Another Hermione escrita por Mrs Rainbow


Capítulo 32
32 - Deixe-o tentar.


Notas iniciais do capítulo

Olá! Primeiramente, FELIZ NATAL MEU POVO! OHOHOHOHO!
E como é natal, eu vou dar o presente de vocês... TRÊS CAPÍTULOS DE UMA SÓ VEZ! YAY!

Enfim, eu gostaria de agradecer muito a uma leitora nova que praticamente fez maratona dessa fanfic e leu todos os capítulos de uma vez E AINDA ME FEZ UMA RECOMENDAÇÃO. AAAAAAAAHHH! VOCÊS NÃO PARAM NUNCA! E EU AMO ISSO! Muito obrigada a Lana Larsson! Você fez meu natal, garota! c:

Enfim, eu demorei para postar pois comecei a arrumar minha casa, tipo desmontar, e já irei me mudar próxima semana, enton... Yep. Além de que eu queria responder todos os comentários antes de postar um novo capítulo, mas agora só faltam o do capítulo passado - estou respondendo-os agora -, eu ia postar dia 15 se não me engano, mas por algum motivo, ele não foi, pensei que tinha ido!

Enfim... É isso. ashashua
Se eu conseguir escrever mais um capítulo em algumas horas, eu já irei postá-lo!
Eu amo tanto vocês que parei de fazer maratona de séries só para postar, ai ai. ashuashu

Feliz natal e uma ótima leitura! :D



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Eu estava à espreita num dos corredores do segundo andar com Sirius e James atrás de mim observando Vance e Remus andando de mãos dadas.

Ou melhor dizendo, observando Vance arrastar Remus para um armário de vassoura.

Vaca. – Chiei baixinho novamente ouvindo os meninos rirem, duas semanas, duas semanas haviam se passado desde que me declarei para Remus, duas semanas em que eu atazanava a vida de Vance – que lentamente começara a mostrar a cara nojenta para todo o castelo –, duas semanas em que eu encurralava Remus pelos cantos mandando ele admitir que ela era um saco e que eu era perfeita para ele.

Mas o mesmo só corava, gaguejava e corria.

Eu me sentia como James, que fazia a mesma coisa com Lily e Diggory. Eu peguei detenções, muitas. Só nessas semanas eu já recebi umas 11 detenções, peguei até a volta as aulas, James não ficava para trás me ultrapassando nas detenções por pegar mais pesado com Diggory.

Emmeline sabia que era eu que sempre arranjava um jeito de deixa-la suja, fedendo ou mais o que era possível de se fazer. E por ela saber, tentava fazer o possível para deixar Remus bem longe de mim, mas era meio impossível por ele ser um maroto, Aluado já tinha brigado comigo para que eu parasse de azarar sua namorada, mas que graça teria se eu fizesse tudo sem ter seu reconhecimento?

– Ele está com o mapa do maroto, não está? – Perguntei e James concordou tentando segurar o riso, ele iria nos avisar se funcionou ou não.

– Pronta para começar a primeira fase do plano? – Sirius sorriu malicioso e eu rolei os olhos corando levemente.

– Estou, James você se lembra da sua parte, não é? – Perguntei me virando para o meu gêmeo, o mesmo sorriu meio maligno imitando meu sorriso e acenou com a cabeça.

– Eu tenho que te avisar pela moeda. – Acenei com a cabeça respirando fundo para me acalmar um pouco, estávamos amaciando Remus a um tempo, Pedro nos disse que ele morria de ciúmes de Sirius comigo, então pensamos em aproveitar isso para fazê-lo esquecer a Vance por conta própria em momentos assim.

– Debaixo da capa, agora.

– Mas, como é que ele não vai ver o James no mapa, a capa não muda nada para o nosso mapa. – Sirius interrompeu e eu sorri de lado maliciosa.

– James, se você visse Lily e Diggory no mapa, prestaria atenção em mais alguma coisa? – James franziu a cara corando levemente.

– Prestaria! Eu não estou apaixonado por ela. – Deu de ombros e Sirius e eu nos entreolhamos logo voltando os olhares para ele, nossa pose era irônica quando ele bufou cruzando os braços. – Se eu estivesse, quem sabe?

