How I Met Your Father escrita por ericatron


Capítulo 1
Capítulo 1 - Assassinato no Expresso de Hogwarts




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Harry,

Algumas coisas na vida a gente nunca fica sabendo, como por exemplo todas as histórias constrangedoras do passado de seus pais. É por isso que eu estou aqui, porque você merece saber a verdade, porque você é fruto disso tudo e porque, nossa, é muito chato cuidar de você.

Era 1 de Setembro de 1971 e, como um dia você vai estar cansado de saber, era dia de pegar o Expresso de Hogwarts. Era o meu primeiro ano e eu estava nervoso com toda a pressão de ir para a Sonserina.

Na época eu ainda não era este rebelde que vos fala. Minha mãe ainda não tinha me arrancado da árvore genealógica, meu irmão não tinha virado Comensal da Morte e eu era um garotinho ingênuo que não fazia ideia do quanto eu ia me dar bem com as garotas por ser lindo e rico.

– Escória, ralé, vergonha do meu ódio, sangues ruins e traidores do sangue... - essa era minha adorada mãe, na plataforma 9 3/4, demonstrando seu orgulho pelo seu filho mais velho estar entrando na escola.

– A cada ano esse lugar fica mais decadente, o cheiro de podridão desse sangue sujo infesta o lugar. Onde está a tradição? Onde foi parar a decência? E agora esse novo diretor amante de trouxas, esse tal de Dumbledore. VOCÊ!!!!!

Ela se virou para mim.

– Não ouse andar com esses sangues ruins e traidores do próprio sangue. O seu lugar é na Sonserina, ouviu bem? Ande com as famílias tradicionais. Ouvi dizer que o filho dos Malfoy está aqui também. E não se engane com os Potter, eles são sangue puro mas amam os trouxas.

Eu já tinha aprendido a não perguntar o que havia de tão errado com os trouxas.

Por sorte, meu tio tinha feito questão de ir conosco para a plataforma. Era um bom sujeito. Morreu faz alguns anos e me deixou uma gorda herança.

– Walburga - disse ele - não seja duro com o menino. Escute, Sirius.

Ele se ajoelhou para ficar da minha altura. O que, parando pra pensar agora, é engraçado, já que ele era um homem baixinho e troncudo.

Então, ele me segurou pelos ombros, olhou nos meus olhos e disse:

– Se não quiser acabar na enfermaria, nunca dê o fora em uma garota durante a aula de feitiços.

Acredite, esse foi um conselho que me ajudou bastante em tempos difíceis.

Mas ele também disse outra coisa.

– E tem outra coisa...

E essa coisa eu estaria prestes a descobrir que era verdade.

– ...um amigo que você faz na sua primeira viagem no Expresso de Hogwarts é um amigo que você vai levar pra vida inteira.

Sim, Harry, eu conheci seu pai durante primeira viagem. E não tem um dia em que eu me arrependa disso.

Mas não foi seu pai a primeira pessoa que eu conheci no trem.

Se você tivesse estudado em Hogwarts nos anos 70 mal teria reconhecido.

Naquela época, três coisas importantes tinham acontecido:

O Woodstock tinha acontecido há apenas três anos e a cultura hippie se espalhava pelo mundo, inclusive o mundo bruxo.

Um grupo de alunos do quarto ano haviam formado uma banda de rock e ficaram muito famosos em toda a escola.

Dumbledore tinha virado diretor.

De todas essas coisas, a terceira era a mais polêmica.

eja bem, o último diretor era muito severo e rigoroso. Mas com Dumbledore... ah, era uma maravilha. Você podia ficar até tarde no salão comunal, dormir nos jardins ao fim da tarde depois das aulas, era permitido usar outras peças por cima do uniforme (e tinha de tudo: turbantes, botas vermelhas, casacos de couro, bandanas...) e o mais incrível de tudo: aquele ano ele plantou UMA ÁRVORE ASSASSINA QUE DÁ SOCOS NOS ALUNOS QUE TENTAM CHEGAR PERTO.

