How I Met Your Father escrita por ericatron


Capítulo 3
Capítulo 3 - A Insustentável Larica do Ser


Notas iniciais do capítulo

Gente, então, eu sou super novata em postar fanfic no Nyah (eu costumava postar no Orkut, em 2009, e agora depois de velha deu saudade hahah), então vou precisar da ajuda de vocês:

Primeiro: A censura +13 tá ok pra essa fanfic? Ces acham que ela pode ser Livre?
Segundo: Como o Sirius tá falando isso pra um bebê cuja primeira palavra pode ser qualquer palavra que Sirius acabar usando, eu usei alguns eufemismos. (vocês vão ver nesse capítulo) Eu queria saber se vocês, como leitores (as) estão ok com essas analogias.
Terceiro: Os capítulos estão muito grandes? D:

É isso. Espero que gostem ♥



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Harry, você deve estar se perguntando como, afinal, eu e seu pai ficamos amigos.

Harry: gu gu da dá

Foi o que eu imaginei. Bem, nós ficamos amigos iniciando a coisa mais absurda que poderia acontecer naquele trem: uma confusão.

Nos anos 70 tudo era paz e amor e o clima no Expresso de Hogwarts era pacífico e tranquilo. As pessoas ajudavam umas as outras a carregar suas bagagens, abraçavam estranhos pelos corredores, transmitiam boas vibrações e executavam feitiços relaxantes.

Mas é claro, nem todo mundo era assim.

Naquela época Lucio Malfoy era monitor da Sonserina. Ele e sua gangue andava pelos corredores confiscando as coisas das pessoas, aplicando detenções por motivos como “parecer muito feliz” ou “ter cara de mamão”.

Enquanto ele espalhava o terror por aí, eu e Remo estávamos sentados no último vagão tentando nos comunicar.

Harry, se não fosse pelo seu pai, Remo e eu nunca teríamos ficado amigos. O porquê? Bem, repare na nossa primeira conversa:

– Então... oi.

– Oi.

– Meu nome é Remo Lupin.

– Meu nome é Sirius Black.

– Black? Ah, legal.

– Você conhece minha família?

– Não.

– Ah...

– É...

– Seu sangue é puro?

– Não, mas isso é uma pergunta muito inconveniente.

– Desculpa.

– Tá.

E foi isso.

Lembre-se que eu fui criado na casa dos Black. A única coisa sobre a qual eu sabia falar era sangue puro, linhagens, famílias. E eu percebi que isso não ia me ajudar a me enturmar, pelo menos não com pessoas como o seu tio Aluado.

Foi então que Lucio Malfoy entrou no vagão.

– Ei, mestiço, cai fora!

Ele apontou para Remo e depois para a porta. Nos entreolhamos assustados e ele saiu.

Malfoy era um cara alto, com o cabelo quase branco de tão loiro e o rosto pontudo. Ele entrou no vagão, acompanhado de um rapaz de cabelo muito escuro e olhos fundos. O rapaz sorriu para mim um sorriso sinistro e os dois se sentaram na minha frente.

– Meu nome é Lucio. Você deve ter ouvido falar do meu pai, Brutus Malfoy.

– O que trabalha no ministério?

Os Malfoy eram amigos da minha família há anos.

– Isso mesmo – ele sorriu satisfeito. – Este é meu amigo Rodolfo Lestrange. Você também já deve ter ouvido falar.

Minha prima Bella vivia falando desse Rodolfo.

– Minha prima se amarra em você – falei. Ele corou um pouco, mas logo se recompôs.

– Meu irmão Rabastan também está entrando em Hogwarts – disse. – É um privilégio saber que haverá amigos de puro sangue com ele na Sonserina.

– Mas eu ainda não fui selecionado... – comecei.

Lucio deu uma gargalhada. Aquele cara estava me dando nos nervos.

– É claro que você vai para a Sonserina – disse. – Você é um Black. Está no seu sangue.

– Não precisa ficar preocupado – disse Rodolfo, como se eu estivesse com medo de não ir para a Sonserina.

Espera aí, eu não estava com medo de não ir para a Sonserina???

– Eu não estou com medo de não ir para a Sonserina – falei.

Porque eu não queria ir para a Sonserina.

Malfoy deu um largo sorriso.

– Muito bem – disse. – Confiança sempre.

– Vem, vamos conosco – disse. – Vou te apresentar ao meu irmão. Você não vai querer passar o resto da viagem com uma escória como aquela, vai?

