Another Hermione escrita por Mrs Rainbow


Capítulo 30
30 - Digna de pena?!


Notas iniciais do capítulo

*Veste a armadura*
...oi. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! FOI MAL! FOI MAL! EU TENHO EXPLICAÇÃO! AMIGA, AMIGA!

Bem, primeiro, antes de me explicar, eu gostaria de agradecer a Merida Malfoy. Muito obrigada pelas recomendações lindas, me emocionei de verdade!

Eu demorei por vários motivos, o primeiro, foi que eu me decepcionei muito com algumas de vocês. Sabem como machucou entrar no dia seguinte da postagem e ver MP's maldosos? Muitas disseram que odiaram e teve gente que me xingou dizendo que a fanfic não parecia uma remione, me afetou muito. Me deu bloqueio e eu perdi um pouco o gosto por escrever essa fanfic.

Eu ia escrever um Remione inteiro nesse capítulo, apenas por vocês, mas estava horrível. Não era uma fanfic minha, era de vocês, clichê, sem tempero, água com açúcar. Então eu lembrei, a fanfic ainda é minha, lembrei que eu também escrevo por mim e porque eu gosto, lembrei-me também, que ela é toda Remione. Em seus minuciosos detalhes e curvas, ele é o MEU remione.

Está na descrição, "O ship será Hermione X Remus, mas não será o assunto principal nem acontecerá logo de cara".
Assim como a Hermione teve, o Remus também terá outras namoradas. Estou amadurecendo-os, mostrando as suas evoluções. Pensei que depois de tantos capítulos, vocês já tinham notado.

Saibam, se quiserem, eu faço o Remione chato e clichê que tanto querem. Mas lembrem, se eu o fizer, a história acaba. Pois Hermione vai ser só mais uma apaixonadinha sem graça e sem afazeres, ela não vai concluir os objetivos e a história não irá andar.

Eu sinto por vocês que estão lendo sem se importarem com a história em si e que estão apenas para ver amor eterno, clichê e sem problemas. Mas, essa não sou eu, as coisas não funcionam assim comigo.

Lembrem também como o Remus era com a Tonks, ele não queria amá-la logo de cara, ele se acha um monstro, se ele se achava indigno por alguém como a Ninfadora, imagine pela Hermione.

O segundo motivo, é que estou em semana de provas, vou ter até segunda, então estou de férias! AEHOOOOOO! CAPÍTULOS PARA TUDO QUE É LADO! PÁ PÁ PÁ!



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Eu sentia frio e dores no corpo, choraminguei baixinho abrindo os olhos lentamente.

Estava escuro, mas eu consegui ver que eu estava na ala hospitalar, suspirei tremendo e limpei o suor da minha testa.

– Mione! – Ouvi um sussurro e me sobressaltei me sentando de vez, fazendo assim, minha cabeça doer mais intensamente. Olhei para os lados assustada e James saiu debaixo da capa, suspirei aliviada e ele correu até mim me abraçando forte. Gemi de dor e Pontas me soltou na hora, cocei os olhos e perguntei rouca.

– O que aconteceu? – Não me lembrava de muita coisa, apenas que eu havia duelado com Riddle e ele me beijou, eca, Voldemort me beijou. Argh, irei ter que escovar os dentes no mínimo umas cinquenta vezes para desinfetar a boca.

James me olhou irritado e colocou os punhos na cintura fazendo cara de bravo.

O que caralhos a senhorita estava pensando ao resolver do nada, duelar com você-sabe-quem?! – Chiou e eu franzi a cara por um momento.

– Eu estava pensando em deixar você e os outros alunos em segurança. – Pisquei os olhos tentando ser fofa e ele rolou os olhos bufando.

– Mentira! Sabe como mamãe e papai ficaram preocupados?! – Fiquei em alerta.

– Eles estão aqui?! – Ofeguei.

Eu. Estou. Tão. Fodida.

– Oh, sim. Eles estão, esteja preparada para o pior sermão da sua vida. – Riu maléfico e eu choraminguei. – Ah, Andy também apareceu junto a Ted e Dora. – Sorri larga, eu estava com saudades deles, mesmo sabendo que eu talvez fosse receber um sermão duplo, não pude evitar de ficar feliz em revê-los.

– O que aconteceu depois que eu desmaiei? – Perguntei assistindo James puxar uma cadeira para perto de minha cama, me deitei virada para ele e o mesmo começou a afagar carinhosamente meus cabelos.

