Os enteados escrita por Evil Queen 42


Capítulo 8
Peso na consciência


Notas iniciais do capítulo

Hello amores, demorei muito ?
Estou muito feliz com o número de acompanhamentos, não pensei que fosse ter tantos, já que na história o Sasuke tem filhos com a Karin e muita gente implica com ela... Enfim, me enganei heheh
Espero que gostem do capitulo.
A fofura do Saito logo retornará, não precisam ficar desesperados, ok ?!
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/646565/chapter/8

Não foi fácil, mas Sasuke conseguiu convencer Sakura de que era seguro dormir no quarto do casal. Lógico que a rosada mandou que ele passasse Baygon em cada canto daquele cômodo, caso contrário ela não colocaria os pés lá; também trocou toda a roupa de cama e no dia seguinte mandaria detetizar o apartamento.

Ela realmente não conseguia crer que Saito, um garoto tão bonzinho, tenha feito tal coisa com ela. Colocar baratas na cama foi um golpe pra lá de baixo. Baixíssimo.

[...]

O garoto acordou assustado, suas lembranças do dia do acidente que matou sua mãe nunca tinham vindo em forma de sonho. Passou a mão pelo rosto e percebeu que estava chorando, sua respiração estava alterada e ele suava muito.

Fechou os olhos e novamente as lembranças vieram... A batida, o barulho, o desespero ao ver que a mãe fora arremessada para fora do carro por não estar usando o cinto de segurança, a irmã desacordada ao seu lado, o padrasto muito machucado e também desacordado no banco da frente.

Saito não perdeu a consciência quando houve o acidente, pelo menos não por muito tempo. Seu corpo doía um pouco e ele sentia muito sangue escorrer pelo seu rosto por causa de um corte na testa. O desespero tomou conta de si quando se deu conta de que tinha sofrido um acidente, mais ainda quando percebeu que sua mãe não estava no carro e, pelo estado do vidro, era óbvio que ela havia sido arremessada para fora, consequentemente não estaria mais viva.

O pequeno Uchiha não se esquecia daqueles minutos que pareceram eternos até que o resgate chegasse. Só conseguia pensar em Saya, que ele não sabia se estava viva ou morta; tentou chamá-la algumas vezes, mas a garota não reagia. Saber que a irmã também sobreviveu foi um alívio para o garoto, porém a notícia da morte da mãe foi uma tristeza imensa, mesmo que não o tenha surpreendido.

Balançou a cabeça em sinal negativo, tentando espantar tais lembranças desesperadoras. Sentou-se e olhou para o relógio digital no criado mudo e percebeu que ainda faltavam alguns minutos para que o despertador tocasse. Viu o comprimido que Sakura tinha deixado ali na noite anterior e um enorme peso na consciência se fez presente.

...

Ainda se torturava por causa da conversa que por acaso ouvira. Definitivamente não queria ir para um colégio interno e ficar longe do pai após a morte da mãe.

Faminto, foi para a cozinha fazer um misto quente, uma vez que não quis ir jantar fora com o pai, a madrasta e as irmãs. Pensou em esquentar o que tinha sobrado do almoço e jantar decentemente, mas no fim decidiu fazer apenas um lanche mesmo.

Saito não conseguiu dormir e também não queria assistir, ficava andando feito barata tonta naquele apartamento, sentindo-se preso. Estava tudo trancado, mas o moreno sabia aonde estava a chave reserva e então, como ainda estava bem cedo, decidiu andar um pouco.

Sentou-se num banco no jardim perto do portão e ficou olhando o movimento. A rua estava bastante iluminada e, através das grades do portão, Saito pôde ver uma barata passar pela calçada.

- Eu não deveria me rebaixar ao nível da Saya, mas... - Falou consigo mesmo.

Correu até um bebedouro que tinha ali perto, pegou dois copos descartáveis e pediu que o porteiro abrisse o portão, dizendo que precisava de insetos para um projeto da escola. O homem assentiu, abriu o portão e ficou vigiando enquanto o garoto estava na calçada do prédio procurando insetos.

Não foi difícil encontrar baratas perto de uma vala, o mais difícil foi prendê-las no meio dos dois copos.

O moreno voltou rapidamente para o apartamento e foi direto para o quarto do casal. Não sabia em qual lado da cama sua madrasta dormia, então tirou a colcha e colocou as baratas no meio da cama mesmo e cobriu novamente. Amassou os copos e jogou no lixo do banheiro, estava lavando as mãos quando ouviu o barulho da porta da frente sendo destrancada e a voz de sua irmãzinha reclamando por ter ido embora cedo demais, pois queria brincar.

