~Pov Draco

Cheguei em casa e encontrei Astória encostada na minha porta com um sorriso presunçoso no rosto. Revirei os olhos, sem conseguir conter um sorriso ao vê-la ali.

—E então? O que ela achou do presente?

—Ela adorou.

—Viu? Eu disse que ela gostaria. –A loira disse com um sorriso convencido.

—O que está fazendo aqui, Greengrass? –Perguntei abrindo a porta, dando espaço para que ela passasse.

—Eu estava entediada. –Ela deu de ombros e eu ri, nós seguimos até a cozinha. –E você disse que se eu quisesse repetir eu podia mandar uma coruja. Decidi mandar a mim mesma.

—Prática.

—Não sou? –Astória sorriu. Após abrir a garrafa de vinho e servir duas taças eu entreguei uma delas para a mulher. –Obrigada. E então, como foi?

—Estranho. Scorpius acha que estamos namorando.

—E não estamos? –Eu arqueei as sobrancelhas e ela gargalhou, bebendo um gole da bebida. –Estou brincando, Malfoy, calma, quero um relacionamento tanto quanto você. O que você disse a ele?

—Que somos amigos. –Eu pisquei, virando o resto da bebida que estava em meu copo. Ela fez o mesmo, colocando o copo sobre o balcão e se aproximando de mim.

—E somos mesmo.

Astória começou a desabotoar os botões da minha camisa lentamente, com a boca em meu pescoço. Ela distribuía beijos, mordidas e chupões e eu coloquei as mãos em sua cintura fina, descendo lentamente até sua bunda.

Ela se afastou um pouco, se esticando e pegando a garrafa de vinho, bebendo um gole. Em seguida a mulher pegou a minha mão e juntos seguimos até o meu quarto, que aparentemente ela sabia exatamente onde era.

~Pov Hermione

Rony entrou na casa deixando seu casaco no sofá em silêncio. Quando o ruivo olhou para mim, em seus olhos vi que ele não estava nada bem, mas isso não durou muito porque no segundo seguinte o que saiu da sua boca deixou claro que ele estava procurando uma briga.

—Então quer dizer que é só eu ficar fora por algumas horas que você já vai correndo para o Malfoy?

—O quê? –Cruzei os braços, sem acreditar no que estava ouvindo.

—Você ouviu o que eu disse. Eu chego aqui depois de um dia fora e vocês estão agarradinhos no escuro como dois adolescentes... Sério, Hermione?

—Ele só estava me fazendo companhia porque eu estava preocupada com você. E não estávamos agarradinhos.

—Eu vi como estava preocupada.

Bufei, furiosa e dei as costas, mas o ruivo segurou o meu braço, me fazendo ficar. Eu não ficaria ali parada ouvindo ele insinuar coisas que apenas me deixariam ainda mais revoltada.

—Eu ainda não terminei.

—É, mas eu sim. –Respondi, arqueando as sobrancelhas. –Pensei que as coisas estavam bem entre a gente, mas aparentemente eu estava errada.

O que era estranho, porque hoje pela manhã eu podia jurar que estávamos melhores do que nunca.

—Estava mesmo. –Ele me soltou.

—Não vai me dizer onde estava?

—Eu estava pensando em algumas coisas. –Balancei a cabeça, chocada com a excelente explicação. –Você realmente nunca vai superar, não é?

—Olha, se acha que me colocar como a errada da situação vai ajudar em alguma coisa saiba que você está muito enganado. A única coisa que me liga ao Draco agora é o Scorpius.

—Sabe qual é a pior parte? –Eu o encarei enquanto ele segurava meu rosto próximo ao seu. –Eu sabia desde o início como iríamos acabar, mas mesmo assim eu quis insistir. Eu amo você, Mione e sempre vou amar, nunca se esqueça disso.

—Rony, você está me deixando confusa e assustada.

—Eu só cansei de ser o que impede você de correr pro Malfoy toda vez que vocês se encontram, porra! –O ruivo gritou, se afastando.

—O que aconteceu? –Perguntei, porque claramente havia alguma coisa errada com ele.

—Eu quero o divórcio, Hermione.

—O quê?

—Você ouviu. Vou embora amanhã.

Eu olhei em seus olhos e vi o quão sério ele estava falando, além de algo que eu não conseguia identificar. As lágrimas começaram a chegar, mas eu respirei fundo e me recompus. Balancei a cabeça concordando, pois eu via que nada que eu dissesse mudaria sua opinião.

