Another Hermione escrita por Mrs Rainbow


Capítulo 25
25 - Quem é você, e o que fez com minha irmã?!


Notas iniciais do capítulo

NÃO TENHO TEMPO, MAS MUITO OBRIGADA A ELLIE CAROLINE PELA RECOMENDAÇÃO. TRÊS MEU POVO! TRÊS!!!!!!!!
TÔ. SURTANDO. SOCORRO.
VOU TENTAR RESPONDER OS COMENTÁRIOS AGORA, ESPERO QUE GOSTEM DO CAPÍTULO E MUITO OBRIGADA AOS QUE ESTÃO ACOMPANHANDO!



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Sirius Black

Todos na mesa estavam silenciosos, se tornou um hábito desde que Andy foi expulsa.

Antes os raros sorrisos e risadas, simplesmente desapareceram. Tia Druella e Tio Cygnus estão abatidos desde o natal, eu me lembro que no dia posterior do incidente em que Andrômeda foi tirada da árvore genealógica, todos foram para o quarto de Andy tentarem a convencer a tirar a criança e continuar na família. Mas ela já tinha ido, foi a primeira vez que vi tia Druella chorar, Narcisa também não é mais a mesma.

Ela deixou de ser tão infantil e ingênua como antes, Andy trocava cartas comigo através de Hermione e James, sempre tinha um parágrafo pequeno nas cartas dos dois de Andrômeda, para mim e Régulos.

O único som presente era o de talheres raspando no prato, até que ouvi o som de pios excitados e bicadas no vidro, todos olharam para a janela. Eu arregalei os olhos ao ver a coruja dos Potter bicando entusiasmada na janela, eu fiz questão de arrastar a cadeira para correr a coruja.

Mas tio Cygnus foi mais rápido, ele estava mais perto. O meu tio sabia que aquela era a coruja dos Potter e que Andy sempre me mandava cartas por meus amigos, me sentei tenso e ele abriu a janela sobre o olhar excitado e esperançoso de todos, Cygnus arrancou as cartas do bico da coruja, que piou indignada para ele com a brutalidade e bateu voou irritada. Ele correu para se sentar ao lado da esposa e eu estiquei as mãos para que ele me passasse o envelope gordo.

– Tio Cygnus, se não me engano, as cartas estão endereçadas para mim. – Falei polido e ele franziu o cenho suspirando e me passando, Régulo chegou mais perto e eu rasguei o envelope grande afobado. Peguei o primeiro papel e li junto com Régulo.

Caro Almofadinhas e Régulo.

Estamos aqui para avisar que... EU SOU TIA/TIO!

Andy deu a luz ontem a Ninfadora, o menininha birrenta, viu!

E a pestinha desde bebê sabe como nos manipular!

Dora não sabe se fica com cabelos rosa ou roxo, é sempre uma surpresa!

Tiramos algumas fotos para vocês, vejam que gracinha!

Ps: Ignorem a cara de James, ele estava dormindo.

Sorri contagiante junto com Régulo e deixei a carta de lado arrancando as fotos, todos os olhares estavam sobre nós, mas eu não ligava. A primeira foto que vi foi a de James e Hermione com uma coisinha pequena de cabelos roxos, a imagem moveu-se para Dora puxando os cabelos dos dois e os mesmos rindo. Passei para Régulo e ele sorriu assistindo a imagem mudar, as várias outras fotos eram de Dora com Ted e Andy, com os senhores Potter, com os senhores Tonks, todo mundo junto e misturado.

Deveria ser tia Druella e o tio Cygnus no lugar do senhor e da senhora Potter, mas eles merecem esses lugares. Eles estavam lá, são os verdadeiros pais de Andy.

– Ora, me dê isso. – Rosnou tio Cygnus curioso, ele viu a foto de Andy rindo com Dora e abriu a boca levemente com os olhos brilhando. Sua mulher viu e largou os talheres colocando a mão sobre a boca emocionada, tentei esconder as outras fotos com o resto da família, mas ele as pegou de minha mão. A essa hora, todos estavam atrás deles para verem as fotos também, os dois franziram os lábios com expressões um tanto magoadas ao ver Andy, Dora e os senhores Potter rindo e abraçando as duas primeiras. Mione havia escrito em cima da foto, “os melhores avôs do mundo.”