Saiu correndo na pontinha dos pés, entrou em seu quarto e se cobriu até a altura do pescoço. Para todos os efeitos, Saito estava dormindo.

...

- Eu deveria me desculpar com ela ? - O moreno perguntou para si mesmo.

De fato não sabia o que fazer. Se sentia mal por ter feito algo horrível para uma pessoa que tinha se mostrado muito boa para com ele. Entretanto, lembrava-se das palavras dela, dizendo que queria os enteados longe.

O som do despertador tirou Saito de seus pensamentos, dando-o um susto daqueles. Pois é, ele precisava ir para a escola.

[...]

Sasuke e Sakura não tocaram no assunto das baratas com Saito naquela manhã, o patriarca da família achava melhor conversar com o filho à sós e não na frente de Saya e Sarada.

Esperou até chegar em frente à escola. Saya foi a primeira a sair do carro, logo Sarada abriu a porta traseira e saltou para fora do carro, mas, antes que Saito pudesse sair, Sasuke segurou em seu braço.

- Onde você pegou aquelas baratas ? - O moreno mais velho foi direto ao ponto.

- Como ? - Saito, que estava no banco de trás do carro, se fez de desentendido.

- Não se faça de sonso, Saito ! - Apertou o braço do garoto, afinal, estava fervendo de raiva por conta da travessura e nem pensou que pudesse machucar o filho.

- Ai, pai, tá me machucando ! - Fez uma expressão de dor e tentou puxar o braço, sem sucesso - Para com isso, tá doendo !

- Saito, pelo amor de Deus, não testa a minha paciência ! - Vociferou entre dentes e apertou mais ainda o braço de Saito - Eu sei que foi você e não quero mais saber desse tipo de travessura. Fui claro ?

- Sim senhor - O garoto respondeu a contragosto e Sasuke soltou seu braço, então Saito desceu do carro.

Saya esperava pelo irmão na porta da escola, enquanto que Sarada já tinha sido levada para a sua sala de aula por uma das inspetoras.

- O papai brigou com você ? - A ruiva questionou, afinal, ela conseguiu ver um pouquinho do que aconteceu dentro do carro, embora não tenha conseguido ouvir. Sasuke segurou o braço de Saito com força e parecia bastante zangado com alguma coisa.

- Impressão sua - Ele falou indiferente e ambos foram caminhando juntos até o pátio da escola para esperarem o sinal bater.

- Irmãozinho, posso te pedir um imenso favor ? - Saya falou toda doce, da forma que sempre falava quando queria um favor do irmão.

- Se estiver ao meu alcance... - Sentou-se num banco perto do jardim e Saya se sentou ao seu lado.

- Ontem à noite ouvi a Sakura gritando e, pelo que eu consegui entender, tinha barata no quarto dela e do papai... Tipo, você sabe que eu morro de medo desses bichos, daí eu queria que você vasculhasse o meu quarto pra ver se não tem nenhuma por lá, aí eu durmo mais tranquila.

- Saya, não tem barata no apartamento - Saito suspirou pesadamente, parecia perturbado e arrependido de alguma coisa - Eu coloquei cinco baratas na cama da Sakura e do papai. Não devia ter feito isso, mas fiz.

- Por quê ? - A Uchiha uniu as sobrancelhas, nitidamente confusa, já que seu Irmãozinho era o xodó de sua madrasta - Saito, não entendo o porquê de você ter aprontado algo desse tipo.

- Eu tenho meus motivos, assim como você teve os seus para colocar tinta rosa no creme dela.

- Sério que você tá me dando razão ? - Cruzou os braços em frente ao corpo e sorriu vitoriosa.

- Digamos que, em partes, sim.

- Vai me contar o motivo ?

- Não.

- Hum... - Entortou os lábios e encarou o moreno com os olhos semicerrados - Imaginei... - Ela respirou fundo, não contendo sua curiosidade - Sério, Saito, o que a bruxa fez ?

- É que... - Saito começou a sua frio. Conhecendo a personalidade de Saya como ele conhece, sabia que contar a verdade para ela seria o mesmo que passar a viver numa zona de guerra - Sabe, é que...

- Fala logo, garoto ! - A garota ajeitou os óculos, visivelmente irritada com a enrolação de Saito.

