Another Hermione escrita por Mrs Rainbow


Capítulo 31
31 - Chega.


Notas iniciais do capítulo

Ooolá...

Antes de eu me explicar ~ de novo ~, eu gostaria de agradecer e Aryanna por ter feito uma recomendação que me fez ganir como um cachorro ferido. Sério mesmo, eu fiquei tão sem palavras que eu chorei igual a um cachorro.

EU DEI A LOUCA E COMECEI A RIR, PORQUE QUANDO EU TO SEM REAÇÃO É ISSO QUE EU FAÇO. MUITO MUITO MUITO OBRIGADA!
Vocês tem um timing perfeito, viu!

Enfim, tem vários motivos para eu ter demorado.
E sim, eu passei de ano e tirar 10 em física na média, UHUL. Não fiquei em recuperação em nenhuma! :D

Enfim, eu estou sem dormir a alguns dias porque eu queria fazer esse capítulo, não ficou do jeito que eu queria e é de longe o que eu menos gostei, maas, como diz meu pai, em tempos de vacas magras..

Eu estou com um bloqueio por preocupação, uma semana antes de eu descobrir as notas, eu recebi a noticia de que irei me mudar, de novo.
Para quem não sabe, eu voltei para Maceió- AL a alguns 9 meses e já irei me mudar novamente, eu arranjei amigos, me instalei e isso é bem chato me mudar.

Hm, eu terminei com um boy, tem uma prova chegando dia 13 e eu tenho que estudar muito, etc etc.

Bem, porque eu queria postar logo, porque eu talvez me mude em breve e não sei se irei ter internet. Mas vou ficar sem dormir por mais tempo para deixar capítulo programado se isso acontecer! :D

Espero que gostem desse capítulo, podem dizer se ficou bom ou não, a verdade, é sério.

PS, eu preciso que lembrem com todas as forças que a Hermione é irmã de James e uma Potter, vai deixar bem mais claro suas ações!



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Fogos de artificio.

Era a única coisa que me vinha a cabeça para descrever aquele beijo, meu estômago parecia repleto de diabretes depois de tomarem litros e litros de hidromel. Meu coração martelava contra o peito me fazendo tremer, era uma reação nova, nunca tinha me sentido assim.

Nem Rabastan, ou Ronald, eu não conseguia explicar como estava me sentindo.

Ele suspirou e me apertou mais contra seu corpo movendo os lábios macios em sincronia com os meus, rodei meus braços por sua nuca enterrando meus dedos em seus cabelos como queria a tempos e isso me fez suspirar.

Remus rodeou minha cintura com a mão apertando os dedos quando puxei seu lábio entre os dentes logo o soltando e voltando a beijá-lo, mas então, infelizmente, eu caí na realidade.

A realidade amarga e rancorosa, abri os olhos de supetão e empurrei, ofegante, Remus, que também pareceu cair na realidade. Arfamos nos encarando e eu grunhi irritada comigo mesma puxando os cabelos da nuca igual a James quando estava nervoso. Estranhei o silêncio em minha cabeça, até que ouvi a voz tímida de Granger.

Foi muito para o coração, num minuto te ajudamos, deixa só o ajudarmos primeiro. – Bufei para mim mesma resmungando sozinha passando a mão frustrada pelo rosto.

Porra! Eu lutei contra mais comensais da morte que posso contar, matei, torturei e ainda fico nervosa e perco controle por causa de um garoto?! Essa não é Hermione Granger e muito menos Hermione Potter.

Olhei com uma carranca para Remus, que estava estático me encarando com a boca aberta, e rosnei para ele saindo raivosa comigo mesma. Eu não sou assim, não sou assim, não deixo que pisem em mim e ainda dou recompensa, não sou digna de pena. Eu. Sou. Uma. Potter.

Pena dourada. – Rosnei para a mulher gorda e a mesma me olhou cerrando os olhos.

– O que faz nos corredores a essa hora?