– Bem, Remus ficou putamente preocupado e ignorou o par dele completamente, também ficou se sentindo culpado achando que se tivesse ido com você, nada disso teria acontecido. Pedro também ficou preocupado, o quarteto furacão chorou-

– Quarteto furacão? – Indaguei confusa, ele sorriu de lado e explicou.

– Lils, Dorcas, Lene e Alice. Enfim, elas choraram de preocupação, Papai azarou Rabastan, de novo, porque ele tentou ver você ontem, - eu ri o fazendo me seguir – Sirius não saiu do seu lado até a Madame Pomfrey o expulsar, e nós lutamos pela capa, Dumbledore quase teve um treco e você agora é uma heroína para a escola e para o mundo bruxo. Nada demais. – Brincou e eu ri baixinho, beijei a palma de sua mão e fiquei a segurando. Seus olhos se encheram d’água e ele sussurrou estrangulado. – Nunca mais faça isso. – Meus olhos lacrimejaram e eu me sentei novamente para abraça-lo.

– Essa é a hora em que você começa a falar de quadribol e que queria o Stephen como irmão. – Brinquei fungando e ele riu negando com a cabeça provavelmente se lembrando da vez em que caí da escada, nos soltamos e voltamos a nossas posições anteriores com as mãos dadas. – Quanto tempo eu estou aqui?

– Faz dois dias, ou seja, hoje é segunda. Belo dia para acordar, maninha. – Eu ri e por um momento minha visão embaçou, franzi o cenho piscando lentamente e logo voltei a enxergar tudo nítido... Ou quase isso. – Você ganhou muitos admiradores, papai quase enlouqueceu com o tanto de garotos que vinha aqui com flores e chocolate. – Gargalhei e virei o pescoço vendo o monte de presentes, doces e flores que haviam na outra cama.

– Nossa. – Fiquei boquiaberta e ele riu baixinho.

– Régulos nos deu uma bela bronca por deixar você duelar com comensais, teria sido engraçado se ele não tivesse usado um feitiço do Ranhoso. Não é muito legal ficar de cabeça para baixo, sabe. – Ri novamente e me encolhi no cobertor, bocejei sentindo meus olhos pesarem e James sorriu de lado. – Durma, Mione. Quando acordar, eu vou estar aqui. – Acenei com a cabeça e me entreguei aos braços de Morfeu.

***

Ofeguei tentando acompanhar Pedro na corrida, estávamos em dezembro, haviam se passado três meses desde o ataque em Hogsmeade e um mês que eu não saía no profeta diário. Parece que Skeeter sempre mandava minha vida para eles. Se eu me machuquei no jogo, logo no dia seguinte eu estava recebendo flores e o caralho a quatro de fãs. Se eu me saí bem em alguma matéria, eu recebia parabéns de pessoas alheias por cartas. Seria legal se não fosse assustador.

Sobre Riddle, eu nunca mais falei com ele, mesmo ele todos os dias tentando invadir minha mente, mas dessa vez eu bloqueava com força, nem mesmo a dor de cabeça me fazia desistir. Claro que era perigoso, Dumbledore disse que isso podia causar danos em minha mente, não entendi até um dia Granger e Potter brigarem e me deixarem louca por alguns segundos, não a típica briguinha. Não, elas brigaram de verdade, Draco que teve que calá-las pois eu havia perdido a linha de raciocínio, eu fiquei fora do ar e tive uma convulsão.

James disse que eu travei e derrubei tinta por toda a mesa do salão comunal da grifinória.

– Vamos lá, Hermione! – Pedro exclamou correndo no lugar. – A essa hora você já devia ter se acostumado! – Arfei e continuei a correr com ele, o porquê de eu fazer isso? Simples, notei que eu começaria a engordar se não começasse a me cuidar, eu corria fazia um mês com Pedro pelos jardins de Hogwarts. Não era chato já que íamos conversando e apostando corrida, mas quando se dá três voltas por todo jardim no meio da neve, você meio que perde o fôlego.

– Ok, para mim deu. – Ofeguei parando e me apoiando nos joelhos, ele acenou com a cabeça e continuou a corrida, respirei fundo tentando normalizar minha respiração e comecei a andar até o castelo. Era horrível correr na neve, mas Pedro adorava, ele dizia que era melhor do que correr no calor.

Apertei mais o moletom contra meu corpo e comecei a correr para dentro, todas as salas estavam um gelo, eu não sabia onde era pior, na torre da grifinória ou nas masmorras onde a sala de Slughorn ficava. Entrei no dormitório me arrastando, hoje era sexta-feira e eu pensava seriamente em gazear as aulas do dia, eu estava numa preguiça de morte.