- Bem, é que eu ouvi... - O sinal tocou antes que o Uchiha começasse a falar, então, o garoto aproveitou a oportunidade e saiu correndo para a sua sala de aula, largando Saya sozinha no banco e sem a resposta que queria.

- Que moleque chato ! - Bufou antes de se levantar, pegar sua mochila e ir para a sua sala de aula.

[...]

Sakura já estava em casa quando Sasuke chegou com as crianças para almoçar. A rosada percebeu que Saito estava diferente, parecia chateado e estava emburrado com alguma coisa.

O pequeno Uchiha foi para a cozinha beber um pouco de água antes de ir se trocar para almoçar e quando passou por Sakura, a mulher notou que seu braço estava roxo, como se alguém o tivesse apertado com força e, pelo fato de Saito ter a pele muito clara, a marca ficava bastante nítida.

- Saito ! - Ela o segurou pelo outro braço para que ele parasse, o garoto a encarou - Você brigou na escola ? - Apontou para a marca no braço do enteado - Quem te machucou ?

Ele não respondeu, continuou sério e olhou meio desconfiado para o pai. O garoto parecia estar com um pouco de raiva e Sakura percebeu o que tinha acontecido pelo clima tenso entre pai e filho.

Deixou o garoto ir e não tocou mais no assunto, mas assim que Saito saiu de perto dela, Sakura se aproximou do marido para tirar satisfações.

- Sasuke, você fez aquilo com o Saito ? - Questionou horrorizada - Pelo amor de Deus, ele é uma criança !

- Eu perdi a paciência - Respondeu - Como não ficar furioso após o que ele fez ?

- Sim, isso foi errado - Ela concordou - Mas não temos provas de que foi ele e, mesmo que tenha sido, as coisas não se resolvem com violência ! O garoto perdeu a mãe recentemente, seja mais compreensível com ele.

- Sim, Sakura, admito que perdi a cabeça, mas não é porque ele perdeu a mãe que eu vou passar a mão na cabeça dele ! O mesmo vale para a Saya !

Sakura sinceramente não sabia se ela era calma e paciente demais, ou se era Sasuke quem tinha o pavio muito curto. Mas ele é o pai, portanto ela, a madrasta, não tem que se meter na educação de Saito e Saya. Mesmo que Sasuke diga que a esposa precisa se impor e mostrar mais autoridade para com os enteados, ela não quer assumir o papel de mãe ou de madrasta carrasca.

[...]

- Você ainda não me contou o porquê das baratas ! - Saya simplesmente invadiu o quarto do irmão enquanto ele estudava e se jogou na cama - Anda, fala logo !

- Saya - Ele largou o lápis sobre a escrivaninha e se virou para a ruiva que o encarava com expectativa. Ajeitou os óculos de armação azul marinho que usava apenas para leitura, olhando para a irmã com a face séria - Tô estudando, será que não vê ?

- Como consegue estudar nessa bagunça ? - Desviou o olhar para a bagunça de livros, cadernos e apostilas sobre a escrivaninha de Saito.

- Cada um estuda do seu jeito - Deu de ombros - Pode me dar licença ? Só consigo me concentrar quando tô sozinho.

- Já tá colando essas porcarias no guarda roupa ? - A ruiva caminhou para frente do guarda roupa do irmão, cujas portas estavam cheias de adesivos de super heróis. Lembrava-se de como sua mãe brigava com Saito por causa disso.

- Que saco ! O guarda roupa é meu ! - Resmungou o Uchiha - Eu vou ter um teste amanhã, vai valer ponto e eu não quero ir mal !

- Tá estudando o que ? - Virou-se para o moreno e sentiu até arrepios ao ver a bagunça que ele fez naquela escrivaninha. Vários tópicos, várias partes de textos grifadas com marcador fluorescente, isso sem falar na letra horrível do garoto... Não dava pra saber como Saito não se perdia ali.

- Sistema reprodutor... - Respondeu com desânimo e olhou para o caderno. Realmente detestava aquele assunto.

- Ah, Saito ! - A ruiva caiu na gargalhada - Pra que engolir os livros desse jeito ? Não sabe de onde vêm os bebês ?

- Boba - As bochechas do garoto ficaram levemente coradas após tal comentário - Eu queria que não tivessem tantos nomes difíceis pra decorar.