– C-como assim a Potter é a tia do bebê e ainda por cima a madrinha?! – Chiou Narcisa com o nariz encostando na foto de Dora e Hermione, ela franziu as sobrancelhas em uma expressão triste e eu me senti constrangido.

– Exato, somos seus pais, como eles são considerados os avos?! – Tio Cygnus rosnou vendo, com a mão tremendo, a foto dos Potter com Dora.

– ... Tio Cygnus... O senhor mesmo disse que ela não era mais sua filha e que o “mestiço nojento” em seu ventre não era seu neto... – Régulo falou tímido, mas tinha certa dureza em suas palavras. Entortei a boca lembrando do episódio. – Os senhores a queimaram da árvore Black..

Eles ficaram estáticos lembrando disso e vi a cara de dor dos meus tios, eles olharam uma última vez para as fotos e me estenderam inexpressivos.

– Tem razão, Régulo. – Tia Druella balbuciou, peguei as fotos, mas Narcisa estava em lágrimas vendo a foto de Dora com Hermione.

– Era para ser eu no lugar dela... – Murmurou baixinho chorando, seus pais desviaram os olhares cabisbaixos, ela respirou fundo e me entregou a foto limpando o rosto e fitando o colo com as sobrancelhas franzidas. Guardei as fotos as vendo novamente, mas dei falta de uma. A de Andy e Dora, olhei na mesa e vi tia Druella com ela na mão, eu podia pegar de volta, mas a deixei ficar com a foto.

Ela observou Andy levantar Dora rindo junto com a mesma e depois beijar seu rostinho sorrindo para a câmera. Seus lábios tremeram e ela limpou a garganta me estendendo a foto, sorri para ela e a mesma me encarou com um carinho nunca direcionado, ela puxou a mão e voltou a observar a foto.

Não tinha mais apetite, tudo o que eu queria era subir para responder a carta e mandar os parabéns para Andy e Ted. Eles não sabiam, mas tio Alfardo tinha comprado uma casa para eles de presente, ninguém além de mim sabia disso já que ele apenas confiou na minha pessoa esse segredo.

Hermione Potter

Olhei para a casa a minha frente com desgosto, nesse momento eu podia estar mimando minha sobrinha de apenas 1 semana, mas não! Eu sou muito machona e por isso devo sofrer pelo resto das férias sem contato com ninguém além de primas fúteis!

Argh! Eu estou tão puta da vida!

Marchei resmungando com as malas nas mãos até a porta da casa, ela era branca e parecia delicada, odiei.

Respirei fundo e apertei a campainha ouvindo um tilintar suave, mas que merda! Até a campainha é assim?!

Ouvi os saltos baterem contra o mármore de dentro da casa e logo a porta foi aberta mostrando uma mulher com seus 50 anos de aparência de 25, loira, meia-veela com olhos âmbar e um sorriso delicado no rosto.

– Her-r-mione! – Minha tia exclamou com seu sotaque carregado e eu quase franzi a cara ao ouvi-la puxar o “r”. Ela me puxou para um abraço e me encheu de beijos pelo rosto.

– Querida, espaço pessoal. – Uma voz rouca soou de dentro com sotaque britânico e eu sorri para meu tio, ele era legal, muito educado e bonito. Igual a minha tia, ele estava muito bem conservado. – Bem vinda, Mione.

– Olá, tio Henri. – Cumprimentei e dei dois singelos beijos nas bochechas coradas de minha tia em cumprimento. – Tia Mila.

– Como foi a viagem, minha quer-r-ida? – Perguntou me puxando para dentro, tio Henri pegou minhas malas e subiu as escadas com elas, a casa era clara, na verdade, tudo parecia brilhante, desde os cabelos loiros dos meus tios, as paredes brancas.

– Foi boa, tia Mila. – Resmunguei e ela fechou a cara.

– Damas não re-r-smungam. – Rolei os olhos e ela chiou. – Nem rolam os olhos. – Sorri amarela e falei de modo polidamente zombado.

– A viajem foi excepcional, minha querida tia. – Ela sorriu e eu quase rolei os olhos novamente, ela era meio burrinha e achava que eu realmente tinha falado sério. Não pude usar uma chave de portal já que o Ministério da Magia está usando sua maioria em missões contra Voldemort, então tive que ir sozinha de avião ao lado de um garoto trouxa bonitinho que tinha medo de altura e vomitou no saco. Foi ótima.