—Não vou ficar aqui.

—Por favor, não dificulte as coisas. Eu quero que você e o Scorp fiquem com a casa.

—Mas eu não. –Respondi, limpando uma lágrima teimosa que escorreu pela minha bochecha. –Vou avisar a Gina e o Harry que você apareceu, eles devem estar preocupados.

Então dei as costas, indo para a varanda dos fundos, o mesmo lugar onde encontrei Draco esta noite. Me sentei e, após mandar um patrono para os Potter eu respirei fundo. Sabia que havia algo errado e eu não descansaria até descobrir exatamente o que era.

~Pov Gina

—Quem o Rony pensa que é?! –Gritei, de braços cruzados enquanto andava de um lado para o outro. Harry estava sentado na cama me olhando. –Eu juro que se ele não tiver uma boa explicação eu vou arrancar todos os fios ruivos daquela cabeça enorme!

—Meu amor, se acalma...

—Ele perdeu o aniversário da Mione, Harry! –Bati o pé e ele pegou minha mão, me puxando para si. Eu me sentei em seu colo, passando as pernas em torno de sua cintura. –Ele não pode fazer isso com ela. Não pode fazer isso comigo. –Murmurei chateada e ele sorriu.

—Eu concordo e eu mesmo perguntarei a ele o que houve amanhã.

—Promete?

—Prometo. –Ele respondeu beijando a ponta do meu nariz e me fazendo sorrir.

Olhei bem para o rosto do meu marido, reparando o quão cansado ele parecia. Eu sabia que ele perdia noites de sono pensando nos inúmeros problemas do ministério com todas as pessoas que julgávamos estar mortas aparecendo assim. Primeiro Draco, depois Dolohov e alguns comparsas que pensamos nunca mais fossemos ver depois da guerra.

E agora o bebê.

Eu não poderia ignorar o fato de que ele estaria em perigo. Seu pai sempre seria um herói de guerra e agora também chefe dos aurores, nosso filho sempre seria visto como alvo.

Ou seria uma menina?

Imaginei o bebê. As mãos gordinhas, as bochechas rosadas... Será que teria os lindos olhos que Harry herdara de Lily Potter? Os fios ruivos presentes em todos os Weasley? Os cabelos rebeldes e bagunçados que ele nunca penteava? Meu jeito explosivo? Eram tantas combinações!

—O que foi, Gina? –Meu marido perguntou, me trazendo de volta a realidade. Ele abraçou minha cintura. –Sei que tem alguma coisa te preocupando.

—Eu não sei como dizer. –Ri, nervosa porque ou ele ficaria muito feliz com a notícia ou se preocuparia ainda mais.

—Sabe que pode me dizer qualquer coisa, não é? –Disse distribuindo beijinhos em meu rosto.

—Nós vamos ter um bebê, Harry. Eu estou grávida. –Falei e ele parou o que estava fazendo para mirar seus olhos arregalados em mim.

—Eu espero que tenha o seu cabelo porque se tiver o meu vai me odiar pra sempre, principalmente se for uma menina. –Respondeu depois de um tempo, me arrancando uma risada. Meus olhos se encheram de lágrimas e eu o abracei apertada enquanto ele apertava mais meu corpo junto ao seu, beijando carinhosamente minha cabeça.

E mesmo que ambos tivéssemos que estar no trabalho pela manhã, não nos importamos, o cansaço foi embora e passamos a noite toda abraçados imaginando como ele seria. Eu sabia que sentia falta de ficar com Harry, mas não imaginava o quanto até aquele momento.

—Eu acho que te devo desculpas.

—Não, Harry. Você sabe que não me deve nada. –Eu olhei em seus olhos, livres dos óculos agora.

—Eu sei que as coisas estão corridas agora no trabalho, mas eu prometo que não vou mais pegar tão pesado. Vou tentar não ficar depois do horário, prometo.

—Você não precisa me prometer nada. Eu entendo o que está fazendo.

—Okay, então eu prometo ao nosso bebê.

E não deixou que eu dissesse mais nada, apenas colocou seus lábios nos meus e voltou a me beijar.

Eu estou me apaixonando ainda mais por você
Deixando pra lá tudo o que eu tinha me apegado
Eu estarei aqui até você fazer eu me mover
Estou esperando por um momento aqui com você