Ele se referia a Remo.

Eu não sabia o que fazer e eles me puxaram para a porta, então eu fui. Mas eu preferia ficar encarando um cara com quem eu não tinha assunto pra conversar do que ficar ouvindo um bando de sangue puros falando mal dos outros. Eles me faziam lembrar a minha mãe.

Estávamos andando pelo corredor. Remo estava parado conversando com um menino de cabelos arrepiados, o mesmo que tinha invadido a cabine procurando pelo crime do rato.

Quando passamos, os dois se calaram imediatamente e olharam para mim como se eu fosse a maior decepção do mundo.

– Eu achei que ele fosse legal – ouvi Remo dizer enquanto eu entrava na cabine.

– É... – seu pai concordou.

E essa é a história de como Remo conheceu seu pai.

Você deve estar se perguntando agora quanto tempo eu consegui aguentar ficar em um vagão cheio de idiotas.

Harry: da da da da pfffffs

Exatamente. Não mais que cinco minutos.

– Aqueles Potter, traidores do próprio sangue – disse um tal de Avery.

– E por falar em traidores do próprio sangue, o Snape está aqui, acompanhado de uma sangue ruim.

– Ele vai encontrar seu caminho.

– Deve ser porque ela é bonitinha – disse Rabastan.

– Se você não fosse meu irmão mais novo – disse Rodolfo – eu te diria para o quê servem essas sangues ruins.

Ele fez um gesto obsceno e todo mundo riu, menos Lucio.

– Eu nunca sujaria minhas mãos com uma daquela.

– Agora, me diz, Sirius – falou Avery – qual é a daquele cara que estava com você?

Todo mundo começou a rir.

– Aquelas vestes! Hahaha!

– E o que era aquilo na mão dele, uma varinha de segunda mão?

– Ele parece que dormiu na sarjeta hahaha

– E talvez tenha mesmo.

– Eu deveria dar uma detenção a ele por excesso de remendo na roupa – disse Lucio.

HAHAHAHAHAHAHAHAHA

Será que aqueles caras não sabiam fazer nada além de falar mal da vida dos outros? Remo não tinha feito nada contra eles e parecia legal. Quer dizer, ele ressuscitou um rato!

Senti que deveria dizer isso.

– Ele ressuscitou um rato! – exclamei.

– O quê?

– Ele ressuscitou o rato daquele menino, o Pettigrew. Ele é legal.

O olhar que eles me lançaram foi o suficiente pra me fazer sair correndo daquele vagão.

Agora vamos voltar um pouco para o que o seu pai e Remo estavam fazendo enquanto eu estava no vagão com os babacas Lucio e Rodolfo.

Remo tinha acabado de ser expulso do vagão e, por mais que fosse educado demais para demonstrar, estava espumando de raiva. Todas as suas coisas tinham ficado lá e esse não tinha sido um bom acolhimento por parte de Hogwarts. E a gente acabaria descobrindo um dia que ele precisava ser aceito mais do que todo mundo.

O seu pai foi a primeira pessoa que realmente o tratou como um igual.

– Ei, você! - disse ele, quando viu Remo passando pelo corredor. - Você é o cara que ressuscitou o rato?

– Hum... sou.

– Aqueles idiotas que entraram no seu vagão, eles estão com você?

– Não - respondeu Remo apressadamente. - Não mesmo. Sério. Absolutamente não.

(Segundo os relatos do seu pai, ele passou cerca de 5 minutos deixando bem claro que: não)

– Ótimo - disse Tiago. - Porque eu tenho uma proposta pra você.

A questão é que Malfoy tinha dado uma detenção em Tiago por "estar atrapalhando a passagem", o que deixou seu pai muito furioso.

Era uma detenção. Antes mesmo de chegar a Hogwarts.

Esse foi um recorde que passamos os próximos sete anos tentando quebrar.

– Que proposta? - Remo perguntou.

– Antes que eu diga, só pra constar: você também quer peidar na cara daqueles otários?

– É a única coisa que eu consigo querer nesse momento.

Foi nessa hora que eles me viram passar com os encapetados.

– Eu achei que ele fosse legal - disse Remo.

– É... - concordou seu pai. - Mas se ele está com aqueles caras, está contra nós!

– SIM! - exclamou Remo, dando um murro no ar.

Então, seu pai explicou para Remo seu plano de vingança. Era infalível. Era impecável. Era...

– De jeito nenhum!!! - Remo quase gritou.

