Another Hermione escrita por Mrs Rainbow


Capítulo 23
23 - Podemos sim ter nossos corações pisados.


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo provavelmente vai ser o sonho e o pesadelos de algumas. Mas espero que gostem! Obrigada pelos comentários! E sim, eu estou na casa de uma amiga adiantando esse capítulo para vocês, se eu conseguir, respondo os comentários divosos! c':
Tô pensando em criar um grupo de wtt para a fanfic, ou então um no facebook, digam o que acham! :D

Agora voltemos ao trabalho de Química! ;-;
Se eu conseguir ainda posto outro capítulo hoje!



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Minha. Fodendo. Cabeça.

Grunhi sentindo que pisoteavam minha cabeça e abri lentamente os olhos, suspirei aliviada ao ver tudo escuro e apertei mais a coisa quentinha cheirosa nos meus braços, então eu senti.

Era o perfume de Remus.

Gritando, eu caí da cama largando o corpo quentinho.

– O que?! Quando?! Onde?! Como?! – Pedro saltou de sua cama alerta e Sirius caiu da dele junto com Frank. Remus olhou para fora da cama para mim ofegante enquanto James nem se mexer ele fez, Sirius se sentou no chão e Frank me olhou assustado.

– Mas o que? – Murmurou e estalou a língua voltando para debaixo dos cobertores resmungando.

– Hermione, por qual motivo você acordou as... 3:50 da manhã gritando?! – Sirius reclamou voltando a se deitar, Remus suspirou e me ofereceu a mão, aceitei envergonhada e me levantei sentando na cama de Aluado com o coração batendo contra as costelas.

– Não sei, talvez eu acordei gritando porque estava sufocando Remus? – Perguntei irônica e eles riram. – Como eu saí do três vassouras? Eu só me lembro de bater a cara na mesa. – Resmunguei apertando as têmporas, Remus bocejou.

– Eu te trouxe, você se encrencaria se te levássemos ao seu quarto, então você simplesmente me puxou para a cama e deu uma de visgo do diabo. – Riu e eu corei coçando os olhos, me levantei cambaleante e acenei lentamente com a cabeça.

– Obrigada, Aluado. – Me curvei sobre ele e beijei sua bochecha, ele sorriu tímido e eu fui até Sirius, que já havia se enfurnado nas cobertas, e caí em cima dele. O mesmo resmungou e eu chiei para ele também indo para debaixo das cobertas, ele me abraçou pela cintura e eu suspirei cansada.

– Mione... Se você me chutar da cama eu te azaro. – Resmungou e eu grunhi em concordância, a cama era grande e estava com muitas cobertas, acho que tinha no mínimo umas cinco, e por incrível que pareça, ficava mais confortável.

Então eu abri os olhos surpresa.

– Sirius?

– Hm?

– Me diga que eu estou usando uma roupa de baixo. – Murmurei e ela abriu um olho descendo a mão para minha coxa e voltando a minha cintura fechando o olho novamente com um sorriso malicioso.

– Você não está. – Eu corei e grunhi ignorando isso por agora, me encolhi em Sirius e caí novamente na inconsciência.

***

Ah, a lua cheia. Seria linda se não fosse o fato de que Remus se machucava toda vez por causa dessa filha da puta.

Eu e James estávamos sentados atrás de uma pedra perto do Salgueiro Lutador debaixo da capa esperando Remus, eu tinha uma barra de chocolate na mão e James uma garrafa de cerveja amanteigada, mas não era para nós. Era para Remus, ele ama essas duas coisas, pareciam lhe deixar mais para cima. Estávamos a algumas semanas dos testes e todos já estavam começando a ficar nervosos, Pedro se incluía em uma dessas pessoas, ele quase teve uma recaída e atacou a cozinha.

