Academia Shadowhunter escrita por Cat Valdez


Capítulo 14
Os novos professores


Notas iniciais do capítulo

Ayo, ladies and gentlemen! Aqui é a Lady Elena!
MEU DEUS, EU 'TAVA COM MUITAS IDEIAS E SÓ UM CAPÍTULO PRA POR EM PRÁTICA!
Então, sim, ele tá grande!
Eu espero que vocês gostem!
Enjoy it! :)



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Elena

A verdade é que elevamos a nossa expectativa.

A semana foi legal? Foi. Mas eu acabei machucando meu pé praticamente no último dia, e não consegui fazer a última atividade.

Então, com “elevamos” eu quis dizer que eu elevei.

E agora eu tinha um pé vermelho e latejante no meu quarto e uma irmã que ficava o apertando.

— Tá doendo?

— Aham.

— Como você fez isso mesmo?

— Já disse, aquela vaca da Crystal me empurrou da parede de escalada, Elo.

— Ah...

De repente, a porta do quarto se abriu e Cat e Dan entraram.

— E aí? – falou Cat, se jogando na cama.

— Já fiz um Iratze. – respondeu Elo. – Mas ela não quebrou, ainda bem.

— Cat, eu só tenho uma pergunta. – a encarei de modo significativo. – Você bateu naquela morena burra?

— Sim, mas não muito. Vou deixar o resto com você.

— Isso sim é uma amiga de verdade!

Ficamos tagarelando um pouco mais, pensando em modos de matar a Lightscar, quando eu percebi que Elo e Dan estavam saindo.

— Hey, vocês vão para...? – falei.

Elo se virou para mim. Era engraçado vê-la ao lado de Dan, já que ela era baixinha e ele era mais alto. Basicamente, era assim ao lado de todo mundo.

— Temos que ir embora. – Elo respondeu e trocou um olhar cumplice com Dan.

— Temos que voltar pra casa. – disse Dan.

Eu e Cat nos olhamos e demos de ombros. Eles saíram e ela se virou para mim.

— Aposto que eles vão se beijar. – falei.

— Isso se o Dan tomar coragem. – Cat revirou os olhos.

Assenti em concordância. Elo parecia uma idiota, já que não notava as babas furtivas dele enquanto ele a olhava.

— Ah, não! – resmungou Cat.

— O que foi? Esqueceu de alimentar o Felisberto?

— Não. – ela bufou. – Com a ida dos irmãos do pessoal, a gente vai voltar a ter aula!

Droga!

***

Conversava tranquilamente com Julie quando o sinal tocou. Os alunos já estavam saindo pela porta, quando uma figura baixa e magra os barrou antes que conseguissem passar para o corredor.

— Onde pensam que vão? – uma voz fina extremamente familiar soou no meio da muvuca. – Todos os alunos sentados, tenho um comunicado a fazer!

— Ué. Quem é que tá barrando a saída? – perguntou Evan. – Não consigo enxergar com esses alunos de pé.

Não respondi, estava imersa em meus pensamentos de dúvidas cruéis. Não podia ser quem eu estava pensando... Podia? A voz era extremamente igual.

Os alunos, que faziam perguntas e reclamavam, foram voltando para os seus lugares dando espaço a figura misteriosa, ou quase misteriosa. Quando finalmente a frente da sala foi liberada, tive minhas conclusões tiradas.

— Hey, Le, essa não é a sua...

— Boa tarde, alunos. – Eloisa foi para o meio da sala após ter fechado a porta. – Eu não sei se lhe passaram um comunicado, mas houve uma mudança nos horários de aula. Vocês antes tinham sete aulas, certo? Bom, agora serão oito! – falou ela, com um tom de alegria na voz.

— O quê? – disse um carinha no fundo da sala. – Como assim? E quem é você?

— Eu estou com os novos horários aqui comigo e eu, meu jovem, sou a nova professora de vocês. Darei as oitavas aulas de terça e quinta. – ela entregou um bolinho de papéis cortados para os primeiros alunos das fileiras. Vi Thomas pegar um bolinho e passar alguns papéis para trás.

— Música? – indagou ele, em voz alta. – Você nos dará aula de música?