– Certo, se algo der errado, já sabe. – Ele rolou os olhos e foi para debaixo da capa andando até o outro corredor. – Pronto, Almofadinhas?

– Nunca estive mais preparado. – Riu e eu gargalhei negando com a cabeça, chegamos perto do armário de vassouras que eles estava e nos entreolhamos começando o teatro, rimos alto o suficiente para que quem estivesse dentro ouvisse e Sirius me encostou na porta a fazendo balançar de propósito.

– Sirius. – Chiei tentando parecer constrangida, ele segurou o riso e eu continuei. – Esp... Espera um pouco. – Rolei os olhos e ele mordeu o lábio inferior para controlar o riso, passei meus braços por seus ombros ficando na ponta do pé e cheguei meu rosto bem perto do seu e entramos “às cegas” bem convincentes aos risinhos.

Emmeline limpou a garganta levemente e nós nos sobressaltamos de modo fingido, nos virando para eles, Remus estava mortificado nos encarando boquiaberto com o rosto atingindo uma perigosa coloração vermelha.

– Oh! Perdão. – Sirius riu baixinho e me deu um selinho de leve saindo apressado e me puxando junto. Rimos ainda fingindo e corremos para o armário de vassoura mais próximo, que era depois de dois longos corredores, nos entreolhamos e gargalhamos negando com a cabeça. – Ele vai me matar.

– Deixe-o tentar, ele está namorando a Vance, não vai poder falar nada. – Sorri maliciosa e Sirius gargalhou novamente negando com a cabeça, ele me sentou em um móvel velho que ali havia e ficou entre minhas coxas observando comigo a moeda, igual à que eu havia criado para a AD. James está na cabeça que quer começar a fazer lougros, apenas por passa tempo já que ele estava achando chato as pegadinhas sempre serem as mesmas. Mas ele também está fazendo pelos “renegados”, traduzindo, ele está criando modos infalíveis de colar nas provas.

E o maldito estava se saindo bem nisso.

– Olha! – Chiou baixinho e eu voltei ao mundo olhando a moeda, James havia dado o sinal. Sorri larga passando os braços pelo pescoço de Sirius.

– E agora vem a pior parte. – Dramatizei e ele riu sorrindo malicioso.

– Sabe quantas pagariam para estar no seu lugar? – Ri baixinho rolando os olhos.

– Sabe quantos pagariam para estar no seu lugar? – O imitei e ele gargalhou logo se controlando.

– Não está me vendo reclamar.

– Cafajeste. – Ri baixinho lhe dando um tapa no braço, ele fez um som indignado e olhamos novamente para a moeda esperando o segundo sinal, e ele veio. Remus estava no momento em frente a porta do armário que estávamos, sorrimos cumplices e sussurramos um “amigos para tudo”. – S-Sirius! – Chiei baixinho fingindo que ele havia feito algo do tipo. Sirius riu como reação, mas não sua risada normal de cachorro, era aquela risada Sexy e rouca que ele usava para as meninas babarem.

Respiramos fundo uma última vez antes de nossos lábios se chocarem, as mãos de Almofadinhas estavam uma em minha cintura e outra em coxa, um teatro, é claro. Nosso beijo encenação com certeza para outros pareceria de verdade, coitados.

Nossos lábios se moveram em uma sincronia assustadora, eramos tão parecidos que até nosso beijo era igual, rindo internamente eu segurei a nuca de Sirius enquanto o mesmo me puxou pelo quadril para mais perto, e no exato momento, a porta foi aberta mostrando um Remus com uma carranca horrível. Seus olhos faiscaram para nós dois e eu apenas lhe lancei uma piscadela continuando a “beijar” Sirius.

– Oh, perdão. – Debochou chiando vermelho de raiva, Sirius descolou os lábios dos meus e o olhou pelo ombro meio debochado.

– Tudo bem, cara, hãm, onde está Emmeline? – Perguntou meio debochado segurando o riso, Remus arregalou os olhos se lembrando desse pequeno detalhe e saiu correndo, esperamos alguns segundos até podermos gargalhar, ele me largou e eu saltei da escrivaninha para olhar junto a Sirius, Remus correr desesperado, quase tropeçando nos próprios pés, para voltar a Emmeline.

Gargalhamos e batemos as mãos em cumplicidade, ouvimos a gargalhada de James e ele saiu debaixo da capa, negando com a cabeça.