Suspirei depois de sair do banho quente e coloquei o uniforme junto a meia grossa e a saia de Marlene, já que por algum motivo desconhecido e filha da puta, Dorcas, Alice e Marlene cortaram a minha saia e a de Lily, claro que isso resultou em bomba de bosta na mala das três, acho que foi a única vez em que Lily ignorou uma das minhas pegadinhas, já que ela sempre me repreende junto a Sevs e a Remus.

Grunhi irritada ao ver a saia mais curta do que eu normalmente usaria, mas salvava já que Lenes era mais alta que eu.

Terminei de me arrumar prendendo o cabelo, eu estava me irritando com ele, já que o mesmo estava longo demais e eu não era fã de cabelos gigantes. Principalmente o meu já que ficava pesado e muito embolado.

Desci correndo e me sentei perto da lareira suspirando ao sentir o quentinho em encontro com meu rosto corado, respirei fundo e Pedro entrou suado e arfando.

– Nossa, que calor! – O olhei como se ele fosse um E.T e o mesmo riu subindo as escadas trotando, era cedo ainda, mas eu admito que eu estava mais disposta e com uma bunda mais bonita depois de começar a correr com Pedro... Palavras de Sirius!

Tirei a mochila das costas e busquei meu trabalho de adivinhação, claro, assim como o de todos os marotos, inventamos as coisas mais engraçadas e estúpidas, minha parte Granger me repreendia dizendo que se fosse para eu inventar, não deveria ter escolhido a matéria. Mas era tão engraçado já que a professora via todos fazendo viagens estranhas ou tendo os cabelos puxados por duendes, eu e os outros marotos tínhamos a teoria de que antes da aula, a professora sempre fumava um cigarro de Narciso.

– Ás vezes eu acho que devíamos ter escolhido aritimância. – Me sobressaltei com a voz de Remus e olhei sobre o ombro, ele sorriu tímido encostado na parede perto das escadas para o dormitório masculino, sorri de lado rindo pelo nariz e ele se desencostou se sentando ao meu lado. Aluado já estava trocado e com a mochila pendendo no ombro, me encostei nele e o mesmo, numa reação natural, rodeou meus ombros com o braço me trazendo ainda mais para perto. Me aconcheguei em seus braços e ele beijou meus cabelos delicadamente, juntei nossas mãos e ele sorriu beijando minha mão, meu coração a essa altura já estava quase saindo pela boca, ficamos em um silencio confortável e aconchegante, até que ele gargalhou, o olhei sem entender e ele me olhou maravilhado. – Você ainda usa!

– O que? – Ele puxou a corrente de lobo para fora de minhas camisas, sorri de lado e alisei seu rosto delicadamente. – Eu nunca deixei de usar, em nenhum momento. – Ele sorriu largo e beijou minha bochecha com força. Gargalhei e ele me seguiu rindo baixinho, me levantei lhe oferecendo a mão e Aluado sorriu de lado aceitando.

Logo os marotos e as meninas desceram e eu resmunguei sobre me esconder em um armário para faltar aula.

– Nem pensar! Você nos fez nos inscrevermos em Trato de Criaturas mágicas, então você vai morrer de frio conosco. – James chiou engatando em um braço meu enquanto Sirius fazia o mesmo no outro, choraminguei e eles riram me arrastando até a aula.

Eu ficava cansada demais tentando manter as barreiras de minha mente firmes, mas ficava difícil a cada dia, e as dores de cabeça não ajudavam. Eu sentia como se minha cabeça fosse explodir a qualquer momento, não gostava daquilo.

Mas eu sabia que Riddle estava na espreita apenas esperando uma brecha, eu lia sobre seus ataques pelo profeta diário, pelo que notei, ele está conseguindo tomar conta do ministério já que as notícias eram abafadas.

Eu tinha que ficar perguntando por cartas a papai sobre como realmente estava, Ted também me contava, ele fazia questão de me deixar a par de tudo.

Saímos para a aula de Hagrid, eu estava encolhida nos meninos enquanto Dorcas saltitava para a aula. Ela amava Trato de Criaturas Mágicas, era uma de suas paixões.

– Bom dia, alunos! – Hagrid exclamou apertando mais seu gigante casaco no corpo.

– Bom dia. – Grunhimos batendo os queixos, ele gargalhou achando graça e eu me encolhi ainda mais em Sirius, o mesmo rodeou meus ombros despreocupado.