– Fico feliz, agora, vá falar com suas primas no jardim, se banhar e colocar uma roupa descente que nós iremos as compras! – Falou animada como uma adolescente e eu quase choraminguei. Ótimo, já vamos começar com a tortura. Respirei fundo e sorri amarelo novamente controlando a vontade de correr porta a fora, dei as costas a ela e fui procurar as loiras.

Todo mundo nessa casa é loiro, e isso é assustador. Passei pela porta de trás e andei pelo pequeno caminho de cascalho passando por debaixo de um arco com flores douradas e suguei o ar ao ver o jardim extenso e coberto de flores lindas, brilhantes e exóticas. Fiquei maravilhada ao ver os desenhos nas gramas, o modo como a água cintilava no pequeno laguinho que havia ali e como as estátuas deixavam tudo mais chique e delicado. Inspirei o cheiro adocicado e sorri para mim mesma, eu amava flores.

Her-r-mione! – Ouvi a voz melódica e uma das gêmeas e levantei a cabeça procurando de onde veio. – Aqui, bobinha! – Olhei para o lado e as vi debaixo de um gazebo de mármore branco com flores ao redor, segui o caminho de pedregulhos e subi os degraus sendo recebida por abraços das gêmeas, Cécile e Celeste. A única coisa que as diferencia são os olhos, enquanto Cécile tem os olhos azuis, Celeste tem olhos azuis e âmbar, é uma mistura.

– Celeste, Cécile! – Saudei e ela sorriram mostrando os dentes perfeitos. – Então, já trocaram de namorados? – Perguntei brincando, elas riram baixinho e acenaram com as cabeças, garotos iam e viam para as duas já que eram parte-veelas.

– Michael estava me ir-r-ritando. – Cécile falou empinando o nariz e eu quase rolei os olhos, Celeste é mais legal, ainda é um pouco fútil, mas muito legal.

– Stefan estava frio. – Deu de ombros e eu sorri triste.

– Rabastan me traiu. – Elas abriram as bocas surpresas e começaram a resmungar em um francês muito rápido, olhei para as minhas mãos ouvindo Draco choramingar.

Eles me olharam decididas e se levantaram do banco que ali havia.

– Vamos, Her-r-mione. Ir-r-remos deixa-la mais linda do que já é, este R-Rabastan vai se ar-r-repender por ter tr-r-irdo minha prima. – Cécile falou com o sotaque muito carregado e eu sorri de lado, Celeste me puxou e eu respirei fundo, quem sabe não irá ser tão ruim assim, não é?

***

Retiro o que disse, isso é o inferno.

Já estamos a mais de quatro horas nesse maldito shopping trouxa! Tio Henri decidiu vir pois em suas palavras “éramos bonitas demais para a própria segurança”, mas eu sabia que ele só tinha ido para ficar de olho nas filhas e na mulher já que era muito ciumento, mesmo tia Mila se cansando de falar que ele era seu companheiro e que ninguém iria tirá-la dele.

Mas eu entendi seu ponto de vista já que por onde passávamos as cabeças viraram, e por incrível que pareça, até para mim olhavam! Talvez pelo fato de eu ser totalmente o contrários de todos com quem eu andava, primeiro pelas vestimentas, eu usava um short cintura alto e uma blusa do Beatles junto com o tênis, mas minhas primas e minha tia usavam saias, vestidos e saltos, Tio Henri usava um terno provavelmente escolhido por minha tia. Eu tinha cabelos negros e olhos castanhos enquanto minhas primas eram loiras de olhos claros, realmente, eu me destacava no meio delas.

Já era a quarta vez que Tio Henri ia colocar umas dez sacolas no carro, ele deve ter usado o feitiço de extensão na mala.

– Amor, agor-r-a você fica aqui. – Tia Mila falou parando e se virando para ele fazendo seus cabelos voarem.

– Porque? – Perguntou com o cenho franzido, ela olhou para a loja que iriamos entrar e eu segui seu olhar, engasguei junto com meu tio ao ver uma loja de Langerie.

– Tia! Eu não vou entrar ai! – Falei desesperada pensando se eu conseguiria correr mais rápido que as três, elas estavam de salto, talvez se eu pulasse os bancos...

– Vai sim. – Falou decidida e eu choraminguei corando horrores, meu tio me olhou penalizado e foi se sentar do lado de fora. Cada prima minha enganchou em um braço meu e me arrastaram para dentro da loja.