– Emmeline está soltando fogo pelo nariz. – Gargalhou e nós o seguimos saindo do armário, custou para que eu conseguisse convencer James a me ajudar no plano. A primeira fase era ciúmes, essa ainda estava em andamento, é claro.

Estávamos gargalhando até eu parar de repente lembrando-me de algo.

– Q-que dia é hoje? – Gaguejei segurando com força o braço dos meninos, os mesmo franziram o cenho e nem precisaram me falar, apenas arregalaram os olhos e correram junto a mim até Remus, que caminhava rápido atrás de Emmeline.

– Aluado! – James berrou e Remus olhou sobre os ombros fazendo sinal para que esperássemos, bufei e corri mais rápido agarrando seu braço.

– Solta o meu namorado! – Chiou Emmeline segurando seu outro braço e Remus nos olhou assustado.

– Estou pouco me fodendo para o que você quer. – Chiei irritada e desesperada, logo logo iria anoitecer. – Larga ele agora, Vance. Não estou o puxando agora como Remus Lupin, estou puxando ele como um maroto e amigo, larga. – Praticamente implorei, mas ela riu debochada e eu me irritei o puxando de vez e o arrastando.

– Porra! Me solta, caralho! – Remus xingou e eu arregalei os olhos o encarando assustada, mas não o soltando. Suas olheiras não estavam tão profundas quando seriam em luas cheias normais e até mesmo sua aparência não estava tão ruim.

– O que? – Ele se soltou de mim de modo brusco e rosnou.

– Para. Com. Isso. – Engoli seco e o ignorei continuando a arrastá-lo, ou tentando, Remus era bem forte. Olhei por uma das janelas vendo que o sol já estava se pondo e Aluado continuou. – Você é surda ou o que?!

– Cala a porra da boca! – Gritei furiosa, sorte que o corredor estava vazio. – Hoje é lua cheia, caralho! – Vociferei e ele pareceu ter caído em si. – Agora, se não quiser matar sua namoradinha, que tal parar de se debater e correr?! – Rosnei e ele seguiu meu conselho correndo para fora do castelo em meus calcanhares, a animagia era uma benção as vezes.

Tive sorte em não tropeçar nada ou pisar em falso em algum dos buracos nas escadas, quando chegamos no salgueiro lutador, Pedro estava sentado perto do mesmo parecendo calmo e ainda segurando o nó com um graveto. Sorrimos para ele e o mesmo sorriu de lado tímido, James e Sirius estavam sentados ao seu lado parecendo nervosos e só respiraram quando me viram com ele.

– Porra, Aluado! – James chiou com a mão no coração, rolei os olhos e me virei para Remus lhe tirando a touca, cachecol, casaco e apenas o deixando com as roupas remendadas, ele parecia atordoado e respirava pesadamente. Joguei as roupas em Sirius e o mesmo as pegou no ar.

– Aluado, ei, olha para mim. – Falei mansa segurando seu rosto entre as mãos, era sempre assim, sempre nós o deixávamos no salgueiro e eu sempre o acalmava já que ele havia me dito que se fosse calmo a transformação não seria tão violenta. – Você consegue, está bem? – Murmurei acariciando seu rosto corado pelo frio, peguei minha varinha e lhe lancei um feitiço para que o frio não o atingisse, já que estava sem casaco nem nada. Ele respirou fundo fechando os olhos e eu acariciei seu rosto entre minhas mãos, James e Sirius tinham as mãos em seus ombros.

– Estaremos aqui de manhã. – Sirius murmurou preocupado e apertando seu ombro.

– Passaremos a noite aqui o esperando, quando sair, você vai ser abençoado com nossa imagem. – James brincou e nós gargalhamos, Pedro ainda sentado exclamou.

– Vou esperar você na sua enfermaria particular! – E eu sussurrei.

– E eu vou estar lá para cuidar de você. – Ele voltou seus olhos amendoados para mim e eu sorri de lado beijando seu bochecha, posso estar meio que sabotando o relacionamento forçado, mas ele ainda a tem como namorada e eu sou respeitosa quanto a isso. – Só mais alguns meses e logo logo você também terá que nos aguentar lá dentro. – Cutuquei seu abdômen fazendo graça e ele riu levemente junto com os outros, puxei mais a touca para minha cabeça e sorri de lado. – Boa sorte.