Não te interessa. – Grunhi e ela bufou cruzando os braços ainda mantendo a porta fechada, a Madame Nor-r-a apareceu e quando me viu ameaçou miar, mas eu rosnei para a mesma a olhando hostil fazendo-a se eriçar e sair correndo. Voltei meu olhar raivoso para a mulher no quadro, que vacilou e sibilei. – Eu juro por Deus, juro por Deus – Repeti entonando a raiva nas palavras -, se você não abrir essa porta agora, eu entro depois de rasgar você. – Ela engoliu seco e eu repeti a senha a fazendo abrir a porta, bufei e entrei ouvindo de longe os passos de Remus meio destrambelhado. Entrei a ouvindo suspirar aliviada e passei pelos marotos, que guincharam felizes ao me verem de volta. – Sim, eu também amo vocês, agora, boa noite. – Resmunguei desviando do abraço de James e subi as escadas para meu dormitório ouvindo meu irmão resmungar algo sobre TPM. Bufei e entrei no quarto que eu dividia com Alice, Lílian e Marlene ainda bufando como...

– Um touro raivoso. – Dorcas riu ao me ver, ela estava deitada na cama de Marlene com os pés para o alto e mastigando um doce trouxa que Lílian recebeu.

– Como é? – Perguntei me jogando em minha cama tirando a varinha da bota e chutando as mesmas para o lado da minha cama.

– Você, estava parecendo um touro raivoso. – Riu junto as meninas e eu bufei novamente.

– O que aconteceu dessa vez? – Marlene perguntou sentada no tapete ao lado de Alice, que parecia estar fazendo yoga em posições estranhas.

Remus. – Rosnei e todas se sentaram no tapete, que ficava de frente para a minha cama e aos pés do da de Marlene, até mesmo Lily tirou o nariz do livro para se sentar junto as meninas.

– O que foi dessa vez? – Perguntaram em uníssono mastigando os doces. Me levantei bufando e comecei a andar de um lado para o outro enquanto rosnava.

– Tudo começou com hoje de manhã antes do passeio. – Elas se entreolharam e voltaram suas atenções para mim. – Sabe, ele tinha me chamado, achei que queria isso e que tinha se cansado de sempre me afastar. Mas então, no café da manhã, lá estava ele trocando olhares com a Vance. – Sibilei com raiva o nome e elas franziram as caras, também não gostavam dela, Emmeline apenas parecia santa, mas na biblioteca fofocava e tentava mandar em todo mundo, um dia ela tentou zoar Lily, mas Marlene, Dorcas e eu a colocamos no lugar. Menininha nojenta e falsa. – Então eu me irritei, porra! Disse que se ele quisesse que fosse com ela que eu iria com os meninos, mas não – prolonguei o “ão” debochada -, ele foi lá e se fez de sonso.

– Uh, você odeia quando fazemos isso. – Alice murmurou comendo um Jellybean em forma de minhoca, as meninas chiaram para ela e a mesma rolou os olhos se desculpando.

– ...Dizendo que não sabia do que eu estava falando, porra, foi ai que eu fiquei fodidamente irritada. – Puxei os cabelos os bagunçando na nuca exatamente como James e Lily rolou os olhos para meu ato. – Me levantei, como vocês viram, e quando ele veio atrás de mim falou algumas merdas e então disse, ah, o filha da puta disse. – Rosnei sombria, elas gritaram para que eu continuasse e eu saí da sala de tortura que Potter, Granger e Draco haviam imaginado para Remus. – “Eu te convidei por pena.” – Resmunguei fazendo careta e engrossando a voz, as meninas sugaram o ar raivosas e eu continuei. – Isso doeu, caralho, e como doeu. – Arfei caindo sentada em minha cama, puxei o joelho para o peito sentindo minha garganta fechar. – Pena, acreditam? Ele me convidou por pena.. – As meninas saltaram de seus lugares para virem aos meus lados alisarem minhas costas e oferecerem doces.

– Ele é um idiota, fica babando pela cobra da Vance e não nota a Deusa grega a sua frente. – Lily chiou alisando meus cabelos e eu fuguei abaixando a cabeça.