– Sei que está frio, por isso, vamos aprender sobre cinzais. – Bufamos em satisfação e Hagrid sorriu para nós continuando sua aula.

[..]

Corri para dentro do salão comunal saltando para frente da lareira enquanto meus amigos riam.

– Até que as aulas não foram tão ruins. – James gargalhou e eu o olhei assustada.

Você gostando das aulas? – Falei assombrada e os outros marotos me seguiram.

– Quem é você, e o que fez com Pontas?! – Sirius berrou chacoalhando James pelo ombro.

– Sai fora, cachorro! – Berrou de volta segurando a touca no lugar junto aos óculos. Gargalhamos enquanto James bufava rolando os olhos, ele se jogou no sofá enquanto Sirius e Pedro vinham para meu lado. Remus tinha ficado para procurar Minerva para falar sobre a matéria, nós até nos oferecemos para o acompanhar, mas ele disse que iria demorar e nos mandou para o salão comunal.

– Mi do nosso coração. – Falou Sirius manhoso e eu tirei os olhos do fogo lentamente os estreitando para Almofadinhas.

– Não. – O cortei e ouvi os risinhos de alguns alunos do quinto ano. – Estão rindo de que?! – Exclamei e eles se calaram constrangidos, resmunguei algo sem sentido e voltei a olhar Sirius. – Não sei o que quer, mas não.

– Por favor, nos ajuda em poções! – Pedro ficou de joelhos e os meninos o seguiram juntando as próprias mãos parecendo que estavam rezando.

– Claro... – Sorri de leve e eles abriram largos sorrisos. – Que não. – Fechei a cara e cruzei os braços. – Eu fiz uma promessa para mim mesma quando me abandonaram no dia de hogsmeade, nada de ajudá-los nos testes. – Me levantei e os driblei indo em direção a porta. – E eu sempre cumpro minhas promessas. – Lhes lancei uma piscadela e os mesmo choramingaram enquanto eu saía enroscando o cachecol no pescoço novamente.

Saí e comecei a caminhar pelo castelo, era sexta, amanhã teríamos mais um passeio para Hogsmeade, onde quase ninguém ia por medo e muitos iam porque eu ia.

Os convites haviam aumentado, o “quarteto furacão” iriam junto a nós e Severo. Um grande grupo e dois casais, Alice e Frank, e, Severo e Dorcas.

***

Sábado dia de passeio em Hogsmeade, alguns ficaram receosos em ir, mas eu estava feliz. Pois Remus havia me chamado para ir com ele, minha reação foi a melhor.

Eu literalmente travei, paralisei, gelei, tanto faz. Eu fiquei sem resposta e ele nunca ficou tão corado, eu havia perguntado porque ele não chamava a Vance, ele disse que não queria.

Parece que depois que Remus notou que eu quase morri - o que é não era uma total verdade já que por causa das varinhas serem gêmeas não poderíamos matar um ao outro -, parece que Remus dá seu tempo para me dar atenção.

Nunca fiquei tão sorridente, apenas eu e Remus, Alice e Frank, e Severo e Dorcas iriamos de casal já que os outros negaram convites e decidiram ir todos como amigos, mas ficaríamos num grande grupo, a única diferença, era que eu iria de mãos dadas com Remus...

OH MEU MERLIN, EU VOU DAR AS MÃOS A REMUS! – Ofeguei no banheiro e me olhei no espelho encarando irritada minhas longas madeixas negras, sorri larga e peguei uma tesoura que Lilian deixava no banheiro, ela usava para não deixar o cabelo passar do meio das costas.

Peguei meu cabelo o jogando para frente e o prendendo em um rabo de cavalo, e sem dó nem piedade, o cortei. Olhei sorridente os grandes centímetros de cabelos pesados em minha mão, era muito cabelo já que, assim como Harry, meu cabelo tinha vida própria e gostava de crescer em uma velocidade mais rápida que o normal.

Soltei o cabelo e fiquei mais sorridente ainda ao vê-lo em camadas na altura do pescoço, quase na metade deixando a atrás mais curto, era um alivio tão grande que eu ronronei, eles estavam secos já que eu não era burra de cortá-los molhados para que quando secassem ficassem ainda mais curto, passei a mão por eles sentindo minha nuca livre e joguei os cabelos no lixo limpando tudo num aceno de varinha.

Saí sorridente e fui me trocar. Coloquei uma calça, duas blusas de manga longa, um casaco, botas, gorro, luvas e um cachecol da grifinória. Resumindo, eu estava agasalhada como todos, as meninas em um momento acordaram e ficaram me encarando confusas, sorri para elas e tirei o gorro e o cachecol.