– Porque vocês me odeiam? – Perguntei choramingando e elas riram baixinho, fomos para um lado onde só haviam peças intimas com rendas e eu corei como nunca. Ninguém iria ver, então para quê comprar?!

– Mione, qual é o seu númer-r-ro de busto? – Pergunto minha tia e eu corei olhando para meus seios.

– Não faço a mínima ideia. – Ela estalou a língua no céu da boca desgostosa e pegou um sutiã azul celeste e o colocando sobre meus seios.

– Hm, muito pequeno. – Corei e minhas primas zombaram.

– Mais nova e mesmo assim tem mais almofadas. – Corei violentamente e elas riram baixinho.

Ficamos nessa tortura por mais algum tempo até que tínhamos quatro sacolas para nós de peças intimas, saí vermelha como um tomate e perguntei querendo me distrair.

– Porque não fomos a lojas bruxas? – Elas se entreolharam e franziram os cenhos.

– Nós vamos depois daqui, Mione. – Choraminguei e ela riram indo em direção ao meu tio, que olhava para o nada de modo avoado.

***

Dois meses, quatorze dias e 17 horas. Esse é o tempo que estou na França, e tenho que admitir, elas conseguiram me transformar numa dama... Meia dama porque eu ainda xingo muito quando não estão por perto, toda noite eu me sento na cama e murmuro xingamentos para não perder costume, mas o estranho é que eu comecei a acha-los demasiado rudes quando saíam dos meus lábios.

Os mais simples eu ainda falava com facilidade, mas havia certas palavras que eu ficava constrangida de falar. E isso é uma droga.

Me acostumei com o salto já que eu estou proibida de andar pela casa sem ele, e sim, eu caio toda hora. Mas o pior é que minha tia negou tirar as manchas roxas doloridas que apareciam em meus joelhos e pernas quando eu caia, ela diz que é uma forma de me lembrar que devo andar com postura reta e de modo elegante para não cair. Meus pés ainda doem todo final de dia me deixando com bolhas enormes nos dedos e calcanhares.

Eu estava no jardim lendo um livro depois de fugir das lições de maquiagem de minha tia.

– Her-r-mione! – Ouvi minha tia me chamar e eu suspirei colocando os saltos malditos novamente, grunhi me levantando e deslizei elegantemente pelo gazebo até a porta de trás da casa, a abri e entrei com o livro apertado contra peito, a saia batia fazendo o barulho de seda farfalhar. Entrei na sala de visitas e, de costas para mim, vi uma família, eles estavam em escadinha sendo assim, o pai, o filho e a mãe.

– Sim, tia? – Falei polidamente ela sorriu me chamando, fui para seu lado e quando olhei para a família quase caí para trás. Era o menino que tinha vomitado no avião.

– Você! – Falamos em uníssono e eu corei levemente enquanto ele já estava com a cara completamente vermelha, eu havia lhe dado minhas balas de menta depois que o coitado quase vomitou as tripas.

Minha tia arqueou uma sobrancelha.

– Já conhece o Adam, Mione? – Perguntou e eu acenei com a cabeça de modo elegante.

– Nós nos conhecemos no pássaro de ferro que voa. – Tremeu Adam e eu ri baixinho.

– No avião. – Ele acenou com a cabeça e tia Mila sorriu.

– Bem, menos apresentações. – Ela riu de modo fofo e a mãe de Adam sorriu para mim. – Michelle, Louis, essa é minha sobrinha, Her-r-mione. – Sorri para eles estendi minha mão. – Mione, esses são os Blanche.

– Prazer em conhece-los, senhor e senhora Blanche. – Michelle riu baixinho e me puxou para um abraço beijando minhas bochechas, Louis repetiu o processo e eu já estava horrivelmente corada.

– Per-r-doem sua timidez, não está acostumada com esse tipo de apo-r-cimação. – Michelle riu e fez um gesto de pouco caso.

– Não há problema. – Vi que ela tinha um sotaque americano e quase sorri com isso, já não aguentava mais sempre ouvir as pessoas arranhando a garganta para falar meu nome.

– Perdão, mas de onde os senhores são? – Eles arquearam as sobrancelhas e Louis falou.

– Bem, Her-r-mione, eu sou daqui, mas Michelle é dos Estados Unidos. Adam nasceu lá e é onde morávamos até eu receber uma po-r-tosta de emprego em Londers. – Falou e eu sorri em entendimento.

