—Você era meu irmão, Anakin. Eu amava você. – Eu empurrei Gabriel — Se você não é meu aliado, então é meu inimigo.

— Foi mal, César.

— Foi o mal, o escambau! Você sempre soube que eu gosto da Stephanie, e agora vem pegar a mão dela! Cacete, cara.

Stephanie se aproximou, com seus lindos cabelos castanhos que eu duvido que ela tenha penteado, mas que eram perfeitos, e disse:

— Calma, César! Nós somos apenas amigos!

— Amigos que pegam na mão um do outro? — Gritei, e nesse momento um bom grupo de pessoas já tinha se juntado ao nosso redor. Senti minhas bochechas ficarem quentes, e, provavelmente vermelhas. — Eu vou te quebrar, seu desgraçado!

A questão é que eu não sabia exatamente como quebrar uma pessoa, ainda mais uma pessoa forte e agressiva como Gabriel.

Levantei meu punho e me aproximei do traidor, e podia ouvir sua respiração nervosa. Dei um dos meus melhores socos, apesar de não ter sido tão forte, foi o suficiente para fazer Gabriel cair e eu marcar seu rosto.

Eu ia socá-lo de novo, porém duas pessoas surgiram entre nós. Essas pessoas eram Oki e Stephanie.

— Não encosta nele. — O japonês falou, sério, mas muito, muito irritado.

— César, — Stephanie deu um passo em minha direção e me segurou pelos ombros. — Eu estou muito decepcionada com você. Nunca pensei que você faria isso. — Ela me soltou e saiu andando para fora da sala, pisando duro.

Tentei ir atrás dela, estava realmente arrependido. Odiei que Stephanie me viu tão alterado e maluco. Só que  quando estava saindo do cômodo, o professor de Geografia chegou.

Merda, merda, merda.

— O que está acontecendo? — O maldito professor que parecia o Salsicha do Scooby Doo inventou de se meter onde não foi chamado.

— O César socou o Gabriel, professor. — Henrique disse, e ficou vermelho depois que todos, repito, todos o fuzilaram com o olhar por ter me dedurado. É meu amigo, mas pe um baita de um puxa-saco de professor.

        — Como é que é? — O professor perguntou, sério.

        A Lia deu um passo à frente e começou a contar tudo.

        — O Gabriel pegou na mão da Stephanie e o César ficou com ciúmes e achou que era motivo para socar o Gabriel.

        — Alguém leva o menino na enfermaria, por favor, e aí a gente resolve isso, tá bom? Vamos tentar fazer as coisas se acertarem sem eu ter que chamar a coordenadora, porque aliás, eu tomaria bronca por isso ter acontecido na minha aula, beleza?

        Todos concordaram e se sentaram. Oki ajudou Gabriel a se levantar e eles subiram para a enfermaria.

Então o professor arrastou sua cadeira até o meio da sala, fazendo um barulho bem irritante. Meu coração parecia uma bomba, prestes a explodir. Eu suava muito.

— César, por que você bateu no seu coleguinha Gabriel?

Respirei fundo.

— Tá. Todo mundo sabe que eu gosto da Stephanie desde que a conheci. E agora, quando estava tudo se acertando, o desgraçado do Gabriel fica dando em cima dela e pega na mão da menina, meu! — Estava ficando sem ar. É bem comum eu ficar sem ar quando estou nervoso. E eu estou MEGAZORD nervoso.

— E você acha que seu ciúmes te dá direito de bater em alguém?

— Não. — Falo baixo e envergonhado.

— Tá, então assim que o Gabriel voltar você pede desculpa para ele. — Eu faço que concordo com a cabeça, e ele olha para a sala inteira. — Isso nunca aconteceu. — Um longo suspiro. — Então, qual foi a página do dever de casa?

O professor Salsicha começa a ditar as respostas e Stephanie entra. Eu nem tinha percebido que ela tinha visto tudo lá de fora da sala.

Estou muito envergonhado. A Stephanie está muito brava comigo. Passo um bilhete para ela:

Oi, Steph.

Desculpa por ter batido no seu amigo. Mas é que você sabe que você é muito inportante  importante na minha vida e eu não quero fique xatea chateada comigo. Foi mal mesmo. Espero que você não esteja com raiva. Porque a raiva leva ao ódio, e o ódio leva ao sofrimento. E tudo o que eu não quero é ver você sofrer.

                                                                —César, o idiota

Ela não respondeu o bilhete, e não falou comigo o resto do dia. Eu entendo o ponto de vista dela.

Cara, eu sou um Zé Bostola.