenta das fortes.

Respirou fundo, fechou os olhos e tentou manter a calma, não acreditando que um dos dois enteados colocou pimenta em sua pasta de dente.

- Calma, Sakura, relaxa... - Falou para si mesma quando estava parada de frente para o espelho do banheiro e com a boca ardendo - Eles são apenas dois adolescentes, você é a adulta, mantenha a calma e não pira !

Voltou para seu quarto fingindo que nada tinha acontecido, mas sua boca pegando fogo não a deixava esquecer disso.

O problema foi que não parou por aí, pois no dia seguinte, quando Sakura já tinha superado parcialmente o incidente da pimenta, ela teve uma bela surpresa. Ok, talvez não tão bela assim.

Após tomar seu banho para ir trabalhar, Sakura passou um reparador de pontas nos cabelos úmidos para penteá-los. Passou o pente pelos fios rosados, mas ele simplesmente parava na metade dos longos cabelos de Sakura.

Ela tentou pentear com mais força, mas o pente não passava. A médica deixou o pente de lado e passou os dedos pelos cabelos que estavam duros.

- Isso é cola ? - Ela ficou incrédula e igualmente desesperada - Colocaram cola no meu reparador !

Parecia que quanto mais ela tentava desembaraçar, mais os cabelos se enrolavam e ela não teria outra opção que não fosse cortar os cabelos.

Furiosa, com a cabeça quente, Sakura tomou uma decisão. Definitivamente não foi uma decisão muito madura, mas mostraria para Saya e Saito que ela não estava pra brincadeira.

- Agora chega, já chega ! - Vociferou consigo mesma, extremamente brava - Se é guerra que eles querem, então é guerra que eles terão !