Another Hermione escrita por Mrs Rainbow


Capítulo 19
19 - Seu velho pervertido.


Notas iniciais do capítulo

Aye, sir!

Esse é o último capítulo que eu posto hoje! :D
Espero que tenham gostado dos últimos dois.
Boa leitura, minhas Rainbows!



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Ansiosa, pesarosa, um tanto medrosa, era assim que eu estava no dia de ir para a mansão Black.

Se apenas fosse os Black, estaria tudo bem! Mas não, os Lestrange e os Malfoy também iriam aparecer porque aparentemente eles são da família.

Se você acha que eu estou medrosa por dormir debaixo do mesmo teto que Bellatrix e Lúcio, está muito enganado. Estou medrosa por conhecer meus sogros! Rabastan já havia contado e seus pais estavam bem ansiosos em conhecer a sua nora sangue-puro. Claro que quando eu contei para meus pais a coisa foi diferente, papai petrificou e desmaiou enquanto mamãe riu e me deu parabéns dizendo que queria conhece-lo, quando meu pai acordou... Merlin, ele fez um drama maior que o de James e ficou sem falar comigo por três dias aparentemente magoado.

Mamãe amansou a fera, não quero saber como, e ele finalmente conversou comigo dizendo que queria conhecer o “Sebastian”. Sim, ele ficava falando o nome errado de propósito.

Bem, eu e James estávamos encarando o Largo Grimmauld como se fosse nos engolir, ele estava com medo de ficar no mesmo teto que muitos comensais e receoso em rever Bellatrix. Ele a odiava, mas também a temia. Eu não tinha medo sendo que seu rosto estava estampado em vários cartazes de procurado pelo mundo igual ao de muitos dentro daquela casa, então eu sabia que se eles tentassem algo, eu iria revidar e o ministério da magia apareceria para ver porque uma menor usou a varinha e todo mundo iria a Azkaban... Yay!

Suspirei e passei pelas barreiras com James atrás de mim como uma sombra, apertei a campainha sem hesitar e não demorou muito para a porta ser aberta. Suspirei aliviada ao ver Andrômeda nos encarando assustada.

– Vocês vieram? Seus idiotas! Diziam que estavam com varíola de dragão! – Chiou preocupada e eu ri lhe abraçando notando o volume pequeno em sua barriga.

– Eu não iria deixar você, Sirius e Régulo passar o natal sem a gente. Seria sem graça demais. – Ri e ela suspirou sorrindo de lado e dando passagem, entrei levando minha mala e ela gritou.

– Monstro! – Ouvi o “craque” comum e vi o elfo novamente, juro que até me emocionei, está bem que da última vez ele me xingava, mas não me importo. – Leve as malas deles para seus quartos. – Ordenou sem olhá-lo e Monstro reverenciou pegando resmungando as malas.

– Obrigada. – Murmurei e ele levantou a cabeça assustado, ele levou o nariz ao chão e aparatou com as malas.

– Bem, vão para o quarto de Sirius, os Malfoy já chegaram e só falta os Lestrange. Vou avisar a todos que já chegaram... – Murmurou e se arrastou até a sala, James e eu nos entreolhamos e corremos em passos leves as escadas, olhamos as plaquinhas e entramos sem bater no quarto de Sirius, o mesmo saltou da cama pegando a varinha e apontando para nós.

– Olá para você também, cachorro. – Riu James e Sirius abaixou a varinha surpreso, fechei a porta e corri para sua cama me jogando na mesma, o quarto ela todo grifinório. Tipo... Todo mesmo, além disso havia uma foto de todos os marotos, e isso me inclui, colada na parede junto com vários posters de trouxas de biquínis.

– Vocês vieram, que estranho. – Riu franzindo o cenho, então sorriu contagiante. – Vocês vieram!

– Viemos! Não iriamos deixar você na presença da sua prima louca sozinho. – Sussurrei e ele riu negando com a cabeça, olhei para James e o vi babando por uma loira com biquíni dos Estados Unidos. – Pontas? Tá babando. – Ri e ele acordou do transe me encarando assombrado.

– Acho que estou apaixonado. – Eu e Sirius rimos dando tapas nas próprias testas, a porta foi aberta e por ela, Régulo entrou correndo e fechando a porta atrás de si ofegante.

– O que foi? – Perguntou Sirius preocupado.

– A vó Irma chegou, ela queria apertar minhas bochechas! – Exclamou ofegante, e eu tapei a boca rindo. – Oh. Olá, Mione... James. – Cumprimentou sorrindo e colocou a orelha na porta para escutar algo. – Oh, Merlin... Ela está vindo! – E então correu para debaixo da cama de Sirius enquanto eu me sentava igual uma mocinha com as pernas na frente de Régulo e James se sentava a frente de Sirius jogando xadrez de bruxo. A porta foi escancarada e por ela, uma senhora com talvez seus 72 anos passou, ela era muito bonita. Talvez um dia foi loira, tinha olhos amendoados e por incrível que pareça, carinhosos.