– Então, quando eu saí da enfermaria, ele me puxou para um armário de vassouras para tirar satisfações de porque eu estava tão doente. – Elas paralisaram talvez prevendo onde isso iria dar. – Discutimos e então de uma hora para outra ele ficou carinhoso, pegando e beijando minha mão... Pedi para que não me iludisse. – Levantei o rosto olhando para o teto tentando evitar que as lágrimas escorressem. – E ele tentou me beijar.

– Ai.. Meu.. Godric.. de.. cuecas.. douradas.. – Arfou Dorcas, ri baixinho com sua expressão.

– Mas eu desviei... – Elas estreitaram os olhos me fazendo continuar. – Briguei com ele o perguntando porque fazia aquilo, se aproximava para depois me magoar, e... – Mordi o lábio inferior ficando corada.

– E...? – Incentivaram agoniadas com a espera.

– E eu o puxei pelo cachecol e o beijei. – Sussurrei e elas se levantaram num pulo gritando coisas desconexas. Franzi a cara com a barulheira e chiei para as mesmas. – Calem as bocas! Daqui a pouco até Godric vai sair da tumba para ver o porquê da gritaria. – Elas se calaram ofegantes e pularam em mim falando ao mesmo tempo.

– E como foi?!

– Ele retribuiu?!

– Foi bom?!

– Quanto tempo durou? – Todas se calaram esperando a resposta e eu bufei.

– Foi muito bom, senti como se...

– Fogos de artifício explodissem em seu peito? – Arregalei os olhos para Alice e a mesma sorriu tímida ficando meio vermelha. – É como me sinto toda vez que beijo Frank. – Sorrimos abobalhadas, mas logo voltamos ao foco.

– Isso ai, mas então, eu lembrei que sou Hermione Potter, não sou assim. – Suspirei caindo para trás na cama com os braços abertos. – Mas aquele idiota faz isso comigo, porque eu não consigo guardar magoa como qualquer pessoa normal? – Gemi apertando meu rosto com as mãos. As meninas riram e Lene falou.

– É porque você o ama. – Me sentei de supetão novamente arregalando os olhos.

– Não amo não. – Apressei-me, ela arqueou uma sobrancelha debochada e eu neguei com a cabeça. – Não desse jeito, posso estar apaixonada como uma boba, mas não o amo, deve ser alguma outra coisa. Eu amava Rabastan e não o perdoei por nada, nem vou perdoa-lo.

– É diferente, Mione. – Sorriu Dorcas e eu bufei rolando os olhos. – Sabemos que você não é chegada a essas coisas de sentimentos, já que anda com os idiotas, mas...

– Ei! Eles não são idiotas! – Chiei rolando os olhos novamente e sentindo meu rosto corar de raiva, elas bufaram rolando os olhos igual a mim.

Mas, tem uma puta diferença entre Remus e Lestrange. Você gosta de Remus a anos, desde o primeiro ano e não adianta negar que nós sabemos. – Dorcas chiou para mim quando eu fiz menção a abrir a boca para retrucar. – Lestrange era um babaca que insistiu tanto que te deu um gostinho do que era gostar de alguém, não sei como, mas ele fez. – Rolou os olhos e as meninas bufaram em concordância.

– Eu amo Frank, sei que não conseguiria viver sem ele, é algo que não consigo explicar, a palavra “amor” parece tão vaga para explicar o que eu sinto por ele. – Ronronou Alice e eu franzi o cenho me perguntando se ela realmente tinha 13 anos, mas sorri ao lembrar que ela iria casar com Frank e ter um filho.

– E-eu sinto o mesmo por Severo. – Dorcas falou tímida e Lily arregalou os olhos com a informação, Dorcas sorriu de leve para ela meio corada. – Sevs é carinhoso, um fofo, na verdade, sempre me ajuda nas matérias... E-eu não sei explicar, merda! É tanta coisa. – Grunhiu ficando vermelha como um pimentão e enfiando o rosto nas mãos, então ela suspirou e nos olhos por entre os dedos. – O convidei para o Jantar de Natal para conhecer meus pais. – Murmurou e nós arreganhamos as bocas nos entreolhando. – Fui muito precipitada? Quer dizer, nem estamos namorando! E-ele ficou sem resposta, então eu mudei de assunto.

