Moments escrita por Marih Yoshida


Capítulo 2
II


Notas iniciais do capítulo

Hey loves!
Fiquei tão feliz de a resposta de vocês ser positiva ♥ Era para eu ter postado antes, mas o Nyah! entrou em manutenção(espero que os bugs tenham sido corrigidos).
Vi que muita gente está bem curiosa, o que faz qualquer autor ficar motivado, o que quer dizer que terminei o próximo capítulo e comecei o quarto.
Espero que gostem do capítulo :3



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Ele estava sentado em sua cama, com papéis a sua volta e seu violão no colo. Um lápis, pequeno e mordido, estava em sua boca, as vezes em sua mão, quando precisava escrever ou riscar algo. Tivera essa ideia de repente e precisava aproveitá-la, considerando que precisava entregar uma nova música até o dia seguinte.

Nico era professor de música na Inglaterra, antes de ser forçado a voltar. Apesar de ter apenas vinte anos, o garoto prodígio conseguiu o trabalho depois que o responsável pela aula de música o ouviu tocar uma música original que ele escrevera tantos anos antes. O responsável disse que estava precisando de um professor para seus alunos, alguém com talento e paciência. Bem, Nico era bem talentoso, e a paciência foi algo que ele desenvolveu com sua classe.

Estavam no meio de um projeto, fariam um musical na cerimônia de graduação dos veteranos. Nico e os alunos quem tinham composto cada música e tinham escrito toda a história, Bianca ajudara com a coreografia, considerando que era uma bailarina de sucesso. Já tinham quase tudo pronto, os cenários, as personagens... Faltavam apenas algumas músicas. Infelizmente, Nico teve que voltar, mas ainda ajudava seus alunos, conversavam sempre que podiam e ele sempre dava sua opinião em uma coisa aqui e uma coisa ali.

Ele prometera voltar para assistir o musical, e cumpriria sua palavra. Seus alunos estavam se graduando, ele teria de estar lá para se despedir. Já estava tudo combinado com Bianca, os dois fugiriam de casa uma noite antes da peça. As passagens já estavam até mesmo compradas.

Seria difícil, Hades ficaria incrivelmente irritado, mas iria valer o esforço.

Estava quase terminando quando ouviu um grito. De sua mãe. Xingando Hades, como sempre. Francamente, ele não sabia se ficava irritado com o pai por trair sua mãe, ou com sua mãe por não se separar dele. Parecia que ela gostava de ser feita de idiota.

Já estava prestes a ir até onde seus pais estavam, para pedir que eles brigassem mais baixo porque ele precisava trabalhar, quando a campainha tocou. Nico não era o tipo de pessoa que gostava de visita, mas pelo menos quando alguém de fora estava na casa seus paravam de gritar, o que significava paz.

No meio tempo em que os pais recebiam a visita, que Nico não sabia quem era nem se importava, ele conseguiu finalmente terminar a música. Suspirou feliz, enquanto pensava se valia a pena ir até o escritório para scanear as folhas agora, ou se era melhor de madrugada. Resolveu que seria melhor de madrugada, já que se passasse pela sala de estar naquela hora provavelmente seria obrigado a ser educado com as visitas, o que significava pelo menos uma hora de conversa chata sobre o quanto ele crescera.

Levantou-se, se espreguiçando, calçou o tênis, pegou o celular e, silenciosamente, saiu do quarto, descendo as escadas fazendo o mínimo de barulho possível. As escadas acabavam no corredor, onde havia apenas duas portas: uma a esquerda, que levava a sala de estar, e a porta de entrada da casa que ficava no final do corredor. Sua missão era simples: passar pela porta da sala de estar sem ser visto e sair da casa.

Claro que ele sabia exatamente como fazer, já o tinha feito milhares de vezes no passado, principalmente quando queria fugir das visitas. Passou rapidamente pela porta da sala de estar e saiu de casa, ouvindo sua mãe gritar seu nome, mas ignorou e continuou a andar.

Só percebeu que havia esquecido o fone de ouvido duas quadras de casa, quando tentou colocá-los. Suspirando, continuou a andar. Encontrou o mesmo café de alguns dias atrás, quando sua irmã chegou da viagem. Sorriu, ele gostara do lugar. Entrou nele e se dirigiu para o segundo andar, mais precisamente para a mesma mesa de antes.