A lua já estava abaixando e eu e James estávamos plantados ali desde que Remus entrara, seria a primeira vez que iriamos buscá-lo. Ele não iria para a enfermaria! Ficaria confortável no próprio quarto. Já havíamos conversado com o diretor, ele apoiou a ideia. Conversei com a Madame Pomfrey e ela quase me xingou, mas no final suspirou e me deu uma maleta de primeiro socorros e me ensinou o que fazer com cada um. Claro que eu já sabia de tudo já que era eu que cuidava de Harry e Ron quando se machucavam, os uivos foram diminuindo e eu bocejei coçando os olhos, eu e James ficaríamos com belas olheiras.

Remus apareceu depois de um tempo cambaleante e quase caindo, nós nos levantamos num pulo e arrancamos a capa correndo a toda velocidade em sua direção. Ele levantou a cabeça confuso para nós, eu e James competíamos em corrida as vezes já que ficamos mais rápidos com esse lance de animagia. Remus não teve tempo de desabar no chão já que nós o seguramos bem a tempo, ele vestia apenas uma de suas calças surradas, passamos seus braços por nossos ombros e o apoiamos.

– Olá, Aluado. – Cumprimentou James e ele balbuciou ofegante.

– O-o que... Estão fazendo... aqui? – Perguntou e eu sorri de lado arrumando a capa em cima dele de modo que apenas seus braços aparecessem.

– Te buscando, ué. – Sorri e o senti se virar para mim me encarando, sorri para o nada já que não o conseguia ver e segurei em um lado de sua cintura enquanto James segurava do outro, o levantamos com certa dificuldade, da minha parte, é claro, e começamos a subir lentamente a escada para a torre da grifinória.

Chegamos no salão comunal da grifinória e então subimos para o quarto dos meninos, colocamos Remus com cuidado em sua cama e eu arfei em cansaço. James riu baixinho bocejando e vi que Pedro já devia estar correndo, sorri ao lembrar que eu que coloquei em sua cabeça para emagrecer, eu o manipulei lentamente por um ano inteiro, até me senti Alvo Dumbledore!

Humor negro, não?

Peguei a maleta que eu havia deixado debaixo da cama de Remus e olhei para onde antes ficava a cama de Frank. Decidiram que iriam deixar apenas com quatro pessoas por quarto nos dormitórios, Kath saiu do nosso por escolha própria. Não que eu esteja reclamando.

Sirius se sentou na cama, ele estava nos esperando deitado.

– Ele está bem? – Perguntou preocupado se levantando e chegando perto, acenei com a cabeça lembrando de já tê-lo visto sair mais machucado, comecei a cuidar dos seus machucados enquanto ele ficava quietinho observando atento a cada movimento meu, minhas bochechas estavam pegando fogo e eu não podia culpar o frio já que estava um calor desgraçado.

– Pontas, será que pode me passar a poção para dor, por favor? – Pedi passando corada a mistura no peito de Remus, ele não estava corado nem nada do tipo, estava um pouco inexpressivo imerso em seus pensamentos seguindo meus movimentos.

– Qual?

– A verde. – Murmurei e ele me deu. Vi os machucados fecharem e as cicatrizes aparecerem em suas costelas, era a mais grave. Fui para o rosto de Remus, ele me encarou de perto e eu sorri para ele sem mostrar os dentes, ele sorriu de lado e eu peguei sua nuca levantando de leve sua cabeça, dei a poção para ele e o mesmo suspirou aliviado encostando a cabeça no travesseiro.

– Melhor que a Madame Pomfrey. – Brincou fraco e nós três rimos, o cobri e me sentei na ponta de sua cama guardando as poções e curativos na maleta e a mesma debaixo da cama. Cocei os olhos bocejando e James já havia se jogado em sua cama caindo na inconsciência, era sábado então ninguém estava acordado ainda, provavelmente.

Me levantei e com um feitiço, fiz aparecer uma poltrona ao lado da cama de Remus, Sirius franziu o cenho.

– Vai ficar aqui? – Perguntou e eu bocejei novamente acenando com a cabeça, me sentei na poltrona afundando na mesma e me cobrindo com uma das mantas de Sirius, peguei um dos livros trouxas de Remus.