– Boa sorte, Aluado. – Sirius desejou junto aos outros dois marotos e ele sorriu meio abobalhado respirando fundo e entrando na passagem, dei o mapa do maroto, que estava no bolso das vestes de Remus, para James e Sirius logo também lançando o feitiço para que o frio não os atingisse, preocupava-me que ficassem resfriados, mas os mesmos não pareciam ligar jogando neve um nos outros, rolei os olhos para isso e voltei com Pedro para o salão comunal da grifinória.

– Eu falei com Madame Pomfrey, ela pediu para que fizéssemos mais poção de dormência para ela. – Gargalhou e eu o segui, a mistura acabou se tornando bem prestativa tanto para mim quanto para a medi-bruxa da escola, que ficou maravilhada com tal poção. Pedro tem certa habilidade para errar em poções e acabar criando coisas prestativas, até me perguntava se ele fazia de propósito.

– Podemos ficar ricos com isso. – Ri baixinho e ele negou com a cabeça ainda rindo, quando passamos por algumas meninas do quarto ano ele lançou uma piscadela para as mesmas as fazendo corar violentamente. Arreganhei a boca para isso, mas eu estava feliz, Pedro tinha conseguido levantar sua autoestima, antes ele sempre andava curvado querendo se esconder, mas agora ele andava de modo confortável e alegre. Ele não era um babaca egocêntrico como muitos ficariam, não, ele continuava o mesmo garoto que nos seguia alegre, a única diferença, é que ele não se colocava mais para trás, ele agora gostava de andar do nosso lado.

Até cheguei a perguntar porque de ele só andar atrás de nós, ele havia me dito que não se sentia bem andando do lado de quatro pessoas desejadas e ser o patinho feio.

Essa foi uma das vezes que eu mais bati em Pedro.

– Foi uma sorte termos anotado como fizemos, porque provavelmente esqueceríamos! – Guinchou rindo, sorri larga e acenei com a cabeça. – Pelo menos eu ajudei em algo em relação a Remus. – Sorriu triste e eu rolei os olhos.

– Você sabe que sempre nos ajuda! – Exclamei e ele bufou negando com a cabeça. – Dente de leão. – Grunhi sem olhar para a Mulher Gorda e murmurei um “obrigada” enquanto entrávamos, subimos para o dormitório dos meninos e sorri larga ao ver na cabeceira de Remus a bebida que os elfos domésticos faziam para mim toda lua cheia.

Eu sempre aparecia na cozinha em dias de lua cheia praticamente me ajoelhando para algo energético, mas talvez por eu não ter passado, eles acharam que eu havia esquecido.

– Argh, ótimo, vou ter que aguentar uma Hermione quicando na cama a noite toda. – Gargalhei negando com a cabeça e pegando a caneca fumegante, ainda não descobri o que era, mas os alunos pediam muito nas épocas de provas para poderem ficar acordados e estudarem.

Dei uma bicorada sentindo gosto de menta e chocolate, sempre mudava toda vez que eu bebia, mas continuava delicioso.

Bebi tudo e fui para meu dormitório, o efeito começava em exatos dez minutos, eu tinha esse tempo até eu começar a querer pular de cama em cama cantando Queen. Fui rápida em colocar minha camisola e pegar um hobby dourado para me cobrir, peguei meus livros e qualquer coisa para me distrair, assim eu não gastaria a energia correndo pelo quarto. As meninas estavam na biblioteca fazendo um trabalho com Severo enquanto nós, os marotos, já havíamos feito em tempo recorde.

Sem querer me gabar do meu irmão e amigos, mas, erámos gênios. Era um trabalho de transfiguração, a junção de Remus, Sirius, James e eu era quase que trapaça, mas o que impressionava era que Pedro se esforçava para nos ajudar, ele que escreveu a maior parte enquanto nós pesquisávamos e ditávamos. Pedro tinha certa facilidade em desenhar e decorar, então nosso pergaminho gigante estava bem feito e detalhado.

Subi para o quarto dormitório masculino novamente ouvindo um primeirista cochichar assustado.

– Porque ela está indo para lá?! Pode?! – Um menino do quinto o ano o olhou debochado.