Hoje, no café, tinha uma banda tocando algo, e eles não eram ruins. Um garçom perguntou o que ele iria querer, e Nico, dessa vez sem pressa, pediu um croissant e um expresso. O homem anotou e saiu. Nico olhou para o palco, onde a banda estava. Os garotos - ou seriam homens? Pareciam já ter a idade de Nico - não eram ruins, realmente, mas precisariam de algumas dicas. Nico foi listando os pontos bons e ruins da banda, não que ele fosse falar para eles, mas era uma mania que ele desenvolvera depois de virar professor.

Seu pedido foi entregue e ele comeu sem nenhuma pressa, ainda listando os defeitos e qualidades da banda. Era uma mania bem chata, ele admitia, mas o ajudava a passar o tempo, além disso, o fazia lembrar de sua classe.

Passou horas ali, ouvindo a banda tocar, músicas autorais e covers, comendo e observando as pessoas. Ele, há muito tempo, já tentara montar uma banda com seus amigos. Ver aquela banda quase o fazia ficar com saudade de ser popular.

~^~

Annabeth estava preocupada com a amiga. Há dias Thalia estava avoada, sempre se perdendo em pensamentos e muitas vezes ela não prestava atenção no que a loira falava. Toda vez que perguntava o que estava acontecendo, a mulher apenas falava que não era nada e que provavelmente era coisa da cabeça de Annabeth.

Mas não. A loira conhecia a amiga a tempo o suficiente para saber que algo a incomodava. A última vez que a viu assim fora quando Nico tinha ido embora e ela fingia que estava tudo bem.

Nico. Ele era o único que causava aquilo na morena.

Uma ideia passou pela cabeça de Annabeth, mas ela logo tratou de tirá-la da cabeça. Não, Nico não poderia voltar. Pelo menos não agora, que Thalia o tinha esquecido e começado uma vida nova ao lado de alguém legal. Não, ele nunca poderia voltar.

Nico fora um grande amigo para ela e para Thalia, mas um dia ele e a irmã gêmea simplesmente sumiram. Os pais deles nunca falaram nada a respeito disso, dando a entender que eles sabiam onde os filhos estavam, mas não queriam que mais ninguém soubesse. Naquela época, todos ficaram arrasados, principalmente Thalia, que não entendia nada do que estava acontecendo.

Várias teorias sobre o desaparecimento dos irmãos foram criadas. Das mais macabras, onde as pessoas diziam que os pais os tinham matado e escondiam isso, até que eles tinham sido obrigados a se mudar. Mas, Perséfone amava os filhos mais do que tudo, e, mesmo que Hades fosse um pai rígido, ele não cometeria tal loucura. E, mesmo se eles realmente fossem obrigados a se mudar, Nico certamente conseguiria uma maneira de entrar em contato, ele sempre conseguia. Assim, depois de um tempo, todos concordaram que eles quiseram, sim, deixá-los. Na época, mais ou menos um ano depois do sumiço, Thalia se revoltou. Ela estava, acima de tudo, magoada com essa possibilidade, e isso fez com que ela criasse um ódio mortal dos irmãos di Ângelo, principalmente de Nico. Todos torciam para que os irmãos não voltassem naquele tempo, não seria saudável para eles.

E, depois de passar anos com raiva, magoada, e criando expectativas de que um dia eles voltariam, Thalia estava esgotada. Fora ai que ela conhecera Luke, um garoto gentil e simpático, que mesmo não sabendo da história sobre os irmãos di Ângelo, ajudou Thalia a recuperar sua vontade de viver. Ele a ajudou a esquecer de Nico, a não criar mais expectativas sobre sua volta. Luke fora o remédio de Thalia, um remédio que estava dando muito certo.

Mas Annabeth sabia que, se Nico voltasse agora, todo o passado voltaria junto com ele. A dor, o ódio, o amor. Tudo voltaria. Ela sabe que Luke fora suficiente para fazer Thalia esquecer Nico apenas enquanto ele está fora. O relacionamento quase perfeito deles não resistiria a avalanche de emoções que Thalia sentiria se Nico voltasse.

