Another Hermione escrita por Mrs Rainbow


Capítulo 33
33 - Alguém traga água e sabão!


Notas iniciais do capítulo

Yay! Gostaram do último capítulo? Espero que sim! c:



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James Potter

Minha irmã estava sofrendo.

Mesmo ela não dizendo e muito menos mostrando, eu sabia que doía nela ver Remus com a Vance. E mesmo assim, ela cuidava dele com total carinho e paciência.

Sirius encarava Remus com uma carranca quando minha irmã saiu devagar, estava preocupado com ela, Hermione tem estado estranha e doente ultimamente, ia muitas vezes a ala hospitalar e tinha certas dores de cabeça.

– O que deu em você? – Sirius perguntou cruzando os braços para Aluado.

– O que quer dizer? – Retrucou tentando se fazer de inocente e eu observei a bronca, eu que deveria estar dando, mas algo me dizia para não me intrometer e prestar atenção em outra coisa.

– Porque tratou a Mione daquele jeito? Pensei que já tivesse parado com essa coisa de magoar para afastar. – Bufou e eu suspirei me sentando em minha cama.

– Eu não magoei ela! – Exclamou soltando o livro e olhando feio para Sirius.

Já disse que não. – Debochou de modo ríspido e eu observei a mini briga. – Ela só perguntou se estava com dor, seu idiota!

– Eu sou o idiota?! – Chiou de volta e antes que pudesse continuar, ouvimos gritos vindo do salão comunal, corri para lá sentindo meu coração martelando contra minhas costelas e desviei dos caras que também tinham saído dos quartos.

Travei no começo das escadas ao ver minha irmã caída em uma posição estranha, seus cabelos curtos molhados de sangue e seu ombro estava assustadoramente fora do lugar. Suguei o ar e praticamente saltei a escada deslizando ao seu lado e a virando com cuidado, coloquei sua cabeça em meu colo desesperado e senti algo molhado e viscoso em minha mão. A olhei e vi o sangue de Neve em toda minha palma e escorrendo, ofeguei e vi que sua cabeça sangrava muito, mais do que quando ela tinha dez anos. Seu rosto estava pálido, ela tinha olheiras debaixo dos olhos e soava.

A peguei com cuidado vendo os outros ofegando e pálidos, Mione parecia pequena em meus braços enquanto eu corria para a Ala hospitalar acompanhado de Sirius e um monitor.

Claro que apenas Sirius conseguia me acompanhar por causa da animagia, o mesmo bateu desesperado na porta ao não conseguir abri-la.

– Porqu... Oh, meu Deus! – Gritou a Madame Pomfrey colocando a mão na boca assustada, ela abriu a porta e me pediu para colocar a Mione em uma das camas. – No que ela se meteu agora? – Perguntou desesperada.

– Acho que ela desmaiou quando estava descendo as escadas, ela não parecia bem quando foi no nosso quarto. – Sirius disse parecendo pálido, ela ofegou ao checar direito minha irmã, meu estômago embrulhava e eu sentia vontade de vomitar.

– O-o que foi? – Perguntei tremendo e ela nos olhou sobre o ombro meio assustada.

– Fora!

– M-mas...

– Para fora, agora! – Berrou e nos jogou para o corredor fechando a porta, escorreguei para o chão assustado olhando para o sangue de minha irmã nas mãos.

Não demorou muito e logo Pedro vinha correndo desesperado.

– Eu soube que ela caiu das escadas, ela está bem? – Ofegou, mas eu ouvia tudo abafado, como se estivesse debaixo d’água.

– Não sabemos, aquela velha nos expulsou.

– Mas...

E a conversa continuou, a única coisa que eu conseguia fazer era olhar sem piscar para a porta minha frente sem realmente a enxergar, minha irmã tinha que estar bem, ela precisava.

