P.o.v. Percy:

O problema, era que nós só não sabiamos que o destino ia decidir em nosso lugar mais rápido.

Annabeth não elaborou um plano no caminho. Chegamos na casa dos pais dela por volta da 5:00 da manhã.

Me lembro de tudo embaçado, acho que a minha mémoria quis apagar os momentos ruins. O problema, é que assim que entramos, todos os momentos foram ruins.

Me lembro que Will estava lá, e começamos a conversar, até que ele disse alguma coisa relacionada a Annabeth ser "vadia", e eu parti para cima dele, Ela tentando separar a briga e levando uma pancada na barriga.

Acho que nunca mais vou esquecer o grito de dor da menina, depois disso, agi no automático. A peguei no colo, coloquei no carro e fui em alta velocidade para o hospital. Minha cabeça não estava ali, eu via sim tudo o que acontecia ao meu redor, mas não prestava atenção em nada, simplesmente, o que se passava pela minha cabeça era que o nosso filho podia morrer por conta de uma briga idiota.

Nosso filho. Era tão estranho pensar isso. Não que fosse ruim, pelo contrário, era uma sensação maravilhosa! Só que naquele momento, pensar nisso me fazia sentir algo relacionado a culpa.

Como eu já disse, estava no automático. Até o momento em que me deram Aquela noticia. Eu já esperava, mas, mesmo assim, tenho certeza que foi pior que levar uma facada.

Annabeth não tinha reação. Ela só ficou lá, parada, como se não conseguisse absorver aquelas informações tão rápido. Não daquela forma. Assim que aparentou ter entendido, deitou a cabeça no meu ombro e chorou como nunca.

Meu filho tinha morrido. Meu filho havia morrido por causa de uma atitude infantil. Uma atitude MINHA.

Quantas vezes ela tinha chorado naqueles últimos dias?

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P.o.v. Narrador:

Os anos se passaram, eles se formaram (Ele era médico, mais especificamente, pediatra, e ela, arquiteta.), começaram a morar juntos, o namoro estava as mil maravilhas.

Claro, como qualquer casal, tinha seus altos e baixos, e aquele ano foi cheio deles:

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P.o.v. Percy:

Cheguei em casa do plantão, uma simples palavra me definia totalmente: Cansado.

Annabeth, como sempre, agiu imediatamente. Se levantou do sofá, tirou o meu jaleco, pendurou no cabide, me deu um beijo e foi para o quarto comigo.

–Quer comer alguma coisa?- Ela perguntou baixinho.

–Não meu amor,eu só quero dormir.

Ela assentiu e deitou a cabeça no meu ombro, adormecendo junto comigo.

(...)

–Percy?- Alguém me chamou choramingando.

–Estou aqui. O que aconteceu?

–Está doendo...

Despertei rapidamente e liguei o abajur.

Ela estava com a mão na barriga e uma lágrima solitária descia pelo seu rosto.

A puxei para o meu colo e coloquei a mão em cima da dela, que gemeu com o toque.

–Vamos para o hospital Annie.

Ela assentiu e se levantou com dificuldade, pegando a primeira roupa do armário.

Fiz a mesma coisa só que mais rápido.

Passei minha mão levemente pela cintura dela e a guiei até a porta.Ela entrou no carro e encostou a cabeça na janela fechada.Chegamos no hospital por volta de 20minutos depois.

Ela foi para uma sala enquanto eu preenchia a fixa. Eu tinha ideia do que era, e rezaria para estar errado.