– Sirius! – Exclamou e correu com toda elegância do mundo para ele o apertando as bochechas e lhe enchendo de beijos. – Oh, meu neto. O que esse cabelo? Grifinória? Estou orgulhosa, mesma casa que a vovó! Seu avô quase teve um treco, mas eu disse que deveria ficar orgulhoso pois pelo menos um dos Black era corajoso! – Falou sem parar e Régulo riu de modo que eu quase não escutei. – Oh, e quem é esse rapaz charmoso e a moça bonita? É sua namorada? Sirius, Sirius, olha o que você faz com essa menina, eim! Ela tem jeito de quem bate no marido se fizer estupidez, gostei dela. Não acredito que Narcisa foi pega tentando dormir com o namorado, num armário de vassouras! E antes do casamento! Ai, ai, no meu tempo... Você viu Andrômeda? Ela está gorda! Agora, adeus meu amor, vou procurar Régulo, você o viu por acaso? Não? Tudo bem. – E saiu sem mais nem menos, nem nos dando chance de nos apresentar ou responder suas perguntas, nos entreolhamos e estouramos em risada, Régulo saiu debaixo da cama rindo e se sentou ao meu lado.

– É sempre engraçado tê-la nos natais, ela sempre fala mal da comida, jogo de prato, dos filhos. É cômico. – Riu Régulo e eu o segui negando com a cabeça, hoje era natal, mas eu não esperava presentes nem uma lareira quentinha junto com chocolate quente. Já que a casa em si, era fria.

– Sirius, onde é meu quarto? – Perguntei lembrando dos presentes, ele respondeu sem nem mesmo me olhar.

– Na frente do quarto de Andrômeda. – Dei de ombros e me levantei me espreguiçando, saí do quarto e procurei o de Andy e então entrei no que eu iria dormir, era arrumado e escuro, como o resto da casa. Vi a mala em cima da cama e fui até ela a abrindo, peguei os presentes de Régulo, Sirius e Andrômeda e fechei a mala novamente ignorando a sensação de estar sendo vigiada, a casa era assim, parecia que tinha olhos. Mesmo no futuro, mas parece que no passado e com habitantes tudo se intensificava.

Saí do quarto e bati de leve no de Andy, a mesma abriu a porta pálida e eu sorri fraca entrando.

– Você está bem? – Perguntei inocente, ela deu de ombros e fechou a porta se sentando na cama.

– Estou, é só enjoo. – Sorri levemente e lhe dei seu presente, ela arregalou os olhos feliz e os rasgou vendo várias roupas, como sempre ela ficou animada pulando pelo quarto. Mas havia também outros presentes, roupas de bebê e roupas de grávida. Mas isso eu só a daria depois. – Brigada, Mione! Você é maravilhosa! – Exclamou e pulou em mim me abraçando apertado, eu ri corando.

– Que isso, foram só roupas.

– As exatas que eu queria! Sabe como é chato usar vestido preto em casa? – Resmungou e eu ri notando que ela estava com as roupas que eu havia lhe dado no natal passado. Ela me deu uma piscadela e pegou um embrulho pequeno debaixo da cama, Andrômeda o deixou em minha mão e eu abri afobada vendo duas pulseiras de prata, sorri emocionada e ela colocou o meu enquanto eu coloquei o seu. – Assim que você quiser falar comigo, é só apertar o coração. – Apertei a pedrinha negra e ela virou o pulso para seu rosto, o mesmo apareceu para mim na pulseira em forma ampliada. – E vice versa. – Ela sorriu e eu a abracei apertado.

– É perfeito. – Murmurei embargada e ela riu pelo nariz acariciando meus cabelos, me desvencilhei dela e sorri. – Eu tenho outros presentes para você. Mas, você só vai receber no tempo certo. – Ela resmungou e eu ri lhe dando um último abraço antes de pegar os outros presentes e voltar ao quarto de Sirius, Sirius agora corria atrás de Régulo pelo quarto e eu encarava tudo sem entender. – Gente?

– Agora não! Ele vai pagar por atrapalhar nosso jogo! – Rosnou Sirius. – Eu estava ganhando! – Eu ri e levantei os presentes. – Presentes! – Guinchou parando de supetão e se sentando na cama como se fosse um cachorro que o dono iria dar comida, caí da gargalhada e Régulo me seguiu indo para seu lado. Fechei a porta e me ajoelhei a frente deles, entreguei seus presentes e os meninos ofegaram ao verem o que era.