Marlene foi a primeira a pular da cama para ver mais de perto, ela arreganhou ainda mais a boca e passou a mão pelos meus cabelos afobada.

– Mas... Que... Merda... Você... Fez? – Perguntou passando novamente a mão pelos meus cabelos agora curtos e um tanto repicados.

– Cortei. – Sorri e ela suspirou dando de ombros.

– Gostei. – Alice falou sorridente, era o sonho dela deixar os cabelos curtinhos, elas não demoraram para se arrumarem já que estava frio e não dava para se embelezar desse jeito, Lily iria se destacar já que seus cabelos e olhos de contraste com a neve era maravilhoso. Saímos rindo depois de elas terem me obrigado a me maquiar, Lily tirou uma foto nossa no corredor e descemos as escadas, meu estômago estava embrulhado e eu tinha um sorriso de canto a canto.

Remus apareceu esfregando uma mão na outra no pé da escada e arreganhou a boca ao ver meu novo cabelo, as meninas saíram de fininho nos deixando sozinhos, corei com seu olhar sobre mim e murmurei abaixando os olhos.

– Que foi?

– Está linda. – Corei horrivelmente e ele sorriu tímido me oferecendo o braço, eu ri me enganchando dele e fomos em direção aos nossos amigos, Dorcas quase não se aguentava de ansiedade. Ela e Severo estavam começando a criar um relacionamento, e isso fez os marotos pegarem bem menos no pé dele, consequentemente, Lily não era tão grossa assim com eles como normalmente seria. Saímos rindo porta a fora e Dorcas nos empurrou para pular em Severo, ele estava esperando do lado de fora do salão comunal, ela o abraçou lhe dando um selinho fazendo-o corar horrivelmente já que não era de demonstrar carinho em público, mas eu já o havia visto roubando selinhos dela na biblioteca.

Eles realmente se completavam, e era algo muito bonito, sorri para o nada e descemos até o salão principal para tomar café da manhã e irmos para Hogsmeade, comidas quentes estavam fartas na mesa e eu logo me ocupei de tomar chocolate quente, ronronei me encolhendo em Remus fazendo-o rodear meus ombros. A parte boa de sair com seu... amigo, é que coisas naturais como essa, mesmo sendo muito aconchegantes, não eram constrangedoras.

Ele havia me chamado quando eu estava caminhando pelo castelo, nos cruzamos no seu caminho de volta e ele me chamou, foi estranho, mas claro que eu aceitei.

Tomei mais um gole da bebida quentinha e observei que todos riam e gargalhavam, menos Remus, ele tinha o olhar fixo na mesa da corvinal.

Suspirei magoada e me desencostei dele tirando seu braço de meus ombros, Remus nem ao menos notou. Mordi o canto da bochecha e vi que Emmeline devolvia o olhar, Sirius nos olhou e então seguiu o olhar de Remus olhando bravo para o mesmo.

– Ai! – Remus exclamou e olhou confuso para Sirius, ele havia chutado sua canela. – Que foi?!

– A Mione...

– Eu queria falar que... – Lhe cortei e o mesmo me olhou confuso. – Se você quiser ir com a Vance tudo bem, eu vou com os meninos. – Sorri forçada e ele ficou meio pálido.

– D-do que está falando? E-eu quero ir com você. – Ri baixinho sem humor e dei mais um gole no chocolate quente antes de me levantar passando a mão nos cabelos exatamente como James fazia, atrás da nuca. Andei medindo os passos até a porta e fui sentindo os olhares de todos em mim, talvez por causa do cabelo.

Saí arrumando a bolsa no ombro, eu já estava voltando para o salão comunal quando alguém me segura pelo pulso, olhei para Remus e o vi ofegante.

– Porque me convidou, Remus? – Perguntei cansada. – De verdade, sem esse lance de porque quer ir comigo. – Ele corou soltando meu pulso e abaixando a cabeça. Remus coçou a nuca e eu suspirei.

– Eu não queria que fosse sozinha, sei que última vez você queria ir comigo, mas eu fui com Emmeline e olha o que aconteceu. Eu te chamei por pena. – Franzi o cenho magoada e engoli o choro.

– Então você estava indo comigo por pena. – Concluí e ele ficou mais pálido ainda, senti meus olhos inundarem e eu olhei para o outro lado. – Pode ir com Emmeline, eu não queria ir mesmo. – Falei tentando soar indiferente, ele levantou o rosto assustado com minha voz embargada.