– Er... precipitada não, apressada? Um pouquinho. – Marlene murmurou olhando para nós três em busca de ajuda.

– Hm, Severo é um pouco reservado, você sabe, foi apenas um choque para ele. – Sorriu Lílian forçada para dar uma forcinha. Dorcas choramingou enterrando o rosto nas mãos novamente.

– Eu fui precipitada! – Rimos baixinho e eu comecei.

– E é por isso que ele ainda está com você, qual é, você é forte e independente, é só chegar nele e ser direta, como você sempre foi. – Ela me olhou rindo ao lembrar do lance do corredor, eu as vezes ainda ria ao lembrar dela o colocando contra a parede exigindo beijo. – Se ele ainda não te pediu em namoro, então peça a ele! – Falei e as meninas se viraram lentamente para mim arqueando as sobrancelhas lentamente, foi tão engraçado e sincronizado que eu gargalhei caindo para trás na cama.

– Você está certa! Amanhã mesmo eu vou pedir Severo em namoro, e se ele não aceitar, vou pedir até ele desistir! – Falou Dorcas firme e eu sorri para ela acenando com a cabeça.

– Hermione revolucionária, já pensou em virar Ministra da Magia? A primeira Ministra mulher, orgulho do mundo bruxo. – Marlene brincou voltando a se deitar em sua cama, Dorcas foi para a cama de Alice já que a mesma voltou ao seu tapete de yoga fazendo as poses estranhas.

– Hm, já tive um sonho assim, mas as coisas ocorreram diferentes. – Franzi o cenho olhando para o teto do meu dossel. – Eu bani todos os Malfoy do mundo bruxo. – Elas gargalharam e eu dei de ombros me levantando novamente pescando uma toalha e indo tomar banho.

Lavei meus cabelos já que o cheiro da Ala Hospitalar estava impregnado, achei estranho passar a mão em meus cabelos e senti-los curtos, mas gostei mesmo assim.

Terminei de me banhar e voltei tremendo para o quarto, já que estava frio, me troquei rapidamente e sequei meu cabelo com um feitiço, as meninas riram quando eu me enrolei em vários cobertores me sentando no tapete e ficando encostada na cama de Marlene para ficar comendo os doces de Lily.

Senti a pulseira que Andy me deu vibrar e me sobressaltei o olhando, logo, Andy apareceu ofegante e com um sorriso de rasgar o rosto.

– Mione! – Guinchou e as meninas pararam seus afazeres para prestarem atenção. – Ela falou! Dora falou! – Gritei animada e ela riu.

– O que ela falou?! O que ela falou?! – Perguntei e ela sorriu mais larga ainda, se isso é possível.

– Ted! Trás ela para cá! – Exclamou e eu ri quando Ted apareceu com os cabelos rosas berrantes de tão animado que ele estava, sorri de leve ao ver ambos com os olhos brilhando. Meus olhos queimaram ao ver Dora já grandinha, sorri larga para a bebê que ria para a pulseira tentando pegar ao me ver ali.

– Oi Dora! Titia Mione te ama! – Exclamei emocionada e ela riu mais, provavelmente não me entendeu, mas sua risada já vale.

– Repete para a titia Mione o que você disse, anjo? – Ted pediu animado e Dora gargalhou de modo gostoso fazendo as meninas soltarem longos “awn”.

– Ma-mã. – Embolou-se e eu guinchei animada sentindo meu coração acelerar.

– Andy! – Guinchei e ela apareceu novamente sorrindo com lágrimas nos olhos.

– Ela me chamou de mamãe! – As meninas riram junto a mim, conversamos mais um pouco sobre Dora e sobre como a vida dos três estava, mas então Dora começou a chorar e como Ted não estava conseguindo acalmá-la, sobrou para Andrômeda.

– Ninfadora é tão fofa. – Chiou Alice se contorcendo, ela tem uma coisa por bebês, Alice os acha tão fofos que ela sente no estômago e começa a rir.