Era exatamente o que eles queriam, eu talvez tenha usado Leglimentes de leve no último dia de escola, só talvez. Régulo levantou o livro como se fosse algo sagrado, oh livrinho difícil de achar, viu... Enquanto Sirius ofegava ao ver seu aparelho para ouvir música portátil e várias fitas de cantores trouxas dessa época e das passadas. Ele realmente queria isso, me lembro de vê-lo namorando o de um garoto em hogwarts, aparentemente esse era o único eletrônico que não entrava pane com as barreiras mágicas da escola.

– M-Mione, como você achou? – Perguntou Régulo assustado, dei de ombros lembrando que tive que pedir para uma tia na França procurar e ainda tive que traduzir tudo.

– Uma tia na França, então eu só traduzi. – Dei de ombros novamente e ele pulou de seu lugar para me dar um abraço apertado, eu ri e devolvi o abraço.

– Hermione, muito, muito obrigada! – Ofegou olhando para o livro e me dando um beijo na bochecha antes de correr para fora do quarto, Sirius já ligara o aparelho e colocara uma fita do Ramones e os fones na cabeça. Ri baixinho e ele me olhou encantado me puxando para um abraço sufocante.

– Não dá para agradecer, Hermione. – Choramingou fechando os olhos maravilhado ao escutar as músicas, rolei os olhos rindo e me desvencilhei dele tirando e desligando o presente. – Ei!

– Aqui não, eles podem destruir por ser algo... trouxa. – Sussurrei a última palavra e ele colocou tudo de volta na caixa e a deixou com cuidado embaixo da cama. Eu ri baixinho e olhei pela janela, chegamos a pouco tempo, como já está anoitecendo?

– É melhor vocês irem tomar banho e se trocarem, fiquem “apresentáveis” para o jantar. – Debochou Sirius e eu ri me levantando, no quarto que eu iria ficar tinha um banheiro, fui até a mala e separei um vestido que minha mãe insistiu em colocar, na verdade a maior parte das roupas que tinha ali eram vestidos já que minha mãe disse que os Black são muito antiquados e se eu iria ficar na casa deles, deveria parecer como eles. Ri e peguei uma toalha para ir tomar banho.

Quando saí me assustei ao ver Andrômeda andando de lá para cá com maquiagens e revirando minhas roupas.

– Claro que pode entrar. – Ri e ela chiou para mim me jogando a roupa, ela era diferente da que eu tinha separado. – Você mudou a cor do meu vestido? – Perguntei incrédula ao ver o preto passar para vermelho, ela deu de ombros e eu ri começando a me trocar, eu havia trago apenas um salto e só iria usá-lo hoje para o jantar de natal. Assim que coloquei aquelas torturas no pé, Andrômeda enfiou em minha boca uma poção para cabelo, como eu sei? Lembrei do gosto, meus cabelos ficaram domáveis e ondulados. Ela simplesmente fez um penteado e colocou um laço vermelho, quando eu ia sair ela me puxou para me sentar novamente e começou a me maquiar. – Ei! Pára! – Resmunguei e ela chiou novamente, quando acabei eu estava emburrada. – Posso me ver agora, sua controladora? – Perguntei sarcástica e seu rosto ficou triste e então ela começou a chorar. – Ah, Merlin... Eu estava brincando! Calma, Andy! Eu estou linda, muito obrigada, você é muito talentosa. Transformou a mim, um trasgo, numa princesa. – A bajulei sem ainda saber como eu estava e ela parou de chorar e sorriu radiante.

– Você não é um trasgo, só não se cuida. – Riu e eu a encarei espantada, malditos hormônios de grávida. – Vou me arrumar. – E saiu.

Merlin, essa mulher vai enlouquecer quando Ninfadora começar a aparecer mais em sua barriga.

Eu já havia falado com meus pais que ela estava grávida e disse que a mesma ainda não sabia, assim que eu falei isso, mamãe começou a planejar um quarto de bebê bem ao lado do que Andy usa, mamãe já havia dito que ia ser uma garota. Que ela sentia em seus ossos, e não é que ela está certa?!

Me olhei no espelho e abri a boca surpresa ao me ver, aquela realmente não parecia comigo. Eu estava mocinha demais, não que eu fosse machona, mas não me vestia de modo tão delicado e cuidadoso assim.

Saí do quarto respirando fundo e desci as escadas para falar com todos, quer dizer, não posso ser mal educada e apenas falar com os anfitriões na hora do jantar. Desci com cuidado extra por causa dos saltos, cheguei embaixo e ouvi as conversas na sala. Respirei fundo novamente e coloquei um singelo sorriso nos lábios antes de passar pela porta, Walburga Black parou a conversa com seu marido e me olhou de cima a baixo com um olhar satisfeito. Tenho certeza que ela odeia meninas de calça, sorri para ela e me aproximei lentamente.

