Apenas Amigos escrita por Jupiter, Argonauta


Capítulo 7
Seis


Notas iniciais do capítulo

Navy: Oi, pessoal. Demoramos para postar, é verdade. Culpa da Dona Argonauta, que demorou pra escrever ;-;. Desculpem ela, ela é do bem. Enfim, capítulo um tanto quanto chocante, e, para compensar vocês pela demora, ainda hoje tem mais um capítulo *u*. Boa leitura!



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Eu odeio festas, odeio as pessoas da minha sala, odeio o jeito que elas se acham engraçadas, e acho que estou começando a odiar a minha vida.  

Tudo bem, talvez eu esteja exagerando. Ficar muito próximo de Henrique dá nisso: você fica com dó de si mesmo, e quer morrer às vezes. Meu irmão é a forma física da depressão. Mas eu vou parar com isso, juro. E, aliás, não é algo tão ruim assim. É só a festa do Tumbert, com todos da sala. Mas acho que eu aguento ficar algumas horas socializando. E o Oki vai, então ele pode me ajudar quando eu estiver acreditando que me jogar de um prédio é a melhor escapatória.

Eu jurei que ia parar com esses pensamentos, mas, se eu por acaso cogitasse o fato de me jogar de um prédio, acho que a ajuda de Oki não seria tipo “me jogarei do mesmo contigo”. Ia ser mais para “vou colocar vários colchões no chão para que a sua queda não seja tão dolorida”. E eu gosto muito disso.

Quando minha mãe finalmente para o carro em frente ao condomínio e repassa todas as regras idiotas de comportamento e os famosos pedidos como “não morram, por favor” e “não engravidem ninguém” – como se eu e Henrique fossemos os reis da sarração. Quem está iludindo minha mãe? –, nós entramos no condomínio e caminhamos lentamente até o salão de festas.

Cumprimentamos todos, e finalmente cada um toma seu caminho: Henrique vira a sombra de Luana, e eu a de Oki. Quer dizer, eu viraria a sombra de Oki. Mas eu não posso ser a sombra de uma sombra. Oki não desgruda de Saori. Tudo bem, eles são amigos há muito tempo, e eu até confesso que sinto um pouco – bem pouco – de ciúmes quando vejo os dois rindo ou conversando.

Só que ele nunca esteve tão próximo dela. Eles se tocam. Ela dá risada das coisas que ele diz, e eu o vi a abraçando. Não faço ideia do que essa merda significa.

Como não posso conversar com meu melhor amigo sem ter uma japonesa enxerida ao nosso lado, tenho que aceitar e ficar conversando com Lia e Stephanie. Elas são minhas amigas, e eu não estaria rindo do que Lia acabou de dizer se eu as considerasse pessoas chatas.

 Mas eu sinto que falta algo a mais. E, embora eu odeie admitir, eu sei que essa “falta” tem um nome. Oki.

—E aí, vão querer jogar Verdade ou Desafio? —Pergunta Tumbert, chegando perto de mim, Lia e Stephanie.

Oki está sentado no chão ao lado de Saori, completando a roda. E Henrique faz o mesmo, embora esteja ao lado de Luana, que o ignora sem disfarçar.

—Eu quero! — Exclama Stephanie já correndo para sentar-se na roda. Lia faz que sim com a cabeça e vai atrás da amiga, sentando-se ao lado da mesma.

Não estou com vontade de jogar, mas, se eu ficar de fora, serei o único, já que todos estão jogando. Reviro os olhos e acabo me sentando ao lado de Lia e César, que parecem bem entusiasmados com o jogo.

 Eu não vejo graça em Verdade ou Desafio, para ser sincero. Você faz perguntas constrangedoras para que as pessoas respondam a verdade, quando todos têm total consciência de que é mentira.

Giram a garrafa e Tumbert pergunta para Stephanie se ela pegaria o César. Ela fica com vergonha, evidentemente. E diz que não. Viu só? Mentira.

 Tudo bem, eu não acho que ela seja uma pessoa que “pegaria” alguém. Ela leva essa coisa de amor a sério, mas sei que, bem no fundo, ela tem um queda por César. E ele é descaradamente apaixonado por ela. Por que ela continua dificultando as coisas? Não faço ideia.

 A outra pergunta vai para Lia. Carolina pergunta para Lia se ela gosta de alguém da sala, que ela responde sem pensar com um NÃO bem claro. Mais uma mentira.

Ela diz que não, mas eu tenho quase certeza que ela tem pelo menos uma queda pelo meu irmão, Henrique. O dono da seguinte pergunta, que vai para Miyata. Ele pergunta algo idiota, e nem presto atenção mais no jogo.

Depois do que acredito ser uma eternidade pensando em várias idiotices, a merda da garrafa para em mim. E eu terei que fazer a pergunta para Oki. Olha só, o Universo gosta mesmo de nos ver na merda. A merda que me refiro é o fato de não saber o que perguntar. Qual é, o cara é meu melhor amigo. Eu sei bastante coisa sobre ele, e não encontro nada para perguntar.

Tomara que ele escolha desafio.

 —Verdade ou desafio?

—Verdade. — Merda.

Saori, ao seu lado, dá uma breve risada e toca na mão dele sutilmente.

—É verdade que você está namorando a Saori? — As palavras saem da minha boca sem que eu possa pará-las. Eu não queria ter perguntado isso, mas foi automático. Eu poderia estar sendo muito idiota fazendo essa pergunta, mas foi a única coisa que eu achei que poderia explicar o fato de os dois estarem muito amorzinho um com o outro.

Oki parece pensar um pouco na resposta, e todos os outros dão uma risadinha de ansiedade: querem que ele responda logo. Não consigo desviar meu olhar dele, sinto como se fosse um imã.

Meu olhar encontra o seu e, juro, foi como se eu tivesse sentido uma pontada de culpa naqueles olhos pretos como manchas de petróleo. Senti como se ele estivesse querendo pedir desculpas com o olhar.

—É, é verdade. —É, é verdade. Nesse momento, eu sinto como se meu coração tremesse, dobrasse e, logo após, quebrasse.

Ele é apenas meu amigo, e isso é o que mais machuca. Eu achei que ele contava comigo, que me dizia tudo que estava passando em sua mente. Mas não. Ele nunca me falou que gostava de Saori, e que queria pedi-la em namoro. Na verdade, tudo que ele dizia de Saori, era que ela é uma ótima amiga e que pode não ser considerada do sexo feminino. E é bem ruim saber que ele não foi capaz de contar para mim o que sentia, até porque César e Tumbert agiram como se já soubessem disso.

 As garotas foram abraçar Saori, e os garotos falar algo para Oki. Mas eu fiquei apenas sentado, esperando a ficha cair.


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Notas finais do capítulo

Navy: É isso, galerinha do bem. Nos vemos em breve, ainda hoje! Esperamos que tenham gostado. XOXO



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