– Vou, que tipo de medi-bruxa eu seria se não ficasse aqui para meu paciente? – Perguntei sonolenta e Sirius deu de ombros voltando a deitar, comecei a ler o livro tentando prestar atenção nas palavras, mas elas duplicavam e eu tinha que começar novamente.

– Obrigada. – Murmurou Aluado e eu o olhei sorrindo, ele sorriu de modo carinhoso e eu segurei sua mão fazendo carinho com o dedão.

– Eu disse que eu estava aqui para qualquer coisa. – Ri e ele me seguiu, quando parou de rir me olhou sorrindo de leve e suspirou fechando os olhos e dormindo junto com todo mundo no quarto, ainda segurando uma de suas mãos bocejei novamente e trouxe os joelhos ao peito me virando na poltrona. E então eu cochilei.

Sábado todo foi uma coisa chata de acordar e dormir por alguns poucos dez minutos e então acordar para verificar se Remus estava com febre, dor ou algo do tipo.

Eu havia dito para Sirius avisar a James para avisar a Marlene que era para procurar Zabini e pedir para ele falar com Rabastan que eu iria ficar arrumando os resumos e coisas para a aula que eu daria à Dorcas, e por isso eu ficaria o dia inteiro no salão comunal. Uma mentirinha de leve, mas até que tinha certa verdade já que quando eu não estava cochilando nem cuidando de Remus eu estava cuidando para que os resumos ficassem ainda mais fáceis de se entender para Dorcas.

Claro que James trazia comida para mim e para Remus direto da cozinha, já que ele estava cuidando para que nós não morrêssemos de fome.

Eram talvez sete e meia da noite e Remus estava completamente desperto sentando na cama me encarando verificar sonolenta se eu havia deixado passar alguma coisa. Ele me encarou bocejar meio encabulado.

– Quando tempo faz que você não dorme? – Perguntou hesitante e eu olhei para o alto pensativa e lenta fazendo cálculos sem sentidos.

– Desde ontem, eu e James ficamos esperando você no Salgueiro e eu estou cuidando de você. – Sorri embargada e ele corou aparentemente envergonhado por eu estar verificando seu peito nú. – Mas pode compensar as horas mal dormidas me dizendo como fui como sua enfermeira. – Brinquei me sentando novamente na poltrona depois de ver que estava tudo bem, ele riu contagiante e falou.

– Foi melhor que a Madame Pomfrey! E com toda certeza é bem mais confortável que a ala hospitalar. – Eu ri baixinho e continuei a fazer os resumos depois de dar o chocolate para Remus comer, cocei os olhos e me espreguicei depois de acabar a última folha do resumo, ele mordiscou a barra de chocolate e então encarou as anotações. – O que está fazendo?

– Hm? Ah, estou resumindo e deixando a matéria de poções menos complicada para Dorcas, vou lhe dar aulas já que ela está se saindo mal da matéria. – Ri e ele me seguiu. – Mas acho que vou dizer para ela procurar Severo, ele vai ajudá-la de algum jeito e vai ser rude e malvado, mas ela não liga já que também não tem papa na língua. – Dei de ombros piscando lentamente e ele riu.

– O Sebo.. Quer dizer, Snape realmente vai ser rude mas bem, Dorcas é a Dorcas. – Corrigiu corado e eu ri balbuciando.

– Está andando muito com os marotos, Aluado. – Ele riu e me olhou debochado.

– E você é uma o que, Neve? – Eu ri pelo nariz me espreguiçando e ele ficou atento em meu rosto.

– Eu sei que estou horrível, mas acho que posso aguentar isso alguns dias no mês. – Falei e ele sorriu de um jeito carinhoso, senti meu rosto corar com seu olhar, mas ignorei sorrindo de volta.

***

Os testes chegaram, e o aniversário de Rabastan também.