– Senhora Black, muito obrigada por nos convidar para o jantar de natal. – Falei e ela sorriu calma, mas seus olhos expressavam que ela esperava um grande show hoje à noite. De que, eu não sei.

– Não por isso, minha querida. – E voltou a conversar com o marido, todos estavam em roupas chiques e eu segurei um suspiro de alivio ao me sentar ao lado da avó dos meninos.

– ...E num armário de vassouras? Que vergonha, Narcisa Black. – Repreendeu e eu segurei o riso, Lúcio me encarava de cima abaixo surpreso. – E você, não sei se sabe, mas uma dama deve ser tratada com respeito, e isso inclui não ficar olhando para outras damas comprometidas. – Merlin, acho que eu estava vermelha de tanto que eu queria rir. – Pode rir, querida. Eu também riria. – Falou se virando para mim e eu não aguentei e comecei a rir baixinho enquanto a mesma me seguiu, Narcisa empinou o nariz para mim e se encostou mais no noivo. Mas os seus pais a repreenderam com o olhar e ela se afastou, Abraxas Malfoy estava conversando com alguns outros convidados e parecia animado com algo. E isso, embrulhou meu estômago de modo horrível. – Então tem namorado? E pelo que vejo em seu anel, não é Sirius. Que pena. – Falou realmente decepcionada e eu ri baixinho.

– Não, meu namorado é o irmão do marido de sua neta, Bellatrix. – Falei e ela tentou buscar na memória.

– Ah, o garoto com cara de quem vai matar o primeiro que espirrar perto dele? – Voltei a rir e ela me lembrou muito Dorcas.

– Esse mesmo, Rabastan. – Sorri tímida e a mesma sorriu larga.

– Ainda não sei seu nome, idade, casa, etc, etc.

– Oh, perdão. – Ri baixinho e ela sorriu de lado. – Hermione Dorea Potter, indo fazer treze anos, Grifinória, etc, etc. – Ela abriu a boca levemente surpresa.

– Você é filha de Dorea Black Potter? – Perguntou e eu acenei com a cabeça, e então ela sorriu larga. – Eu a conheci! Uma moça adorável, devo dizer, como toda boa Black. – Eu sorri e ela me olhou novamente. – Assim como você, tem sangue Black, minha menina.

– Talvez um pouco. – Ri baixinho e então um homem de aparência simpática se sentou ao meu lado.

– Minha querida sobrinha louca e seus novos familiares estão demorando a chegar, não? – Perguntou a ninguém em especial e se virou para mim com um sorriso. – Sou Alfardo Black, prazer. – Sorri para ele e apertei sua mão, Sirius no futuro falou que ele era seu tio favorito e que o mesmo foi deserdado por o ajudar a sair de casa.

– Sou Hermione Potter. – Ele sorriu e ouvi a Senhora Black resmungar.

– Sobrinha louca, humf, louca é pouco. Assassina, demente, vergonha para mim. – Narcisa se encolheu levemente e eu franzi o cenho.

– Oh, minha querida mãe felizmente não segue os ideais de morte aos nascidos trouxas, nem eu. – Deu de ombros e sua mãe sorriu.

– Ele é meu orgulho. Ele, Andrômeda, Sirius e Régulo. – Alfardo riu e então se virou para mim.

– E você, senhorita Potter?

– Hermione, por favor. – Ele acenou com a cabeça e eu dei de ombros. – Bem... eu já dei um soco em Malfoy e já ataquei sua sobrinha por falarem a palavra com “s”.

– Certo, como eu troco Bellatrix por ela? – Perguntou a ninguém em especial e eu corei horrores enquanto o senhor Alfardo ria.

– Tom! – Exclamou Abraxas e eu fiquei tensa sentindo minha cabeça começar a fazer pressão, Alfardo parou de rir também ficando tenso.

– Abraxas. – Cumprimentou e eu senti o olhar de Walburga em mim, respirei fundo e ele foi até a mesma com os olhos pregados em mim e um sorriso de lado. O encarei fria de volta mas com o estômago embrulhando, seus olhos estavam negros, não estavam vermelhos como ficavam quando ele estava puto de raiva ou sei lá. – Walburga, muito obrigada por me convidar. – Ela sorriu de lado corando.

– Não foi nada demais, senhor Riddle. – Ele deu-lhe um beijo na mão e Alfardo foi para mais perto de mim numa tentativa falha de tirar sua atenção.