– Oh, Mione...

– É sério. – Limpei a garganta dando de ombros entediada. – Eu apenas ia porque você me chamou, sabe como é, eu já fui a Hogsmeade milhares de vezes, não mudou muita coisa da minha época para essa. – Ri com a voz tremendo e ele franziu a cara em dor. – Espero que se divirta com Emmeline, se os meninos ou as meninas perguntarem, eu estava com dor de cabeça, nada demais. – Não era uma mentira, minha cabeça estava doendo um pouco.

– Não, você vem comigo. – Falou firme, mas eu sorri triste de lado, saber que ele iria comigo por pena realmente machucou.

– Não, eu estou com um pouco de cabeça mesmo, vou descansar hoje e mais tarde estudar um pouco. – Voltei a subir e ouvi seus passos me seguindo. – Por favor, Aluado. – Pedi estrangulada sem me virar continuando a subir as escadas e ele estacou no lugar, terminei de subir as escadas e subi cabisbaixa para o dormitório feminino.

Deixei a bolsa ao lado de minha cama enquanto me jogava na mesma, a dor de cabeça estava piorando, indicação que Riddle estava tentando forçar as barreiras, eu estava enjoada, magoada e cansada.

Me levantei de supetão com vontade de vomitar e corri para a torre de astronomia, o vento gelado atingiu minha face aliviando um pouco a dor de cabeça, andei até a grade suspirando e apertando o casaco contra meu corpo. Deixei uma lágrima escorrer e logo a senti congelar no meio de minha bochecha, limpei os resquícios e me apoiei nas grade vendo de longe as pessoas começarem a irem para o passeio.

A dor de cabeça voltou com força e eu respirei fundo o ar gelado fechando os olhos com força. Me afastei das grades por precaução e me senti tonta, escorreguei pela parede até o chão arfando e apertando minha cabeça entre as mãos.

E então, finalmente, depois de meses, Tom Riddle conseguiu o que queria. Eu o deixei quebrar as barreiras de minha mente, quando abri os olhos, estava encolhida na parede de um escritório desconhecido. Me levantei cautelosa, eu ainda sentia o frio da torre e isso me preocupava.

Lá estava ele, usando um terno preto olhando para a lareira com um copo de whisky de fogo na mão.

– Porque você não me deixa em paz? – Rosnei cruzando os braços tentando me aquecer. Ele se sobressaltou me olhando surpreso, Riddle me olhou de cima a baixo parando seu olhar em meus cabelos.

– Vejo que mudou o visual.

Porque, não, me, deixa, em, paz? – Rosnei pausadamente começando a tremer e ele sorriu de lado chegando perto.

– Porque eu posso, além de que até agora eu tento entender o que em você me chamou atenção. – Murmurou e eu franzi a cara em nojo o fazendo sorrir malicioso.

– Se realmente chamei sua atenção. – Comecei com nojo. – E quiser me deixar continuar sã, então porque não para de tentar forçar as barreiras de minha mente? Sério, a aula de Binns já é chata o suficiente sem a maldita dor de cabeça. – Bufei e o olhei uma última vez. – Fique fora da minha cabeça. – E fechei a mente, abri os olhos engasgando e tentei me levantar, mas não tinha forças. Ele forçou minha mente com mais força e eu ofeguei antes de cair desmaiando pela dor.

***

– ...Deveríamos ter ficado... – Ouvi o sussurro preocupado de James e um afago carinhoso em minha mão.

Não faria diferença se estivéssemos aqui ou não, foi melhor ela ter ficado, imagina se desmaiasse em Hogsmeade? – Sirius murmurou e eu grunhi cansada.

Falem baixo. – Chiou Remus e sua voz me cortou o coração, e mais uma vez, ele havia me magoado. Porque? Porque é sempre assim? Sempre que nos aproximamos de outro modo sem ser como amigos, ele me magoa. Porque? Virei de lado fazendo Remus soltar minha mão e as coloquei embaixo do travesseiro, ouvi seu suspiro cansado e um sussurro perto de meu ouvido. – Perdão...

Aluado beijou meus cabelos e saiu do meu lado, o mesmo foi tomado por Sirius.

Pode ir, James. Qualquer coisa eu te aviso. – James saiu com Remus e Sirius suspirou. – Sei que está acordada, Mione.

– Eles já foram? – Perguntei abrindo um olho e vendo tudo escuro, ele acenou com a cabeça e eu suspirei me sentando com dificuldade. – O que aconteceu?