– Pontas... Pontas! – Sirius me balançou e eu me sobressaltei o olhando ofegante. – Vamos! – Olhei para a porta vendo a Madame Pomfrey nos olhando aliviada e eu me levantei cambaleando correndo para dentro e só suspirando aliviado quando vi Hermione.

Seu rosto estava machucado, principalmente seus lábios, os mesmos estavam um pouco cortados, sua bochecha estava meio roxa por ter batido o rosto no chão, havia uma grande atadura envolvendo sua cabeça, ela estava usando a roupa da ala hospitalar e eu podia ver mais ataduras em seu torso. Sua mão também estava enfaixada, igualmente a uma de suas pernas. Nossa, ela estava acabada.

– Ela vai dormir por alguns dias, essa menina, aposto que estava com dor de cabeça novamente mas não veio me ver. – Bufou passando a mão pelo rosto um tanto preocupada. – Ela bateu a cabeça e perdeu muito sangue, mas nada de alarmante. O ombro que ela já tinha deslocado saiu do lugar novamente, ela deve ter caído de vez por cima do lado direito já que trincou as costelas, ela torceu o pulso e quebrou a perna.

Ofeguei sentindo o enjoo voltar e Pedro correu até uma lixeira vomitando na mesma.

– Desculpe. – Embargou-se voltando a vomitar. Sirius gargalhou negando com a cabeça.

– Eu disse que ela ia ficar bem.

– Você acha que isso é ficar bem?! – Berrei estridente e ele riu novamente.

– Ela está bem, mas apenas poderá tomar as poções quando acordar, não posso dá-la quando está desacordada, pode ser perigoso. – Suspirei e acenei com a cabeça.

– O monitor já avisou ao diretor e a professora Minerva. – Sirius disse passando a mão pelos cabelos despreocupadamente. – Devem ter enviado uma carta para a tia Dorea e o tio Charlus.

Ele chegou perto e acariciou de leve o nariz de Hermione voltando a enfiar as mãos nos bolsos da calça de moletom.

– Certo, bom saber. Senhor Black, poderia avisar a diretora de sua casa que a senhorita Potter está bem e em recuperação? – Sirius acenou com a cabeça e ela nos expulsou novamente.

Enquanto Sirius ia avisar a Minerva, Pedro praticamente me arrastou para o nosso quarto, quando entramos no salão comunal, todos roíam as unhas alarmados.

– Ela está bem?!

– Morreu?!

– Acordou?! – Eram tantas vozes que eu fiquei um pouco atordoado, senti uma mão pequena me puxando do meio de tudo e olhei para a dona da mão quente, seus cabelos ruivos estavam bagunçados e escorrendo por suas costas. Marlene, Dorcas e Alice estavam dos meus lados barrando todas as pessoas fazendo-as darem atenção a Pedro, que estava acuado num canto sendo interrogado.

– Ela está bem? – Sussurrou Marlene e eu passei a mão pelo rosto.

– Machucada, como sempre, mas viva. – Elas suspiraram aliviadas e me levaram ao topo da escada.

– Duas semanas, pensei que ela estava pronta para quebrar o recorde. – Riu Dorcas tentando descontrair e eu ri baixinho acenando com a cabeça. Olhei para minha mão ainda vendo Lily me segurando e a mesma arqueou uma sobrancelha para mim, sorri malicioso de lado e não perdi a chance.

– Não consegue me largar, não é? – Ela franziu o cenho e seguiu meu olhar vendo que ainda segurava minha mão e a largou de vez com cara de nojo, gargalhei mesmo sentindo meu coração se contrair um pouco.

– Sobe logo, idiota. – Resmungou e saiu junto com as amigas, Marlene me abraçou me dando um beijo na bochecha enquanto Dorcas e Alice acenaram enquanto eu subia sentindo dor de cabeça, quando cheguei no quarto, Remus estava sentado batendo o pé no chão inquieto.

– Ela está bem? – Perguntou arregalando os olhos e eu dei de ombros. – Mas o que aconteceu afinal?! Pedro só chegou e disse que Neve tinha caído das escadas!

