Os enteados escrita por Evil Queen 42


Capítulo 11
Papel de mãe


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu sei que eu demorei e alguns leitores me deram puxões de orelha por causa disso, já que eu meio que "abandonei" algumas fanfics. Eu não abandonei, já avisei que a greve da minha faculdade (que durou quase seis meses) acabou e agora é hora de correr atrás do tempo perdido, pois perdemos um semestre inteiro. O negócio tá puxado, eu tenho mais tempo pra escrever nos fins de semana, mas às vezes consigo escrever um pouquinho durante a semana. Pra vocês terem uma noção, eu tô tentando escrever esse capítulo desde segunda feira e só consegui terminar agora porque cochilei à tarde (passei a madrugada estudando pra uma prova que tive hoje de manhã).
Então, por favor, compreendam a minha demora e desculpa se os capítulos estão pequenos demais... Eu sei que, antes, minhas atualizações eram super rápidas, às vezes dava pra atualizar mais de uma vez na semana, mas agora eu tô estudando e só vou ficar de férias poucos dias antes do Natal (infelizmente teremos apenas 15 dias de recesso), mas nas férias eu vou ter mais tempo.
Agora que a minha demora já foi justificada, espero que gostem desse capítulo.
Qualquer sugestão ou crítica, é só deixar nos comentários.
Boa leitura.



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- Eu queria fazer algum programa com eles, sabe... - Sakura comentou com a amiga quando ambas já tinham acabado de sair do consultório por conta do horário de almoço - Só eu, eles e a Sarada.

- Tem certeza de que você volta viva ? - Questionou a Yamanaka - Sei não, acho que você os vê como duas crianças e acha que ainda pode conquistá-los. Amiga, acorda, você tenta conquistar essas duas pestes há muito tempo e nunca deu certo, então desiste.

Às vezes -ou quase sempre- Ino era realista até demais.

- Isso é verdade, Ino. A diferença é que agora eles também moram comigo e eu quero que a gente se dê bem.

- Então tente ir conquistando os dois aos poucos - Sugeriu - Ou você pode torturá-los - Deu de ombros.

Sakura realmente não sabia mais o que fazer para mostrar que era uma boa madrasta. Pensou em sair com as crianças, mas logo deduziu que, pra qualquer lugar que fosse, sempre daria alguma confusão. Saito até que se esforçava para que a convivência fosse boa dentro de casa, mas Saya, sempre com sua personalidade forte, definitivamente não facilitava as coisas para o lado da rosada.

Pegou as chaves do carro dentro da bolsa e foi direto para o estacionamento, destravou seu carro, entrou no mesmo e dirigiu rumo à escola das crianças.

Sarada, por ainda estar na educação infantil, saía um pouco antes, então, Sakura resolveu entrar para pegar a filha e esperar pelos enteados. A rosada -assim como Sasuke quando ia buscar os três na escola- sempre ia um pouco mais tarde, num horário em que os três já tivessem sido liberados. Entretanto, como saiu um pouquinho mais cedo, resolveu esperar.

Encontrou uma mesa vazia no pátio da escola, perto da cantina, e resolveu puxar uma cadeira para se sentar e esperar pelas crianças.

Logo a professora de Sarada apareceu, segurando a mão de um menininho e de uma menininha, sendo que tinha uma fila indiana atrás de cada um. Ao todo devia ter umas vinte crianças na sala de Sarada, que não demorou para ver a mãe e foi correndo até ela após falar com sua professora.

- Mamãe, a senhora veio me esperar hoje ! - A pequenina abraçou a mãe, estava realmente muito contente, pois seus pais geralmente nem descem do carro quando vão buscá-la.

- Sim, hoje a mamãe saiu mais cedo - Sakura deu um beijinho na bochecha da filha e a colocou sentada numa cadeira. A pequena Uchiha estava com a blusa do uniforme suja de terra, assim como suas unhas.

- Hoje eu fiz bolo de lama - Sarada falou toda orgulhosa de si mesma.

- Nossa, nem deu pra perceber, você está tão limpinha.

- Mas é verdade, eu fiz !

Enquanto o tempo passava, Sarada contava sobre o seu dia e Sakura ouvia tudo com muita atenção. A menina contou sobre o desenho que fez na aula de artes, sobre como a professora -carinhosamente chamada de tia pelos alunos- disse que sua letra estava ficando bonita e coisas do tipo.

O sinal tocou e logo alguns alunos maiores começaram a sair, inclusive Saito, que andava despreocupadamente enquanto conversava com uma garota dos cabelos loiros e olhos castanhos que devia ter a mesma idade que ele.