- Pede ajuda pra Sakura - Falou naturalmente, mas na intenção de provocar - Ela é médica. Pediatra, mas estudou essas coisas na faculdade.

- Eu até pediria, mas... Não ! Não vou pedir ajuda pra ela !

- Eita, o negócio foi sério ! - Arregalou os olhos e franziu a testa, realmente surpresa - Se contar o que houve, até te ajudo a estudar.

- Sério ? - Os olhos de Saito até brilharam, afinal, sua irmã sempre foi muito inteligente e ter sua ajuda seria ótimo.

- Vai, Saito, sou sua irmã... Confia em mim - A garota uniu as mãos, praticamente implorando para saber o que houve.

- Me promete que não fará um escândalo - Respirou fundo enquanto tirava os óculos e os colocou sobre a escrivaninha - Promete !

- Prometo !

- Bem... - Suspirou pesadamente e colocou as mãos sobre os joelhos - Eu ouvi uma conversa entre o papai e a Sakura. Na verdade ouvi apenas uma parte da conversa, apenas por alto...

- O que a jararaca cor de rosa falou ? - Saya arregalou os olhos, nitidamente curiosa e ansiosa.

- Ela disse para o papai nos mandar pra um colégio interno bem longe - O garoto abaixou a cabeça e fitou o chão, sua tristeza e decepção eram quase palpáveis - Também disse que não nos quer perto da Sarada.

- Quem ela pensa que é ? - Bradou incrédula.

- Saya, eu não quero que isso aconteça - Colocou as mãos sobre o rosto, envergonhado por ter derramado lágrimas - Ficamos três anos longe do nosso pai, da nossa irmã e dos nossos avós, perdemos nossa mãe... Não quero ir para um colégio interno.

- Irmãozinho, olha pra mim - Segurou nas mãos de Saito, fazendo o garoto tirá-las de cima do rosto e olhou naqueles olhos tão negros quanto os dela - Isso não vai acontecer, ouviu bem ? - O moreno assentiu - Eu não vou deixar essa bruxa fazer o que quiser conosco ! Você confia em mim ?

- Não sei até que ponto, mas confio - Fungou e enxugou as lágrimas que caíam.

- Então não chora. Nosso pai não vai concordar com tal absurdo, tenho certeza de que a vovó Mikoto faria um escândalo caso ele decidisse fazer isso. Então relaxa - Saya fez um carinho nos cabelos incrivelmente lisos de seu irmão - Quando o papai e a mamãe se separaram, eu prometi que nós dois sempre estaríamos juntos e prometi que sempre cuidaria de você, lembra ?

- Eu lembro.

- Então fica tranquilo, pois eu não vou quebrar a minha promessa. Nós não vamos pra um colégio interno, ok... Agora se acalma, eu não gosto de te ver chorando.

- O papai ficou muito bravo comigo... Eu não devia ter feito aquilo com a Sakura.

- Devia ter colocado uma cascavel na cama dela, isso sim ! - A ruiva falou convicta e furiosa - A Sakura tem que saber com quem ela está lidando.

- Saya, por favor... - Nervoso, o garoto passou a mão pelos cabelos negros, bagunçando-os ainda mais - Se começarmos a aprontar com a Sakura, com certeza o papai vai ficar furioso conosco e pode até considerar a idéia de nos mandar para um colégio interno.

- Somos os filhos dele ! Se o papai tiver que escolher entre nós e a Sakura, quem você acha que ele escolherá ?

- Não quero prejudicar o casamento deles. O papai gosta da Sakura.

- Como é ingênuo - Saya balançou a cabeça em sinal negativo.

- Nosso pai é feliz ao lado a Sakura e ela é mãe da nossa irmãzinha. Você sabe tão bem quanto eu que é horrível ver os pais se separando, eu não quero que a Sarada passe por isso.

- Mas a mãe da Sarada nos quer longe daqui.

- Saya, você prometeu...

- Ok - A garota o interrompeu, levantando as mãos em sinal de rendição - Não vou pirar, mas ai dela se envenenar nosso pai contra nós.

- É mais fácil nós mesmo fazermos isso - Suspirou arrependido e Saya o encarou com uma sobrancelha arqueada.

- É impressão minha ou você está com peso na consciência ?

- Sim, eu tô com peso na consciência ! - Admitiu irritado - Foi sacanagem o que eu fiz com a Sakura.

- Não acredito que você ainda gosta dela ! Saito - Ela deu um cascudo na cabeça do irmão - você caduca e não aprende.