– Oh, senhorita Potter. Que surpresa vê-la aqui. – Falou debochado e todos se calaram ao ver que ele me conhecia me encarando surpresos, o olhei tão fria que ouvi Alfardo se engasgar.

– Pois é, senhor Riddle. Que surpresa. – Falei acida sorrindo e controlando a mão para não mata-lo ali mesmo, eu realmente quero pelo menos tentar. A maioria sugou o ar ao me ouvir falar com tanta acidez, talvez não pensassem que alguém como eu pudesse ter tanto ódio guardado por alguém como ele.

Nossos olhares ficaram pregados e nenhum dos dois se atrevia a desviar para não mostrar fraqueza, a campainha tocou e Irma olhou ao redor notando o clima tenso.

– Alguém útil não vai abrir a porta? Lúcio? Porque não vai fazer algo além de corromper minha neta? – Narcisa corou horrores e eu não consegui manter o olhar já que eu coloquei a mão na boca para não rir e fechei os olhos querendo explodir em gargalhadas, Alfardo me seguiu respirando entrecortado.

– Mãe! – Cygnus Black a repreendeu com certo desgosto na voz, imagino que seja pelo fato de sua filha ter sido pega transando no armário de vassoura.

– Não precisa se levantar, Malfoy. Eu vou. – Falei dando uma desculpa para poder rir me levantando devagar.

– Eu vou junto. – Falou Alfardo fazendo careta para não rir, eles entenderam que queríamos rir, mas vi que alguns mais velhos também estavam prendendo o riso. Saímos apressados e assim que estávamos onde não nos podiam ouvir mais, começamos a gargalhar.

– Eu amo... A sua mãe. – Ri limpando as lágrimas que caíram e me acalmando.

– Eu também. – Respirou fundo e olhou o relógio. – Vá buscar meus melhores sobrinhos, por favor. Eu abro a porta para minha sobrinha demente. – Eu ri e acenei com a cabeça subindo as escadas, entrei no quarto de Sirius e os vi sentados jogando xadrez bruxo já arrumados, Régulo estava deitado lendo e Andrômeda estava olhando pela janela.

– Vocês perderam a avó de vocês falando sobre Narcisa ter sido pega no armário de vassouras. – Eles tomaram susto e me olharam finalmente de bocas abertas. – Que foi? Sei que sou linda e maravilhosa, mas todos já chegaram. – Eles acenaram com as cabeças ainda boquiabertos e eu corei com a atenção. – Vamos! – Me irritei e Andy riu se levantando, ela estava linda. Os meninos estavam de terno como todos, mas estavam muito charmosos.

Descemos as escadas e eu segurei Sirius pelo cotovelo.

– Que foi? – Perguntou e eu vi os três começarem a descer.

– “Sebastian” está aqui, não se desespere. – Falei e ele ficou pálido engolindo seco, ele respirou fundo e acenou com a cabeça.

– Se ele tentar algo, me proteja. – Falou brincando mas eu vi que tinha um pedido ali, sorri de lado rindo.

– Pode deixar. – Ele desceu primeiro e eu fui atrás mais devagar para não cair me sentindo ansiosa para conhecer a família de Rabastan.

Mal pisei no último degrau e senti alguém me tirando do chão em um abraço, ri como nunca ao sentir o cheiro cítrico de Rabastan e sentir seus braços em minha cintura. Ele me colocou no chão me olhando maravilhado e vice e versa, ele estava lindo de terno.

– Você está maravilhosa! – Exclamou me fazendo dar uma viradinha, eu corei horrores e rolei os olhos.

– Você não está nada mal. – Brinquei e ele riu me puxando para um selinho, e como eu estava de salto ele não teve que se curvar, apenas teve que abaixar a cabeça. – Eu senti sua falta. – Murmurei o abraçando pela cintura, ele acariciou meu rosto e deu um beijo na ponta do meu nariz.

– Eu também. – Ri e ele entrelaçou sua mão na minha, respirei fundo antes de entrar na sala novamente. Quando entramos juntos, as atenções vieram para nós.

– Está vendo, Sirius?! O garoto tem bom gosto! – Exclamou a senhora Black e eu corei sentindo os olhares em nós, Bellatrix me fuzilava com os olhos e tinha a aparência mais louca e vulgar que da última vez que a vi.

Riddle nos olhou gravando cada detalhe, desde as mãos entrelaçadas ao pouco batom que ficara na boca de Rabastan.

– Mãe, pai. Essa é Hermione Potter, minha namorada. – Rabastan me puxou até seus pais e eu quase suspirei aliviada ao não ver olhares de nojo ou indecisão, eles sorriam educados e eu fiquei feliz com isso.