– Muito. – Ri e me levantei jogando-me na cama ainda envolta nos cobertores.

– Ei, Hermione. – Cochichou Dorcas se deitando ao meu lado, virei meu rosto para ela vendo-a sorrir. – Obrigada.

– Huh? Pelo o que?

– Por... Tudo. – Arqueei uma sobrancelha ainda sem entender e ela riu baixinho. – Sabe, se não fosse por você, eu não teria falado com Severo, não falaria com as meninas, etc etc. – Corou e eu ri baixinho negando com a cabeça. – Falo sério, e você sempre dá conselhos fodas, até parece que você é de outra época. – Riu baixinho e eu prendi o riso.

– Pois é, né? – Ela sorriu larga e então murmurou para mim.

– Devia seguir seus próprios conselhos também. – Franzi o cenho não captando a mensagem e eu rolou os olhos me fazendo rir. – Com Remus, está na cara que ele gosta de você, mas sei lá, não quer acreditar nisso e fica te magoando, bem clichê para ser sincera. – Gargalhei negando com a cabeça. – Sabe que é verdade, você é foda, se eu vou pedir Severo em namoro, tenho certeza que você pode ter uma conversa com Remus e fazê-lo dizer a verdade e cair na real. – Ela deu de ombros e se sentou colocando os pés para fora da cama e calçando suas pantufas. – Funcionou com Severo. – Ri novamente e ela olhou sobre o ombro me lançando uma piscadela antes de se levantar e ir para o próprio dormitório.

Me arrumei nas cobertas fechando as cortinas do meu dossel já que as meninas ainda estavam acordadas, pensei no que Alice falou. E faz sentido, muito sentido na verdade.

Quantas vezes eu já não o ouvi se chamando de monstro? Remus tinha complexo de inferioridade, se é que isso existe... Ele se acha inferior a todos, acha que não merece tantas amizades, ou se apaixonar ou sei lá mais o que, tudo isso só por causa do seu probleminha peludo.

Mas Dorcas tem razão, amanhã mesmo eu vou conversar com ele. Chega disso, chega de mentiras, de perder o controle por causa dele por não ser meu e por não conseguir tê-lo. Chega.

Fechei os olhos com um sorriso maroto brincando em meus lábios e dormi imaginando como seria essa conversa na minha cabeça.

***

Acordei no horário de correr com Pedro, cedo, bem cedo. Não porque eu queria, mas porque era automático.

Me arrumei silenciosamente para não acordar as meninas enfiando minha varinha no bolso traseiro da calça, caminhei até o salão principal saudando algumas poucas pessoas já acordadas, hoje iria ter jogo da Corvinal contra Sonseria, o último jogo do ano, quem ganhasse jogaria contra o vencedor do próximo jogo, Grifinória ou Lufa-Lufa. Estávamos indo bem, Wood, por ser seu último ano como capitão estava mais estressado e focado em ganhar a taça de quadribol. Sempre agendando treinos, mesmo na época de provas, e isso nos deixava muito cansados.

Principalmente a mim, Riddle me fazia mal, me deixava fraca e sem apetite, e eu odiava isso. Eu ia cansada aos treinos, cansava-me ainda mais, piorava mais ainda quando escapávamos de madrugada para a animagia, estávamos em uma fase decisiva, as poções e davam certos efeitos...

Eu, por exemplo, ganhei um equilíbrio incrível junto com velocidade, minha audição e olfato ficaram aguçados, mas minha visão... Nossa, eu estava precisando de óculos.

Sirius ficou mais energético, Pedro um pouco mais assustado, mas James... O merdinha só ganhou coisas boas!

Ele estava saltando numa altura incrível, estava mais esguio, mais elegante, mais rápido do que todos nós e tinha um puta equilíbrio.

Resmunguei de frio e me sentei ao lado de um primeirista que parecia energético demais para meu gosto.

– Bom dia. – Murmurei por educação pegando salsichas enquanto abria meu livro.

– Boa dia! – Gritou e eu me sobressaltei o olhando assustada, os poucos presentes se viraram para ele num susto, ele sorriu largo e eu me afastei discretamente arrastando meu prato junto.