Sakura olhou desconfiada para o casalzinho, principalmente quando Saito a viu de longe e ficou vermelho como um pimentão... Aí tem coisa.

O rapazinho se despediu da amiga e foi para junto de Sakura e Sarada, colocou sua mochila na mesa e sentou-se numa cadeira.

- Sua amiga ? - Sakura perguntou com um sorriso no rosto, ela já estava desconfiando de que Saito tivesse uma queda pela garota.

- Sim, estuda comigo - Assentiu.

- E qual é o nome dela ? - Perguntou curiosa, lembrando-se dos seus doze anos de idade, aquela fase gostosa que não volta mais.

- É Naomi - Respondeu.

- Hum... Vocês pareciam ser muito amigos...

- O que quer dizer ? - Questionou desconfiado, afinal, a última coisa que Saito faria seria admitir logo para Sakura que gosta de alguém. Se é que ele realmente gosta da Naomi além da amizade.

- Nada não - A rosada começou a rir, pois Saito pareceu ter ficado um pouco nervoso - Você não precisa ficar encabulado, eu só achei vocês dois bonitinhos, só isso.

- O Saito tá namorado ? - Sarada perguntou na maior inocência do mundo, o que fez Sakura rir e Saito ficar super vermelho.

- Pelo amor de Deus - O rapazinho levou a mão até a própria testa e balançou a cabeça em sinal negativo - Vamos mudar de assunto.

- Tudo bem, eu paro de pegar no seu pé - Disse Sakura - Enfim, cadê a Saya ?

- A Saya tá no ensino médio, ela sai um pouco depois de mim - Respondeu o garoto, foi quando Sakura olhou no relógio de pulso e viu que realmente ainda estava bem cedo e que Saya ainda demoraria alguns minutos para sair.

Saito percebeu que sua amiga Naomi estava sozinha, visto que ela tem uma irmã mais velha que está no ensino médio, portanto, só vai embora quando a irmã também vai. O rapazinho queria se sentar com ela, mas também não queria que Sakura fizesse comentários desnecessários depois.

Bem, qual decisão tomar ?

- Sakura - Ele pigarreou e levantou da cadeira - Eu vou ali.

Saito saiu antes mesmo que Sakura dissesse alguma coisa e foi se sentar ao lado da loira que estava sozinha sentada num banco. Sakura apenas sorriu de canto ao ver a cena, pois ela acha lindo ver duas pessoas descobrirem sentimentos novos, principalmente quando se trata da primeira paixonite, que geralmente traz decepções, mas que ao mesmo tempo é uma lembrança para o resto da vida.

Talvez Saito nem pensasse nisso, talvez fosse apenas uma amiga com quem ele tem mais afinidade, ou talvez estivessem apenas se conhecendo... Enfim, que era bonitinho, isso era.

- Pensei que você fosse ficar lá - Naomi comentou assim que Saito sentou ao seu lado.

- Vou fazer companhia pra você - Respondeu com um sorriso.

- Aquela garotinha é sua irmã, não é ? - Referiu-se à Sarada - Ela se parece muito com você.

- É sim, minha irmã caçula.

Ao contrário de Saya, Saito referia-se à Sarada como sua irmã, não como sua meio irmã.

- Aquela do cabelo rosa é a sua mãe ?

A verdade é que Saito se sentiu um pouco incomodado com tal pergunta, mas Naomi não tinha culpa, uma vez que o garoto não costumava falar sobre sua família, evitando ao máximo tocar no assunto.

- Não, ela é minha madrasta.

- Sua madrasta ? Mas por que você não mora com a sua mãe ?

- Minha mãe faleceu há pouco tempo - Respondeu cabisbaixo, sem esconder o quanto ficou mexido por Naomi ter tocado nesse assunto.

- Me perdoa.

- Tudo bem - O Uchiha forçou um sorriso - Como você poderia saber, não é ?

- E por que a sua madrasta pinta o cabelo de rosa ? - A loira perguntou, tentando mudar de assunto.

- Digamos que um tubo de tinta rosa foi andando até o creme dela...

- Hã ? - A confusão da menina era quase palpável - Saito, explica esse negócio direito.

- A Saya, minha irmã mais velha, não gosta da nossa madrasta e aprontou com ela.

- Minha nossa - Naomi não conteve a risada - A sua irmã é louca por fazer uma coisa dessas.

Ainda bem que Naomi não sabia sobre as baratas na cama.

- Ah, nem te conto que o cabelo da minha madrasta era enorme até a Saya aprontar pela segunda vez.

- E o pai de vocês não faz nada ?