– Bem, você desmaiou na torre de astronomia. – O olhei irônica e ele rolou os olhos. – Um lufano te encontrou junto com a namorada, você esteve perto de ter hipotermia, Hermione. – Falou sério e eu dei de ombros, Sirius me olhou chocado e então fechou os olhos respirando fundo. – Porque desmaiou?

– Eu estava com dor de cabeça, não é como se eu soubesse porquê. – Menti dando de ombros e passando os dedos pelos cabelos da nuca.

– Pare de mentir! – Berrou se levantando e eu me sobressaltei num susto, ele respirou fundo passando a mão pelos cabelos e os puxando. – Só... Me diga a verdade, porque essas coisas estão acontecendo com você? – Perguntou mais calmo se sentando ao meu lado na cama. Suspirei derrotada e o medi com o olhar.

– É Voldemort. – Ele nem ao menos retraiu com o nome, era uma das coisas que gostava em Sirius ele não temia a um nome. – Quando eu me tornei uma Potter, peguei as habilidades de Harry, e uma delas era entrar na cabeça dele. – Hesitei e ele arregalou os olhos se engasgando. – Mas ele também pode entrar em minha cabeça, eu mantenho minhas barreiras firmes, mas todo dia ele as força para tentar falar comigo. – Gemi cansada deitando novamente e ele arfou me encarando assustado.

– E-então é isso que te deixa assim?

– É... Me desgasta. – Dei de ombros, ele provavelmente notou já que de um tempo para cá minha aparência ficou um pouco doente.

– Porque não falou para mim? Ou para Dumbledore?! – Chiei para ele e o mesmo se calou. Olhei ao redor para ver se alguém havia entrado e suspirei aliviada ao não ver ninguém.

– Pois Dumbledore iria querer usar isso para o uso próprio, e isso me mataria. Acredite. – Suspirei e ele franziu o cenho confuso, ri sem humor. – Você não sabe como ele realmente é, mesmo sendo um grande mago, ele está focado em algo muito importante agora. – Debochei lembrando que Dumbledore nessa época ainda está fascinado pelas relíquias da morte, ele já tem as duas, não posso deixa-lo saber da capa.

– O que quer dizer com...

– Oh, vejo que acordou, senhorita Potter. – Madame Pomfrey o interrompeu entrando na ala hospitalar, sorri para ela mandando um olhar de aviso para Sirius.

– Sim, não faz muito tempo. – Ela sorriu de leve e então fez carão para Sirius, o mesmo bufou e se levantou me dando um beijo na testa.

– Conversamos depois. – Murmurou para mim e eu acenei com a cabeça, ele saiu e deixou a porta aberta por um tempo, então a fechou. Praguejei baixinho, espero que não tenha sido James embaixo da capa, por favor, que não tenha sido ele.

Engoli seco olhando para a Madame Pomfrey e ela veio até mim.

– Quais foram seus sintomas antes de desmaiar? – Perguntou anotando algo numa prancheta, me concentrei no barulho da pena riscando o pergaminho tentando não vomitar.

– Hãm, dor de cabeça, tontura e enjoo. – Ela deu um “hm” longo e eu engoli seco querendo fugir dali.

– A quanto tempo você tem a dor de cabeça? – Perguntou.

– Desde o duelo com Voldem-

– Sh! – Chiou para mim me cortando e eu rolei os olhos.

–Desde o duelo com você-sabe-quem. – Debochei no final e ela estreitou os olhos para mim.

– Deixe-me dar uma olhada em você, talvez ele tenha lhe atingido com alguma maldição. – Murmurou e eu neguei com a cabeça.

– Ele não conseguiu me atingir. – Ela insistiu e eu dei de ombros, ela fez alguns exames e então me olhou confusa. – Eu disse.

– Está bem então... – Murmurou anotando algo ainda desconfiada. – Eu vou lhe dar uma poção para as dores de cabeça, quem sabe assim você não tem menos recaídas. – E então me mediu com o olhar se virando para ir pegar a poção, coloquei meus pés para fora da cama saindo num salto e calçando as botas de antes, ela ainda procurava a poção quando eu já estava arrumada novamente, ela se virou e me olhou espantada. – Está conseguindo se firmar?

– ...Sim? – Perguntei sem entender sua reação, Madame Pomfrey franziu a cara em confusão e me estendeu os frasquinhos.

– Creio que já sabe de quantas em quantas horas deva tomar. – Falou e eu acenei com a cabeça colocando a varinha na bota. Madame Pomfrey me olhou de cima a baixo e eu sorri para ela a agradecendo e me controlando para não correr para fora, fechei a porta atrás de mim e suspirei nervosa.