– Queirram se sentar. – Minha tia convidou e eu quase suspirei aliviada, esperei os convidados se sentarem primeiro para poder me sentar ao lado de minha tia. Oh, Merlin. Eu mudei muito. – Bem, eu chamei a Mione pois ela estuda em Hogwar-r-ts.

– Oh, que maravilhoso. Diga-me, Hermione, como são as aulas? – Michelle perguntou e eu sorri.

– Depende que ano ele irá cursar. – Falei e eles sorriram.

– Raciocina rápido. Quinto ano. – Michelle falou e eu sorri.

– Ele terá algumas aulas obrigatórias mas poderá escolher outras opcionais, se está no quinto ano, irá fazer os N.O.Ms. Os professores são ótimos e dependendo para qual casa ele vá, os colegas também serão ótimos.

– Non querro meu filho na lufa-lufa, ouvi falar que só há perdedorres lá. – Louis falou com o sotaque bastante carregado e eu senti um pouco de raiva, lufa-lufa é uma ótima casa, melhor até que a grifinória.

– Desculpe-me, senhor Blanche, mas creio que seria uma honra ser escolhido para tal casa. É a única que não tem defeitos, são destemidos, amigáveis, leais, inteligentes e entre outros. – Falei polidamente, mas com certa dureza na voz, minha tia me repreendeu com o olhar mas eu lhe ignorei. – Não há apenas perdedores, podem não ganhar a taça das casas, mas são pessoas companheiras, de palavra e caráter. – Sorri para amenizar o fora e vi um sorrisinho em Adam e Michelle.

– Viu, querido? – Sorriu vitoriosa e ele suspirou acenando com a cabeça. – Não importa que casa ele pertença, irá continuar sendo um ótimo aluno e pessoa. – Ela sorriu para mim e concluiu. – Grifinória?

– Sim, senhora. – Confirmei e ela sorriu larga.

– Mione, porque não vai falar mais sobre Hogwar-r-ts com Adam no jardim? – Minha tia falou e eu acenei com a cabeça, me levantei e o esperei se levantar também, o apressei com o olhar já que eu queria tirar aqueles sapatos urgentemente. Ele se levantou de modo preguiçoso e voltei pelo caminho que vim sendo seguida por ele, assim que saí da casa para o caminho de cascalho parei de supetão e arranquei os sapatos suspirando aliviada vendo vários curativos em meus pés.

Ele limpou a garganta e eu olhei sobre o ombro vendo-o arquear uma sobrancelha.

– O que? Nem ferrando que eu iria continuar com essas torturas. – Ri e ele me olhou surpreso, continuei e andar sentindo o cascalho sobre meu pé e passei pelo arco olhando ao redor. Não me cansava da paisagem, fui até o gazebo novamente e me sentei no banco com almofadas que ali haviam, era quase como um sofá. Ele se sentou do outro lado de sofá e eu levantei meu pé pegando a caixinha de bandagens que eu deixei embaixo do banco, peguei dois e coloquei nos novos machucados choramingando.

– Porque você usa essas coisas se te machucam? – Perguntou vendo-me limpar o sangue.

– Não é como se eu quisesse. – Murmurei quase resmungando. – Na verdade, por mim eu estaria nesse momento com meu irmão jogando quadribol ou então mimando minha irmã e sobrinha. Mas não, a Hermione não é “feminina” o suficiente, então vamos manda-la para a tia dela na porra da França para ela se tornar uma dama. – Chiei em um só fôlego e corei ao vê-lo me encarando com a boca arreganhada. – Desculpe.

– Sem problemas. – Riu rouco. – Pensei que você não xingava, estava até incomodado em ficar perto de alguém perfeitinha como você.

– Acredite, eu não sou perfeitinha. Agora apenas aprendi a ter postura, andar como se deslizasse e a não mandar os outros se foderem por falarem merda. – Falei e sorri ao xingar novamente, fazia um tempo que não xingava perto de alguém, ele riu alto e eu o segui.

– Faltam apenas uma semana e meia para volta as aulas, não irá voltar para casa? – Perguntou vendo um gnomo subir no outro banco para poder subir na mureta perto de mim.

– Irei embora em uma semana, finalmente. – Sorri aliviada e ele me seguiu, o gnomo se sentou na mureta perto do meu ombro olhando Adam desconfiado, eles sabiam que eu não me importava com a presença deles e muito menos tentava tirá-los do quintal. Claro que no começo foi bem irritante já que eles subiam na mureta para puxar meu cabelos e tentar me tirar dali, mas ao notarem que eu não fazia nada além de ignorá-los, desistiram.