— Sim! – Elo estralou os dedos, apontando para Thomas como se ele tivesse adivinhado o futuro de uma nação. – Música! Serei a professora de música de vocês! Meu nome é Eloisa Blackgold, tenho 19 anos e já ganhei três prêmios de primeiro lugar em competições de piano e canto. Sou pianista profissional e curto tocar outros instrumentos nas horas livres. Ah! Sou do instituto de Miami!

Senti que alguns olhares se voltaram em minha direção. Abaixei a cabeça para meu livro de álgebra e afundei lentamente na cadeira.

— Alguma pergunta? – perguntou Elo.

Um outro carinha do fundo da sala levantou a mão.

— Sim?

— Onde que a música vai nos ajudar a matar demônios? Não acho que essa aula vá nos acrescentar algo... – disse ele e alguns alunos em volta concordaram.

Elo levou a mão no peito como se tivesse sido atingida por uma lâmina de serafim.

— Você acabou de me ofender muito, senhor sincero. – disse ela. – É o seguinte, caçadorezinhos de sombrinhas cheios de bolhas na cabeça, a música é de muita importância para um caçador de sombras. Muitas notas musicais incomodam demônios. Podemos encontrar um demônio com um Mi Bemol e podemos matar outro com um arranjo em Si Menor! Vocês não tem noção de o quanto tudo isso é importante. Sabiam que Mozart era caçador?

A sala ficou em silêncio.

— Ok. Quem aqui gosta de música?

Ninguém levantou a mão.

— Elena. – escutei minha voz saindo da boca de minha irmã e levantei os olhos, assustada. – Eu sei que você gosta. Mentir é errado. Menos dois pontos para Sonserina, irmã. – ela riu sozinha. – Ainda me lembro de você cantando e dançando e cantando Pussycat Dolls de madrugada no seu quarto no Instituto.

Todos me encararam de novo. Afundei ainda mais na cadeira. Que vergonha!

— Vocês são os caçadores de sombras mais chatos que já conheci! E olha que já conheci uns velhos bem chatos. – ela espremeu os olhos, como se lembrasse dos velhos chatos. – É o seguinte. Para nossa próxima aula, que será amanhã, quero que todos venham sabendo cantar três músicas da Britney!

— Quem é Britney? – perguntou Evan.

— Você não sabe quem é Britney? – Elo parecia chocada. – Spears! Britney Spears? Nunca ouviram? Tipo... Nunca? It’s Britney Bitch?

Todos ficaram em silêncio. Como ninguém pode conhecer a Britney Rainha Spears?

— Certo. A situação aqui é pior do que eu imaginava. – ela pegou um giz nas suas coisas e escreveu três palavras na lousa. – “Toxic”, “If U Seek Amy” e “Womanizer”. Escutem essas três músicas e estejam preparados para amanhã. E nem vem com a desculpa de que vocês não tem celular, porque eu sei que têm! Então escutem Britney!

E ela saiu pela porta, deixando todos atônitos e com cara de tacho.

— Ótimo, Blackgold! – uma vaca mugiu. – Sua irmã idiota vai estragar nossas vidas.

Todos ficaram em silêncio.

— Primeiro, Lightscar, fale de novo da minha irmã e eu vou abrir a sua garganta com a minha própria unha. Segundo, a sua vidinha já é estragada, não fale pelos outros. E terceiro, eu vou tocar um Si Bemol na sua cara se você não calar essa sua boca.

— Vejo que tentar quebrar seu pé não foi o suficiente. – ela murmurou, mas, como todos estavam em silêncio, eu escutei.

— Certo – Cat murmurou. –, você quer matar agora ou não?

— Não. – sorri, falando alto. – Só porque ela tem que tentar depreciar as pessoas só para se sentir melhor, não quer dizer que eu vou descer ao nível dela. Vamos, vamos almoçar.

***

Eu, Cat, Julie, Isa, Erick, Evan e Thomas nos sentamos em uma grande mesa no refeitório. Minha barriga roncava e anjinhos cantaram nos meus ouvidos quando comi uma garfada de lasanha.

— Ah, que fome! – resmunguei de boca cheia.

— Nem me fala. – disse Erick. – Hey, Elena, aquela não é sua irmã vindo pra cá?

— O quê? – engasguei. – Onde?

Antes que eu pudesse sequer dizer “Se escondam, cambada!”, ela se sentou na mesa conosco. E Dan também.