- Ela encobriu no início, mas pirou quando a Saya aprontou pela última vez - Explicou - Enfim, meu pai está viajando e não quero nem saber o que vai acontecer quando ele chegar. Provavelmente cabeças irão rolar.

- Que tenso... Mas vocês não gostam da madrasta de vocês ?

Saito ficou pensativo, pois a resposta para tal pergunta era incerta.

Ele gostava de Sakura ou não gostava ? Era difícil saber... Desconsiderando a parte do colégio interno, ele a amava demais, infelizmente isso não podia ser esquecido.

- Nos mudamos há pouco tempo e ainda estamos nos adaptando com essa nova vida. Particularmente, eu não quero viver num ambiente com brigas e discussões, então tento ficar numa boa com a esposa do meu pai.

Ele contornou o assunto e o deu por encerrado mesmo que não tenha respondido que sim ou que não.

O sinal tocou novamente, anunciando que já era hora dos alunos do ensino médio saírem. Saya logo saiu acompanhada de uma turma de amigos, fez uma expressão de indignação quando viu sua madrasta ali. Qual é, Saya já tem quinze anos, não precisa que alguém a espere dentro da escola.

- Saya ! - A pequena Sarada foi correndo até sua irmã mais velha assim que a viu - A mamãe veio esperar a gente sair hoje, não é legal ?

- Ah, claro que é - Ironizou e Sarada sorriu abertamente, uma vez que uma criança de cinco anos não sabe o que é ironia.

Eles foram embora assim que Saya saiu da sala de aula. A ruiva, que achava que ficaria livre da madrasta após o almoço, teve uma decepção, pois Sakura estava de folga naquela tarde.

[...]

Devia ser por volta de 14:00, Sakura estava cortando um mamão para fazer uma salada de frutas e a pequena Sarada estava "ajudando", sentada sobre a mesa da cozinha e roubando alguns pedacinhos de mamão cortados, tirando algumas uvas do cacho e pegando alguns morangos. Definitivamente é uma delícia ajudar a mamãe.

- Não vai trabalhar hoje, Sakura ? - Saya perguntou quando foi até a cozinha para beber água.

- A mamãe tá de folga ! - Sarada respondeu toda contente e com a boca toda suja de mamão.

- Pois é, tô de folga - Disse a rosada - Tô fazendo salada de frutas, quer me ajudar ?

- Salada de frutas ? - Saito apareceu ao lado da irmã mais velha, dando um susto enorme na ruiva.

Ele apenas passava por perto da cozinha, mas ouviu algo que atiçou seu estômago e precisou ir conferir de perto.

- Saito, de onde você saiu ? - Ela levou a mão até o peito e respirou fundo, escorando-se na geladeira - Quer me matar de susto, garoto ?

- Deixa de ser boba - Ele respondeu e se aproximou da mesa com várias frutas ainda sem cortar - Quer ajuda ?

- Eu quero sim - Respondeu a rosada.

- Mas eu já tô ajudando a senhora, mamãe - Sarada protestou.

Ora essa, a ajuda da pequenina era irrelevante agora ? Quanto desrespeito com a criança que se ofereceu para ajudar, que está deixando de ver Frozen mais uma vez só para auxiliar sua amada mamãe nessa difícil tarefa de fazer uma salada de frutas. Ainda assim Sakura tem a audácia de chamar outra pessoa para ajudá-la, como se Sarada não fizesse nada além de comer as frutas... Espera, é exatamente isso que ela está fazendo !

- Mas a mamãe precisa de mais ajuda, meu amor.

- Eu também vou ajudar - Disse Saya, surpreendendo a todos.

Sakura achou que finalmente a enteada estava tentando interagir numa boa e que as coisas fossem começar a melhorar, mas Saito sabia muito bem que Saya estava fazendo aquilo só pra tentar amansar a Sakura para que ela a deixasse ir para a tal festa no fim de semana.

- Podem pegar algumas frutas e cortar - Sakura falou e os dois adolescentes assentiram.

Saito pegou as maçãs e Saya pegou algumas uvas para cortar e tirar as sementes. Mas a menina não manjava de ajudar na cozinha, visto que apenas seu irmão fazia isso desde que Karin era viva; e Saito, que é bastante perfeccionista para algumas coisas, não estava gostando nada do jeito que sua irmã cortava as uvas.

- Saya, você tá cortando tudo torto ! - Brigou - Corta as uvas no meio, pra ficar com os tamanhos iguais. Você tá deixando elas aleijadas.

- Vai se ferrar, garoto - Bufou irritada. Ora essa, que diferença fazia o tamanho das uvas ? Vai tudo pra barriga mesmo.