– Melhor se acostumar, ela praticamente mora no quarto do irmão e amigos. – Murmurou rindo baixinho, sorri de lado e entrei no quarto dos outros marotos, Pedro estava tomando banho enquanto eu me sentava na cama de Sirius cruzando as pernas e puxando um cobertor para cobri-las enquanto não sentia vontade de dar cambalhotas.

Peguei um dos meus livros suspirando e olhando pela janela vendo a lua cheia subir, Pedro saiu com a toalha pendendo nos quadris e eu acho que nunca fiquei tão boquiaberta assim.

– Pedro! Que tanquinho é esse?!

– Neve! – Repreendeu corando e eu ainda estava o secando quando o mesmo pegou suas roupas e correu de volta para o banheiro. Gargalhei sentindo o efeito começar e tentei prestar atenção no livro, mas não consegui e acabei cantarolando rolando na cama de Sirius embaixo de seus lençóis. – Não deveria mais tomar essa bebida. – Murmurou cheirando a caneca em que antes estava a bebida, o olhei de cabeça para baixo e franzi o cenho batendo o pé em uma das pilastras da cama.

– Porque? Me ajuda a ficar acordada e é gostoso. – Dei de ombros e ele estralou a língua negando com a cabeça, eu estava mais animada e energética, mas não estúpida, na verdade, meus pensamentos estavam a mil.

– Tem Narciso. – Até dei uma travada, me sentei o mais lento que eu podia e o olhei com os olhos arregalados.

– Repete e me explica. – Ofeguei e ele riu baixinho chegando perto, ele olhou no fundo dos meus olhos e repetiu.

– É, tem narciso. Suas pupilas estão dilatas e... – Saltei do lugar pegando um espelho de Sirius e puxando a pele do meu olhos para baixo de modo dramático enquanto eu via que minha apenas restara um risco de minha íris.

– E isso significa que eu deveria estar tendo alucinações. – Murmurei, mas então franzi o cenho olhando para Pedro novamente. – Mas não tive, nem sequer uma vez.

– Deve ter pouco. – Deu de ombros. – Mas deveria parar de tomar isso, pode te deixar mais lelé da cuca ainda. – O olhei indignada.

– Mais?! – Chiei e Pedro gargalhou pulando em sua cama e colocando as mãos atrás da cabeça enquanto me observava andar pelo quarto. – De fato, isso me distrai fácil, eu fico animada demais, e energética, mas assim que o efeito passa fico desanimada por algumas horas quando acordo.

– Certo, entendi. Agora por favor, pare quieta. – Bufou e eu ri negando com a cabeça e arrumando a cama de Remus para que quando chegasse apenas se deitasse.

Mas como não tinha nada para fazer, acabei arrumando todo o quarto. Todo mesmo.

Deixei as revistas de mulher pelada de Sirius embaixo de sua cama em uma pilha organizada, deixei os trabalhos, pesquisas e testes dos lougros de James em seu mesmo lugar apenas o organizando. Deixei todas as roupas sujas numa pilha em um canto do quarto sabendo que uma hora os elfos iriam pegar, Remus... Bem, Remus tem uma bagunça organizada, então nem mexi.

Pedro também, além de que eu não conseguiria arrumar já que sempre que eu tentava, ele me espantava como se eu fosse uma ave querendo roubar seus amendoins.

– Qual é! Por favor! – Pedi manhosa e ele negou com a cabeça.

– Sai fora, tudo está no lugar perfeito para mim. – Fiz biquinho e ele rolou os olhos lendo uma revista de quadrinhos. – Não. – Bufei e me joguei novamente na cama de Sirius, o presente que lhe dei natal passado estava cuidadosamente guardado em uma caixa em cima de sua cabeceira, ele sempre o guardava lá. Era uma das únicas coisas que ele cuidava, além, é claro, do Mapa do Maroto e de suas preciosas revistas e posters.

Enfiei a mão embaixo do travesseiro de Sirius e senti algo, algum papel ou sei lá. O puxei e vi outra revista, já ia largar enojada por pensar ser mais uma revista pornô, mas então vi que era apenas uma revista de motos. Suspirei aliviada e ri baixinho ao me lembrar que eu enfiei meias – limpas – nas mãos para arrumar aquelas revistas embaixo de seu cama. Vai saber o que ele fez com elas!