Por isso, ela esperava do fundo do coração que ele não voltasse. Mas, afinal, se ele não voltou em cinco anos, por que voltaria agora? Mais aliviada com esse pensamento, e decidida a deixar essa hipótese maluca de lado, Annabeth resolveu que daria uma volta.

Andando calmamente, prestando atenção nas pessoas a sua volta, logo a ideia parecia incrivelmente absurda. Thalia estava certa, provavelmente era algo da sua cabeça e não havia nada acontecendo.

Entrou no S&C, seu lugar preferido desde que fora construído. Era aconchegante, tinha o cheiro gostoso e ninguém parecia se interessar pelo que as outras pessoas estavam fazendo. Subiu até o segundo andar, disposta a observar o movimento da rua. Estava se direcionando para a mesa que sempre sentava, uma que lhe dava uma boa visão de dentro do café, do lado de fora e que não chamava muita atenção.

Surpreendeu-se ao ver uma pessoa sentada ali. Geralmente, ninguém gostava daquela mesa, por ficar em um lugar longe da cozinha e um pouco mais escondido que o das demais mesas. Mas, se surpreendeu mais ainda quando a pessoa - que era um homem - levantou a cabeça e ela pôde ver seus olhos.

Ela tinha plena certeza que era ele. Não mudara praticamente nada, apesar de sua aparência ser mais descontraída. Sua hipótese maluca estava certa, no fim. Ele estava de volta. E provavelmente Thalia sabia disso.

Andou, um pouco trêmula e relutante, até a mesa onde o homem estava sentado. Nico não percebeu sua presença, parecia estar particularmente interessado no que acontecia do lado de fora do café. Assistia as pessoas como alguém assiste televisão, as vezes sorrindo, as vezes fazendo leves caretas. Apesar de tudo, ele parecia estar feliz e em paz. A loira quase se sentiu culpada por interromper isso.

– Nico? - Chamou. Ele virou a cabeça assustado, comprovando que realmente não tinha percebido que tinha alguém ali, e logo depois começou a encará-la, confuso. Provavelmente não a reconhecera. - Sou eu, Annabeth.

A expressão de Nico passou de confusão para surpresa, logo depois para entendimento, e ele abriu um sorriso tímido.

– Me desculpe, você mudou bastante. - Pediu, envergonhado. Annabeth sorriu. - Quer se sentar?

Annabeth aceitou o convite e puxou a cadeira na frente de Nico, se sentando logo depois. Ficaram em silêncio por um tempo, sem saber o que falar um ao outro.

– Quando você voltou? - Ela tentou puxar assunto e matar a curiosidade ao mesmo tempo. Mesmo que tivesse dito para si mesma que queria que ele não voltasse, não conseguia conter esse sentimento de felicidade e alívio.

– Há mais ou menos duas semanas. - Respondeu indiferente.

– Para onde você foi? - Ela perguntou, sem conter sua felicidade. Apesar de tudo, ela ainda estava feliz e aliviada por ele estar bem.

– Inglaterra, um colégio de estudo avançado. - Ele respondeu. - Eu ganhei uma bolsa.

Ela ficou com um pouco de ciúmes. Realmente, Nico sempre fora o melhor da classe, mas não se esforçava nadinha para isso, ao contrário dela, a eterna segunda que sempre se esforçou para ser melhor do que um preguiçoso idiota. Mesmo assim, sabia que ele merecia mais do que ela.

– Entendo. - Ela balançou a cabeça positivamente. Nico se levantou, tirou algumas notas de sua carteira e entregou a Annabeth.

– Preciso ir. - Disse. - Pague para mim, por favor. Pode ficar com o troco, ou dê ao garçom, se quiser.

Dito isso, começou a andar para fora do café, sem esperar resposta da loira, que não conseguia se mexer. Quando Nico ficara tão frio e distante?


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Notas finais do capítulo

Avisando desde já que não odeiem o Luke, porque ele será um amor de pessoa.
E então, o que acharam amores? Comentem! E falem sobre o que acham que irá acontecer!
~Kisses!