– Ela desmaiou nas escadas, Sirius disse que ela não estava bem, deve ter vindo para ver como você estava antes de ir descansar. – Murmurei me deitando em minha cama e passando a mão no rosto, o olhei por entre os dedos e o mesmo ficou pálido engolindo seco.

– Ela se machucou muito?

– Qual é a sua definição de “muito”? – Ele fechou a cara para mim e eu ri baixinho. – Ela bateu a cabeça, machucou um pouco o rosto, quebrou a perna, deslocou o ombro de novo, torceu o pulso e trincou algumas costelas do lado direito. – Suspirei e ele se engasgou. – Madame Pomfrey disse que até que não foi tão ruim, mas a Mione vai dormir por alguns dias. – Remus acenou com a cabeça e eu me cobri suspirando, não gostava de Hermione assim, frágil e doente, e sei que ela gostava menos ainda.

Detestava depender dos outros, quando ela deslocou o ombro nos testes para quadribol no segundo ano, ela não deixava ninguém ajudar e ficava tentando fazer tudo com o braço esquerdo.

[...]

Quando acordei no dia seguinte a primeira coisa que fiz depois de me arrumar para a aula foi correr para a ala hospitalar com a capa de invisibilidade sobre o ombro.

Eu havia acordado mais cedo que de costume, e isso era muito, bati na porta da ala hospitalar depois de ir para debaixo da capa, Madame Pomfrey abriu resmungando e olhou para os lados bufando. Quando ela ia fechar, eu botei meu pé, ela tentou mais algumas vezes e abriu a porta toda para fechar de vez. Aproveitei a chance e entrei rapidamente num pulo, a Medi-bruxa bateu com força a porta com o rosto vermelho de raiva. Segurei o riso e ela suspirou passando a mão pelo rosto.

– Logo, logo aqui vai estar cheio daqueles pestinhas para vê-la. – E riu fraco caminhando até minha irmã, fiquei em pé num canto vendo-a cuidar de Mione. As marca de sua bochecha estava mais para verde do que roxo, sua boca não estava mais tão inchada quanto ontem e suas bochechas voltaram a ter o rosa saudável.

As olheiras ainda estavam lá, mais claras, mas estavam. Depois de alguns minutos, a medi-bruxa saiu trancando a porta por dentro, sorri de lado com isso e tirei a capa me sentando na ponta da cama, sua respiração era curta e aquilo era incrivelmente irritantemente assustador, quer dizer, ela não precisa de mais oxigênio que o que estava aspirando?

Acariciei sua bochecha não machucada de leve, Hermione era muito bonita, claro, como todo Potter, mas ela tinha algo de diferente. Mamãe nunca conseguiu explicar, apenas dizia que ela era uma mistura muito estranha dela, papai e eu.

Hermione tinha os mesmos traços que eu, mas eram mais femininos e ao mesmo tempo, eram diferentes. Seus olhos castanho esverdeados e orelhas pequenas eram idênticos aos meus, o nariz era meio arrebitado, mas continuava sendo um forte nariz Potter. Mione tinha um pescoço longo, não anormalmente, mas algo que te fazia perguntar como conseguia ser bonito e combinar com a dona.

Talvez era esse um dos meus maiores motivos de ciúmes, ela sempre era tratada feito a caçula mesmo sendo a mais velha, eu também a tratava como mais nova. Sempre fui protetor com a minha Mione, a garota que nunca chorava, que sempre tem um livro debaixo do braço ou na mochila, de cabelos lindamente bagunçados, que conseguia tropeçar em lugares planos.

A forte, destemida, inteligente e poderosa Hermione.

Claro que ela agia como a mais velha, Neve cuidava de mim quando nossos pais saíam, eles sempre diziam para mim, “fique de olho na sua irmã”, mas o contrário acontecia. Mione sempre foi madura, me protegendo quando eu fazia alguma bobagem mas também me dando bronca.

