Moments escrita por Marih Yoshida


Capítulo 16
XVI


Notas iniciais do capítulo

OIEN!!
MUITO OBRIGADA À ALLY PELA RECOMENDAÇÃO LINDA ♥
Embora eu já tenha agradecido.
Espero que gostem!



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— Nico, sobre o beijo de ontem... – Desviou o olhar dele e não pôde ver seu sorrio se desfazendo aos poucos. – Nós fomos só levados pelo momento, não é? Quero dizer, a casa, as lembranças...

— É claro. – Sua voz era baixa e ele tinha um pequeno sorriso no rosto. – Eu preciso ir agora, Lia. Quero passar na casa dos meus pais para colocar isso no scanner, e depois eu combinei com Bianca de ir assistir um filme.

— Está bem. – Ela sorriu para ele, que se levantava. - Até mais.

~^~

Megan adorava andar pelas ruas sem um destino. Olhar para as casas, os prédios e as lojas, pensar que havia pelo menos uma história por trás de cada uma. Observar as pessoas, tentar adivinhar como eram suas vidas. Isso ajudava a esquecer seus problemas, sua vida.

Ela descobriu esse “jogo” logo depois que sua mãe morreu. Fugia de casa, de seu pai, e andava pelas ruas. Isso ajudou quando foi morar em outros países, também. Seu senso de direção e memória fotográfica melhoraram a um ponto onde ela quase não precisava mais usar mapas, aplicativos de localização ou perguntar onde estava.

Foi dessa maneira, naquela tarde fria de quase inverno que ela encontrou um Nico desolado sentado em um banco da praça em frente ao S&C. Ele tinha a cabeça apoiada nas mãos e respirava pesado.

A mulher parou de andar para olhá-lo por um instante, numa pequena luta interna sobre se deveria ou não ir falar com ele. Mas, ao perceber que ele estava realmente mal, não hesitou ao andar até o banco.

— Nico? – Chamou para que ele percebesse sua presença. Nico levantou a cabeça, os olhos vermelhos e com lágrimas querendo cair. – O que aconteceu?

— Thalia... – Ele sussurrou. Megan sabia sobre o que ele estava falando, é claro. Já tinha visto aquele olhar muitas vezes antes, em si mesma. – Ela... Nós nos beijamos ontem e...

— E isso não mudou nada para ela, mas tudo para você, não é? – Completou. O homem balançou a cabeça concordando. Ela suspirou.

— Não foi como se Bianca não tivesse me falado, nem como se eu já não esperasse por isso. – Ele deu de ombros. – Mas eu criei mais expectativa do que achava. E eu a amo muito mais do que pensava.

Megan não tinha nada para falar, porque qualquer coisa que ela dissesse não seria verdade. Se ela soubesse como consolar alguém naquela situação, já teria consolado a si própria há muito tempo. Mas ela sabia muito bem que distrair ajudava, esquecer por um tempo.

— Vamos tomar alguma coisa, você me conta direito o que aconteceu, e depois a gente vê se consegue um filme começando no cinema. – Sorriu. – A comida é por minha conta.

Nico sorriu de volta, aceitando o convite. Andaram até dentro do café, ele começara contando tudo, desde quando se descobriu apaixonado por Thalia, anos antes, até o acontecido da manhã e em pouco tempo a conversa saíra de seu coração partido e fora parar nos músicos mais famosos. Eles discutiam um pouco sobre quais bandas eram melhores, mas logo chegavam a uma concordância.

— Então você é professor de música. – Megan sorriu. – Eu sempre quis aprender algum instrumento, mas eu só sei apreciar a música mesmo.

— Se quiser posso te ensinar alguma coisa. – Ele bebeu um gole do café. A mulher abriu um grande sorriso.

— Sério? – Seus olhos brilhavam como os de uma criança. – Poderia me ensinar a tocar bateria? Eu sempre quis aprender!

— Claro! – Nico abriu um grande sorriso também, sendo contagiado pela mulher. – Você poderia vir comigo e Bianca ao musical que vai ter semana que vem, para a cerimônia de graduação. Eu te mostro minha sala de aula.

— Isso seria fantástico! – Abriu outro sorriso grande. – Faz tempo que não vou à Inglaterra!

