How I Met Your Father escrita por ericatron


Capítulo 6
Capítulo 6 - A garota que veio antes de sua mãe


Notas iniciais do capítulo

Gente, mil desculpas por ter demorado tanto! Eu tava em final de semestre, minha universidade tinha acabado de sair da greve e eu tava tão atolada de coisas que não dava pra escrever nada.
Espero que ainda queiram essa humilde fic ♥ haha



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Harry, como é sabido, a partir do quinto ano o seu pai começou a pensar seriamente em engatar com Lilian, mas foi só lá pro sétimo que ele conseguiu alguma coisa com ela.

O que não é sabido é o porquê de ele finalmente resolver ser uma pessoa direita e monogâmica, depois de anos sendo a pessoa mais rodada de toda Hogwarts (mas não a mais cobiçada, pois esse título cabe a mim).

Muitos vão dizer que foi a sua mãe quem fez ele cair na real e aprender a valorizar as pessoas e os sentimentos delas, mas não foi bem assim. Na verdade, foi a garota antes dela que causou esse efeito.

Poderia ser bastante constrangedor falar com você da ex namorada do seu pai, não é?

Harry: gu gu gu di

Eu sei, eu sei, mas você vai se esquecer disso. E sem ela, ele nunca teria aprendido a valorizar ninguém.

O nome dela era Lia Goldman. Era uma quintanista da Sonserina (sim, sonserina!) que dividia a aula de poções com a gente desde o nosso primeiro ano.

Ela não era como as outras pessoas da Sonserina, Harry. Na verdade, eu não sei como ela foi parar lá.

Primeiro, ela interagia com as pessoas de todas as casas. Até com os lufanos hippies.

Segundo, ela não odiava quem não tinha sangue puro. Na verdade, um dos amigos mais chegados que ela tinha era um mestiço da corvinal chamado Ernie Patil.

Terceiro, ela era amiga do seu tio Remo.

Basicamente, ela parecia ter mais paciência e atenção pra aguentar todo aquele papo dele sobre responsabilidade, exames e deveres de casa que só o Aluado tem saco pra fazer.

Desde o terceiro ano eles tinham um grupo de estudos em Poções, que era frequentado por... bem, só eles dois.

Quem mais iria querer entrar em um grupo de poções?

– Aluado, você é um grande traidor – disse seu Tiago certa vez, enquanto ele e Remo jogavam xadrez de bruxo no salão comunal.

– O que eu fiz? – Remo perguntou, enquanto via seu cavalo avançar.

– Sua namorada – disse. – Uma sangue puro. Lamentável.

Ele balançava a cabeça negativamente enquanto o seu bispo era abatido pelo cavalo de Aluado.

– Minha namo...?

– Aquela menina da Sonserina! Goldman!

– Lia não é minha namorada! E muito menos...

– Uiuiui, ele já chama pelo primeiro nome, é isso mesmo? O safadinho.

– Cara, se eu namorasse todo mundo que chamo pelo primeiro nome, seria mais rodado que você.

Foi nessa hora que eu entrei na conversa.

– Tive uma ideia brilhante! – falei.

Aluado revirou os olhos.

– Nós não vamos colocar uma venda permanente em ninguém, Sirius, eu já disse.

Eu me joguei na poltrona, cansado.

– Primeiro, eu coloco uma venda permanente em quem eu quiser. Você não reclamou quando o Filch estava tateando sem poder nos encontrar pra nos dar uma detenção.

Ele ficou sem saber o que dizer. Aluado geralmente se sentia culpado das coisas que a gente fazia, então se alguém quisesse que ele calasse a boca era só jogar alguma coisa aleatória na cara dele.

– Segundo, minha ideia no momento envolve penas, pergaminhos e planilhas.

Aluado se ajeitou na cadeira. Pontas também.

– Meu deus, você tá pegando a doença do Aluado, cara – disse Tiago. – Rápido, tragam a cerveja, preciso do meu amigo de volta!

