Apenas Amigos escrita por Jupiter, Argonauta


Capítulo 6
Cinco


Notas iniciais do capítulo

Argonauta:Oioi, leitores! Sei que demorou, mas aqui está um novo capítulo. Desculpa qualquer erro e boa leitura!
Navy: Olá Vila Maria! Um capítulo um pouco diferente, narrado por.....Henrique! Sim, o irmão bobão de Gabriel.... Espero que gostem ♥



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Quando chego em casa, estou meio abobado. Não sei se a cirurgia de emergência me deixou nervoso, ou o efeito da anestesia ainda está aqui, comigo.

No geral, a casa está igual. Minha mãe reclamando, minha irmã no computador de nhê nhê nhê com aquele namorado suspeito, Gabriel jogando videogame e meu pai sendo...meu pai.

Ele fica parado na escada, observando a confusão da casa. Fixo meu olhar em nossa velha máquina de escrever vermelha enterrada sob uma confusão de livros amarelados e porta-retratos.

Ás vezes eu gostaria de usá-la; escrever mil poemas para Luana. Mas a máquina está muito enterrada na bagunça, e meu dedo está machucado terrivelmente.

Não sou doido como meu irmão, que gosta de fazer lição. Estou aliviado por não ter que fazê-la. Só quero pensar na vida e chorar um pouco.

O barulho da casa está me irritando: os resmungos de minha mãe; os dedos de minha irmã digitando com força; Gabriel pulando na frente da televisão; meu pai ali, como uma planta, observando tudo.

Resolvo subir para o quarto antes que quebre alguma coisa. Neste momento, se tivesse uma xícara, quebraria na parede sem um motivo exato.

Passo pelo meu pai, que me olha de um jeito estranho e continua parado na escada por um tempo, até sumir para os fundos, em sua churrasqueira cheia de tralhas inúteis.

Bato a porta do quarto e me jogo na cama. Está tudo uma bagunça em minha mente. Eu não consigo parar de pensar em Luana, por mais que tente. Antes era apenas uma queda por ela, mas agora estou completamente apaixonado.

Já me perguntaram porquê; sinceramente nem sei. Não acho ela tão bonita, nem tão inteligente; porém há algo nela que não me deixa resistir. Como a Lia disse, “o que dá pra saber é que você está ferrado”.

E devo estar mesmo. Esfrego os olhos e encaro o teto, deixando minha visão desfocar.

Luana me trata como lixo e mesmo assim eu a amo. Isso deve ser uma doença psicológica, socorro. Talvez se chame “trouxidão crônica”.

Estou cansado. Levanto preguiçosamente para vestir um pijama e escovar os dentes.

Fico olhando meu reflexo. Geralmente, eu o fitaria e diria “Quem é o gatão? Eu sou o gatão!” mesmo sabendo que não sou exatamente o que a sociedade vê como bonito. Mas só consigo enxergar um monte de merda.

Tento lavar meu rosto para disfarçar meus olhos inchados, mas decido não ligar e me deitar logo. Quando volto ao quarto, Gabriel está deitado, e me ataca com um monte de roupas. Sem motivo nenhum.

Meu irmão, além de violento, é forte. Então, enquanto ele jogava meias amassadas em bolinhas, doía como o inferno. Deitei logo, virei para a parede e me cobri.

Para, idiota.

Ele parou, surpreendentemente.

Apaguei a luz, e ia começar meu ritual noturno pensar-nas-merdas-que-já-fiz, chorar, e dormir.

—Henrique, — Gabriel me chama, e eu viro e o vejo fitar o teto. — Como é amar alguém?

— Como você sab…

— Ah, para. Todos sabem que você é doido pela Luana.

Tento lembrar se a Lia ou a Stephanie falaram alguma coisa que levasse meu irmão até essa conclusão. Que seja. Qual é o problema de ele saber? Aposto que mesmo a Luana sabe. Mas é estranho Gabriel me fazer uma pergunta dessa.

— É ter todos os motivos do mundo para odiar alguém, mas simplesmente não consegue. Você deseja que a pessoa esteja aqui, mas também que ela tenha ido embora. E não consegue tirar essa pessoa da cabeça...e você ama amar a pessoa, mesmo que esteja sofrendo, você gosta de sofrer pela pessoa.

— Entendo.

— Você gosta da Stephanie, não é?

— Quê? Não! Ela é só minha amiga, credo!

— Mas não há problema em gostar da sua amiga. A chance de você se ferrar é grande, porém não é uma coisa...sabe...abominável. Me diz de quem você gosta, por favor! Eu sempre te falo.

— Fala porque quer.A pessoa é a única que não briga comigo, e que as coisas fluem naturalmente. Eu nem sei o que está acontecendo comigo, só que eu quero estar sempre com a pessoa. Ele me faz bem.

— Ele?!

— Ah, Henrique, por favor, foi só jeito de falar.

— Nada contra, sabe. Mas ese o pai soubesse? Ele ia te expulsar daqui, no mínimo.

— EU NÃO GOSTO DO OKI! — Gabriel gritou.

Minha irmã entrou no quarto.

— O que está acontecendo, Henrique? — Sua preferência por mim era perceptível. Era para mim que ela pedia conselhos.

— Nada. Só estou tentando dormir, mas o Henrique fica me incomodando. — Gabriel disse.

— Ah, cala a boca.

— Tudo bem, meninos. É que quando você quer dormir, geralmente você fecha os olhos e fica quieto, e não fica berrando. Só uma dica. — Ela sorri. — Boa noite.

— Boa noite. — Eu e Gabriel falamos juntos. Nossa irmã sai do quarto.

— Eu não gosto do Eric! — Gabriel diz em um tom de voz baixo.

“Eu não gosto do Eric!”, sei. De onde ele tirou que eu desconfiava do Eric? Fico pensando até adormecer, o sorriso de Luana impresso em minhas pálpebras.


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Notas finais do capítulo

Argonauta: Via:dagem. Apenas. -qqqq
Navy: E aí, o que gostaram de uma mudança de POV? Comentem aí.. >.< Kissus



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