- Ai, sua bruta ! - Resmungou enquanto massageava o local onde Saya bateu - Será que todo mundo tirou o dia pra me machucar ?

- Isso é pra você parar de ser besta ! Como você ainda pode gostar da Sakura ?

- Eu não entendo como a Sakura pode ter dito aquilo... Ela é tão boazinha.

- Ela é duas caras, isso sim !

- Não importa ! - Colocou os óculos novamente e se virou para a sua escrivaninha bagunçada - Você vai deixar essa história em off, ok ?

- Ok - Respondeu bufando de raiva.

- E agora você vai me ajudar a estudar como disse que faria.

[...]

Sasuke, Itachi e Naruto estavam juntos na chopperia do Shopping, eles gostavam de sair juntos após o trabalho para jogar conversa fora. De vez em quando é bom ver os amigos, não é mesmo ?!

- E então, Sasuke, como vão os garotos ? - Naruto, que era primo de Karin, mudou de assunto - Imagino que ainda estejam tristes, afinal, a morte da Karin foi uma notícia terrível que pegou todos de surpresa - Passou a mão pelos cabelos loiros, não escondia que ainda estava triste - Fiquei três anos longe da minha prima pra perdê-la desse jeito.

- Imagina o meu desespero quando soube do acidente - Sasuke tomou um gole de cerveja - Graças a Deus meus filhos estavam usando o cinto de segurança e não tiveram nada grave, apenas alguns arranhões e o Saito levou uns pontos na testa.

- Eu ainda nem tive tempo de ir vê-los - Comentou Itachi - Mas dessa semana não passa.

- Eu também preciso ir ver meus priminhos - Disse o loiro - Eles devem estar enormes.

- Naruto, por favor, eu não preciso ficar lembrando que meus filhos são seus primos - O comentário de Sasuke fez Naruto e Itachi rirem - Em segundo grau, mas são... Enfim, ninguém é perfeito.

- É verdade ! Só a Sarada se livrou - Itachi falou em meio a risadas.

- Sarada vai ser minha nora quando ela e o Boruto estiverem maiores - Naruto falou na intenção de provocar o Sasuke e conseguiu, pois o Uchiha arregalou os olhos como se estivesse em pânico diante dessa idéia - Já pensou Sasuke, a Sarada e o Boruto namorando !?

- É mais fácil eu amarrá-la no pé da cama - O Uchiha tomou mais um gole de cerveja, tentando espantar de sua mente a idéia de ter sua princesinha namorando com o mini Naruto.

- E o Saito e a Saya, estão se dando bem com a Sakura ou ainda implicam com ela ? - Questionou o outro Uchiha.

- Nem me fale - Sasuke levou sua mão até a testa e soltou um longo suspiro - Não podia ser pior... Saya colocou tinta rosa no creme da Sakura e ontem o Saito colocou cinco baratas enormes na nossa cama. A Sakura quase teve um treco.

- O que ? - Naruto começou a rir alto, definitivamente o loiro nunca aprendeu a ser discreto - Quanta criatividade ! Com certeza os dois puxaram para o meu lado da família.

- Olha só, Sasuke, a culpa é dos genes Uzumaki - Itachi também ria da história, enquanto que Sasuke permanecia sério - Mano, adolescentes são complicados mesmo, mas dá uma bronca neles que resolve.

- Espero que resolva - Disse Sasuke - Não quero que a minha casa vire um inferno. No início o Saito se dava muito bem com a Sakura, mas aí, do nada ele pirou. Parece até outra pessoa.

- Irmãozinho, isso é a puberdade ! - Itachi falou na maior naturalidade do mundo - Você também já foi uma criança doce que se transformou num rapaz meio rebelde. A diferença é que você sempre foi difícil desde pequeno, enquanto que o Saito sempre foi um garotinho fácil de lidar.

- Sim, o Saito era bem diferente de mim na infância, ele sempre teve o jeito calmo e compreensível da Karin, enquanto que a Saya... - O moreno respirou fundo.

- Saya sempre foi sua versão feminina - Itachi completou - Sempre teve a personalidade difícil como a sua. Enfim, não nega o sangue que carrega nas veias.

- Lidar com eles agora está sendo mais difícil do que quando eles eram pequenos - Disse Sasuke - Até sinto falta da época em que acordava de madrugada para trocar fraldas e passava a noite em claro com eles chorando quando eram bebês.

