Megan rebolava ao som da música alta. Se havia algo que aprendera com os Stoll era como amar uma boa festa. Desde pequenos, quando Hermes dava grandes festas nas datas comemorativas, os três amavam estar presente na diversão que elas proporcionavam.

Mas havia alguém naquela família que definitivamente não era assim. Luke era mais reservado, e tinha a mania irritante de ver apenas os lados ruins de festas, como a bagunça no fim da noite (ou começo de dia). Mesmo assim, ele nunca reclamou das celebrações exageradas de aniversário, sabia que eram feitas de coração. E, apesar de tudo, sempre acabava se divertindo.

Não fora diferente aquele ano. Assim que pisou no jardim, seus dois irmãos vieram lhe dar o tradicional parabéns da família Stoll (mesmo que Luke houvesse adotado o sobrenome da mãe, ainda era considerado da família): uma chuva de champanhe enquanto um coro de ‘parabéns para você’ era cantado por pessoas parcialmente bêbadas.

Agora, ele esperava sua namorada voltar do banheiro em uma das mesas que estavam espalhadas pelo jardim. Observava de vez em quando a amiga dançando, ou o irmão mais velho beijando a noiva – ele finalmente a pedira em casamento! – e vez ou outra Connor passando de lá para cá, sendo seguido por Brianna.

– Luke! Parabéns! – Bianca se aproximara da mesa. O homem levantou-se, abraçando a amiga. Era engraçado o quanto se deram bem em apenas um dia.– Essas são minhas duas amigas que Connor falou, Phoebe e Reyna, e eu tenho certeza que se lembra de meu irmão.

– É claro. – Cumprimentou Nico com um aperto de mão e se virou para as duas mulheres: – É um prazer conhece-las!

– Nico! – Thalia, que voltara, sorriu ao ver o homem ali e andou diretamente até ele, abraçando-o. – Fico feliz que tenha vindo. Achei que depois de ontem, você estaria dormindo até agora!

– Ontem? – Luke perguntou, franzindo a testa. – Se viram ontem?

– Sim, nos encontramos sem querer no S&C de tarde. – Nico sorriu. – Resolvemos algumas coisas que estavam em aberto, jogamos conversa fora, e bebemos vinho.

– Eu deixei Annabeth furiosa por chegar tarde e com cheiro de álcool! – Thalia riu, balançando negativamente a cabeça. – E depois que eu disse que estava com Nico? Ela parece mais meu namorado que você, Luke!

– Ela cuida de você como se fosse seu cão de guarda! – Luke riu também. – Eu achei que ela me morderia quando me viu conversando com você pela primeira vez!

– Nem me diga! – Nico riu também. – A primeira vez que a vi foi em uma festa de meus pais: ela jogou refrigerante na minha cabeça quando eu chamei Thalia para brincar!

– E me bateu! – Uma terceira voz completou, fazendo todos os olhares se virarem. Um homem bronzeado, os olhos verdes cintilando tanto quanto o branco de seus dentes, que apareciam devido ao grande sorriso. Nico sorriu: fazia pelo menos um ano que não via seu primo pessoalmente.

– Você não deveria estar em uma viagem de negócios com seu pai na Argentina? – Perguntou ao homem, seu sorriso se aumentando.

– Você não deveria estar na casa de seus pais? – O primo retrucou divertido. – Eu vim para os Estados Unidos porque meu querido primo estava em apuros, mas vejo que está muito bem!

– Você sabia onde Nico estava esse tempo todo? – Thalia perguntou ao amigo, embora já soubesse a resposta. Era tão óbvio que ela tinha vontade de rir de si mesma por nunca ter percebido: eram melhores amigos, além disso, suas mães não eram conhecidas por guardar segredo uma da outra, e Percy nunca pareceu realmente preocupado com os primos. Olhou para os dois homens, que tinham aquela expressão que ela conhecia tão bem em seus rostos, a mesma de quando aprontavam e eram descobertos. Riu deles, pareciam duas crianças com medo da mãe. – Está tudo bem, não é como se fizesse diferença agora.