Tinha algo estranho desde o episódio na sala Precisa a duas semanas atrás, Potter e Granger não deram suas opiniões para nada que não fosse em termo de estudos. Claro que Potter deu as caras para as azarações, pegadinhas e planos, mas só. Nenhuma opinião sequer, nenhuma reclamação ou nem mesmo um bufar. Elas estavam silenciosas e isso me preocupava em níveis alarmantes, nem mesmo o fato de Riddle não ter insistido em entrar em minha cabeça me deixava mais alerta do que isso. Eu esperava que Granger berrasse comigo para não tocar as revistas ou para levar a Minerva, mas não, nada.

Ignorei o receio e passei a observar a revista, era o tipo de revista para badboys, ou seja, a revista perfeita para Sirius. Poucas vezes você iria ver Sirius em suas vestes de bruxo, ele preferia calças jeans escuras e de preferência rasgadas, blusas brancas e casacos de couro. Os meninos estavam altos e ficando corpulentos, eu era a mais velha de todos, tudo bem que eu sou mais velha que James por alguns 3 minutos, mas mesmo assim continuo sendo. Enfim, os meninos estavam tão altos quanto o pessoal do quinto e sexto ano, e Pedro se incluía nisso também, ele cresceu bastante com os exercícios e alimentos saudáveis. Ainda era mais baixo que os outros marotos, mas era mais alto que eu. Se eu não os conhecesse, diria que tinham no mínimo 15 anos, Almofadinhas era o único que tinha o bigode ameaçando crescer, mas ele o detestava com todas as forças. Dizia que ficava idiota e que só a deixaria crescer se aparecesse por completo.

Folheei a revista desinteressada apenas querendo fazer algo e parei ao ver uma página marcada, tenho certeza que meus olhos faiscaram ao ver que Sirius havia marcado e rabiscado em um canto da folha uma moto.

Mas não qualquer moto, era A moto.

Lembro-me vagamente dela quando Granger, claro que estava um pouco diferente da do desenho, mas dava para se ver as semelhanças.

E eu já sabia o que dar de natal para Sirius esse ano.

Claro que não seria uma moto de verdade já que ele sem tem idade para dirigir, eu lhe daria uma miniatura, seria um bom presente.

Pulei da cama dele e peguei um pergaminho nas coisas de Remus, algumas cartas caíram e eu as peguei, quando eu ia as colocar no lugar vi de quem era.

Fiquei tentada a botar fogo nas cartas que Emmeline havia lhe mandado, mas segurei a vontade as colocando em seu devido lugar e pegando uma pena e um tinteiro. Tentei refazer o desenho, falhadamente se me permite dizer, então levantei o olhar lentamente para Pedro e o vi concentrado em sua revista.

Me levantei lentamente o cercando como uma predadora e seus instintos o fizeram levantar os olhos para mim rapidamente.

Ficamos nos encarando até eu pular nele e o mesmo saltar do lugar para o chão, o olhei com um sorriso na cara e Pedro chiou para mim.

– Preciso da sua ajuda. – Gargalhei e o mesmo bufou.

– E não sabe pedir como uma pessoa normal? Pensei que você ia me comer agorinha! – Ele me empurrou de sua cama lentamente me fazendo escorregar para o chão arrastando seu cobertor e eu sorri para ele do chão. – Do que precisa?

– Pode, por favor, redesenhar algo para mim? – Pedi me ajoelhando ao lado de sua cama, Pedro deu de ombros pegando seu caderninho de desenhos e eu sorri larga correndo para pegar a revista e pular ao seu lado.

– Sério, você precisa parar de tomar essa bebida. Neve, você já é animada em dias normais e ainda toma isso. – Suspirou e eu ri pelo nariz lhe empurrando o desenho, ele começou a rabiscar ampliando o desenho e eu fui ficar me jogando na cama de Sirius e levantando cantando Time de Pink Floyd, pude até ver Pedro rolar os olhos. – Eu me pergunto se você e mesmo gêmea de James e não de Sirius. – Murmurou e eu sorri de lado me sentando começando a cantar mais alto e a repetir. – Pronto, acabei.