- Saya, não fala essas coisas - Sakura repreendeu, já que não queria a sua filha ouvindo esse tipo de coisa, pois criança pequena repete tudo que ouve.

- Foi mal, mas é que às vezes ele me dá nos nervos - Respondeu a ruiva - E você não pode falar nada, Saito. Você mais come a maçã do que corta.

- Que absurdo ! - Falou indignado e com a boca cheia.

- Não briguem pelas frutas, tem bastante - A rosada pegou uma maçã inteira e deu para Saito - Pode comer à vontade.

Ele devia levar em consideração os desenhos que era obrigado a assistir com Saya na infância, admitindo que pegar uma maçã oferecida pela madrasta poderia ser algo nocivo ? Ora essa, que bobagem !

- Valeu - O garoto agradeceu antes de pegar a fruta. Sarada foi no embalo e pegou uma banana para comer.

- Saito, seu guloso, custa esperar a salada de frutas ficar pronta ? - Questionou a ruiva.

- É óbvio que custa - Ele provocou.

- Saito, não provoca a Saya - Alertou a pequena Sarada - Ela tá com uma faca na mão.

O rapazinho estremeceu. Ele não sabia por que, mas tinha a impressão de que isso ia dar merda.

- Ora, e por que ele deveria ter medo, Sarada ? - Sakura não escondeu sua curiosidade, enquanto que Saito e Saya já estavam suando frio.

- É que uma vez a Saya disse que ia cortar o... o... o... - A pequena Uchiha se enrolou toda e Saya já estava quase erguendo as mãos pro céu por ela não estar se lembrando da palavra - É... Alguma coisa que começa com "p" do Saito.

Sakura olhou indignada para os enteados. Os irmãos se olharam sem esconder a falta de jeito; Saya estava com vontade de cortar a língua da Sarada, já Saito queria apenas que a terra se abrisse em baixo dos seus pés e o engolisse.

- Que você não tenha dito o que eu estou pensando... - Sakura falou firme, olhando para Saya - Quantas vezes eu vou ter que pedir para vocês não falarem essas coisas perto da Sarada ?

- Sakura, ela nem se lembra da palavra e sequer sabe o que é - Respondeu a ruiva - Releva, vai.

- Tá bom, dessa vez passa - Falou séria, ainda com o olhar desconfiado e se virou para lavar alguma coisa na pia, enquanto isso Saya e Saito trocavam ofensas por meio de gestos - E que isso não se repita.

- Se depender de mim não irá se repetir - Saito respondeu após dar língua para a ruiva que estava com a cara fechada.

- Fica de boa, não vai se repetir - Disse Saya, que tinha acabado de mostrar o dedo do meio para seu irmão.

- Que bom - Sakura se virou novamente para os adolescentes que estavam com cara de anjo, como se nada tivesse acontecido - Mas, só por curiosidade, por que você queria cortar... - Ela olhou para Sarada, a menina estava super concentrada em descascar a segunda banana que iria comer, mas mesmo assim, como toda e qualquer criança, devia estar com os ouvidos atentos - Enfim, vocês entenderam. O que o Saito fez ?

- Ah, ele tava me enchendo o saco com provocações - Respondeu - Chegou em casa todo suado e disse que ia deitar na minha cama.

- Era brincadeira - Saito retrucou - Ela ficou dizendo que eu estava fedendo, daí falei que ia pular na cama dela. Foi só isso.

- Vocês se davam tão bem quando crianças, por que agora parecem gato e rato ? - Questionou a rosada.

- Porque a Saya virou um pé no saco depois que entrou na aborrecência ! - Respondeu o garoto.

De fato, duas crianças com a mesma mentalidade se dão bem; entretanto, mesmo que a diferença entre os irmãos seja de apenas três anos, ambos já tinham a mentalidade bem diferente.

Saya tem quinze anos, não é mais criança e está naquela fase de querer ser adulta, sem falar na rebeldia. Saito ainda não saiu totalmente da infância, visto que tem apenas doze anos de idade, contudo, já se mostrou mais maduro que a irmã.

Não há dúvidas de que são cabeças completamente diferentes, ao contrário de quando os dois eram crianças e brincavam juntos.

- Bebezão - Saya bufou irritada, odiava quando Saito a chamava de "aborrecente" só pra implicar.

- Vocês não precisam ficar brigando por besteira - Sakura aconselhou enquanto cortava uma laranja para espremer - Tentem se entender numa boa... - Pegou o espremedor para tirar o suco da laranja - Na verdade vocês mais implicam, parecem duas crianças.

- É, você pode ter razão - Saito deu de ombros - Mas quando eu percebo já estamos brigando.