– Você tem que cuidar mais de si, Mione. – Sussurrei lhe dando um beijo na testa, ela soltou um suspiro curto e eu sorri de leve acariciando sua bochecha e logo me sentando na cadeira perto da cama.

Alguns minutos se passaram até que eu ouvi batidas leves na porta, tratei de me cobrir rapidamente e de me levantar indo para a parede de antes.

– James! – Sussurrou Pedro, franzi o cenho e não respondi.

– Sabemos que está aí, veado!

– É um cervo, cachorro! – Chiei raivoso sem me dar conta e bufei ao ouvi-los rir, marchei até a porta e a abri sendo atropelado por Almofadinhas e Rabicho.

Ambos riram da minha carranca quando eu tirei a capa e fechei a porta, Pedro deixou flores no jarro ao lado de sua cama e alguns doces, enquanto Sirius nos estendeu garrafas de cerveja amanteigada, ele se sentou onde eu estava antes e colocou os fones em Hermione provavelmente tocando aquelas bandas que apenas os dois gostavam.

– Que foi? – Perguntou ao ver nossos olhares. – Ela pelo menos vai escutar algo bom. – Deu de ombro e nós rimos dando goles em nossas bebidas, ele beijou a mão enfaixada de Mione e voltou a se encostar na cadeira. – Ela pode escutar, não é?

– Madame Pomfrey disse que pode, que ela está em uma espécie de meio dormindo meio acordada.

– Oh, então... Oi, Mione! – Pedro falou em seu ouvido levantando um dos lado dos fones. – Se estiver me ouvindo, saiba que estamos preocupados e que esperamos que acorde logo para bater em Sirius.

– Ei!

– Ele está bem irritante, sabe?

– Rabicho! – Chiou e Pedro riu soltando o fone com cuidado, gargalhei dos dois e ficamos conversando até dar a hora do café da manhã, eles beijaram a testa da Mione saindo e me deixando sozinho com a minha irmã.

Levantei um dos fones e murmurei.

– Eu te amo, maninha, espero que acorde logo. Prometo estar aqui quando acordar. – Dei um beijo em sua testa e soltei o fone dobrando a capa a guardando na mochila e saindo naturalmente, Rabicho e Almofadinhas brincavam de luta quando eu saí. – Não sejam tão gays.

– Olha quem fala! – Sirius grasnou e Pedro gargalhou, começamos a andar em direção ao salão principal e quando olhamos para nossa mesa, rolamos os olhos ao ver Remus tentando comer e ler enquanto sua namorada tagarelava em seu ouvido, o mesmo apenas murmurava “uhum” em resposta. – Bom dia, Aluado.

Ele levantou os olhos do livro e nos saudou com a cabeça enquanto sua namorava fazia cara de nojo para nós, a olhamos cínicos e eu bocejei pegando uma fatia de torrada.

– Bom dia, Marotos. – Dorcas bocejou coçando os olhos ao passar por nós para ir a mesa da sonserina falar com o Ranhoso.

– Bom dia, Dorcas. – Murmuramos em resposta, Sirius olhava sorrindo malicioso para uma das amigas de Vance que estava junto com ela, a mesma devolvia o sorriso da mesma maneira.

– Pedro, Sirius, Remus. – Cumprimentou meu Lírio se sentando ao lado de Marlene, que estava do meu lado, a mesma parecia dormir por cima da tigela de mingau.

– Bom dia, ruiva. – Debochei e a mesma me olhou acida.

– Não me chame de ruiva, Potter. – Rosnou colocando frutas em seu prato, Sirius gargalhou alto fazendo Marlene se assustar e cair de cara na tigela. Toda a mesa da grifinória riu quando ela xingou alto tirando o mingau dos olhos.

– Você nasceu para viver assim, na sujeira. – Debochou Emmeline e todos olhamos raivosos para ela.