— E aí? – falou Elo.

— E aí o quê?

— Tudo bem, galera? – disse Dan.

Meus amigos assentiram.

— Elo, irmã que eu amo, posso saber o que você tá fazendo aqui?

— Eu vou comer, ué.

— Eu quis dizer nessa mesa e não na mesa dos professores. Você é uma agora. Aliás, por quê?

— Muitas perguntas, espere aí. – ela fez um gesto com a mão. – A lasanha tá boa?

— Me responde! E, sim, tá muito boa.

— Tá... Enquanto eu estava aqui, eles falaram comigo sobre um programa de jovens professores. Aí falaram comigo. O Dan também vai dar aula. Só não sei do quê. E eu to aqui porque todos os professores são chatos e velhos.

— Já conheceu o professor Chan? – perguntou Cat. – Ele é muito bonitinho. E jovem. Acho que tem vinte e dois. Dá aula de história.

Dan fez uma careta ao ouvir Cat falar do cara.

— Aposto que não. Que tipo de pessoa chama Chan? – todos nós começamos a fazer um gesto para ela parar de falar. – Deve ser uma bem louca, sei lá... Cara, ele deve ser...

Elo parou de falar tarde demais. Olhou para trás e esbugalhou os olhos. Lá estava o professor Chan, bonito como sempre, e com dois papéis na mão.

— Nighthunter, Blackgold, vocês esqueceram o relatório sobre Raziel na minha sala.

— Ah, tá, obrigada, professor Chan. – olhei para Elo acusadoramente enquanto sorria.

O professor foi embora e a gente encarou Elo como se ela fosse idiota. Bem, ela era.

— É errado eu ter um crush nele?

— Sim! – falou Dan, um pouco rápido demais. – Porque tá óbvio que a sua irmã tem um crush nele também.

O olhei com cara de “´Cê é demente, cara?”, mas acabei dando de ombros. Ele era bonito. Mas começamos a discutir com Elo (que queria que a gente falasse tudo sobre ele, já que ela é uma psicopata), porém ficamos em silêncio quando a porta do refeitório se escancarou. Uma figura passou por ela e pareceu procurar alguém.

Eu conhecia aquele cara.

— ROSANA! – eu e Elo gritamos juntas.

Ele revirou os olhos enquanto ia na nossa direção.

— É J-Hope, por favor.

— Mas sua mãe queria uma menina, então é Rosana mesmo.

— Affs, eu não mereço isso. – ele bufou e começou a conversar com o pessoal da mesa.

Sério, por que sempre na mesa em que estávamos?

Rosana, "J-Hope", Jayshade morava no Instituto de Miami e era nosso melhor amigo. Ele também não gostava da Crystal e da irmã idiota dela, o que fazia dele legal.

— O faz aqui? Ah, não responde! – falei. – É um professor?

— Sim. De combate.

— O que aconteceu com a Ravenwood? – disse Evan.

— Ela foi engolida por um demônio. Tá viva, mas em estado grave. Conseguiram fazer o bendito vomitá-la antes que morresse.

— E eu entreguei o currículo dele pro Blueblood.

— Ah... – assenti. – Agora, na boa, vão com os outros professores. – falei.

— Tá. Mas saibam que vamos dar uma prova surpresa pra vocês. – disse Dan.

— Não podem fazer isso! – reclamou Cat.

— Nós podemos fazer tudo.

***

A sétima aula estava prestes a começar, e eu sabia que, de terça-feira, era a aula da Ravenwood. Agora do J-Hope.

O novo professor entrou no campo de treinamento e nos olhou, esperando a silêncio. Ninguém calou a boca, então eu assobiei e apontei para J-Hope. Ele fez um joinha pra mim.

— Alunos, eu sou J-Hope Jayshade, seu novo professor de combate. Sua antiga professora foi engolida por um demônio e não está em condições de lecionar. Antes de começarmos, alguma pergunta?

Eu e Julie levantamos as mãos.

— Elena?

— Seu nome é Rosana, e não J-Hope.

Ele revirou os olhos.

— Julie?

— Por que J-Hope se seu nome é Rosana?

— J por causa do meu sobrenome e Hope porque eu tinha esperanças de que a minha mãe fosse mudar meu nome. Alguma outra pergunta?

Evan e mais um monte de gente levantaram a mão.