Ninfadora estava a um mês de nascer e nós a alguns dias de voltar para casa, acabamos ganhando o jogo da corvinal e acho que nunca vi Wood tão feliz. Ele realmente ficou muito feliz por podermos passar para o último jogo contra a Sonserina, que nós ganhamos com muito suor e lágrimas, Merlin. Aquele jogo sim foi difícil, eles estavam preparados e derrubando nossos jogadores das vassouras, mas eu estava pior. Eu fiz Malfoy recuar com um simples olhar, foi foda.

Eu havia mimado Rabastan o dia todo, ficamos namorando em uma das salas abandonadas até ele ter que ir para a festa que estavam organizando para ele em seu salão comunal.

Eu estava andando sem rumo por Hogwarts, simplesmente passeando.

Até que ouvi Severo chiando.

– Me larga, Meadowes! Eu não vou te beijar! – Franzi o cenho e ao virar o corredor paralisei ao ver a cena, Dorcas havia prensando Severo na parede não o dando nenhuma chance de sair.

– Por favor, Sevs Sevs. Só um beijinho. – Ronronou e eu coloquei a mão na boca surpresa me escondendo atrás da pilastra, eu não perderia isso por nada!

– Não me chame assim! – Vociferou corando horrores, Merlin! Segurei a risada e vi Dorcas dar um sorriso malicioso.

– Você tem um mapa? – Perguntou inocente e Severo a olhou cínico.

– Claro que não! Porque eu teria um mapa?! E para que você precisa de um? – Perguntou com acidez estreitando os olhos em desconfiança ainda tentando se livrar das garras de Dorcas.

– Porque eu me perdi no brilho de seus olhos. – Severo nunca ficou tão corado e eu nunca ri tanto de modo tão silencioso, eu havia escorregado para o chão rindo sem fazer nenhum ruído tentando continuar assim. Eu estava vermelha de tanto que eu não respirava por causa do riso. Nunca pensei que um dia eu veria Sevs corado e Dorcas o cantando, eu nunca havia notado se ela sentia algum interesse por ele. Ele se desvencilhou dela e foi embora irritado pelo corredor oposto, eu ainda estava tentando rir sem fazer barulho quando Dorcas suspirou olhando por onde ele tinha saído. – Que coisa feia, Hermione. Rindo da desgraça alheia. – Eu gargalhei sem me importar e foi a melhor sensação do mundo, me levantei chorando de rir e respirei fundo tremendo de tanto que eu queria continuar a rir.

– Desde quando você está interessada em Severo? – Perguntei tentando parar de gargalhar, ela se virou para mim com um sorriso de lado.

– Desde que eu implorei de joelhos para ele me dar aulas de poções. – Eu ri pelo nariz e nós começamos a andar alheias aonde estávamos indo. – Ele foi tão rude e cínico que virou um desafio, então ele me ensinou poções melhor do que ninguém, sem ofensas. – Dei de ombros e ela continuou. – E quando eu vi, bum, eu queria beijar ele. Severo até que não é tão idiota quando está de bom humor.

– Mas o Severo? Sério? – Perguntei incrédula, não que ele fosse feio, ele tinha seu charme e era bem másculo, mas a aparência descuidada e envergada o deixava meio estranho. Ela riu para mim e falou debochada.

– Você fica com seu sádico que eu fico com meu seboso. – Eu gargalhei e ela me seguiu, fomos para ao jardim onde todos estudavam por conta dos testes e do calor, os marotos, Marlene e Alice estavam encostados em uma árvore e eu vi Remus tentando de qualquer jeito fazer os meninos estudarem. – Mione, não conte a ninguém ainda. Já basta você rindo da minha desgraça. – Falou franzindo a cara e eu sorri fazendo sinal de “zip” na boca e encenando que eu estava jogando a chave fora, eu me pergunto se no passado original Dorcas tenha sequer falado com Sevs. Provavelmente não, era interessante como apenas minha presença mudava algumas coisas, mas tinha outras que era impossível de se mexer e coisas que eu nem me atreveria em mudar.