Saltei de meu lugar para ver o desenho, Pedro havia feito os traços mais bonitos e menos bagunçados que Sirius. Sorri larga e dei um beijo estalado em sua bochecha, ele gargalhou e voltou a se deitar esperando o tempo passar. Guardei o desenho em um dos meus livros e deixei a revista em seu devido lugar.

– Huh, Pedro, se pudesse gostaria que não falasse desse desenho para ninguém. – Murmurei e ele acenou com a cabeça voltando a ler enquanto eu sorria e esperava o tempo passar.

[...]

Pedro já quase tirava pequenos cochilos enquanto eu estava sentada batendo o pé no chão de modo ritmado, pulei do chão para o banheiro e lavei minhas mãos sabendo que os meninos já estavam o trazendo.

Pedro se sentou bocejando e me ajudou a arrumar a cama, em menos de cinco minutos, James e Sirius carregavam Remus até sua própria cama. Os dois primeiros tinham escuras olheiras embaixo dos olhos e logo arrancaram os casacos, cachecóis, toucas e luvas caindo nas próprias camas depois de checarem Remus e verem que essa foi talvez a melhor transformação que ele teve.

Arrumei suas roupas como sempre e o dei a poção para dor, Remus estava meio acordado meio dormindo me encarando vesgo.

– Obrigada. – Sussurrou com a voz rouca e eu chiei mansa limpando seus machucados e passando a “pomada” que eu e Pedro criamos, já que a consistência era pastosa.

Ele suspirou aliviado quando deitou a cabeça no travesseiro sem dor, sentei-me na poltrona como sempre e quando eu ia pegar sua mão, o mesmo se virou de costas para mim e fechou os olhos. Abaixei a mão meio desanimada e me encostei cruzando as pernas e esperando o tempo passar, Remus acordava de tempos em tempos como se estivesse tendo um pesadelo, os meninos dormiram apenas por quatro horas antes de se arrastarem para as aulas, eram as últimas antes das provas e Sirius e James já haviam me dito que iriam avisar aos professores que não apareceria hoje.

Quando deu a hora do almoço, uma elfa doméstica apareceu e nos deu o almoço, Pedro havia pedido que trouxesse para nós.

– Rems. – Sussurrei acariciando seu ombros descoberto, ele acordou meio zonzo e eu sorri de leve lhe mostrando o prato. O ajudei a se sentar vendo-o se desvencilhar de mim assim que se firmou, lhe estendi a comida e o mesmo a pegou murmurando um “obrigado”. Suspirei e comi pouco deixando o resto da comida na cabeceira, assim que Remus acabou, eu ameacei lhe dar a poção, mas o mesmo pegou de minha mão e tomou por conta própria, ri sem humor e o ajudei a se deitar novamente me sentando na poltrona novamente.

Minhas costas doíam um pouco, mas nada demais, sempre tinha nos dias de lua cheia por cuidar de Remus. Ele ficou de barriga para cima encarando o teto do dossel enquanto eu puxava os pés para cima tentando me arrumar na poltrona, o efeito da bebida passou e eu acabei cochilando pensando como estaria dolorida quando acordasse.

Senti alguém acariciando meu rosto e me movi um pouco resmungando, mas acordando com dor no pescoço e na coluna. Gemi baixinho e abri os olhos dando de cara com James, ele sorriu carinhoso de leve e eu estiquei os braços dengosa.

O mesmo riu baixinho e me pegou com cuidado me deitando na cama de Sirius, olhei para Remus vendo-o ainda dormindo e suspirei ao lembrar de seu tratamento hoje.

– Não se sinta mal, Mione. – Murmurou se sentando ao meu lado e acariciando meus cabelos curtos. – Sabe como Aluado é.

– Só me pergunto o que tem de tão horrível comigo que pode ser melhor namorar a Vance. – Franzi a cara e o mesmo me olhou debochado. – Está bem, isso foi muito convencido, mas você me entendeu. – Bufei baixinho e o mesmo riu.

– Você namorou Rabastan e Remus era mil vezes melhor que ele.

– Como se Remus sentisse algo por mim. – Bufei e ele suspirou. – Além de que ele estava em um rolo com Katherine. Lembra?

– Oh, sim. Acho que Remus tem algo por loiras. – Sussurrou e eu ri baixinho, mas logo gemi de dor quando o olhei novamente. – Com dor?

