Alien Panic escrita por Metal_Will


Capítulo 99
Crise 99 - Aliança Inesperada


Notas iniciais do capítulo

Obrigado por estar aqui novamente e boa leitura :)



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Crise 99 – Aliança Inesperada

Minha irmã, por algum motivo, não saía da frente de Kaldi, impedindo assim que Estrela o mandasse novamente para seu exílio em outro local do universo. Aquele terrível imperador do mal estava bem ali, na minha casa e sendo protegido por minha própria irmã. Não podia acreditar naquilo!

—Saia da frente, garotinha – disse Estrela – Ou você também será mandada para outro planeta.

—Não saio – disse Vitória.

—Bom, eu avisei – continuou Estrela. Nessa hora, tive que impedi-la.

—Estrela! - falei, segurando o braço dela – Não acredito que está pensando em mandar minha irmã para outro lugar do universo!

—Não se preocupe. Podemos buscá-la depois. O susto vai fortalecer o caráter dela – respondeu a w-ana.

—Não é assim que as coisas funcionam! - reclamei. Depois disso, voltei minha atenção para Vitória – Err...Vitória...você não sabe, mas esse cara é muito mal, viu?

—Sei muito bem quem ele é, idiota – disse ela, com Kaldi se escondendo covardemente atrás dela – Na verdade, o conheci antes de vocês aparecerem aqui.

—O que aconteceu, afinal? - perguntei.

—Bom. Eu vou contar...

E assim se iniciou um flashback da Vitória.

Flashback do ponto de vista da Vitória

Tudo começou quando eu estava tranquilamente aqui no quarto brincando com minhas bonecas.

—E então a Barbie pegou uma metralhadora e arrancou os braços da Suzy com os tiros. Bwahahaha!

Mas não demorou muito para eu ficar entendiada.

—Que saco...por mais que eu imagine histórias legais, essa brincadeira é muito chata. Queria deixar as coisas mais emocionantes!

Foi aí que, do nada, Kaldi e Margareth apareceram no meu quarto. Eles caíram de algum portal ou algo assim. Fiquei meio assustada no início, mas eles não pareciam muito ameaçadores.

—Ei, você tá bem? - perguntei, cutucando o Kaldi, mas ele não respondia. Tentei cutucar com mais força usando um abajur e depois minha cadeira. Só aí ele respondeu.

—Ai, tá doendo! Para de me bater com essa coisa! - reclamou ele.

—Você não respondia – falei.

—Onde estou? - ele perguntou.

—No meu quarto – disse.

—Não estamos mais no planeta Lime? - perguntou Kaldi.

—Lime? Que eu saiba esse planeta se chama Terra – expliquei.

—Terra?! Então conseguimos! Aquela mulher de cabelos brancos realmente nos mandou para cá! - ele disse feliz, praticamente dançando com a Margareth.

—Mestre Kaldi – disse Margareth.

—Sim? - falou ele, sorrindo.

—A queda deixou o senhor sujo. Deixe-me limpá-lo! - e ela ativou um tipo de escova giratória automática e começou a passar em Kaldi.

—Para! Para com isso! Não quero ser limpo agora! - reclamou ele.

—Que demais! Ela é um robô? - perguntei.

—Sim – falou Kaldi – Por que o espanto? Vocês não tem robôs nesse planeta?

—Temos, mas...eles não são tão avançados assim – disse admirada em ver a Margareth.

—Escuta, garota – continuou Kaldi – Eu vim de muito longe. Diga...você tem creme de amendoim nesse planeta?

—Creme de amendoim? Acho que tem na cozinha – disse.

—POR FAVOR, ME DÊ UM POUCO! - gritou ele – Preciso de creme de amendoim ou vou morrer!

—Nunca vi ninguém morrer por causa disso – falei.

—É que Mestre Kaldi realmente ama creme de amendoim – explicou Margareth.

—Ah, sério? - falei – Mas espera aí...por que eu iria ajudar você? Um bicho surge do nada de outro planeta no meu quarto e pede o meu creme de amendoim. O que eu ganho com isso?

—Ela quer algo em troca, mestre – disse Margareth.

—Eu entendi – falou Kaldi – Ei, você é a líder desse planeta, afinal?

—No futuro...talvez eu seja – disse ela.

—Tudo bem. Posso ajudá-la com...com...tecnologia. Posso melhorar seu poder tecnológico – falou Kaldi – O meu planeta era praticamente formado apenas por máquinas.

—Olhando para sua robô, deve ser verdade – comentei – Tá legal, então...se você conseguir transformar essas bonecas em máquinas de batalha, eu te entrego seu creme de amendoim.

—Feito! - disse ele.

Apertamos as mãos, mas, assim que fizemos isso, ouvimos vocês chegarem.

—Essa voz – falou Kaldi – Parece que conheço de algum lugar.

—Ah, não. Meu irmão chegou – disse – Rápido. Entra no armário.

—Onde?

—Não discute, só entra – falei, empurrando os dois dentro do meu armário.

Fim do flashback

—E foi isso que aconteceu – terminou Vitória – Não posso deixar que levem Kaldi antes dele cumprir o combinado.

—É isso mesmo? Você fez uma aliança com um dos seres mais perigosos do universo? - indagou Estrela.

—É. Enquanto ele não cumprir a parte dele no acordo, não vou deixar que o levem – disse Vitória – Mas...depois que eu tiver minhas bonecas armadas, podem fazer o que quiser com ele.

—Ei! E o meu creme de amendoim? - reclamou Kaldi.

—Sem armas, sem creme – disse Vitória, mantendo sua posição bastante firme. Não posso acreditar que minha própria irmã é praticamente uma ditadora armamentista.