Comecei a ler entre mordidas vendo o garoto quase quicando no banco.

– Bom dia, senhorita Potter, senhores. – Saudou Minerva passando entre as mesas, a cumprimentei de volta e voltei o olhar para o livro mastigando devagar a salsicha.

– Hey, Mione. – Régulo falou sonolento se sentando a minha frente e o menino arregalou os olhos ao vê-lo com o cachecol da sonserina.

– Bom dia, Reg. – Sorri para ele e o mesmo devolveu sonolento coçando os olhos e pegando um prato para si mesmo e o enchendo.

– Sonserinos podem se sentar na nossa mesa? – Perguntou o garoto acido e Régulo o olhou num susto, o olhei gelada fazendo o garoto encolher-se.

– Sim, assim como podemos nos sentar na mesa deles ou de qualquer outra casa. – Sibilei irritada e ele acenou com a cabeça assustado e correu para a ponta da mesa. Bufei e Régulo gargalhou.

– Não precisava disso. – Sorriu de lado e eu o olhei notando que ele havia crescido mais e estava da minha altura, quase me passando. Seus ombros estavam ficando mais largos, seus cabelos estavam curtos, bem diferentes dos de Sirius.

– Precisava sim, senão eles vão crescer vendo a rixa entre as duas casas. – Rolei os olhos e tirei um pedaço da comida a mastigando e completando depois de engolir. – E vão ligar para ela.

Ele riu baixinho e voltou a comer, enquanto eu alternava entre conversar, ler e mastigar.

Assim que o salão principal começou a encher ele foi para sua mesa apenas para não ter que escutar o pessoal de sua casa reclamando, Sirius me olhou sério e meio tenso, arqueei uma sobrancelha para ele.

– Bom dia Neve, como estava o armário de vassoura? – Cuspi o suco de abóbora num susto e as meninas da corvinal me olharam enojadas antes de voltarem a cochichar.

– Como você... – Gaguejei e ele rolou os olhos.

– Aluado me procurou depois, você travou a mente do coitado. – Riu baixinho ainda com os ombros tensos. – Hermione, tenho que te falar uma coisa.. – Falou com maxilar trincado.

– Claro... – Falei desconfiada e por impulso, olhei ao redor parando o olhar em Remus, que estava paralisado no corredor entre as mesas me olhando pálido. – Mas depois, agora eu tenho uma coisa para resolver. – Antes que ele pudesse retrucar, eu me levantei decidida e passei por Remus o puxando pelo casaco para fora do salão comunal, ninguém prestava atenção já que o salão estava cheio e ainda tinha gente em pé, principalmente o pessoal da corvinal.

– N-neve, p-precisamos conversar. – Gaguejou e eu o olhei sobre o ombro.

– Eu sei. – Ele engoliu seco e eu continuei a puxá-lo até a sala precisa, imaginei o bom lugar para conversar e entrei puxando Aluado, que engoliu seco novamente. O soltei e me sentei em uma das poltronas, ele olhou ao redor para a sala, parecia o salão comunal da grifinória, apenas sem tudo vermelho e dourado, havia duas poltronas, uma de frente para a outra, uma lareira acesa, uma mesa grande de reuniões com duas cadeiras em cada extremo, uma daquelas mesas de lanchonete e duas cadeiras do mesmo estilo e por aí ia, tudo ali para conversar. – Senta. – Quase ordenei com um semblante sério, ele se sobressaltou “acordando” e me mirando dessa vez de modo firme.

Remus andou decidido até a poltrona a minha frente enquanto eu tirava o cachecol e a capa as deixando no meu colo depois de cruzar as pernas.

– Hermione, o que aconteceu ontem, n-não deveria ter acontecido. – Falou meio trêmulo, bufei rolando os olhos.

– Para com isso! – Exclamei o olhando de modo fixo e meio irritado, o mesmo se sobressaltou talvez assustado com a minha firmeza. – Quando vai parar, Remus?

– Parar com o que? – Perguntou arregalando os olhos ainda mais assustado.