Eu sei que Severo vai ter que xingar Lily para o relacionamento de James com Lílian acontecer, essas pequenas lembranças chaves que Harry me mostrara eram de extrema importância, elas precisavam acontecer mas isso não significava que eu iria desistir de Régulo e Severo. Eles se afastaram, talvez por acharem que eu ainda estava irritada com eles, mas eu via a hesitação dos dois ao me verem jogar as verdades em suas caras.

Mas não importa, depois de o relacionamento de Lily e James começar, eu irei juntar todas as amizades novamente. Talvez se os dois se resolverem antes disso, o episódio nem precise acontecer!

Deixei isso de lado por agora e cheguei perto dos meus amigos e enquanto Dorcas se deitava na grama recebendo olhares maliciosos de alguns corvinos, eu me sentei entre James e Sirius para fazê-los parar de discutir. Algo sobre quem era o mais bonito.

– É falta de educação entrar no meio da conversa dos outros sabia? – Ralhou Sirius e eu arqueei uma sobrancelha.

– Apanhar da senhora Potter por tirar nota ruim, também. Andem, metendo a cara nos livros. – Falei encostando a cabeça na árvore e os ouvindo resmungar e pegar os livros.

– Ah, qual é! Eu estou tentando a uma hora! Como você conseguiu? – Perguntou Remus meio irritado, eu sorri ainda de olhos fechados.

– Eles sabem que se tirarem notas baixas mamãe vai acabar com a raça deles. – Todos riram e voltaram a estudar, menos eu, que fiquei vagando pela minha cabeça.

­– Bem-vinda a mente de Hermione Granger Potter. Por favor, apertem os cintos, mantenham braços e pernas dentro do carrinho, não alimente os animais, não beba da água nem responda as vozes. Aproveite o passeio! – Ouvi Potter exclamar debochada e eu ri sozinha fazendo meus amigos me encararem com sobrancelhas arqueadas, eles riram pelo nariz negando com a cabeça e voltaram a estudar. Ninguém me pedia para estudar e eles sabiam que era porque eu não precisava, mas algumas horas antes das provas eu relia para ver se eu havia esquecido de alguma coisa e claro, como sempre, eu não esqueci.

Pedro estava um caco de tão nervoso que estava, algumas meninas passaram por nós coradas e rindo, os meninos acenaram sedutores e Sirius cutucou Pedro para o seguirem. Ele olhou para as meninas e sorriu inocente, mas isso fez uma corar intensamente e quase sair correndo. Remus foi o único que não tirou a cara dos livros.

– Que isso, eim! Pedro arrasando corações. – Riu Sirius e eu sorri de lado, Pedro era bonito e ainda tinha um peso para perder e alguns metros para ganhar, mas isso não parecia importar para as meninas do primeiro e segundo ano que pareceram achar algo bem interessante em vê-lo correr pelos jardins logo de manhã, quando eu acordava cedo demais sempre tinha alguma menina se escorando na janela para vê-lo correr nem que fosse só uma vez.

Claro que ele não fazia tanto sucesso quanto James, Sirius, Remus ou até mesmo Stephen o meu vizinho irritante. Ele era um corvino e por Merlin, sempre que ele me via fazia questão de perguntar algo para ver se eu errava, mas o pirralho sempre fazia perguntas que eu já sabia responder.

Para mim todos aqui eram pirralhos já que se ainda estivesse contando estaria com 22 anos, ou seriam 21?

Me encostei em Sirius e o mesmo se ajeitou para que eu ficasse mais confortável, fiquei lendo o livro de astronomia junto com ele e vendo a dificuldade de Sirius em decorar os nomes dos vários astros, coisa engraçada sendo que sua família inteira tinha nome de estrelas.

– Porque diabos eles decidiram que astronomia devia ser uma matéria?! – Vociferou irritado e eu ri baixinho enquanto ele me olhava irritado.

– Seu problema é para decorar? – Perguntei e ele acenou com a cabeça frustrado. – Quer ajuda?