Melhor. Diretor. Ever.

Mas a história da árvore fica pra mais tarde.

Bom, como eu disse, eram os anos 70 e estava tudo mais liberal em Hogwarts. Isso significa alunos de chinelo caminhando pelo trem, produzindo um tipo de fumaça que você não deve experimentar antes dos 17. Em um dos vagões um grupo de adolescentes maiores haviam feito uma roda de meditação. Em outro, alguém tocava músicas de um cantor trouxa chamado John Lennon, que falavam sobre paz e amor. Havia cortes de cabelo loucos, dreads e jeans rasgado por toda parte. Havia uma cabine com tanta fumaça que era simplesmente impossível ver o que estava acontecendo lá dentro. E eu me lembro muito bem de uma garota do sexto ano ter se oferecido para ler minha mão.

Andando por quele trem, mesmo que tivesse só 11 anos e não praticasse nenhum daqueles atos (ainda), fui tomado pela sensação maravilhosa que era estar em um lugar que minha mãe desaprovaria com todas as suas forças.

Eu estava radiante.

Eu queria peidar felicidade.

E o melhor: tinha achado um vagão vazio.

Agora, Harry, uma coisa que você tem que aprender sobre vagões vazios é que eles atraem todo tipo de confusão.

Pense bem: um vagão vazio é a coisa mais rara quando você está a bordo do Expresso de Hogwarts. E quando você é a única pessoa no vagão, é como se ele estivesse vazio.

"Só tem uma pessoa nesse aqui" para um estudante de hogwarts é sinônimo de "Ei, esse vagão está vazio! Venham todos!!!"

E, ignorando sua presença, todos eles vão entrar e se instalar sem pedir licença. A não ser, é claro, que seja um estudante do primeiro ano: os únicos que ainda são educados.

Sabe, eu me pergunto se, se eu tivesse deixado aquela garota ler minha mão, ela teria me alertado sobre as confusões que me aguardavam naquele vagão e me dito para não entrar lá.

Se isso tivesse acontecido, eu nunca teria conhecido o seu pai.

Bom, na verdade eu teria, mas talvez não tivéssemos nos tornados tão bons amigos.

– MEU RATO!!!

O grito se espalhou por todo o corredor.

– MEU RATO, MEU RATO, MEU RATO!!! MEU RATO! SANGUE DE JESUS TEM PODER, MEU RATO!

Os gritos foram chegando mais perto e, antes que eu pudessr abrir a porta do vagão para espiar o que era, um garoto se precipitou para dentro e sentou-se no banco à minha frente, segurando um rato morto em suas mãos extendidas.

– Meu rato... - ele continuou choramingando - pelos chinelos surrados de Merlin... meu rato!

Ele olhava atônito para o animal.

– Você está bem? - perguntei, cauteloso. Ele ergueu a cabeça, finalmente percebendo minha presença.

– Alguém matou meu rato - disse ele, estendendo as mãos para mostrar o animal.

– Estou vendo - falei. - Err...

Eu não sabia o que dizer.

– Eu estava no outro vagão. Deixei ele em cima do banco enquanto guardava o malão e quando me virei ele estava com a barriga pra cima e não respirava... morto!

– Então você pegou o rato e saiu correndo e gritando por todo o trem? - perguntei, segurando a vontade de rir.

– Bom... sim. - Ele encolheu os ombros. - Eu entrei em pânico, sabe.

– Sei... - disse, novamente sem saber o que falar. - Bem, meu nome é Sirius. Sirius Black.

O garoto segurou o rato com uma mão só e estendeu, nervoso, a outra para que eu apertasse.

– Prazer - disse. - Pedro Pettigrew.

E essa, Harry, é a história de como eu conheci seu tio Pedro.


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Notas finais do capítulo

Gente, então, resolvi juntar o que seria o segundo capítulo em um só porque achei que ficaria melhor assim, por causa da continuidade e tal.

Enfim, COMENTEM, COMENTEM, COMENTEM!