– Ei, idiota! – O gnomo guinchou para Adam e o mesmo fechou a cara. – Cai fora das minhas terras! – Adam arqueou ambas as sobrancelhas enquanto eu ria.

– Essa praga acabou de me expulsar? – Perguntou indignado e eu dei de ombros.

– Pelo menos ele não puxou seu cabelo. – Eu disse e o gnomo se levantou e começou a xingar Adam, o mesmo fechou mais ainda a cara e eu ri baixinho me levantando, peguei o gnomo vendo-o começar a me xingar, desci o gazebo e ele mordeu meu dedo me fazendo exclamar de dor assustada. – Eu só ia te tirar dali, mas agora você me irritou. – Chiei e comecei a rodá-lo até ficar tonto e então o joguei para longe. – Pestinha. – Murmurei sugando o lado do dedo indicador, a marca dos dentinhos ficaram ali e eu voltei ao gazebo. – Eles tem sorte de eu não pegar um furaozão.

Ele riu e eu suspirei voltando a me sentar e a ler.

***

Olhei sorridente para minha casa, eu não havia recebido nem mandado nenhuma carta para ninguém, já que mina tia não deixava para que eu não me desconcentrasse. Nem mesmo para James ela me deixou escrever, eu agora levava com dificuldade quatro malas, duas só de roupas novas que minha tia me obrigou a trazer. Uma estava repleta de presentes e livros que eu acabei comprando lá e a outra estavam as poucas roupas que eu consegui salvar de ir para o lixo, apenas as que eu mais gostava e tinha mais apreço.

Era uma surpresa ninguém sabia que eu iria chegar um dia antes, eu falei com minha tia e ela aceitou chorosa por eu ter me tornado uma perfeita “dama”, uma perfeita dama com perfeitos calos nos pés, isso sim. Trocamos as passagens e usei um táxi do aeroporto até minha casa, respirei fundo e passei pelas barreiras de proteção parando em frente a porta, deixei as malas aos meus pés e peguei a chave em minha bolsa.

Tentei ser o mais silenciosa possível, abri a porta aspirando o cheiro conhecido de lar.

– Pops? – Sussurrei e a elfa apareceu a minha frente com os olhos arregalados.

– Senhorita Potter? O que faz aqui? Deveria ter chegado apenas amanhã! – Exclamou e eu chiei colocando o dedo sobre os lábios.

– Shiii! Pops, será que poderia por favor levar minhas malas até meu quarto? Eu vou fazer uma surpresa para minha família. – Pops acenou com a cabeça e eu sorri para ela. – Obrigada, Pops. É a melhor elfa doméstica do mundo. – Pops fungou já com as lágrimas escorrendo e fez uma reverência profunda logo sumindo junto com minhas malas, tirei os saltos os levando na mão para não fazer nenhum barulho e fui na ponta do pé para a sala, mas estava vazia. Soltei um muxoxo baixinho e olhei na cozinha, ninguém. Franzi o cenho e olhei para o relógio, a essa hora papai e mamãe já deviam ter chegado do trabalho já que já era final de tarde.

Subi as escadas lentamente passando a mão em tudo com saudades, parei em frente ao quarto de Dora e ouvi seu resmungo baixinho, sorri larga e abri a porta devagar. O quarto estava vazio exceto pela bebê no berço, corri até ela sem fazer barulho e quase chorei ao ver que ela estava maior do que a última vez que a vi. Seus cabelos haviam crescido um pouco deixando mais a mostra a cor roxa, estranhei não ver Andy ou Ted ali como urubus cercando a carniça.

Dora me mirou e soltou um riso encantadoramente infantil.

– Oi, Dora. Sentiu falta da titia? – Sussurrei fazendo carinho em seu nariz, ela riu mais alto e agarrou meu dedo o chupando, mas eu tratei de tirar de sua boca. Eu acabei de chegar de viajem, minha mão deve estar cheia de germes e bactérias! Dora fez carinha de choro e eu me desesperei quando ela começou a chorar desesperadamente, a peguei a balançando para lá e para cá, me sentei na cadeira e fiquei nos balançando. Ela foi se acalmando e eu comecei a cantarolar, a mesma se calou de vez apenas me assistindo, sorri para ela e lhe beijei o rostinho me levantando e a colocando de volta no berço. – Já volto, bebê. – Saí do quarto e ouvi música muito alta vindo do quarto de James. Franzi o cenho sem entender porque estava tocando Pink Floyd, já que apenas eu e Sirius curtíamos essa banda.