– Remus, cale a sua cachorra antes que eu faça. – Rosnou Lílian e eu a olhei maravilhado, Remus ainda parecia assustado com as palavras de sua namorada.

– Cale a boca você, rata de biblioteca. – Chiou Emmeline fazendo suas amigas rirem histericamente, a esse ponto eu já tinha a mão em punho e estava sentindo meu sangue ferver. – E você, McKinnon, seu pai vai bem? – Debochou e a mesma abaixou a cabeça ficando vermelha e com os olhos brilhando, essa foi a gota d’água para Lils, que pulou sobre a mesa em direção ao cabelo da loira, antes que a minha ruiva pudesse dar alguns tapas na namorada de Remus, Emmeline foi puxada para trás pelo queixo e derrubada no chão com brutalidade.

A gritaria começou quando Dorcas montou em cima de Vance lhe dando tapas estalados.

– Briga de Mulher! – Alguém berrou e o estardalhaço começou de todas as mesas, que formaram o montinho ao redor das duas, que rolavam no chão trocando tapas e xingamentos.

Sirius gargalhava animado torcendo enquanto eu ainda estava sem saber o que fazer, Lils tirou Marlene do salão e eu tenho certeza que a mesa da Sonserina estava fazendo apostas.

– Alguém traga água e sabão! – Gritou Sirius animado, eu gargalhei com isso, mas não durou muito já que a professora Minerva as separou com ajuda de Hagrid. A cara da nossa professora de transfiguração estava vermelha de raiva e seu olho tremia um pouco quando ela berrou.

– Mas o que é isso?! – Todos se calaram e o professor Flitwick passou por entre o montinho com as bochechas também coradas.

– Que tipo de comportamento é esse, senhorita Vance?! – E logo as duas foram arrastadas para a sala do diretor, olhei para os nossos monitores os vendo tentando se desvencilhar de alguns alunos do sétimo ano que havia os impedido de apartarem a briga.

O salão ainda estava animado quando as levaram, Remus mantinha uma cara surpresa junto ao Ranhoso, que estava na outra mesa com a colher paralisada em direção a sua boca.

– Hey, Lupin! – Um garoto da Corvinal chamou, Remus o olhou ainda espantado. – A Vance é a sua namorada, não é? – Aluado acenou lentamente com a cabeça e os garotos gargalharam. – Ela levou uma bela surra, eim.

E saíram nos deixando rindo, Pedro gargalhava colocando a mão na barriga enquanto Sirius estava curvado sobre a mesa ficando vermelho de tanto que ria.

– Será que dá para parar de rirem da surra que minha namorada levou? – Chiou parecendo bravo e eu retruquei.

– Ela mereceu! – Gargalhamos mais e ele bufou se levantando. – Ei, aonde vai?!

– Ajudar a minha namorada, seus idiotas. – Ele saiu nos deixando boquiabertos, nos entreolhamos preocupados, mas ouvimos o primeiro sinal e pulamos de nossos lugares para a aula.

[...]

Depois de passar todos os minutos que eu podia e não podia na ala hospitalar, eu voltei para o salão comunal me arrastando junto aos marotos. Remus deu um perdido em Emmeline para visitar a Mione e voltou conosco, tínhamos decidido pegar um atalho já que estávamos cansados demais para fazer todo o percurso, subimos a escada de pedra velha de modo silencioso, nunca se sabe se iremos trombar em algum professor. Eles brotam do chão.

Bocejei coçando a nuca enquanto os meninos chiavam para mim.

– Sabe que terá que escolher. – Ouvimos um sussurro de longe e nos entreolhamos, Pedro pegou o mapa e nos mostrou. – Não vai querer decepcionar seus pais como seu irmão traidor de sangue fez, vai? – Lucio murmurou maldoso e Sirius fechou a mão em punho ao vê-lo falando com Régulo algumas escadas abaixo de nós.

– Não tenho que escolher agora. – Chiou duro e eu coloquei a mão no ombro de Sirius o reconfortando.

