Moments escrita por Marih Yoshida


Capítulo 4
IV


Notas iniciais do capítulo

Hey loves, tudo bem?
Incrivelmente, eu tive inspiração para Moments antes de TB, o que é um pouco injusto com meus leitores de lá, considerando que estou há um mês sem postar.
E nesse capítulo o Luke aparece eeeeeh!
Espero que gostem!



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Luke estava preocupado com a namorada. Desde o dia de seu último encontro, semanas atrás, ela estava mudada. Sempre distraída, como se seus pensamentos estivessem longe dali, talvez no passado. Sempre perguntava o que estava acontecendo, mas ela sorria e respondia que era coisa da cabeça dele, ou então que estava cansada, e voltava para seu próprio mundinho, deixando Luke sozinho mesmo que estivessem lado a lado.

Pensando melhor, Luke já a vira uma vez assim. Logo quando a conheceu, Thalia estava sempre avoada e parecia viver no modo automático. Ela e Annabeth se fecharam quanto ao que fizera a garota sentir-se assim, e, sendo bem sincero, ele não queria saber. Não na época, pelo menos. Estava tão apaixonado pela garota que tudo o que queria era vê-la feliz.

E conseguiu. Sabia que não era o primeiro amor de Thalia, nem o mais intenso, mas estava conseguindo, pouco a pouco, fazê-la abrir seu coração cada vez mais para si. Conseguia imaginar o que acontecera no passado, e queria isso bem longe do presente confortável que estavam vivendo.

Tudo o que Luke mais queria era que sua vida fosse calma. Já tinha tudo em sua cabeça: continuaria com sua banda por mais algum tempo, e ainda trabalharia na floricultura de sua mãe, então, depois de alguns anos, dois talvez, ele se casaria com Thalia e desistiria da banda. A partir daí, dividiria todo o seu tempo entre sua mulher e a floricultura.

Não desejava uma fortuna, apenas o bastante para ter uma boa vida. Cresceu com uma mãe muito boa, que lhe ensinara o quanto a vida é bela e curta. Aprendera que não deveria passar muito tempo tentando enriquecer, deveria cuidar das pequenas coisas, como as flores e o gosto de uma refeição feita com carinho.

Ensinara isso à Thalia quando a conheceu, mostrara a ela os pequenos detalhes que ela estava perdendo. Colocara um pouco de brilho em seu olhar, e sinceridade em seu sorriso. Sabia o quanto era importante para ela, mas sabia que, em algum lugar, existia alguém que era mais.

Então, quando ela começara a ficar estranha, ele sentiu-se extremamente mal. Porque talvez isso significasse o fim de sua confortável rotina; o fim de seu tão precioso sonho.

Você é o total oposto dele”, ela deixara escapar certa vez, fazendo a suspeita de Luke quanto ao passado de sua namorada se confirmar. Quando dissera aquilo, tinha um sorriso sonhador no rosto, como um velhinho que se lembra de um passado muito bom, e que não vai voltar.

Ao contrário do que deveria, ele não se sentiu mal ou com ciúmes da frase. Era apenas uma reflexão, ela não estava comparando-os, ou esperando que Luke se parecesse com essa tal pessoa. Estava apenas comentando, mais para si mesma do que para ele, o quanto eram diferentes. Talvez pensando que era capaz de amar duas pessoas completamente opostas, ou pensasse o tanto que mudara desde algum tempo.

Não havia um real motivo para sentir ciúmes.

Agora, andando de mãos dadas com Thalia, podia perceber o quanto ela mudara desde que se conheceram. Não era mais aquela adolescente chorando por um provável amor perdido, era uma mulher lembrando-se do passado. Não estava com Luke apenas porque ela o fazia sentir-se bem, estava com ele porque o amava. E Luke não precisava que ela dissesse isso para saber.

~^~

Era aniversário de Nico e não havia lugar no mundo que ele menos queria estar do que ali, na casa de seus pais, conversando com uma amiga de sua mãe sobre o quanto crescera.