Pressionei o ouvido contra a porta.

– Qual é, Aluado! Vai dizer que você não quer saber como foi?

– Não, Sirius. Eu não quero saber como foi que você conseguiu pegar alguém do sexto ano. – Ouvi a voz de Remus e suguei o ar abrindo a porta em de supetão, corri para dentro do quarto e me joguei em Sirius e Remus.

Primeiro eles guincharam assustados, mas depois ao notarem quem era me abraçaram de volta.

– Hermione! – Berrou Sirius me abraçando apertado, apertei mais o braço ao redor dos dois aspirando o cheiro conhecido.

– Almofadinhas! Aluado! Ai, Merlin! Que saudades! – Choraminguei e os soltei dando beijos em suas bochechas. Eles riram e me olharam espantados, tudo bem que era bem estranho eu estar com o cabelos controlado e de saia, mas não precisava abrir a boca...

– O que aconteceu com você? – Perguntou Remus tentando falar mais alto que a música e eu ri.

– Tia e primas fúteis, foi isso que aconteceu. – Eles riram e eu olhei ao redor procurando James.

– Ele saiu com uma trouxa do bairro. – Sirius disse dando de ombros eu fiz cara de entendimento. – Pedro não pôde vir, Andrômeda e Ted foram ver uma casa que ganharam de presente e seus pais foram junto.

– E deixaram Dora sozinha?! – Guinchei e eles se entreolharam, Remus corou e coçou a nuca.

– Bem, eles a deixaram conosco. – Dei um tapa na minha testa e fui abaixar a música.

– Isso é estranho. – Sirius murmurou assim que eu deixei a música bem baixinha, me virei para eles e os mesmos suspiraram. – Muito estranho.

– O que?

– Você andar e falar como uma lady. – Brincou e eu controlei a vontade de rolar os olhos, voltei ao quarto de Dora e a vi arrastando o berço. Isso mesmo, arrastando o berço. Ela estava sentada e passara a mão pela grade segurando na gaveta e a puxando, arrastando o berço já que a gaveta do móvel é contra crianças. Corri até ela e a peguei fazendo-a enroscar os dedos gordinhos em meus cabelos, ri e fui com ela até o quarto de James, Sirius estava deitado no tapete jogando uma bolinha para o alto enquanto cantarolava a música, e Remus estava lendo um dos livros, que provavelmente pertence ao novo ano de Hogwarts.

– O que aconteceu nessas férias? – Perguntei me sentando ao lado de Remus e deixando Ninfadora sentada de frente para mim em meu colo.

– Nada demais, Pedro está bem mais magro, eu estou mais gostoso, James mais míope, Remus mais nerd e você mais gostosa e feminina. – Rolei os olhos corando e Sirius parou de jogar a bolinha. – Ah é, Rabastan apareceu aqui e seu pai o azarou. – Engasguei segurando Andrômeda e os dois riram.

– Foi engraçado, semana passada ele apareceu querendo saber porque você não respondia as cartas dele e o seu pai o azarou bonito. – Riu Remus estranhamente satisfeito com isso, soltei um risinho e fiz careta para Dora, que riu e apertou meu nariz.

– Ranhoso e suas amigas ficavam tentando falar com você, só que você não respondia. – Sirius falou em tom de repreensão e eu lhe dei língua.

– Não podia, eu nem sabia que haviam me enviado cartas. Minha tia me proibia de ter qualquer contato com o mundo a fora. – Dramatizei e eles riram. – Será que Ninfadora já entende o que dizemos? – Perguntei para ninguém em especial e Remus negou com a cabeça olhando assustado para a bebê. – Que foi?

– Não, é que... Ela parece tão frágil. Tenho medo de segurar e machucar. – Eu ri negando com a cabeça.

– Você não é um monstro, Aluado. – Falei e lhe dei um beijo na bochecha, peguei Dora e virei para ele segurando em seu braço e fingindo que era ela. – Não é, Dora? – Perguntei e segurei seu bracinho fazendo gestos com a mão e falando fazendo biquinho. – Isso mesmo, tia Mione! Rems não é um monstro! – Ele riu e Sirius exclamou.