– Com isso! Com essa coisa de, Oh, vem cá, Mione! Não, não, eu não posso, vou te magoar assim você não gosta de mim. – Fiz voz grossa murmurando com uma careta, seus olhos estavam quase saltando da órbita quando terminei.

– C-como...

– Eu não sou estúpida! – Chiei frustrada. – Mesmo no futuro você tinha esse complexo de “não sou bom o bastante”. – Ele abaixou a cabeça e eu continuei. – Remus, eu cansei. Eu gosto de você. – Falei firme e o mesmo levantou a cabeça tão rápido que seu pescoço estralou. – Há muito tempo, na verdade, chega, Aluado. – Murmurei passando a mão pelo rosto. – Sei que gosta de mim, o conheço bem o suficiente para saber pelo menos isso.

– Eu não gosto de você. – Falou engolindo seco, o olhei irônica.

– E Voldemort destribui doces sem veneno para criancinhas. – Debochei e ele fechou os olhos por um segundo logo os abrindo com uma firmeza que me fez vacilar por alguns segundos.

– O que aconteceu ontem, não deveria ter acontecido porque eu estou namorando Emmeline. – Senti algo quebrar dentro do peito, fiquei tensa o olhando indiferente, o soluço se prendeu em minha garganta, mas eu não demonstrei. – É, e-eu a pedi em namoro ontem, realmente fui com ela para Hogsmeade. – Engoli o choro querendo berrar, meus olhos queimaram e eu desviei o olhar para o tapete. Então tudo ficou silencioso nada de Granger ou Potter, nada de Draco, nada. – Não deveria ter acontecido, eu não sei o que deu em mim.

– Sirius sabia, não é? – Ele acenou com a cabeça e eu respirei fundo passando lentamente a mão pelos cabelos da nuca, os puxei lentamente tentando controlar-me para não me bater, ele provavelmente queria me falar isso. – Você gosta dela? – Perguntei o olhando novamente.

Ele me olhou tenso, Remus me mediu com o olhar, observando cuidadosamente cada detalhe meu, desde os fios rebeldes as botas desgastadas.

– Sim. – Disse simplesmente com os ombros tensos se levantando e indo em direção a porta, aquilo me doeu, me doeu de uma forma inimaginável. Mas, como uma boa Potter, tive a palavra final.

– Admita que gosta mais de mim, Aluado. – Falei meio séria e meio brincando, ele estacou no lugar com os ombros ainda mais tensos e as mãos nos bolsos do casaco.

– Eu já admiti. – E saiu sem mais nem menos, recostei-me olhando para as chamas tentando controlar as lágrimas, não sou assim, chega de derramar lágrimas à toa, chega.

Passaram-se alguns minutos até eu ter total controle dos meus dutos lacrimais e ter certeza que nenhuma lágrima iria cair, respirei fundo e coloquei a capa e o casaco novamente levantando-me desanimada, saí da sala precisa dando de cara com Sirius, que estava encostado na parede oposta com o que parecia pacotes de delicias gasosas e sapos de chocolate.

Almofadinhas abaixou os olhos para mim e abriu os braços, e então eu solucei seco me jogando nele e enfiando o rosto em seu peito, ele derrubou as guloseimas e me apertou em seus braços.

– Eu queria te avisar... – Murmurou contra meus cabelos, acenei com a cabeça soluçando sem realmente derrubar as lágrimas, minha visão embaçada por elas, mas nenhuma caía, eu me negava a isso.

– Harry também não tinha sorte com essas coisas. – Embarguei-me o fazendo me apertar ainda mais em seus braços. – Acho que ele também passou isso para mim. – Ri baixinho entre soluços e Sirius riu pelo nariz acariciando meus cabelos curtos.

– Que tal ficarmos na torre de astronomia jogando delicias gasosas liquidas nos sonserinos? – Franzi o cenho recuando para olhar em seu rosto.

– Liquidas? – Ele sorriu malicioso.

– Quando mastiga o doce ele mistura com sua baba. – Gargalhei negando com a cabeça pensando em como Sirius conseguia pensar naquilo.