— Evan?

— Ela não mudou, né?

— Não. – o professor suspirou. – Uma pergunta que não seja sobre meu nome?

Todos abaixaram a mão, menos Thomas.

— Sim?

— Por que o seu nariz é tão grande?

— Vamos começar a aula!

A aula passou rapidamente enquanto ele ensinava alguns movimentos precisos para que não seja engolido por um demônio – nem sei de que lugar ele tirou essa ideia... – e em pouco tempo o sinal tocou, anunciando que a oitava aula começaria.

Saímos do campo de combate e fomos para a sala de música (que sempre esteve lá, mas a gente não sabia). Elo já estava lá, sorrindo psicopatamente enquanto encarava os alunos. Quando todos já estavam sentados, ela começou a dar aula.

— Então, quem ouviu Britney?

Todos, menos uma pessoinha, levantaram a mão. Eloisa encarou o menino.

— Steven, vá para o canto!

— Meu nome nem é Steven!

— Vai. Pro. Canto. E pense no que fez.

O menino resmungou e foi pro canto.

— Alguém tem algum questionamento? – Elo falou seca.

Outro infeliz levantou a mão.

— O quê? – perguntou com as sobrancelhas arqueadas.

— Em que situações a música vai nos ajudar? – ele indagou.

— Que bom que perguntou! – ela estalou os dedos e sorriu como se nada tivesse acontecido. – A música pode ser funcional contra demônios, como vocês devem saber. Mozart era um caçador, sabiam? Agora sabem. Então, por exemplo, num casamento, a noiva pode estar possuída. Numa festa, a aniversariante pode estar possuída.

Eu levantei a mão.

— Sim, Elena?

— Ou numa comemoração pela graduação de um golden retrivier por ele ter sido adestrado adequadamente, o treinador pode estar possuído.

— Hey, isso só aconteceu uma vez! – Elo defendeu-se. – Enfim, entendem o que eu quero dizer? Não querem fazer um alarde? Toquem uma música no tom certo que tudo ficará bem.

Sorri. Ah, eu ainda lembrava dela tocando na festa daquele cachorro.

***

Era uma da manhã e eu mexia no meu celular enquanto falava com Cat, quando bateram na porta do quarto. Ignoramos as batidas e começaram a fazê-las mais forte. Revirei os olhos e fui abrir.

— Quê? – falei.

Em frente à minha porta, estava Elo.

— Me empresta sua manteiga de cacau?

— O quê? Você veio ao meu quarto de madrugada para isso?

— Sim.

— Por quê?

— Meus lábios estão ressecados, duh. – ela falou. – Me passa logo.

— O que te faz pensar que eu tenho?

— Escuta, Elena, podemos fazer isso do jeito fácil ou do difícil. Você me dá o que eu quero ou eu conto pro diretor que você estava acordada de madrugada.

— E?

— Eu conto pra todo mundo o que você fazia no Instituto...

Se ela se referia à vez em que eu estava dançando Pussycat Dolls no meu quarto do Instituto, ela não conseguiria me envergonhar mais ainda. Hoje, o professor Chan me zoou!

— Você já contou mesmo.

— Dane-se, me dá a manteiga!

— O que aconteceu com a sua?

— Eu 'tava passando e eu derrubei na privada. E eu ainda não tinha dado descarga.

— Eca.

— Vai logo!

— Eu vou é te dar um soco de cacau. – resmunguei enquanto a puxava para dentro do quarto e procurava uma manteiga. – Aqui.

— Valeu, sestra! – ela falou e começou a passar. – Que borrachuda.

Revirei os olhos e Cat riu.

— Lele. – Elo me cutucou.

— Humm?

— Isso tá estragado?

— Não.

— Então por que meus lábios tão queimando?

— Ahn... Talvez esteja.

Ela me olhou com cara de assassina enquanto eu a empurrava até a porta.

— Elena, eu vou te bat...

Fechei a porta na cara dela e me virei para Cat, que encarava com interesse.

— Então, onde estevámos?


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Notas finais do capítulo

Gostaram? QUE MARAVILHOSO! Que tal deixar um comentário?
A Cat postará o próximo, como já sabem e blá-blá-blá. Então, até o próximo que eu postar!
Um abraço estilo Tyson e beijossssssssss! :*



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