– Não está brava? – Percy perguntou, uma ruga em sua testa. – Eu me preparei para fugir de você, já estava até pensando na saída mais perto daqui!

Nico, apesar de não falar nada, estava tão surpreso quanto o primo. A mulher riu dos dois mais uma vez; mesmo que tivessem se passado cinco anos desde a última vez que estivera junto com eles, parecia tão pouco tempo.

– Se você faz tanta questão, eu posso te bater, mas não é realmente necessário. – Sorriu. Percy balançou a cabeça negativamente.

– Bem, já que estamos todos entendidos, posso finalmente dar parabéns ao meu amigo? –Perguntou com seu típico sorriso divertido, deixando suas covinhas aparecerem. Os outros riram pela súbita mudança de assunto do homem, que entregou o embrulho que tinha em mãos para Luke. – Eu comprei em Bariloche, enquanto fugia da reunião que tinha que ir.

– Obrigado, cara! – Luke sorriu ao ver o presente: um perfume. Se havia algo que ninguém poderia dizer sobre o homem era que ele cheira mal. Castellan é uma pessoa extremamente cheirosa, e adora perfumes.

– É claro que a sua namorada me ajudou pelo telefone. – Percy sorriu. – Eu não sou muito de ficar cheirando homens. E, mesmo se ficasse, minha memória é de um peixe!

Luke riu, apoiando o presente em cima da mesa.

– Bianca! Meninas! – Connor se aproximou com Brianna no colo. A pequena usava um vestido lilás que Luke sabia ter feito especialmente para ela – mimos de Connor – e seus cachos estavam soltos. Parecia uma princesinha, e se dependesse do homem que a segurava, ela talvez fosse. – Que bom que vieram! Está é Brianna, prima de Luke, mas eu a adotei como minha também!

– Que fofa! – Phoebe sorriu. – É tão linda!

Brianna abriu um grande sorriso para a mulher, então olhou para Connor, o abraçando ainda mais apertado.

– Bri, esses são meus amigos. – Ele apresentou. - Bianca, Phoebe, Reyna e Nico, eles vieram da Inglaterra. E você se lembra de Percy não lembra? Ele mora na Austrália.

– Vocês são de outro país? – Perguntou para os quatro, os olhos brilhando de curiosidade.

– Reyna e Phoebe são da Inglaterra. – Nico respondeu, se aproximando da garotinha. – Eu e minha irmã somos da Itália, mas moramos aqui por algum tempo, e na Inglaterra também. Percy nasceu na Austrália, mas morou um tempo aqui, depois voltou para lá.

– Incrível! – Seus olhos se arregalaram ainda mais. – A Meg também conhece outros países! E o tio Hermes também!

– Meg? – Percy perguntou, uma ruga em sua testa.

– Megan, é uma amiga de infância nossa. – Luke sorriu. – Ela viaja por aí, mas está aqui para o meu aniversário. Está na pista de dança, em algum lugar, agora.

– A Meg é incrível! – Brianna sorriu. – Eu quero ser como ela quando eu crescer! Indo para vários lugares!

– Você só vai se eu for também! – Connor fez uma expressão irritada. – Ou então, quem vai cuidar de você quando eu não estiver por perto? Nem conte com Luke, ele é péssimo!

– Você vai também, Connor! – Ela sorriu, o que o fez sorrir também.

Bianca olhou para os dois. Ela não conhecia aquele lado de Connor, ele cuidando da pequena garota como se fosse sua filha, mesmo que nem fosse realmente sua prima. O achou ainda mais encantador enquanto ele alimentava o sonho de Brianna, falando quais lugares poderiam visitar.

– Tem um carro no estacionamento para você e Bianca. – Percy sussurrou enquanto o entregava a chave do veículo ao primo. – E eu fiz uma reserva para vocês no hotel que estou. Não se preocupe com seus pais, minha mãe conversará com eles depois.

– Obrigado Percy! – Nico sorriu, guardando a chave do carro no bolso. – Eu não estava mais aguentando aquela casa!

– E, no entanto, você parece muito bem com Thalia! – O outro comentou com um sorriso acusatório. – E eu ouvi que conversaram, não? Você não tinha dito que queria ficar o mais longe possível dela?