– Tudo bem, vamos lá. E se Vance estiver lá em baixo, também o faremos. – Sorri maligna e Sirius sorriu de lado achando graça pegando os pacotes e me puxando para a torre.

Fomos correndo rindo, nos sentamos perto da grade depois de conjurarmos mantas e nos enrolamos começando a mastigar os doces.

– Hum, Neve? – Voltei minha atenção para ele depois de engolir o doce.

– Huh?

– Bem... Ele.. Já... Hum.. Tentou invadir sua mente hoje? – Sorri de lado negando com a cabeça.

– Acho que ele vai dar um tempo até tentar novamente já que há provavelmente informantes na escola que lhe contaram o que suas tentativas fizeram comigo. – Dei de ombros e ele respirou fundo tentando se acalmar.

– Sabe, ainda não me acostumei com o fato de que você é do futuro. – Sussurrou olhando ao redor, franzi a cara acenando com a cabeça.

– Eu também não. – Suspirei e ouvi risos, nos entreolhamos e eu fechei a cara ao ver Remus e Emmeline estacando nos lugares ao nos verem ali, senti um certo deja vú, mas deixei para lá me aconchegando mais em Sirius e desviando o olhar enchendo minha boca de sapos de chocolate.

– Oh, olá! – Debochou Emmeline e eu sorri amarela sem mostrar os dentes. – Podemos nos juntar a vocês?

– Não. – Sirius e eu falamos ao mesmo tempo e rimos negando com a cabeça. Emmeline fechou a cara enquanto Remus olhava meio desgostoso para o braço de Sirius que estava sobre meu ombro.

– E porque não? – Resmungou cruzando os braços e nos olhando de cima, sorri de lado achando graça.

– Porque não queremos. – Sirius sorriu largo e eu gargalhei enquanto ela bufava e dava as costas pisando duro.

– Anda logo, Remus! – Chiou e ele acordou nos lançando um último olhar antes de se apressar para ficar ao lado da namorada.

Vaca. – Chiei desfazendo o sorriso fazendo Sirius rir com minha reação.

– Realmente, eu não entendia porque vocês não gostavam dela até eu ver a Vance falando com as amigas na biblioteca. – Estreitei os olhos para ele.

– O que você estava fazendo na biblioteca? – Ele sorriu malicioso fazendo-me gargalhar. – Cafajeste! – Ele riu negando com a cabeça e logo ouvimos mais passos, olhamos em direção a porta vendo Pedro e James subirem arfando, James tinha o mapa do maroto na mão e Pedro carregava garrafas de cerveja amanteigada. Sorrimos largos e eles se juntaram a nós encostando-se nas grades.

– Alguém pode me explicar porque Remus está agindo feito um cachorrinho para a Vance? – James perguntou dando um gole em sua cerveja amanteigada olhando para um dos chafariz lá em baixo.

– Eles estão namorando, ué. – Sirius deu de ombros e eu rolei os olhos.

– Ele está agindo feito um cachorro porque quer. – Bufei e os mesmos me olharam preocupados. – Parem de me olhar assim, não é como se eu fosse me desmanchar em lágrimas por causa daquele garoto. – Bufei e Pedro guinchou.

– Você gosta do Remus?! – O olhamos lentamente.

– Huh, desde o primeiro ano? – Falei como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

– E vocês sabiam?! – Chiou de volta, Almofadinhas e Pontas deram de ombros e ele resmungou. – Sempre sou o último a saber. – Gargalhamos e eu me estiquei para bagunçar os seus cabelos cor de areia molhada.

– Não se preocupe, logo, logo toda a escola vai saber. – Cantarolei sorrindo maliciosa, os meninos estreitaram os olhos para mim.

– Devemos nos preocupar? – Sorri de lado e dei um longo gole na cerveja sentindo-a me aquecer.

– Você não se chamam Emmeline Vance, então não, não precisam se preocupar. – Sorri de lado maliciosa e os meninos arregalaram os olhos. – A missão “pegar o que é meu” começou, meus jovens. Ela começou. – Completei levantando minha garrafa.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Eu vou dormir agora, beijos!