CAT

Minha mãe está na Academia. Minha mãe. Na Academia.

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QUE QUE A MINHA MÃE TÁ FAZENDO AQUI?

—Olá querida!

—O que você está fazendo aqui?

Ela torceu o nariz.

—Isso é jeito de cumprimentar a sua mãe?

Revirei os olhos.

—Oi mãe. Como você está? O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI?

—Não grite comigo.

—Então me responda!

Ela estava com uma expressão irritada.

—Preciso de um motivo para vir visitar meus filhos?

—Sim!

Ela bufou.

—Tenho que cuidar de certos... assuntos da família que incluem você e Daniel.

—Que assuntos?

Ela mordeu o lábio.

—Vá tomar café da manhã e depois conversamos.

—Hã, tudo bem...

Ela sorriu.

—Ótimo!

Ela virou e saiu pelo corredor, com os saltos fazendo barulho ao bater no piso.

—Como ela vai passar por toda aquela gente nos corredores? – Erick perguntou.

—Ela vai encontrar um jeito. – respondi.

—Tudo bem... Podemos ir para as panquecas? – Elena perguntou.

Eu sorri.

—Por que inferno ainda estamos aqui fora?

* * *

Entrei na sala do diretor Blueblood e encontrei minha mãe sentada na mesa dele. Depois do café eu tinha recebido um recado para ir para a sala dele.

—Mãe? Cadê o diretor?

—Ele me emprestou a sala dele por um tempinho. Sente-se.

Sentei-me em uma das cadeiras. Dan logo chegou e se sentou na outra.

—Tenho um compromisso em quinze minutos então vou ser rápida. Vocês dois vão sair da academia. Façam suas malas até amanhã.

Eu e Dan começamos a protestar. Ela ficou louca? Como ela chega aqui do nada e simplesmente resolve tirar eu e o Dan da academia?

Ela começou a rir.

—Deviam ter visto a cara de vocês. Calma queridos, é brincadeira.

Fechamos a cara pra ela. Ela revirou os olhos.

—Cara feia dá rugas.

—Pode dizer logo por que está aqui? Nós temos aula! – Dan reclamou.

Minha mãe revirou os olhos de novo.

—Quero falar com vocês sobre a novela do Magnus.

—Você assistiu? – Perguntei.

—Claro que eu assisti! Parabéns, aliás, foram muito bem.

—Então... você está aqui por quê...?

—Por que vocês precisam de uma empresária!

—Como é?

—Precisam de alguém para ajudar vocês com suas carreiras.

Eu amo a minha mãe. Ela é uma ótima pessoa. Mas ela é meio... controladora em relação ao trabalho.

—Olha mãe, agradecemos sua oferta... – Dan começou.

—Mas não, obrigada. – Terminei.

Ela levou a mão ao peito, com uma expressão indignada.

—Vão rejeitar a mãe de vocês?

—Não é isso mãe...

—Eu entendi. Meus filhinhos não precisam mais de mim.

Ela começou a chorar.

—Eu podia ter largado vocês dois em um orfanato quando nasceram, mas não. Eu cuidei de vocês a vida toda. Mas tudo bem, vocês cresceram e não precisam mais de mim, eu entendo.

—Tudo bem mãe, pode ser a nossa empresária.  – Dan disse.

Ela parou de chorar e sorriu.

—Ótimo! Magnus quer que vocês façam outra novela, vou falar com ele.

Ela usou chantagem emocional com a gente? [N/Elena: Agora sei pra quem você puxou.]

—Eu não acredito que ela fez isso! – Dan reclamou indignado.

—Eu sim. O que eu não acredito é que a gente caiu nessa.

* * *

Depois de uma semana, os outros estudantes da academia se acostumaram a ter celebridades na escola e nós pudemos ir para aula sem ter que defenestrar ninguém nem subir na tubulação.  O que quer dizer que agora nós podemos voltar a passar todo o tempo livre no refeitório como bons gordos.

—CATHERINE!

Quase engasguei com a minha pizza com o susto.

—Pare de comer tanto, vai ficar gorda na próxima novela! – minha mãe reclamou.

Olhei pra ela com indiferença e mordi minha pizza. Minha mãe revirou os olhos.

—Como quiser. Tenho que falar com você.

Acompanhei-a até uma sala vazia.

—Magnus vai gravar uma novela nova.

—Quando?

—Daqui a três semanas.

—Não pode ser daqui a duas?

—Não vamos marcar gravações na sua semana de exames, Catherine.

Droga.

—As gravações dessa vão ser no Canadá.

—Vamos passar uma semana no Canadá?

—Não. Você vai passar 4 meses no Canadá.

—Como é?

—Magnus chamou só você pra essa novela.

—Mas em quatro meses vamos nos formar!

—Infelizmente você vai ter que sair da Academia. Mas não se preocupe, você vai continuar estudando no instituto de Vancouver.

—Mas eu não quero estudar lá!

—Você também não queria vir pra academia, e agora você gosta daqui.

—Eu não vou pro Canadá!

—Vai sim. Vai ser bom pra você.

—Mas...

—Sem mas. Comece a se preparar.

* * *

—MAGNUS!

—O que você quer?

—Por que é que você resolveu me chamar para fazer uma novela no Canadá?

—Eu não queria te chamar pra nada! Sua empresária que chegou aqui e me obrigou!

—Como é?

—Minha próxima novela ia ser gravada aqui com o mesmo elenco, mas a sua mãe resolveu  que você tinha que ir pro Canadá.

—O quê? Por quê?

—E eu que sei? Ela é sua mãe, não minha. De qualquer jeito, eu gostei da ideia de gravar no Canadá. Mas eu preferia fazer isso em uma semana e com o meu elenco.

Minha mãe, por algum motivo que está além da minha compreensão, resolveu me mandar para o Canadá. Precisamos dar um jeito nisso.

—Magnus?

—Sim?

—Quer me ajudar a descobrir o que a minha mãe quer e dar um jeito de fazer essa novela do seu jeito?

—É, não estou fazendo nada mesmo.

—Ótimo. Convoque o Clube Unicórnio.