—Se é essa sua exigência, então...pode deixar...já foi cumprida – falou Kaldi, estalando os dedos.

—O que é isso?

Imediatamente, as bonecas da minha irmã começaram a flutuar e lançar laser pelos braços. Estrela e eu tivemos que pular para trás.

—Uau! - minha irmã ficou admirada – Como você conseguiu fazer isso?

—Não me subestime – disse Kaldi – Enquanto você conversava com eles, usei os nanorobôs que sempre carregam comigo e fiz com que se acoplassem às suas bonecas. Daí, eles só precisaram rodar o programa de armamento que acionei e em poucos segundos transformaram seus brinquedos em armas de alta potência.

—Maneiro! - disse Vitória – Agora sim dá para brincar de dominar o mundo de verdade!

—Vitória! Você está ouvindo o que está dizendo? - reclamei.

—Foi bem fácil – gabou-se Kaldi – A tecnologia desse planeta é ridícula.

—Droga...se esse lugar não fosse tão atrasado teria um sistema de proteção contra ataques nanorobóticos – disse Estrela.

—E-Ele realmente é terrível – falei – Imagina se ele soubesse que aqueles andróides que ele espalhou pelo universo construíram bases aqui.

—O quê? - disse Kaldi – Esse planeta tem bases minhas?

—Ops – tapei minha boca, mas já foi tarde demais.

—Bom trabalho, Vitor – ironizou Estrela.

—Ah, mas isso é muita sorte! - falou Kaldi, comemorando – Finalmente posso retomar meu plano de transformar todo o universo em uma grande máquina e ter todo o creme de amendoim só para mim. E vocês até já tem creme de amendoim aqui, não tem?

—Sim, temos – disse Vitória, sem tirar os olhos de seus novos brinquedos.

—Ótimo – falou ele – Traga meu creme de amendoim!

—Pode pegar o quanto quiser – falou Vitória – É só ir lá na cozinha.

—Vitória! - tentei bronquear, mas Kaldi estava prestes a invadir a cozinha de nossa casa com suas novas armas.

—Está na hora de dominarmos esse planeta! - falou ele – Ao ataque!

Mas Estrela foi mais rápida e conseguiu acertas as bonecas em cheio com o laser de seu Portal Gun.

—Não me subestime – disse Estrela – Lembre-se de que ainda estou aqui e não vou deixar que estrague o ambiente da minha pesquisa de campo.

—No fundo, somos mais do que apenas objetos de estudo para você, né, Estrela? - tentei corrigi-la.

—Que seja – ela respondeu – Mas não vou deixar que alguém patético como o Kaldi faça o que quer.

—Patético, você disse – falou Kaldi – Mas...enquanto conversávamos meus nanorobôs já se espalharam por essa casa e assimilaram a tecnologia do local. Não vai demorar muito para...

E realmente não demorou. No mesmo instante, a geladeira da casa subiu para o quarto equipada com mais armamentos e carregando um pote de creme de amendoim.

—Aí está! O creme que eu queria! - comemorou Kaldi, levantando as mãos em alegria.

—Isso é impossível – falei.

—Não, não é – disse Estrela – Os robôs nanoscópicos formam uma rede de inteligência artificial avançadíssima. Desde que tenha acesso a certos tipos de metais podem se auto-replicar e se integrar aos sistemas tecnológicos do local. Para uma tecnologia extremamente primitiva como a da Terra isso foi bem fácil.

—Espera. Auto-replicar? Isso quer dizer que...

—Sim. É possível que a vizinhança inteira já esteja sobre o controle de Kaldi – falou Estrela.

—É isso mesmo – disse Margareth – Já assimilei as comunicações de rede do planeta. E posso garantir que todos os quarteirões desse bairro já foram invadidos por nosso sistema.

—Ah, mas isso tá muito fácil – falou Kaldi – Em Lime não havia tecnologia, então meus robôs eram inúteis. Agora nesse planeta, com uma tecnologia em estágio inicial, dominar tudo foi bem mais tranquilo.

Aquilo era inacreditável. Em apenas alguns minutos, Kaldi já começou a dominar nosso planeta. Ao olhar pela janela, pude ver carros, máquinas de lavar, televisores e outras máquinas saindo das casas. Nós realmente não devíamos subestimá-lo.

—Ei, eu ainda não terminei de lavar minha cueca! - falou um vizinho – Que droga! Vou ter que chamar o técnico...será que a garantia cobre uma máquina de lavar que sai de casa sozinha?

—Caraca, isso é muito maneiro – falou Vitória.

—Isso não é nada maneiro, Vitória – retruquei – Ele vai dominar nosso planeta inteiro.

—O quê? - disse ela – Ei, Kaldi. Pode parar por aí. Esse planeta já é meu. Vai procurar outro lugar para dominar.

—Fale o que quiser. Já tenho o que queria, meu creme de amendoim. E agora vou conseguir muito mais! - disse ele.

—O que vamos fazer? Se essas máquinas continuarem a sair por aí, vamos ter problemas – falei desesperadamente.

—Não se preocupe – disse Estrela – É verdade que a tecnologia dele já se espalhou, mas tem uma casa nessa vizinhança que é imune aos seus ataques.

—Como é? - disse Kaldi nervoso.

—Estou falando da minha casa – disse Estrela – Você vai se arrepender de se meter com uma agente ecológica do Setor W!

Qual será o plano de Estrela?


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Notas finais do capítulo

É, será que Estrela pode combater essa invasão. No próximo capítulo, veremos como essa confusão irá terminar (sim, o arco será curto).

Até a próxima! :)