– Mas terá, uma hora, e quando essa hora chegar, espero que saiba qual lado escolher.

– Não se preocupe, eu saberei. – Irritou-se, Sirius sorriu orgulhoso e o nome de Malfoy se afastou, Régulo subiu e nós o encaramos. O mesmo levantou os olhos para nós e fechou a cara. – Escutar conversar alheias é falta de educação.

– Falar com Malfoy também. – Sirius retrucou sério, Régulo trocou o peso de um pé para o outro desconfortável com o olhar do irmão, mas logo gargalhou junto ao mesmo. – Não se preocupe, eu saberei. – Debochou rindo. – Quem diz isso?

– Eu. – Deu de ombros rindo. – O que estão fazendo aqui?

– Pegando atalho para o nosso salão comunal. – Falei sorrindo de lado e o olhei de cima a baixo. – E você?

– Bem... Eu... Meio que ia me encontrar com alguém. – Murmurou corando e desviando o olhar.

– Uma garota?! – Grasnou Sirius e Régulo corou ainda mais. – É assim que se faz, maninho! – Gargalhou e nós o seguimos sorrindo maliciosos.

– Bom encontro, Régulo. – Desejamos sorrindo maliciosos e terminamos de subir as escadas passando pelo espelho e dando de cara com o corredor do nosso salão comunal. Se subíssemos mais um lance de escadas, teria uma porta escondida atrás de uma tapeçaria que daria para esse caminho.

O caminho levava para todos os lugares, qualquer andar de Hogwarts em uma escada em espiral curta, economizava energia. O saco era achar a passagem, já que algumas davam direto com a escada e outras davam de cara com passagens e mais corredores que dariam na escada.

Entramos rindo no salão comunal e eu me joguei no sofá fazendo uma certa ruiva bufar, Lily estava sentada na poltrona em frente a lareira lendo um livro concentrada.

– Dorcas, me lembre de nunca entrar em uma briga com você. – Sirius gargalhou me chutando para fora do sofá, caí no chão de modo doloroso e Lils me olhou com raiva, fiz pose e sorri de lado para ela.

– Metido. – A ouvi murmurar e me sentei no tapete com as costas encostadas no sofá.

– Por favor, eu poderia ter batido mais se o monitor da lufa-lufa não tivesse ido correr para Minerva. – Bufou e eu gargalhei observando que ela apenas tinha uma marca de arranhão no pescoço. – É, a vaca me arranhou, Potter. Agora para de me encarar. – Remus fechou um pouco a cara e Dorcas o olhou com raiva. – Sim, ela é uma vaca, Lupin. Uma vaca de marca maior, a vaca das vacas. Quando uma vaca passa por ela, a mesma muge e se curva perante a rainha vaca, a suprema vaca. – Ficamos um minuto em silêncio até caímos na gargalhada com o discurso raivoso de Dorcas.

– Falando nisso, onde está Marlene? – Pergutou Sirius e as meninas se entreolharam.

– Ela tem um encontro com um garoto misterioso, ela se negou a nos contar quem era. – Arregalamos os olhos e nos entreolhamos sorrindo maliciosos.

– Dále, Régulo. – Sussurrei e vi Sirius com uma leve carranca, que logo desapareceu com um dar de ombros indiferente. – Enfim, porque a Vance falou do pai de Marlene? – Todas se calaram ficando sérias, Remus parecia o mais curioso para saber o que fez sua namorada levar uma bela surra.

– O pai de Marlene está doente, Varíola Dragonina. – Lils finalmente se pronunciou depois de longos minutos, engasgamos com o nada por causa da informação.

Varíola de Dragão era muito perigosa, o primeiro estágio era contagioso, o segundo doloroso, o terceiro horrível, o quarto era imprevisível. Podia melhorar e sarar, ou podia ficar pior e mais violento, é uma doença mortal e que causa muita dor, deforma o rosto e a pele da pessoa a deixando com escamas de Dragão. Mione recitou isso para nós quando citamos que tipos de doenças podíamos fingir, depois disso, retiramos a Varíola Dragonina da lista.