– Isso foi gay. – Eu gargalhei e ouvi a porta lá embaixo ser aberta, me levantei ouvindo os passos subirem as escadas e a porta do quarto de Dora ser aberta, dei Ninfadora para Remus, - e o mesmo a segurou longe do corpo como uma boneca, ambos ficaram se entreolhando enquanto Sirius se acabava de rir e eu ia para o lado da porta.

Ouvi os passos apressados e a porta do quarto foi aberta em um estrondo por James, que começou a tagarelar desesperado.

– Onde está a Do... Ah, ela está ai. – Suspirou aliviado. – Pensei que essa pestinha tinha saído do berço de novo. – Ele entrou no quarto e fechou a porta, me preparei e pulei em suas costas gritando.

– Jaaaaaaaay! – Ele berrou com o susto e caiu de joelhos comigo agarrada em seu tronco, já que ele havia ficado bem mais alto e eu não havia crescido nem mesmo um centímetro. Ele se virou assustado e me encarou como se eu fosse um fantasma.

– Eu estou vendo coisas ou é a Hermione de saia? – Perguntou com voz quebrando, puberdade, é você?

– Não, Pontas. É a sua irmã, sim. – Sirius riu se levantando, soltei James com a boca arreganhada, Remus se levantou me estendendo Dora, que começara a chorar e eu choraminguei.

– Que injusto! – Guinchei e James me abraçou apertado. – Porque vocês ficam mais altos e eu não?!

– Também senti sua falta, gnomo! – Exclamou e eu lhe abracei de volta antes de me soltar para pegar Dora, a mesma voltou a chorar com força e Remus apertou o nariz.

– Hm, Mione? Ela fez...

– Bosta. – Sirius completou franzindo o nariz, senti o cheiro atingir meu nariz mais sensível por conta da animagia e franzi o nariz junto com o resto dos meninos, ri e andei até o quarto da Dora com os meninos me seguindo.

– O que faz aqui um dia antes? – Perguntou James depois de tropeçar em um dos brinquedos de Dora.

– Querendo se livrar de mim? – Brinquei e franzi a cara para ele em confusão. – Cadê seus óculos?

– A trouxa disse que ele ficava mais “bonito” sem, e agora o idiota prefere tropeçar a voltar a enxergar. – Sirius disse dando de ombros e eu ri baixinho negando com a cabeça, deitei Dora no troca fraudas e todos respiramos fundo prendendo a respiração antes de eu abrir a frauda, James colocou a mão na boca e no nariz engoiando, Sirius saiu e os meninos foram atrás.

– Fracos! – Exclamei rindo, joguei a frauda fora e a limpei colocando uma nova e cheirosa. A peguei novamente e lhe enchi de beijos nas bochechas a fazendo rir, saí do quarto voltando ao de James e abri a boca surpresa ao ver Sirius e James plantando bananeira. – Mas... O quê?

– Um minuto! – Remus exclamou olhando para o próprio relógio, franzi as sobrancelha tentada a chutar as suas mãos. James virou gritando e caindo de costas, Sirius riu e ficou em pé olhando rindo para James, que gemia de dor no chão.

– Admita que eu sou o mais fodão dessa casa. – Arqueei uma sobrancelha e Remus riu.

– Eles começaram a discutir dizendo que um conseguia se manter pelas mãos mais tempo que o outro e cá estamos.

– E porque isso faz de Sirius o bonzão? – Perguntei e eles abriram as bocas assustados. – O que?

– Você disse bonzão, não “fodão”. – James se levantou e correu até mim. – O que você fez com minha irmã?! – Ele me balançou pelos ombros fazendo Dora rir em meu braço.

– Ei! – Chiei rolando os olhos. – Vai se foder, Pontas. – Ele sorriu aliviado.

– Bem melhor. – Eu ri e dei Dora para que ele segurasse.

– Para ficar melhor, vou tirar a saia. Eu as odeio. – Falei e eles riram enquanto eu corria para meu quarto, sorri ao ver tudo arrumado e gritei. – Obrigada, Pops! – Tirei a roupa delicada e peguei uma de minhas blusas antigas do Ramones e um short antigo e desbotado. Se minhas primas o vissem provavelmente gritariam!

Voltei ao quarto de James novamente me cansando de ficar indo e voltando.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!