– Não! Eu vou decorar o nome dessas drogas sozinho! Nem que seja a última coisa que eu faça! – Irritou-se mudando de página.

– Tem certeza? Eu posso te ensinar um...

– Não.

– Mas...

Sozinho. ­– Frisou e eu dei de ombros rindo baixinho, Dorcas tirou os olhos do livro de Herbologia para me encarar.

– Sabe como me fazer decorar essas plantas malditas e em que podemos usá-las? – Perguntou parecendo desesperada e esperançosa.

– Sei. – Dei de ombros e me levantei para me sentar ao seu lado, comecei a dar-lhes truques para gravar e macetes para lembrar os nomes. Ela foi pegando e agora repetia murmurando as frase que lhe ensinei.

Depois de um tempo, todos começaram a fechar seus livros e a conversarem, o único agora que ainda tinha a cara nos livros de astronomia de modo irritado era Almofadinhas, quando começou a escurecer, nós nos levantamos e Sirius levantou sorrindo.

– E então, cachorro. Decorou? – Perguntou James sorrindo debochado, Sirius sorriu orgulhoso.

– Mercúrio, Terra, Vênus, Marte, Jupiter, Urano, Netuno e Saturno. Em sua ordem. – Eu troquei um olhar com Marlene e começamos a rir. – O que foi?

– Não é nessa ordem. – Rimos e ele grunhiu frustrado pegando o livro novamente, de algum modo ele conseguia desviar das pessoas sem as olhar e ainda fazia isso de modo elegante. Malditos Black.

– Me deixa ajudar, Sirius. – Falei e ele chiou para mim se afastando, eu ri novamente e fomos em direção ao salão principal para jantar.

A maioria dos sonserinos do quarto ao sexto ano estava cambaleante e eu acho que na festa de Bastan teve bebida, me preocupei ao não vê-lo ali, mas ignorei o receio que cresceu em minha barriga ao não notar nem Helena Parkinson nem Bastan na mesa. Eu nunca desconfiei dele antes, porque desconfiaria agora? Bufei sozinha vendo Remus seguir meu olhar pela mesa da sonserina e olhar procurando pelo meu namorado.

– Ei, Mione. Não precisa se preocupar, talvez ele só tenha ficado bêbado e desmaiado no sofá do salão comunal dele. – Tentou me acalmar e eu sorri para ele, o mesmo sorriu levemente e voltou a comer tentando ao mesmo tempo, impedir James de pular para a mesa da lufa-lufa ao ver Lily ao lado de Amos. Mexi em minha comida e vi algumas garotas do quinto ano na mesa da sonserina cochicharem entre si me olhando, umas estavam penalizadas, mas uma, ela me olhava desdenhosa.

– Mione? – Perguntou alguém atrás de mim, virei o pescoço e vi Ted. Ele tinha a cara franzida em talvez, irritamento.

– Oi, Ted! Que foi? Aconteceu alguma coisa com Andy ou Dora?! – Perguntei já me levantando, ele negou com a cabeça e eu suspirei aliviada me sentando novamente, mas dessa vez, de frente para ele. Ele passou a mão na nuca desconfortável, eu havia me tornado sua amiga, claro que eu ainda o ameaçava e metia medo, mas eu gostava dele. Era bastante leal.

– Será... Que poderia me seguir? Andy quer que veja algo. – Murmurou e eu franzi o cenho acenando com a cabeça, me levantei mas não me despedi dos meninos já que pensei que voltaria logo. Ah, erro meu.

Fomos até perto do quarto que ele estava dividindo com Andy, eu pedi – lê-se implorei – a Dumbledore para que lhe desse um quarto já que ela estava grávida e ficaria mais seguro para ela, claro que para Ted ir com ela, ele mesmo teve que se ajoelhar na frente do diretor. Mas é claro que Dumbledore deixou, vendo que ele apenas queria ir para cuidar da noiva e da filha.