Caminhei o mais lentamente que eu conseguia para o salão comunal, já tinha anoitecido completamente, eu podia até ser pega por um monitor.

Cheguei na frente da mulher gorda e quando eu ia abrir a boca para falar a senha, fui puxada pelo pulso e colocada contra a parede, Remus colocou a mão em minha boca e um dedo sobre os próprios lábios indicando silêncio.

Arqueei as sobrancelhas e ele nos cobriu com a capa.

– Mas que-

– Sh! – Chiou e então Pedro passou correndo por nós, e logo depois, Filch foi o seguindo manco. Prendi o riso com a cena, Pedro estava correndo bastante, então era engraçado ver Filch lufando para segui-lo. Pedro se virou correndo no lugar e gritou.

– Vamos lá, Filch! Está precisando perder uns quilinhos! – Exclamou e eu coloquei a minha mão sobre a própria boca para não chamar atenção. Filch urrou e Pedro continuou a correr levando o zelador junto.

Quando eles desapareceram, Remus tirou a capa de nós e me puxou pelo pulso até um armário de vassouras. Olhei ao redor confusa.

– Porque estamos num armário de vassouras? – Cochichei e ele me olhou sério cruzando os braços, evitei olhar para seu rosto para não lembrar de suas palavras.

– Quando ia me contar que está doente porque Voldemort está invadindo sua mente. – Suspirei aliviada por saber que não era James e dei de ombros.

– Nunca. – Ele me olhou irritado e eu arqueei uma sobrancelha para ele de modo gelado, o mesmo apertou os lábios numa linha fina. – E você, se Pedro não tivesse descoberto, quando iria conta-los que era um lobisomem? – Ele respirou fundo.

– Eu fiz alguma coisa? – O olhei debochada. – Ou disse algo? Porque está me tratando assim? – Suspirou cansado e eu ri sem humor.

– Claro que você não notaria, afinal, eu sou alguém com quem você apenas sairia por pena. – Resmunguei cruzando os braços e o olhando acusadora.

– Eu nunca disse isso. – Tentou se defender e eu o olhei irritada.

– Sim, você disse. – Chiei nervosa. – Eu te chamei por pena. – Engrossei a voz e resmunguei fazendo careta e bufando.

Ele abaixou a cabeça frustrado mordendo um canto da boca.

– Se você soubesse... – Murmurou tão baixo que eu quase não ouvi, se não fosse pelo lance da animagia...

– Se eu soubesse, o que, Remus? – Cruzei os braços e ele se sobressaltou batendo a cabeça em um balde, rolei os olhos parando o balde e ele coçou a nuca negando com a cabeça.

– Nada. – Respondeu simplesmente e nós nos encaramos, suspirei e deixei meus braços caírem para os lados de meu corpo. Ele pegou minha mão paciente e eu senti o calor de sua mão, ele a beijou e eu abaixei a cabeça.

– Não faça isso. – Murmurei e ele levantou o meu rosto com o dedão.

– Fazer o que? – Perguntou acariciando minha bochecha e eu olhei em seus olhos.

– Não me iluda. – Falei com a voz estrangulada e ele paralisou me encarando com intensidade. Ele deu um passo para mais perto e nossos corpos se juntaram, ele traçou meu rosto com o dedão e eu mordi meu lábio inferior para me concentrar.

Remus teve sua atenção para ele e passou o dedo pelo meu lábio o libertando. Ele se curvou lentamente, nossas respirações se misturaram, nossos lábios relaram e eu virei o rosto fazendo-o me dar um beijo na bochecha.

Não sou tão fácil e trouxa assim, quem ele acha que é?

– E-eu... – Gaguejou saindo do transe, ele deu um passo para trás desengonçado. Ele estava bem alto, tão alto quando Sirius, e Almofadinhas é muito alto. Mas isso o deixava fofamente desengonçado e desastrado, quantas vezes eu já não o vi tropeçando nos próprio pés?

– Porque faz isso? – Perguntei magoada, ele passou a mão pela nuca vermelha. – Me faz sentir digna de pena e então tenta uma aproximação.. Que droga, Aluado! – Chiei e então o puxei pelo cachecol grudando nossos lábios.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e eu vou responder os comentários agora, já que os testes passaram, eu ganhei meu netbook de volta por tirar nota máxima em física.
YAY!

Ps: LEIAM AS NOTAS DO COMEÇO.