Eu ignorei os dois.

– Nós vamos contabilizar quantas pessoas o Remo chama pelo primeiro nome em Hogwarts e quantas pessoas o Tiago já ficou e ver quem é mais rodado: o Pontas ou a língua do Aluado.

Remo pareceu interessado.

– Vale as que ele dá em cima ou só as que ele trocou fluidos? – perguntou, no que Tiago deu um tapa na parte de trás de sua cabeça.

– Só quem ele já trocou fluidos.

– Seja homem ou mulher? – tornou Remo, no que Tiago deu outro tapa, ainda mais forte, mesmo que tenha corado.

– Não quero tocar nesse assunto – disse, virando as costas e cruzando os braços.

Eu e Remo rimos muito.

– Que se dane – falei. – Vamos catalogar as mulheres dessa escola!

Nesse momento Lilian estava descendo as escadas do dormitório feminino e ouviu minha última frase fora de contexto.

– E eu achando que vocês não podiam ser mais machistas... – ela comentou, antes de atravessar o salão comunal e atravessar o retrato da mulher gorda.

– Viu só o que vocês fizeram? – exclamou Tiago, apontando para as costas do retrato fechado. – Agora ela vai ficar falando pras amigas dela que a gente é um bando de machista escroto!

– É verdade, Pontas – falei. – Isso vai diminuir suas chances futuras com aquelas que você ainda não pegou.

– Mas fica despreocupado – falou o Aluado, colocando a mão no ombro do seu pai. – Quando acabarem as mulheres, ainda tem os homens.

– EU NÃO SABIA QUE ERA UM HOMEM, OK?

E saiu pisando firme. A gente ouviu a porta do dormitório bater com força e resolvemos deixar isso pra depois e fazer logo nosso trabalho de Feitiços. Não fazia sentido zoar o Pontas na ausência do Pontas.

...

O dia seguinte chegou e com ele um pouco de tempo livre. Aluado, Pontas, Rabicho e eu nos sentamos debaixo de uma árvore que gostávamos muito na beira do lago e Aluado tirou do nada um pergaminho e uma pena da mochila.

– Dá um tempo, Aluado, essa é a nossa única tarde sem deveres em três semanas – reclamou seu pai, bagunçando a parte de trás dos cabelos e observando, distraído, a Lula gigante fazer pequenas ondas na superfície do lago com seus tentáculos.

– Você se esqueceu do maior dever de todos, Pontas – falei.

– Qual dever? – perguntou Rabicho.

– O dever de observar o Aluado zoando o Pontas. Isso não acontece muitas vezes.

Aluado riu.

– Acho bom ele sentir na pele. Bem, então vamos lá... primeiro, as pessoas que chamo pelo primeiro nome.

Ele traçou uma linha reta dividindo o pergaminho em duas partes, escrevendo o próprio nome de um lado e o nome do seu pai do outro.

– Acho que você deve começar por nós três – falei.

– Sim! – disse Rabicho. – Afinal, somos a dianteira. Entenderam? Dianteira! Hahahaha

– Cala a boca, Rabicho – disse Pontas, de cara amarrada.

– Tudo bem. Meu humor é muito complexo mesmo.

Remo ignorou os outros dois, continuando a lista.

– Ok. Além de vocês, tem a Lia – disse – e o Ernie. Nossos colegas de quarto e as meninas da nossa turma.

– Tem aquele cara do sétimo ano, o Arthur – ajudei. – E a Hortência, do quarto ano, que fica o tempo todo atrás de você depois que você retirou a azaração que jogamos nela.

– As pessoas que já se formaram também contam?

– Não – falei.

– Então vou riscar o Sr. Fulia.

E assim ficamos ali por uma meia hora, até chegar num total de... 23 pessoas. Não havia mais que 23 pessoas que Remo chamava pelo primeiro nome em Hogwarts.

Pontas tomou o pergaminho da mão dele, alarmado.