– Porque ela simplesmente não me chamou pela pulseira? – Perguntei desconfiada e confusa, ele suspirou e me olhou estranho, algo como pena.

– Ela disse que queria te levar lá pessoalmente. – Dei de ombros e ele bateu na porta, Andy com seu barrigão apareceu muito irritada, se bobear ela talvez até chorou de raiva.

– Andy! Se acalme, você não pode ficar se estressando! – Ralhou Ted e ela o olhou hostil respirando fundo.

– Me siga. – Falou apenas para mim de modo duro, fiquei com medo. Será que eu tinha feito alguma coisa? Repassei todo o ano em minha cabeça e ao não achar nada, a segui de modo hesitante. Ela parou onde ficaria a sala precisa e se sentou no chão olhando para a parede, arqueei uma sobrancelha e Andy rosnou em um pedido para que eu me sentasse ao seu lado.

Fui rapidamente esperando ela falar alguma coisa.

– Andy...

Shi. – Chiou e eu fechei a boca, ela agarrou a varinha e eu senti meu coração dar um salto de susto, ela respirou fundo e rodou a varinha nas mãos. Era quase igual ao de Bellatrix, mas enquanto a varinha de Bella era escura e muito torta, a de Andy era de uma madeira mais clara e um pouco menos envergada que a de sua irmã. As varinhas eram gêmeas, eu sabia pois Andy me contara. Fiquei sem entender o que ela queria, se passaram quinze minutos de silêncio e eu já estava me perguntando se eram apenas os hormônios de grávida, quando a porta da sala precisa apareceu. E eu senti que eu não gostaria do que eu iria ver, aquele receio voltou e Andy se levantou saindo irritada, olhei para ela confusa mas não a segui, sabia que não deveria.

E meu coração se apertou quando eu vi Rabastan e Helena saindo de lá, ele a beijava a empurrando para fora. Senti as lágrimas me invadirem e solucei, ele abriu os olhos com susto e empurrou Helena ao me ver parada de pé encostada na parede o encarando.

Doía, meu coração doía e meu estômago embrulhava enquanto minha garganta fechava.

– Mi-Mione? – Gaguejou limpando a boca e Helena olhou para trás assustada, ela olhou de mim para Rabastan e começou a sair lentamente tentando não ser notada. Mas a parte assustadora foi que eu não vi um sorriso, eu vi um olhar de pena, e tudo que eu menos queria dela e dos outros era isso. Pena. – N-não é o que parece. – A essa altura, Parkinson já havia desaparecido e eu arfava sentindo meu peito se contrair, me apoiei na parede e ele se aproximou suplicante.

– N-não chegue perto! – Guinchei me afastando com as lágrimas já escorrendo, ele as olhou com dor. – Como pôde fazer isso comigo? – Perguntei com a voz tremendo, seu lábio inferior tremeu levemente.

– Por favor, me deixe explicar! – Suplicou com os olhos inundando d’água, mas eu simplesmente arranquei o anel e joguei em seu peito falando trêmula.

– Me deixe em paz, seu bastardo idiota. – Ele ofegou deixando as lágrimas escorrerem pela bochecha.

– Por favor, eu te amo. – Murmurou e eu ri irônica falando de modo extremamente frio e o encarando com desprezo.

– Você não sabe o que é amar. – Me virei para sair, mas estaquei no lugar e me virei novamente, vendo-o olhando para mim esperançoso, mas eu simplesmente puxei meu punho para trás e lhe dei um soco no nariz. Ele gemeu de dor caindo sentado no chão atordoado e eu passei direto por ele, que apenas deixava o sangue escorrer pelo nariz até seu queixo encarando o anel em sua mão. Saí chorando, eu o amava. Ele havia batalhado por esse lugar no meu coração, ele me conquistou a cada dia apenas para fazer isso, para jogar os próprios esforços no lixo. Agora eu entendia o que Kath quis dizer, eu estava errada.

Podemos sim ter nossos corações pisados.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e meus parabéns para quem já dizia que ele estava traindo-a.

Até!