– Eu tentei! – Nico bebeu um gole de seu ponche. – Mas as coincidências não estão ao meu favor, além disso, não quero mais fugir. Fomos importantes um para o outro e temos uma grande participação na vida um do outro, ninguém pode negar!

– E eu que vim criando um discurso enorme sobre todas as razões para você procura-la! – Percy sorriu. – Você realmente está bem com tudo isso? Não vai pirar ou algo do tipo?

Nico suspirou. A grande verdade era que na noite anterior, quando ficou a sós com Thalia e conversaram como anos antes, ele voltou a imaginar como seria a vida se ele nunca tivesse ido. Fizera isso muitas vezes antes, quando na Inglaterra, mas agora era mais real. Havia pelo menos três anos desde que sentira esse arrependimento por ter ido.

– Eu não vou pirar, mas não está tudo bem. – Respondeu, porque nunca conseguiria esconder nada do primo nem se quisesse. Se conheciam bem o suficiente para saber quando mentiam. – Eu não sei, só me sinto estranho.

– Como se esse fosse o seu lugar, mas ao mesmo tempo não fosse. – Percy sorriu. – Esse é o problema de deixar uma vida para trás. Não importa o quão boa a nova seja, você sempre vai se perguntar como teria sido se não largasse tudo. Eu sei como é isso, toda vez que volto para cá me sinto assim. É tudo familiar para mim, mas essa não é minha vida mais.

Nico sorriu para o amigo, que tinha sua atenção na pista de dança e uma expressão surpresa em seu rosto.

– Megan?

~^~

Percy estava em uma das muitas boates que gostava de visitar. Essa era a melhor parte de ter acabado de seu mudar para a Austrália: quase ninguém o conhecia lá. Tinha aulas com professor particular, então não havia colegas de sala, e as únicas pessoas que conhecia eram aqueles que trabalhavam na empresa de seu pai.

Estava sentado no bando em frente ao bar, e tinha um copo em mãos. Uma garota sentou-se ao seu lado (ele tinha quase certeza que ela era menor de idade). A observou discretamente: cabelo vermelho caindo em cachos pelas costas, o batom da mesma cor e curvas perfeitas.

– Um drinque para essa moça! – Pediu ao barman, chamando a atenção dela. – E outro para mim.

– Eu não quero. – Disse simplesmente, enquanto o media com os olhos. – Posso pedir e pagar para mim mesma.

Percy sorriu minimamente, seria uma longa e divertida noite. A garota fechou a expressão, ignorando o copo que fora colocado à sua frente e pedindo outro.

~^~

– Então mora na Inglaterra. – Megan sorriu. Ela segurava um copo de ponche e já havia bebido mais três. Pelo o que Nico entendeu, ela amava a bebida, assim como Luke. – Eu fui uma vez para lá. É um charme, não? Os ônibus de dois andares, o sotaque, as roupas, os homens... –Ela arregalou os olhos. – Ah meu Deus, os homens ingleses! Que sonho!

– Uma pena para mim, que não sou inglês. – Nico abriu um sorriso de canto. Ele e Megan estavam brincando de flertar, embora não estivessem realmente interessados um no outro. – Sou italiano, na verdade.

– Ah, italianos tem o seu charme! – Ela sorriu e o homem retribuiu. Percy e Luke abriram pequenos sorrisos, pelos dois estarem se entendendo. – Pode falar algo? É um amor!

– Ah, grazie, bella ragazza! – Abriu um grande sorriso enquanto falava. Esse era seu maior triunfo entre as mulheres, seja nos Estados Unidos, na Inglaterra ou na Austrália; todas pareciam amar aquela língua. Megan sorriu também.

– Um italiano com sotaque inglês! – Exclamou. – Incrivelmente adorável! Case-se comigo!

– E todos os nossos planos juntos? – Percy fingiu estar chocado. – Vai jogar tudo isso fora por causa de um sotaque, Megan? Olhe só para nós dois, eu sou muito mais bonito!