~^~

Rachel tinha seus olhos vermelhos por causa do choro. Era quase sempre assim que Percy a encontrava nos últimos meses. Logo depois da notícia da doença, resolveram que a mulher deveria se mudar para o apartamento dele. Mesmo preocupada, sua mãe não foi nem um pouco contra a ideia, uma vez que ela adorava o homem.

Tudo o que Percy mais queria era que aquele sorriso fácil voltasse aos lábios de sua amada. Odiava qualquer que fosse a força maior do universo por aquilo acontecer justamente com ela. Poderia ter sido com ele, e, se pudesse, ele trocaria.

Rachel era uma das pessoas mais gentis e maravilhosas que Percy conhecia. Seu amor por todo ser vivo, sua vontade de fazer o bem... Além da luz que ela emanava, aquela que ninguém no mundo poderia ter além dela.

— Percy. – Chamou. Estava sentada na cama, usando uma blusa dele. A televisão estava ligada, mas a mulher não parecia interessada. Ele andou até onde ela estava, se sentando também, olhando-a. – Eu estava pensando... Eu nunca vou poder me casar, não vou ter filhos, não envelhecerei. Por favor, não se prenda a mim. Você merece ter tudo isso.

— Não fale assim! – Segurou sua mão. – Nós vamos superar isso!

— Nós dois sabemos que as chances de eu não morrer são quase nulas Percy. – Uma lágrima escorreu de seu rosto. – E eu te amo muito para te deixar ficar aqui, perder uma parte de sua vida cuidando de uma pessoa que vai morrer e nunca vai poder te dar uma família.

— Você é minha família, Rachel. – Beijou a ponta de seu nariz. – E, não importa o que você fale, não vou te deixar.

Rachel chorava mais a cada minuto, o que fazia o coração do homem se partir. Não queria vê-la daquele jeito.

— Case-se comigo! – Pediu. Ela o olhou surpresa. – Nós podemos nos casar, então, mesmo se você estiver certa e algo acontecer, nós teremos sido uma família. E isso vai fazer com que você perceba que eu te amo e não vou te abandonar nunca.

Ele tinha um olhar desesperado.

— Por favor. – Sussurrou. – Case-se comigo.

— Sim!

~^~

Percy acordou suando e com lágrimas nos olhos. Seus sonhos com o passado estavam cada vez mais recentes, e passar madrugadas chorando já havia virando um hábito há muito tempo. Logo depois da morte de Rachel, seus sonhos se resumiam em ela estar viva e bem, então começou a fase dos pesadelos, onde ela morria de uma forma diferente em cada um, e agora os flashes do passado.

Passou as mãos no rosto, um pouco desnorteado ainda. Alcançou a alça da gaveta da cabeceira de sua cama e a abriu, tirando de lá uma caixinha de veludo onde havia uma única aliança no lugar de duas. É claro, uma delas estava enterrada na terra, junto com sua dona.

Sim, eles se casaram. Rachel ainda não tinha perdido seu cabelo, mas já estava fraca. Nico e Bianca foram os padrinhos, já que a cerimônia fora bem rápida e reservada e não dera tempo de chamar Megan.

Se levantou, deixando a caixa em cima da mesa, e começou a trocar de roupas. Com o canto do olho, pôde ver que ainda eram quatro horas da manhã, mas não se importava. Pegou o celular e, com enquanto andava até o elevador, mandou uma mensagem para Nico, pedindo para que ele o encontrasse no saguão do hotel.

Sabia que o primo com certeza estaria acordado àquela hora, trabalhando. Não demorou quase nada até que a mensagem fosse respondida, e um pouco mais até que o homem estivesse andando a passos largos em sua direção.

— O que aconteceu? – Nico perguntou preocupado, embora as ligações de madrugada acontecessem com frequência.

— Eu preciso conversar, não sei. – Deu de ombros. – A gente pode só... ir para algum lugar e se distrair?

— Se tiver algum lugar aberto a essa hora. – Deu de ombros com um pequeno sorriso no rosto.


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Notas finais do capítulo

E então?
Eu gostei do capítulo porque eu estou começando uma nova fase na fanfic que eu estava ansiosa desde quando comecei a escrever!
Anyway, nos vemos depois! Deixem a sua opinião nos reviews!
Byezinhoney!



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