– É um prazer conhecê-los, Senhor e senhora Lestrange. – Sorri tímida e os mesmos me olharam de cima a baixo sorrindo largos.

– O prazer é meu, querida. – Sorriu a mãe de Rabastan se levantando do sofá para me abraçar brevemente, o pai de Rabastan beijou as costas da minha mão e eu corei.

– Maninho, realmente. Que bom gosto. – Falou Rodolfo e Bellatrix chiou para ele, mas o mesmo deu de ombros continuando a beber seu Whisky de fogo.

– Rodolfo. – Repreendeu sua mãe e o mesmo rolou os olhos.

– Nosso filho nos contou que é a melhor da turma e melhor até que os do sétimo ano, senhorita Potter. – Se gabou o senhor Lestrange olhando de rabo de olho para Bellatrix, que apertou o copo frustrada.

– Hermione, por favor. – Corei. – Não diria melhor que o sétimo ano...

– Ah, sim. Ela é ótima, tão boa que venceu Lúcio e Bella em um duelo, e os dois a atacaram ao mesmo tempo ano passado. – Todos se engasgaram com a fala de Riddle, até mesmo James e Rabastan. Ele sorriu de lado levantando o copo para mim debochado, o olhei hostil e o mesmo me olhou divertido. Eu vou mata-lo.

– Não foi nada demais...

– Então você venceu Bellatrix ano passado, você estava no primeiro ano, certo? E ela no sétimo... Interessante. – Sorriu a senhora Lestrange e Sirius prendeu o riso junto com o senhor Alfardo. Bella rosnou apertando tanto o copo que ele quase estourou, ela deixou o copo na mesinha de centro e se levantou puxando a varinha.

– Podemos repetir o duelo, então. – Rosnou com a aparência louca e eu só ri.

– Claro, eu puxo minha varinha, acabo com você e então o ministério aparece porque uma menor usou magia fora de Hogwarts e eles a levam para Azkaban junto com metade das pessoas dessa casa por lhe receberem... Mas se quiser... – Dei de ombros e todos abriram a boca com meu raciocínio enquanto os olhos de Tom faiscavam admirados.

– Guarda essa varinha, Bella. – Falou entredentes Cygnus Black enquanto a mesma bufava guardando a varinha envergada.

– Sirius, acho bom você roubar essa garota do rapaz ali. Eu quero ela casada com um dos meus netos, pode ser você também, Régulo. – Réggie corou com a frase da avó e se afundou no sofá enquanto Sirius ria. Rabastan me abraçou pela cintura possessivo e eu ri baixinho.

– Vamos comer? – Perguntou Walburga nervosa pelo clima, todos se levantaram e na mesa havia papeis indicando nossos lugares. Sirius ficava entre James e Régulo e ao lado desse último, o senhor Alfardo ficava enquanto a vó Irma se sentaria ao lado de James. Eu fiquei entre Rabastan e Riddle, se eu travei ao ver aquilo? Puta merda, sim. Eu já queria matar ele de longe e tê-lo tão perto assim com uma faca na mão... Sei não.

Me sentei tensa entre os dois tentando controlar a mão de não pegar a faca e enfiar em sua testa, Régulo olhava para mim preocupado por estar ao lado dele, mas acho que deviam se preocupar com ele, não comigo. Posso não mata-lo, mas eu posso machuca-lo... E muito.

Quando estávamos todos sentados e bonitinhos tentando controlar a risada ao ver que Lúcio estava a duas cadeiras de distância de Narcisa, a comida apareceu e minha boca salivou. Eu amava a comida de monstro, era muito boa.

A vó Irma olhou por debaixo da mesa e quando voltou falou em seu tom normal como se estivesse discutindo sobre o tempo.

– Oh, acho que vi o útero de Bellatrix. – Me engasguei com o suco de abóbora enquanto muitos me seguiam, Rabastan deu tapinhas em minhas costas e eu segurei a risada.

– Querida. – Repreendeu seu marido ao lado de Rabastan, Cygnus e Druella coraram enquanto eu via Andrômeda prender o riso junto com os adultos.

– Eu acho que o tamanho dessa saia está ótima, vovó. – Debochou desdenhosa e a vó Irma riu.

– Claro que está... Para uma meretriz, olhe só a Hermione e Andrômeda. Estão descentes e bonitas, prontas para o natal e não para um funeral ou para mais um dia de trabalho num bordel. – Coloquei a mão sobre a boca querendo explodir em risadas e Rabastan encheu a boca de pão para não rir.

– Talvez eu me vista assim no seu funeral. – Ameaçou ficando sombria e seus pais e tios fizeram caras de assustados e indignados.