E Bianca entendera isso.

Ela desceu as escadas, batendo de leve na porta aberta da sala para anunciar sua presença e, quando todos os olhares estavam voltados a ela, disse:

– Eu adoraria não ter que interromper a conversa, mas é necessário. – Sorriu, olhando para o irmão. – Nico, temos um pequeno problema quanto ao aluguel de nosso apartamento, e precisamos passar no banco para resolvê-lo imediatamente.

Com a melhor expressão preocupada que pôde fazer, se levantou, despedindo-se dos presentes e acompanhando a irmã para a entrada da casa. Já fora, tirou seu semblante sério e sorriu para a irmã.

– Obrigada. – Agradeceu. – Eu conheço um café aqui perto, vamos nos aquecer lá.

Bianca sorriu para ele em retorno. Não havia muito para conversar com o irmão, ele sabia tudo o que acontecia em sua vida, e vice-versa, não precisavam fingir um assunto. Gostavam de ficar ali, perto um do outro, ouvindo suas respirações. Era assim que ficavam na maior parte do tempo nos últimos anos.

Chegaram ao lugar e Bianca entendeu porque o irmão gostara tanto. Tinha aquele ar parisiense que os dois tanto amavam, era quente e podia-se conversar sem medo de ser ouvido. Realmente, ela não esperava encontrar algo assim ali.

Já sentados na mesa que Nico disse ser a melhor, começaram a conversa. O irmão lhe contou sobre o encontro com Thalia, o quanto ela parecia mudada e como ele se sentiu aliviado por ela não tentar se aproximar, e também contou sobre o encontro com Annabeth, total oposto do primeiro. Aproveitando a brecha, Bianca contou ao irmão sobre o homem que encontrara no parque – Connor Stoll – e Nico riu enquanto brincava falando que iria com ela da próxima vez, para se certificar.

Ali, naquele café, os dois quase se sentiam de volta à Inglaterra. Não tinham nada contra os Estados Unidos, apenas não tinham um motivo real para estar ali, ou para gostar dali. Aquela cidade só lhes trazia lembranças ruins.

Enquanto conversavam sobre banalidades e faziam o jogo que mais gostavam, aquele em que tinham de escolher uma pessoa qualquer e inventar uma vida para ela, não viram o tempo passar. Apenas quando perceberam que o lugar estava ficando quase vazio que prestaram atenção na cor do céu, um azul escuro pintado pelo branco das estrelas.

Pagando a conta e se levantando, os dois saíram para o frio da noite. Não queriam voltar para casa, aquele estava sendo o melhor dia dos dois em semanas. Calmamente, começaram a andar pela calçada, chutando vez ou outra montes de folhas que se formavam em baixo de árvores, e rindo abertamente.

Quem passasse pelos dois na rua, perceberia de longe o quão forte era o laço que ligava os irmãos. Não precisavam de muito para ser felizes, enquanto soubessem que teriam um ao outro, sabiam que iriam sempre ter um lugar para voltar no final do dia e chamar de lar, onde alguém que os ama estaria esperando-os.

E, como em um filme, o destino agiu como uma criança brincalhona. O casal que, por pura coincidência estava indo ao S&C, resolveu desviar-se de seu caminho, para que pudessem passar mais tempo juntos, ao mesmo passo que os irmãos, que haviam esquecido suas idades e faziam brincadeiras infantis, tentavam de todo o jeito se desviar do caminho de casa. Andavam diretamente uns para os outros sem saber.


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Notas finais do capítulo

Amores, por favor, comentem! Vocês não sabem o quanto é chato não ter um número bom de comentários em uma fic, principalmente porque eu gosto muito de Moments, sério, meu projeto para ela me agrada muito.
Infelizmente, talvez eu não consiga terminá-lo, ou termine e poste apenas no Spirit, porque parece que vocês não estão gostando tanto assim.
Enfim, espero que tenham gostado! Deixem reviews!
~Kisses!