– Oh meu Deus, e como a Vance sabia disso? – Perguntei assustado.

– O pai da vadia trabalha no ministério junto com o pai de Lene. – Lily rosnou irritada e com o rosto ficando corado de raiva.

– Não acredito que ela fez graça de algo assim. – Remus murmurou.

– É, parece que a Mione não é tão ruim assim agora, não é? – Dorcas zombou e nós rimos baixinho de sua carranca.

– E em que estágio está? – Sirius perguntou parecendo preocupado.

– No terceiro, não falta muito para ir para o quarto. – Lils suspirou fechando o livro e o deixando em seu colo. – E o quarto estágio é...

– Imprevisível. – Murmuramos ao mesmo tempo, elas arquearam as sobrancelhas e Pedro riu.

– Hermione nos explicou sobre a doença uma vez. – Deu de ombros e Dorcas se sentou alerta.

– Oh, e como ela está? Acordou?

– Nop. – Remus falou afrouxando a gravata. – Ainda dorme feito um anjo.

– Feito um anjo, eim. – Dorcas debochou maliciosa e nós gargalhamos do rosto vermelho de Remus.

[...]

Três dias, três fodendo dias que minha irmã dormia.

Muitos iam visita-la. O time da grifinória toda foi, Wood praticamente implorou para ela acordar e ficar boa para poder jogar.

Régulo simplesmente se sentava em uma das cadeiras ao lado de Sirius e só saía quando o expulsavam junto com o irmão, o quarteto furacão a visitava muito, Adam o novato também, Ranhoso aparecia com Dorcas, Remus aparecia algumas vezes para ver se ela já tinha acordado, mas não ficava muito pois Emmeline praticamente berrava na ala hospitalar para ele sair.

Ele brigou com ela, mas Madame Pomfrey apenas o deixava ficar pouco tempo pois sabia que a namorada iria aparecer. Por incrível que pareça, Katherine também apareceu, ela observou Mione por um tempo silenciosa e saiu.

Eu não saía do seu lado, ficava lá nos horários de visita e debaixo da capa nos horários proibidos.

Era sexta quando eu estava prestes a sair para a aula quando ela se moveu, sabe aquela sensação de que algo saiu do lugar minimamente e você viu com o canto dos olhos, mas tem certeza que algo estava diferente?

Então, foi isso que eu senti, foi pequeno e eu não vi o que ela mexeu, mas sei que aconteceu.

– Mione? – Perguntei hesitante, Hermione apertou mais os olhos com as pálpebras tremendo e eu pulei para seu lado a olhando de perto, com o rosto quase grudado no seu.

Ela abriu os olhos olhando confusa ao redor antes de parar os olhos críticos e idênticos aos meus em mim, ela me estudou por um tempo antes de gritar confusa e assustada.

– Quem é você?! – Senti minha boca secar e caí para trás na cadeira sem saber o que fazer, ela gemeu de dor e Sirius passou pela porta cantarolando enquanto Pedro e Régulo discutiam sobre algo.

Mas eles estacaram no lugar ao verem Hermione tentar se sentar com dificuldade.

– Neve! – Sirius exclamou e correu para junto a abraçando, ela olhou ao redor ainda confusa e se desvencilhou dele parecendo muito assustada.

– Onde eu estou? E que nome ridículo é esse? – Chiou olhando para si mesma e vendo machucada.

– O-o que? – Gaguejou Pedro, e Régulo correu para fora para chamar a Medi-bruxa.

Não demorou muito para Madame Pomfrey aparecer, ela foi para junto de minha irmã e perguntou calma.

– Qual é seu nome? Consegue se lembrar, querida? – Hermione franziu o cenho como se estivesse com dor olhando para o alto e murmurou.

– Meu nome é Hermione Granger.


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Notas finais do capítulo

c:



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