– Quem disse que você está convidada? – Riu fazendo pouco caso, então assumiu uma expressão séria e de dar medo fazendo os mais velhos e até mesmo Bellatrix se encolher. Os únicos que não os seguiram foram eu e Riddle. – E infelizmente, ainda sou sua avó. Trate de me respeitar, Lestrange. ­– Sorri de lado minimamente. Merlin, eu amo essa mulher.

– Eu acho que o Chudley Cannons talvez ganhe esse campeonato. – James tentou quebrar o clima, e não é que funcionou?

– O que?! Os Harpias vão ganhar, temos o melhor apanhador! – Abraxas retrucou e isso resultou em alguns homens falando sobre quadribol e as mulheres sobre o casamento de Narcisa, e claro, havia eu comendo em silêncio tentando manter o garfo em direção a minha boca e não à mão de Tom, que estava recostada sobre a mesa enquanto o mesmo bebericava o vinho encarando Andrômeda fitando desgostoso sua barriga. A mesma estava desconfortável e parecia muito querer vomitar.

– É falta de educação encarar as pessoas. – Sibilei ao tomar um gole de suco de abóbora e limpar minha boca com o lenço, ele deixou a taça na mesa e me olhou com o canto de olho de cima a baixo.

– Pensar em enfiar o garfo na mão dos outros também. – Retrucou debochado e eu ri sem humor.

– Tem sorte de eu ainda não ter enfiado. – Murmurei apertando os talheres, não havia mais dor de cabeça, apenas uma pressão irritante, como se alguém estivesse apertando minha cabeça.

Os Lestrange são bastante fiéis. – Comentou baixinho.

Não vou para seu lado, deveria mandar pessoas menos estúpidas para me amaldiçoar, Tom. – Retruquei e ela sorriu largo me encarando com os olhos brilhando em divertimento.

– Mione? O que está fazendo? – Perguntou Rabastan e eu me virei para ele com o cenho franzido. – Você... Estava chiando... – Sussurrou e eu arregalei os olhos, ele deu de ombros e eu me virei lentamente para Riddle novamente.

– Ofidioglota, hãm? Mas que eu saiba, apenas herdeiros de Salazar Slytherin sabem falar a língua das cobras. – Murmurou e eu evitei encarar seus olhos, ele talvez usasse Leglimentes e eu não sabia se iria conseguir proteger minhas memórias. – Há alguém descente de Salazar em sua linhagem?

Sorri misteriosa.

– Não. – E voltei a comer tentando ignorar completamente Lord Voldemort.

O jantar se seguiu com a senhora Black reclamando de tudo e todos, menos de mim, senhor Alfardo, Sirius, Riddle e Andrômeda. Até de Régulo ela falou.

– Deveria colocar uma coleira em seu filho, Malfoy. – Comentou e o seu marido corou se encolhendo na cadeira, eu e Sirius já ríamos sem nos importar.

– Talvez a senhora devesse... – Ele ia retrucar frio mas sua esposa o beliscou na mão por debaixo da mesa, eu segurei o riso ao vê-lo fazer careta e se calar. Rabastan notando a atenção de seu irmão, Tom e Régulo em mim, passou o braço para o encosto da minha cadeira. Arrastei minha cadeira até ficar colada na sua e me encostei no mesmo, ele aproveitou essa chance e escorregou o braço para meus ombros fazendo carinho no mesmo. Me arrepiei e ele riu beijando meus cabelos, sorri para o mesmo e vi James fazer careta.

– Walburga, minha filha, que tal encerramos essa tentativa de um jantar de natal e irmos logo para a sala beber? – Walburga acenou com a cabeça e os homens se levantaram, alguns puxaram as cadeiras para suas mulheres, enquanto outros passaram direto. Rabastan foi um deles, não que eu me importe, realmente não me importo.

Não sou tão fresca a esse ponto, mas Narcisa é, ela fez biquinho tossindo levemente e Lúcio parou no lugar suspirando e voltando apenas para puxar sua cadeira. Ela sorriu e se levantou de modo elegante segurando no braço do noivo, rolei os olhos com isso e quando eu ia me levantar, minha cadeira foi puxada.

Olhei para trás e vi Riddle com o braço estendido, pensei em ignorá-lo, mas ele parecia sério com esse lance de educação e etiqueta. Rolei os olhos pouco me importando e peguei em seu braço tensa, primeira vez que eu estava tocando de verdade em Lorde Voldemort.

– Passeie comigo pelos jardins. – Falou e não parecia um pedido.

– Não é como se eu fosse ter uma escolha mesmo. – Dei de ombros. – Mas vou falar com Rabastan antes, não quero meu namorado desconfiado e paranoico achando que estou me apaixonando por um assassino. – Falei como se não fosse nada demais e ele riu baixinho.