Os outros riram do comentário, sendo acompanhados pelo próprio homem. Percy e Megan se conheceram na primeira vez que a mulher viajou, anos antes, para a Austrália. Ele tinha acabado de se mudar para lá também, e a primeira vez que se viram não foi muito amigável – ele usando as piores cantadas e ela querendo apenas beber em paz –, mas se encontraram no dia seguinte e ela estava perdida. Viraram amigos bem próximos desde então. É claro, foi uma surpresa gigante descobrirem amigos em comum nos Estados Unidos, mas estavam felizes com isso.

– E você é professor de música, não é? – Luke perguntou. Nico balançou positivamente a cabeça. – Por que não se apresenta com minha banda hoje? Vamos cantar algumas músicas.

– Seria uma ótima ideia! – Percy sorriu. – Isso ajudaria com o terror de palco que você tem, Nico! Já faz anos, precisa esquecer isso!

– Você ainda está traumatizado? – Thalia segurou a gargalhada que queria dar. – Desde aquela época? Ainda não superou?

Nico não respondeu, ao invés disso, olhou irritado para o primo por levantar aquele assunto. É claro que ainda não havia superado! Tropeçar em um fio e derrubar as três caixas de som não é nem um pouco agradável, principalmente se toda a escola está te assistindo. Ainda se lembrava das risadas de todos, e de o professor tentar ajuda-lo enquanto segurava a risada.

– Não se preocupe, as caixas de som não estão em cima do palco! – Bianca sorriu. Apesar de ser compreensiva sobre essa história na frente dos outros, ainda gostava de torturar o irmão com o vídeo que tinha do acontecimento (e, por mais que ela já tivesse visto muitas vezes, nunca perdia a graça).

– Um professor de música com trauma de subir em um palco! – Percy não aguentou e deixou a risada sair gostosa. – É patético! É como um cozinheiro com medo de fogo!

– Eu não faço ideia do que aconteceu... – Megan sorriu compreensiva. – Mas eu acho que deveria ir! Percy é um idiota, mas tem razão em uma coisa: só assim você vai superar seja lá o que for!

Nico soltou um gemido baixo de quem sabe que não vai dar certo. Não importava se as probabilidades eram pequenas, sempre que pensava em subir num palco tudo o que conseguia ver era si mesmo caindo de mil maneiras diferentes. No entanto, ele não conseguiria convencer nenhum deles de que não conseguiria ir; não sabia se Thalia continuava com a teimosia chata, mas tinha certeza que Percy e Bianca não o deixariam em paz até que aceitasse.

– Tudo bem. – Respondeu por fim com um suspiro. Percy sorriu convencido, mostrando as covinhas em suas bochechas.

– Que bom! – Luke sorriu também. – Eu estou apenas esperando os outros chegarem, nenhum deles é pontual, de qualquer forma.

Phoebe e Reyna andaram até onde o pequeno grupo estava. A morena tinha uma expressão inquieta e preocupada em seu rosto, e a ruiva os olhos arregalados.

– Nós só viemos nos despedir. – Phoebe disse. – Precisamos voltar para o hotel e refazermos nossas malas.

– O que aconteceu? – Bianca perguntou.

– Leo sofreu um acidente de moto! – Respondeu. A outra estava tão em choque que nada conseguia falar. – Ele está no hospital agora. Parece que bateu a cabeça com muita força e não está querendo acordar, mas está fora de risco, embora possa ficar em coma por algum tempo.

– Meu Deus! – Nico deixou escapar. – Ele anda de moto há anos e isso nunca aconteceu! Como?

Leo Valdez era um latino-americano bolsista. Como ambos eram estrangeiros, não demorou nada para que ele e Nico se tornassem amigos, principalmente porque na época o inglês do latino não era nem um pouco bom, e o outro sabia falar espanhol fluente.

A moto em que o moreno estava provavelmente era a de Nico, que sempre deixava com o amigo principalmente por saber que ele cuidaria muito bem dela, considerando que tinha uma oficina e adorava motos. Houve um tempo em que ele tinha a sua própria, mas teve que vende-la para conseguir pagar o aluguel do local de trabalho.

– Um caminhão não viu que o sinal estava vermelho e bateu nele! – Reyna respondeu com a voz baixa. Nico a abraçou apertado. Leo era também namorado da morena, eles já até moravam juntos. – Eu estou tão preocupada!