– Não é possível – disse. – Todo mundo nessa escola te ama, tem que ter mais gente.

– Sentindo que vai perder, Potter? – Aluado perguntou.

– Claro que não – retrucou. – Veja, tem aquela garota... da... lufa-lufa?

– Não – falei. ­– A única garota da Lufa-Lufa que ele já chamou pelo primeiro nome é o seu namorado, e foi só uma vez.

– EU PENSEI QUE ELE FOSSE MULHER, OK? – berrou ele, fazendo voar alguns passarinhos que estavam na nossa árvore.

Eu ri de me acabar.

– Agora é a hora da sua lista – falei, estralando os dedos. – Aluado, pergaminho.

Aluado me entregou o pergaminho. Não demorou vinte minutos pra que a lista de Pontas ficasse maior que a do Aluado.

– Vinte e três! – finalizou Aluado, satisfeito.

– Que ele se lembra – falei, rindo. – Agora, por último, mas não menos importante, o critério de desempate...

– A cereja do bolo...

– A garota com pomo-de-adão...

– Tricia Oswald! – falamos juntos eu, Rabicho e Aluado, no que seu pai amarrou ainda mais a cara.

Então, um cheiro de cereja se abateu sobre nós. Era a garota da Sonserina. Lia Goldman tinha cabelos muito cacheados e volumosos e vivia com um brinco de pena na orelha.

– Ei, Remo – disse ela, sem dar muita atenção para o resto de nós. – Você não apareceu hoje na biblioteca, então achei que talvez fosse querer meus apontamentos.

– Caraca – disse ele, se levantando de um pulo. – Eu me esqueci completamente, Lia, me desc...

– Relaxa – falou. – Você me deve uma.

Ela já ia saindo, quando...

– Ei, o que é isso aí? – perguntou, apontando para o pergaminho na mão de Remo.

– Não é da sua conta! – disse Pontas, tomando o pergaminho da mão do Aluado e fechando bruscamente.

– Eu também achei que não fosse – disse ela, calmamente – até ver meu nome escrito aí.

– Continua não sen...

– É uma lista das pessoas que eu chamo pelo primeiro nome, só isso.

– Pra quê você faria uma lista dessas?

– Você é muito curio... – começou Pontas, mas Remo o interrompeu novamente.

– A gente apostou que Tiago tinha ficado com mais garotas do que a quantidade de pessoas que eu chamo pelo primeiro nome.

Ela fez uma fez uma careta.

– É, eu não precisava saber disso.

Pontas olhou para Aluado com cara feia.

– Eu também acho – rosnou. Aluado encolheu os ombros como se dissesse “Foi mal, cara”.

– Por isso vocês estavam gritando o nome de Tricia Oswald? – ela riu.

– Olha aqui, garota, é melhor você cuidar da sua...

Dessa vez fui eu que o interrompi:

– É claro que não foi por isso. – Afinal, eu tinha que defender meu amigo. – A gente estava falando do grandioso pomo-de-adão que ela tem.

– Pois é – Pontas tornou, agradecido. – Eu nunca pegaria um cara, por mais que ele tente ser uma mulher.

Para nossa surpresa, ela cruzou os braços e franziu as sobrancelhas.

– Tricia Oswald é uma menina trans. Você sabe o que isso significa, Potter?

Instintivamente, ele coçou a parte de trás da cabeça, arrepiando ainda mais os cabelos.

– Não...

– Significa que ela é uma mulher e que você é um escroto por falar essas coisas sobre ela. Francamente, vocês da Grifinória são uns hipócritas, reclamam da atitude dos sangue-puros com os nascidos trouxas, mas são tão preconceituosos quanto. A gente, pelo menos, não esconde a cara numa falsa fantasia de heroi.

Pontas ia retrucar, mas ela virou as costas e foi embora em direção a um grupo de alunos da Sonserina que esperavam por ela na beira do lago.

E, Harry, essa é a história de como o seu pai conheceu Lia Goldman.


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