– Corajosa como uma grifinória. – Murmurou e eu arqueei uma sobrancelha soltando de seu braço brevemente para ir para a sala. Fui até Rabastan, que estava conversando com Lúcio e Rodolfo, e ele levantou o rosto para mim.

– Oi, minha pequena. – Falou me abraçando pela cintura e eu sorri para ele acariciando seu rosto.

– Oi... Vou passear pelos jardins com o senhor Riddle, está bem? – Falei e ele franziu o cenho confuso e desconfiado, ri de modo nasalado e lhe dei um breve selinho. – Não se preocupe, estou usando um anel Lestrange e não Riddle. – Ele sorriu e acenou com a cabeça, lhe dei outro selinho e acenei com a cabeça para Rodolfo ignorando completamente Malfoy e voltei para o corredor, Riddle estava me esperando no final do mesmo. Respirei fundo e andei até ele lentamente, com o barulho do salto ele me olhou e estendeu o braço novamente.

Enrosquei no seu e ele abriu a porta de trás, saímos e eu me arrepiei ao sentir o vento frio.

– Quer meu blazer? – Perguntou educado e eu o olhei de rabo de olho.

– Não, prefiro o frio, mesmo. – Ele deu de ombros e começamos a caminhar pelo extenso jardim. – Porque estamos aqui, Riddle?

– Porque me odeia tanto? – Perguntou ignorando minha pergunta e eu ri sem humor.

– Quer que eu liste? Está bem, primeiro, você mata bruxos por terem pais trouxas, você mata trouxas por serem trouxas, você tortura crianças por seus sangues... Já falei que você mata pessoas? – Perguntei irônica e ele me olhou sem emoção.

– Só por isso?

Só. Por. Isso? – Rosnei entredentes e ele arqueou uma sobrancelha. – Você queimou um orfanato trouxa, coisa engraçada para alguém que viveu em um. – Ele estacou no lugar e eu arqueei uma sobrancelha para ele.

– Como sabe disso? O velho que contou? – Perguntou e eu me irritei.

– Não chame Alvo Dumbledore assim. – Sibilei e ele voltou a andar. – E não, ele não me contou.

– Como sabe então? – Perguntou se corroendo, dei de ombros e ele respirou fundo tentando se acalmar, seus olhos lampejaram em vermelho por um momento e eu murmurei.

– Você é muito irritadiço, Riddle. – Ele fechou os olhos e seu dedo tremeu, eu sabia que ele queria me amaldiçoar mas não o faria por causa de respostas.

– O que mais sabe sobre mim? – Perguntou duro voltando a andar, dei de ombros novamente e ele bufou. – Vou ter que arrancar a força? – Perguntou me virando para ele enterrando os dedos em meu braço, o olhei hostil e fria vendo seus olhos ficarem vermelhos intensos.

– Não ouse. – Rosnei entredentes e ele tentou usar Leglimentes, ele apenas conseguiu ver Harry e Ron antes de eu fechar minha mente e desviar dos seus olhos. Ele agarrou meu queixo e me obrigou a olhá-lo.

– Quem é você?! – Rosnou e eu sorri de lado macabra.

– Muito mais do que pensa. – O empurrei me desvencilhando e lhe dei as costas, erro meu. Senti um cruciatos me atingir e caí de joelhos na grama ofegando uma vez, mas dor não era tão horrível quanto a do ritual. Ele andou calmamente até minha frente frustrado e aumentou a intensidade da maldição, levei uma mão a grama para me apoiar e rangi os dentes para não grunhir.

Ele sessou a maldição e me olhou meio intrigado, seus olhos voltaram a serem negros e ele sorriu de lado.

– Seria uma ótima comensal. – Rosnei para ele e me levantei novamente respirando fundo e limpando os joelhos, voltei a andar e quando cheguei ao seu lado puxei sua gravata o pegando de surpresa.

– Se ousar me amaldiçoar novamente enquanto eu estiver desarmada... – Deixei a ameaça morrer no ar e o soltei vendo-o consertar a gravata.

– Você é uma garota interessante. – Murmurou e me ofereceu o braço novamente, enrosquei o meu no seu e zombei acida.

– E comprometida, seu velho pervertido. – Ele riu rouco e eu continuei com uma carranca.

– Velho pervertido? – Perguntou mas eu continuei calada tentando não xingá-lo mais. – Como sabe que não sou tão novo assim?

– Já disse que sei muitas coisas sobre você, Riddle. – Falei em uma ameaça e ele sorriu macabro.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! :D

Até a próxima, abiguinhos! c:
PS, sim. Eu coloquei links, é a primeira e última vez. ashuashuhs