– Não precisam se preocupar em pagar a viagem de volta! – Connor exclamou, a expressão tão triste quanto a dos quatro. Já ouvira sobre Leo antes, na noite que as duas mulheres chegaram, quando Reyna pediu um tempo para ligar para ele. – Eu vou lá em cima, avisar que vocês estão permitidas a ir de graça para um voo para a Inglaterra.

– Obrigada Connor! – Phoebe e Bianca sorriram. – Vem, Rey, nós precisamos ir.

Nico deu um beijo no topo da cabeça da morena e depois um na bochecha de Phoebe, para se despedir. Bianca abraçou as duas amigas e seguiu Connor para dentro da casa.

O homem a guiou até seu quarto e pegou o celular que havia deixado lá, ligando para seu pai. Trocou breves palavras e o nome inteiro das duas e logo desligou. Olhou para a mulher que estava sentada em sua cama com expressão preocupada.

– Não se preocupe Bia. – Ele se abaixou para que seus rostos ficassem da mesma altura. – Ele vai ficar bem e está fora de risco!

– Eu me preocupo com Nico e Reyna, eles são os mais próximos a Leo. – Suspirou. – Se alguma acontecesse com ele, tenho certeza que nenhum dos dois aguentaria.

Connor sorriu compreensivo para ela, tentando passar um pouco de calma e segurança. Não gostava de vê-la daquela maneira, com os olhos tão preocupados. Gostava quando eles brilhavam ao mesmo tempo em que seus lábios se curvavam em um sorriso, ou quando eles estavam distantes, relembrando boas memórias.Ele achava Bianca linda, não podia negar. O cabelo negro e a pele pálida, que faziam com que as bochechas ficassem rosadas no frio do outono a faziam ficar mais perfeita ainda.

– Obrigada! – Ela sorriu também. – Por dar a passagem para elas.

– Eu queria poder ajudar mais, mas é tudo o que posso fazer! – Connor alcançou a mão da mulher e acariciou carinhosamente. Bianca a segurou depois de um tempo, entrelaçando seus dedos. Passaram-se alguns segundos assim, apenas olhando para suas mãos.

– Connor? – Brianna perguntou. Ela estava parada na porta, observando a cena. – Vocês estavam demorando, e eu fiquei preocupada.

Connor sorriu para a pequena, e abriu o braço para que ela fosse abraça-lo, sem soltar sua outra mão da de Bianca. A mulher assistiu enquanto a loira corria sem hesitar para o abraço, e o apertava forte, achando-os extremamente adoráveis. O homem se levantou, carregando Brianna com um braço e segurando a mão de Bianca com o outro, então olhou para a morena.

– Vamos descer! – Abriu um grande sorriso e a ajudou a se levantar. Logo, estavam descendo as escadas, Brianna abraçada à Connor e as mãos dos dois adultos entrelaçadas.

~^~

– Você está bem, Nico? – Thalia perguntou. O homem tinha uma expressão preocupada no rosto há algum tempo, e mesmo que dissesse que estava bem, ainda era a mesma expressão de anos antes. Era a mesma expressão que ele fizera da última vez que a vira, cinco anos antes. E, agora que estavam apenas eles dois, já que Luke acompanhara as duas mulheres até a saída e Megan e Percy conversavam animados em algum lugar do jardim, ela esperava que ele falasse.

– Leo é um grande amigo meu. – Respondeu. – Nós éramos dois bolsistas e ele não sabia falar inglês muito bem quando chegou, só espanhol. Como eu era um dos únicos que entendiam ele, nós passamos a andar juntos e ficamos realmente amigos.

Thalia o olhou preocupada.

– Eu só estou preocupado. – Suspirou. – Mesmo que ele não corra risco de morte, eu não estou lá, e isso é péssimo. Mas se eu fosse agora, meu pai ia pirar!

A mulher o abraçou, sem saber o que dizer; nunca fora boa em consolar as pessoas, e agora era menos ainda. No entanto, queria que aquele sentimento de impotência saísse de si, queria poder fazer algo para ajuda-lo.