- Ora, você viveu isso há pouco tempo, Sasuke - Naruto falou como se fosse óbvio.

- Foi mais difícil com eles do que com a Sarada - Respondeu - Eu era novo demais na época e era difícil conciliar faculdade, estágio e filhos pequenos... Dormir uma noite inteira era raridade, tanto pra mim quanto pra Karin.

- Se tivesse sido responsável - Itachi falou com uma cara de "Eu te avisei".

- Mano, não vem jogar isso de novo na minha cara quinze anos depois ! - Sasuke bufou e revirou os olhos - Sim, eu fui irresponsável, duas vezes ainda por cima, mas tem jeito agora ?

- Jovens são inconsequentes mesmo, ainda mais o Sasuke - Naruto deu de ombros.

- É, isso é verdade - Assentiu - Mas, mesmo que eles tenham sido frutos de descuidos, não me arrependo de ter tido meus filhos, pois os três foram a melhor coisa que já me aconteceu.

- Me lembro de quando você entrou em desespero quando a Karin engravidou da Saya - Itachi falou com um ar de riso - Você ficou quase um mês ensaiando a melhor forma de contar para os nossos pais.

- Eu era um pirralho de, sei lá, dezesseis, dezessete anos... Eu comprei uns dez testes de gravidez pra Karin e todos deram positivo, é claro que eu fiquei desesperado e a minha ficha só caiu completamente quando a Saya nasceu. Eu era jovem, imaturo e tive que aprender a ser pai, a cuidar de um bebê da noite para o dia.

- Eu imagino que deve ter sido horrível pra você naquela época - Naruto suspirou antes de levar o copo com cerveja à boca.

- Minha mãe ajudava, mas Karin e eu tivemos que nos virar sozinhos na maioria das vezes, principalmente de madrugada - Sasuke respondeu, lembrando-se da época em que deu adeus ao seu sono por um tempo - Estudar para o vestibular com uma filha pequena não foi nada fácil, ainda bem que conseguimos passar logo de primeira. Mas na faculdade foi ainda mais difícil, pois as matérias eram muito mais difíceis e numa quantidade bem maior.

- Aí quando a Saya já estava grandinha e parando de dar trabalho, você foi lá e engravidou a Karin de novo - Lembrou o outro Uchiha - Daí começou do zero.

- É verdade, ela tava com a cabeça tão cheia que esqueceu o anticoncepcional - Sasuke riu - Saya tinha acabado de completar três anos quando o Saito nasceu... Foi logo quando eu comecei a estagiar na empresa e as coisas ficaram ainda mais difíceis, pois eram dois filhos pequenos, faculdade e estágio. Não somente eu, mas a Karin também... Foi quando nossas brigas se tornaram frequentes.

- Sasuke, vocês eram muito jovens e imaturos, já começaram um relacionamento mais sério com filhos... Dificilmente iria durar muito tempo - Naruto falou compreensivo.

- Isso é verdade - O moreno concordou - Acho que durou tempo até demais, nós ficamos juntos até onde deu, tudo pelas crianças, já que chegou uma hora que nem dormir na mesma cama nós dormíamos. Infelizmente o Saito e a Saya não compreendem isso, acho que eles pensam que a Sakura é culpada pela minha separação.

- Olha, quando eles eram pequenos, tudo bem, era até compreensível - Disse Itachi - Mas eles já têm idade pra compreender a situação. E outra, mesmo que não gostem da Sakura, vão ser obrigados a conviver com ela.

- O problema é que essa convivência não está sendo nada boa até agora - Sasuke respondeu.

- Tenha uma conversa séria com eles - Sugeriu o Uzumaki - Eles não são mais crianças, Sasuke, eles têm que aprender a aceitar certas coisas. Ficar aprontando com a Sakura não vai levá-los a lugar nenhum.

- Vai ser difícil enfiar isso na cabeça deles - Sasuke passou a mão pelos cabelos e respirou fundo - O pior de tudo é que vou ter viajar amanhã e só volto na semana que vem. A Sakura ainda não sabe e vai ficar louca quando souber, infelizmente não tem outro jeito.

- Vai deixar sua esposa sozinha com as crianças ? - Naruto arregalou seus grandes olhos azuis, pensando que seu melhor amigo estivesse ficando louco ou que já tivesse bebido além da conta.

- Não tem outro jeito, Naruto... Não tem outro jeito...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários ?
Beijos e até o próximo ♡



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Os enteados" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.