- É quase automático - Completou a ruiva.

Na verdade as brigas e implicâncias eram raras, -até porque todos os irmãos brigam- mas se tornaram frequentes após a morte de Karin, mais especificamente quando Saya e Saito voltaram para Konoha, indo morar com o pai e a madrasta.

Saya simplesmente não suportava o fato que que seu irmão, agora não mais manipulável, gostava de Sakura.

- Sei que é comum irmãos brigarem, mas vocês não são mais criancinhas - Repreendeu a rosada - Não precisam ficar se engalfinhando por nada.

- Poxa, desculpa... - Saito abaixou a cabeça, sentiu-se até mal depois dessa, pois era óbvio que Sakura estava com a razão. Também precisava levar em consideração o fato de que é muito chato ver duas pessoas brigando por motivos ridículos - A gente... - Fitou a maçã cortada em cubinhos sobre a mesa e soltou um longo suspiro - A gente tá tirando o seu sossego, não é ?

- Não é isso, Saito - Sakura explicou, percebendo que o garoto tinha ficado mal, provavelmente pensando que a madrasta não os queria ali por causa das brigas infantis - Eu só tô dizendo que vocês não têm mais idade pra ficar brigando desse jeito. Aprendam a relevar algumas coisas, levar na esportiva... - Colocou o suco da laranja num copo de vidro e jogou os restos da fruta no lixo ao lado da pia - Vocês estão crescendo, em todo lugar vão encontrar alguém que vai tirá-los do sério; seja algum colega de escola, futuramente da faculdade, algum professor e até mesmo colegas de trabalho quando vocês forem adultos. Vocês vão aprender que as coisas não se resolvem com brigas, sem falar que implicância só piora as coisas.

- Isso é exagero - Saya bufou com cara de tédio, Sakura percebeu que sua enteada não estava levando aquelas palavras a sério.

- Você deve estar pensando "Se conselho fosse bom ninguém dava de graça" - Sakura sorriu minimamente e balançou a cabeça em sinal negativo, apoiou ambas as mãos sobre a mesa e olhou para Saya - Também já fui adolescente e já ignorei muitos conselhos da minha mãe, sabia ? - Ergueu a sobrancelha antes de desviar o olhar para Saito que escutava tudo com atenção - Mas, lá na frente, vocês vão ver que essas coisas chatas que os adultos tentam ensinar são verdade e daqui a alguns anos vocês vão me dar razão - Olhou para a pequena Sarada sentada sobre a mesa e prestando atenção em tudo - Quando não se aprende em casa, a vida ensina, a diferença é que o ensinamento é mais rígido.

Mesmo sem perceber, Sakura deu uma de mãe e Saya não gostou nadinha daquilo. Não foi intencional, ela não queria que os dois pensassem algo do tipo "Nossa, ela já tá achando que é nossa mãe",mas queria que eles vissem que a rosada se preocupava.

- Por que você está nos dizendo isso, Sakura ? - A confusão de Saito era quase palpável, uma vez que ele não compreendia o motivo daquilo que, na cabeça dele, era uma bronca.

- Porque eu me preocupo com vocês - Sakura respondeu, falando como se fosse uma coisa pra lá de óbvia - Não estou brigando com vocês, se é o que está pensando - O garoto sorriu sem graça, pois ele realmente achava isso - É só um conselho, Saito.

Por um instante os irmãos viram Karin em Sakura, o que deu um aperto no peito de ambos.

Sakura assumir o papel de mãe, para Saya e Saito, era uma coisa boa e ao mesmo tempo ruim.

Karin morreu, por mais que Sakura se preocupasse com eles, ela não era a mãe biológica. Era tudo muito confuso na cabecinha dos dois; permitir que Sakura assumisse o papel de mãe seria um desrespeito à memória de Karin ?

Saya acreditava que sim, jurou que Sakura jamais tomaria o lugar de sua mãe. Saito pensava diferente, embora ainda não estivesse totalmente conformado com a morte de sua mãe, ficava feliz por ver que seu pai encontrou uma mulher que tratava os enteados com o mesmo carinho que tratava a filha de sangue.

O garoto, que já tinha criado mil teorias na cabeça, começava a achar que a conversa que ouviu entre Sasuke e Sakura não passava de um mal entendido.


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Notas finais do capítulo

Comentários ?
Espero que as leitoras xonadas pelo Saito não me matem por ter arrumado uma namoradinha pra ele kkkkkkk
Ah, já estou liberada de algumas matérias na faculdade, então pode ser que eu não demore tanto com o próximo.
Beijos e até mais ♡♡♡