CAPÍTULO 7

Na manhã seguinte Isabella despertou meio a susto e a um toque estridente de seu celular, ao olhá-lo — mesmo que com os olhos semicerrados e ainda lesada de sono — notou que havia mais de trinta ligações e centenas de mensagens, além de e-mails de quem trabalhava com ela.

Muitas informações em poucos segundos.

— Merda. — praguejou e tratou de retornar para a primeira pessoa que a ligara desde cedo.

Não bastou mais do que duas chamadas, e então uma Renée extremamente irritada e frustrada. Ela questionava, em um alto tom, o porque de sua filha ainda não ter ido buscar as crianças na casa dos avós paternos.

— Mas.. — tentou justificar-se, mesmo que não houvesse.

— Mas nada! — interrompeu-a em um ímpeto. — Não irei admitir que você continue sendo egoísta e muito menos que seja irresponsável. Não quando se trata de meus netos! — rugiu como uma leoa, fazendo Isabella surpreender-se. Sua mãe sempre agia como uma leoa para proteger suas crias, filhas, netos e a todos aqueles que amava.

Após um longo suspiro após a repreensão da mãe, Bella suspirou pesado.

— Certo, mamãe. Estou me arrumando para ir até lá, nos falamos depois. — e em seguida desligou, com um pulo, saiu da cama e correu para o banheiro. Não havia tempo para embelezar-se, teria que correr antes das onze para pegar os sobrinhos na mansão dos Denali, em nada mais, nada menos do que em Hamptons. Certo, duas ou três horas de carro. Mas a questão é: o trânsito lhe daria a honra de fazê-la chegar lá ao menos antes do almoço?

— Céus! — lamuriou, enrolando-se em uma toalha felpuda negra e correndo para o closet. Um vestido cinza de alças e levemente decotado fora escolhido, seu cumprimento justo vinha um ou dois dedos acima dos joelhos, nos pés baixas sandálias finas de “tiras no calcanhar”.

Por não estar de maquiagem, Bella fez questão de colocar seus maiores e mais escuros óculos de sol. Aquilo não afastaria os paparazzis, mas também não chamaria tanta atenção.

Correndo, pegou as chaves da BMW x6 e fez o que pôde para chegar rápido ao mesmo. A partir de agora seria uma questão direta de paciência — que graças aos anos da prática de yoga,  havia conseguido absorver! —. Ditou o destino ao GPS e procurou por atalhos práticos.

— Certo, Isabella. Vamos meditando até Hamptons, afinal, uma ressaca não se cura somente a base de bebidas. — ironizou, bebendo um gole grande de café preto e sem açúcar. Após uma careta, ligou o carro e saiu da garagem. Por sorte, não havia paparazzis, após agradecer mentalmente, ligou o som, onde uma sábia voz lhe dava dicas de um relaxamento e desintoxicação de más vibrações.

As próximas duas horas e meia foram assim; meditação, relaxamento e foco no que estaria por vir.

Está mais do que confirmado que eu sou a mais nova mamãe do pedaço, mas porque ainda não engulo isso?! — pensou consigo, desgostosa. Amava seus sobrinhos com loucura, mas ter de modificar sua rotina e tudo o que a cerca seria difícil, e muito!

Em pouco tempo, já estava estacionando diante da mansão panorâmica e incrível dos Denali. O casal estavam com as crianças na frente da mansão, onde havia uma bela e cheia mesa de café da manhã. Com um sorriso, Bella aproximou-se, e logo viu-se cercada de pequenas criaturas, mais conhecidas como seus sobrinhos.

Pela primeira vez em anos, Bella sentiu que sua presença era mais do que bem vinda àquelas crianças, era simplesmente... necessitada.

Com o coração apertado, nó na garganta, uma pressão que subia-lhe o rosto e ardia seus olhos cheios de lágrimas, ela ajoelhou-se na grama e os abraçou com todo o seu amor e apoio. Fechou os olhos e pôde sentir o que sua irmã tanto falava desde que dera a luz ao seu primeiro bebê: a dependência que eles tinham dela, não apenas da presença, mas dos sentimentos e emoções também envolvidos. Deus. Eles eram um pedaço dela também, como não cuidar deles?!

Não seria nada fácil, mas eles fariam dar certo.

— Vai ser um novo começo, crianças. Confiem em mim, tudo dará certo! — disse-lhes, rouca. Os mesmos assentiram, chorosos.