– Qual é - reclamou Tiago. - Você não está sentindo sua boca seca, seus lábios não estão rachados com tanta sede de justiça?

– Nós podemos fazer justiça - disse Remo. - Mas eu estava pensando em algo como... falar com o diretor.

Se Tiago estivesse bebendo alguma coisa naquele momento, ele teria cuspido.

– FALAR COM O DIRETOR? Essa é a ideia mais absurda e arriscada que eu já ouvi.

– Na verdade, sua idéia que é arriscada - disse Remo calmamente. - Olha, eu sei que você está irritado. Eu também estou. Mas a gente pode resolver isso de um jeito mais simpl...

Foi nesse momento que eu saí do vagão do Malfoy e seu pai me viu.

– Qual é o nome daquele cara? - perguntou a Remo.

– Black alguma coisa.

– Ei, Black!

Eu me virei, surpreso, e fui até eles.

– Eu quero que você dê um recado a esses seus amiguinhos aí - disse ele.

– O quê? - Apontei para a cabine, como se dissesse "eu não sou amigo desses caras" - Me peça qualquer coisa, menos para voltar lá.

– O quê? Você não gosta deles?

– Gostar? Eu quero peidar na cara deles.

No momento em que eu disse essa frase, seu pai sorriu: estávamos do mesmo lado.

Se eu não tivesse aparecido, Remo teria simplesmente convencido Tiago a não fazer uma besteira daquelas.

Mas eu estava lá.

E era minha missão ser o estopim de algo maior.

Harry, naquele momento, eu estava prestes a me tornar uma lenda.

O plano era o seguinte:

Como eu venho dizendo desde o começo, eram os anos 70. E aquela nuvem de fumaça saindo do trem não tinha nada a ver com carvão.

Bem, a coisa que eles estavam fazendo... que produzia aquela fumaça... err.. eu não sei se devo usar essa palavra com você. Digamos que eles estavam riscando fósforos.

Muitos, muitos fósforos.

Acontece que quando você risca fósforos, depois que o efeito passa você sente fome. Muita fome.

Não que eu já tenha experimentado! Eu só sei porque os outros me contavam mas eu nunca risquei um fósforo na minha vida!

Juro pela minha mãe.

Ah, por que eu estou mentindo? Você não entende mesmo.

Eu risquei muitos fósforos, Harry, mas isso só aconteceu lá pro sexto ano.

O que posso dizer? Foi só uma fase.

Bem, nosso plano tinha três fases.

01) Roubar o carrinho de doces

02) Colocar o carrinho de doces no vagão dos bocós

03) Trancar eles lá dentro

O resto, a famigerada multidão de ADOLESCENTES FAMINTOS trataria de fazer.

E foi isso o que fizemos. Quando a tia dos doces estava indo pegar o carrinho, nós gentilmente oferecemos ajuda. Ela ficou encantada e cometeu o erro de aceitar.

No momento em que nossas mãos tocaram o carrinho, saímos correndo desembestados pelo corredor. Seu pai ia empurrando o carrinho e eu ia fazendo um estardalhaço pra chamar a atenção de todos aqueles ADOLESCENTES FAMINTOS que estavam lá.

– COMIDA, OLHA A COMIDA, CHEGOU A COMIDA, PASSANDO AQUI COM A COMIDA!!!

Chegamos no vagão do Malfoy e empurramos o carrinho lá dentro e Remo usou um feitiço para trancar a porta.

Foi épico.

Mesmo que eles obviamente pudessem destrancar a porta com um simples feitiço, agora havia uma multidão de ADOLESCENTES FAMINTOS do outro lado da porta tentando invadir.

E foi assim que nós, meros primeiranistas, usando apenas a astúcia, conseguimos derrotar a gangue malvada da Sonserina.

Sinceramente, não dá pra não ficar amigo depois disso. A famigerada multidão que socava a porta como uma horda de zumbis, os rostos desesperados de Lucio e Avery, Rodolfo abraçando um Rabastan aos berros...

Mas pra completar, ainda faltava uma coisa.

Quando recuamos para um lugar um pouco mais longe de todo aquele amontoado selvagem de ADOLESCENTES FAMINTOS, passamos em frente a uma cabine onde uma menina de cabelos acaju e olhos muito verdes conversava com um menino magricela de cabelos oleosos.

– Olha o cabelo daquele cara - comentou seu pai, sem dar muita importância.

E, Harry, essa é a história de como eu conheci Severo Snape.


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