– Sim, mas tudo bem, foi por uma boa causa. – Suspirei e logo Sirius saiu do banheiro me olhando com uma cara repreendedora.

– Você arrumou nosso quarto, de novo?! – Chiei para ele vendo que Remus estava de costas para mim e isso não me deixava ver se havia acordado.

– Eu estava sem nada para fazer. – Ri baixinho e cocei os olhos me levantando. Ele me olhou desconfiado e eu dei de ombros indo ver Remus, o virei levemente e o vi de olhos fechados, bocejei e chequei sua temperatura e blá blá blá.

– Essa transformação não parece ter sido ruim. – Murmurou James e eu acenei com a cabeça meio confusa em relação a isso.

– Acho que devemos agradecer a Vance por isso. – Murmurei suspirando, eles arquearam as sobrancelhas e eu sorri de lado triste. – No final ela faz bem a ele, geralmente ele só fica mais doente quando se preocupa com a lua cheia e namorando Emmeline, ele lhe dá atenção e esquece do pequeno problema peludo.

Levantei minha mão para acariciar os cabelos de Remus, mas a parei perto dos mesmos logo a abaixando. Beijei a testa de Aluado levemente e me afastei.

– Mione? Você está bem? – Sirius perguntou e eu dei de ombros.

– Estou... Eu vou tomar banho, se Remus acordar com dor, essa é a poção que você tem que dar para ele. – A estendi e James pegou a estudando, sorri e olhei uma última vez para Remus antes de sair do quarto.

Fui tomar um banho demorado, me enrolei na toalha e quase escorreguei ao sentir a dor de cabeça, nem fodendo que ele iria me vez assim, nem fodendo.

Corri para o quarto vendo minha visão escurecer e a dor de cabeça aumentar, deixe-me explicar como é manter as barreiras firmes.

Uma bola de assopro muito resistente sendo preenchida com água, quando mais ela aumenta, mais fraca fica a borracha e uma hora estoura. O tamanho é a dor, Riddle é a água e minha mente é a bola de assopro.

Mas você pode desligar a água, impedir que mais entre, e é isso que eu tento fazer.

Me troquei tão rápido que deixaria até os meninos assustados, havia colocado as roupas intimas que eu já havia separado, uma camisola e um casaco moletom de Marlene, foram os que eu achei pela frente de roupa.

Me ajoelhei apertando a cabeça entre as mãos e rangendo os dentes, queimava e doía muito. Normalizei minha respiração, ou pelo menos tentei, e apertei os olhos com força.

Depois de alguns minutos, talvez dez, não sei, Riddle desistiu. Suspirei aliviada me apoiando nas coxas ofegante. Engoli seco e me levantei fraca, cambaleei até o salão comunal sentindo olhares nada inocentes em mim e subi para o dormitório dos meninos, quase caindo, eu precisava ver se Remus estava bem antes de ir para a ala hospitalar. Não porque eu sinto algo por ele, mas porque ainda estava confusa com o fato dessa transformação ter sido mais calma e porque ele é a prioridade.

Entrei com vontade de vomitar e me arrastei até Remus, que havia acordado e estava sentado lendo.

– Neve, você está bem? – Sirius perguntou franzindo o cenho ao ver minha aparência doente, limpei o suor de minha testa com a mão tremendo e forcei um sorriso.

– Melhor impossível. – Aluado não tirou os olhos do livro e eu chequei sua temperatura e batimentos cardíacos enquanto ele simplesmente ficava lá ignorando minha presença. – Está sentindo alguma coisa? – Perguntei vendo minha visão ficar turva.

– Não. – Respondeu curto.

– Dor de cabeça, nos machucados, nada? – Perguntei piscando rapidamente.

– Já disse que não. – Sibilou e eu engoli seco acenando com a cabeça e começando a respirar rapidamente.

– Certo, se sentir algo... – E deixei a frase no ar, caminhei para fora do quarto me apoiando na parede do corredor dos quartos, limpei o suor debaixo dos meus olhos e fui para o começo das escadas sentindo meu almoço voltar pela garganta.

Me agarrei no corrimão com toda minha vida e dei dois passos antes de tudo escurecer e eu ver tudo girando.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! :D



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