Academia Shadowhunter escrita por Cat Valdez
Notas iniciais do capítulo
Oi!
CAT
-Não!
-Mas Catherine...
-Não!
-Pode pelo menos me deixar terminar?
-Não!
Minha mãe puxou meu braço.
-Catherine, não estou brincando.
-Eu sei. É por isso que eu estou brava.
-O que tem de tão ruim em estudar em Idris?
-Você sabe muito bem o que eu acho de Idris!
-Catherine, é bom você não estar fazendo esse escândalo só porque lá não tem internet.
Calma. Respira. Assassinato não é legal.
-Mande o Dan pra lá, se quiser mesmo ver alguém da família em Idris.
-Ele já passou da idade e você sabe disso. E não é por isso que eu quero que você vá. É porque eu acho que vai ser bom pra você.
-Posso aprender tudo o que preciso aqui em Londres.
-Não é bem disso que eu estou falando.
Olhei pra ela, confusa.
-Como assim?
-Só pense um pouco sobre isso.
Ergui as sobrancelhas.
-Está dizendo que eu posso escolher?
-Estou dizendo que prefiro que você concorde.
-E isso quer dizer que eu vou de qualquer jeito.
-Exatamente.
-Nesse caso eu vou estar no meu quarto me perguntando por que todo mundo me odeia nas próximas horas, como uma boa adolescente. Boa noite.
* * *
Alguém bateu na porta.
-Eu saí!
Dan entrou no quarto, revirando os olhos.
-Posso entrar?
-Acho que você tinha que perguntar isso antes de entrar.
Ele deu de ombros e pegou um pacote de doritos, ignorando minha indignação.
-Já acabou de ficar trancada aqui dentro se perguntando por que todo mundo te odeia?
-Já.
-Então agora você vê como ir para a academia em Idris será uma ótima experiência pra você?
-Nossa mãe te disse pra dizer isso?
-Talvez...
Joguei uma almofada na cara dele.
-O que tem de tão ruim em estudar em Idris? Você gosta de Idris!
-Gosto de passar um tempo lá de vez em quando. É diferente.
Ele revirou os olhos.
-Ah, vamos lá, vai ser legal.
-Ah, vai ser legal, eles disseram.
-Por que você acha que vai ser tão horrível?
-Porque sim.
-Pelo Anjo, Cat! Pelo menos arrume um bom motivo antes de reclamar.
-Eu tenho ótimos motivos!
-Acordar tarde, a comida daqui e internet não são motivos tão bons quanto você pensa.
-Não é por isso!
Ele ergueu a sobrancelha.
-Ok, não é só por isso.
-E o que mais?
-Idris é um lugar meio... claustrofóbico.
Em Idris não tem como falar com integrantes do submundo, nem como ir ao mundo normal (os mundanos tem umas coisas bem legais). Mas o pior é que, enquanto eu estiver em Idris, meu estudo vai ser só teoria e eu não vou poder fazer nada realmente útil como Caçadora de Sombras.
-Olha, seja lá qual seja o seu motivo, acho que você deveria pensar nos pontos positivos da coisa. Você vai de qualquer jeito.
-Talvez você tenha razão...
-Eu sempre tenho.
-Então, quais são os pontos positivos?
-Sei lá. Essa parte é com você, eu não posso pensar em tudo.
Joguei outra almofada na cara dele.
Elena
O ar de Miami estava frio. Era o que eu achava, pelo menos. Meus pais estavam me chamando para conversar e as minhas irmãs, Elissa e Eloisa, diziam que eu estava ferrada. E isso, a tensão que eu sentia por talvez ter sido descoberta por todas as pegadinhas e travessuras contra todos, deixava o clima estranho para mim.
Suspirei e entrei no escritório dos diretores do Instituto. Meus pais conversavam em voz baixa e, assim que eu entrei, levantaram os olhos para me encarar. Minha mãe forçou um sorriso e apontou para a cadeira na frente da mesa em que estavam.
- Humm... Oi. – sentei-me. – O que queriam falar comigo?
- Filha. – minha mãe chamou. – Nós amamos você, sabe disso...
- Ah, não! – eu falei. – Vocês vão me deserdar só porque eu quase joguei uma Lâmina de Serafim na Elo? Isso não é justo!
- Não... – meu pai se interrompeu. – Não tinha sido a Elissa?
- Er... Sim! – disse apressadamente. – O que queriam falar?
- Retomando: amamos você e sabemos que você é uma ótima Caçadora, muito boa para essa idade, mas resolvemos te mandar para a Academia de Caçadores de Sombras.
Loading... Loading... Loading... Loading efetuado com sucesso.
- Mas fica em Idris. – observei.
- Sabemos, querida. – disse meu pai.
- Então vocês estão realmente me deserdando, mas de uma forma chique!
- Não é nada disso, só queremos que você treine mais... Você fica muito com essas coisas mundanas, como celular e internot...
- Internet, mãe. Internet. – corrigi.
- Enfim – ela retomou. –, você deixou de treinar como antes. Queremos que você volte.
- Mas... Idris não tem sinal! – reclamei.
- Exato. – disse meu pai. – Olhe, sei que pode ser difícil, mas podemos nos falar por mensagens de fogo ou cartas, e ainda chamamos um feiticeiro de Nova York para armar o portal, ele é ótimo e vira especialmente para abrir o portal...
- Isso não é justo!
- Elena, a vida nem sempre a justa. – minha mãe não gostou da minha ladainha, por sinal. – E ficar aqui não é um opção. Você partirá em breve.
Resmunguei um palavrão (bem baixo, ou eles me matavam antes de um demônio fazer isso) e me retirei da sala.
Adeus salgadinhos, adeus tecnologia, adeus acéfalas (ops, irmãs), adeus diversão.
E olá, Idris.
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