Alien Panic escrita por Metal_Will


Capítulo 98
Crise 98 - O Retorno de Kaldi


Notas iniciais do capítulo

Estamos de volta com mais um capítulo! Boa leitura! :)



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—Isso, Vitor! Distraia ele! - dizia Estrela, enquanto eu era perseguido por um alienígena em formato de cogumelo com pernas. Sim, tudo começou quando Estrela havia detectado a presença de uma criatura alienígena em uma pracinha próxima de casa e me chamou de minha maratona de séries das férias para verificar do que se tratava. O problema é que ser devorado por um tipo de monstro cogumelo com dentes afiados não estava nos meus planos de férias. Pelo menos a pracinha estava vazia e não havia ninguém por perto para ficar em pânico.

—Por que eu tenho que passar por isso? - falei.

—Tenta dar uma abertura – dizia Estrela – Tenta dar um espaço entre você e ele.

—Estou correndo o máximo que posso! - reclamei, mas acabei tropeçando e indo mais para a frente do que eu pensei. Foi o suficiente para Estrela atirar com o Portal Gun no chão, criar um portal e mandar o estranho extraterrestre para seu local de origem.

—Muito bem. Com uma distração, sempre fica mais fácil pegar esses pilantras – disse ela.

—E por que sempre eu? - reclamei.

—Bem, você é bom nessas coisas – foi a resposta dela – Pelo visto esses buracos de minhoca ainda estão abertos por aí, mesmo que a gente já tenha eliminado a fonte do problema.

—Quando isso vai parar? - perguntei.

—Não sabemos quantos foram abertos – disse Estrela – Mas, sem manutenção de energia constante, eles tenderão a desaparecer com o tempo. Se descobríssemos mais coisas sobre o Eternium, talvez tivéssemos mais pistas, mas o Kevin sempre me enche os ouvidos quando eu apareço na central da CICE para tentar pegar alguma informação.

—Você vai para lá direto?

—Claro, Vitor – respondeu ela – Ele nunca fala nada. Da última vez, ele reclamou por tê-lo retirado da cama tão tarde...e eu fui de madrugada justamente para não chamar muita atenção...vai entender.

Obviamente, o sistema de segurança da CICE ativa na hora que alguém não autorizado (como a Estrela, entrando lá via portal interdimensional) entra. Sinto pelo Kevin.

—De qualquer modo, terei que continuar nesse planeta enquanto essas instabilidades continuarem – disse ela – Mas acho que hoje não teremos mais tantos problemas e...

Acontece que, enquanto dizia isso, o alarme de presença de alienígenas de Estrela voltou a soar.

—Falei cedo demais – disse ela – Temos mais invasores. Onde é agora?

Ela olhou no mapa de seu Portal Gun e, ao ampliar a imagem, ficou surpresa.

—Impossível – falou ela – É...na sua casa!

—Na minha casa? - exclamei – Isso é muito perigoso! A Vitória, minha irmãzinha também está de férias. Ela está correndo perigo!

—Mas que dia agitado – reclamou ela – Tudo bem. Vamos para sua casa.

Ela abriu um portal e, imediatamente, nos transportamos para minha sala de estar. A princípio, estava tudo normal.

—Onde está o alienígena? - perguntei.

—Segundo o Portal Gun...parece estar no andar de cima – explicou Estrela.

—Vitória! Vitória! - saí gritando pelo segundo andar. Estrela corria juntamente comigo e, finalmente, chegamos ao quarto da minha irmã.

—O que foi? - reclamou ela – Vai mesmo ficar gritando que nem um louco pela casa?

—Você está bem? Tudo bem com você mesmo? - falei, abraçando-a.

—Ei! Dá pra me largar! - disse Vitória, correspondendo ao meu abraço com um soco no meu peito e me empurrando para longe – Já falei que está tudo bem!

—Estranho...o alarme continua apontando que há algo nesse quarto – prosseguiu Estrela – Posso olhar seu armário, Vitória?

—O que você quer ver no meu armário? - perguntou ela.

—Por que está tão nervosa? - disse Estrela – Se não tem nada a esconder, não tem do que ter medo.

—Não estou escondendo nada – disse ela – Mas por que uma estranha como você quer ver minhas coisas? O que você é? Uma policial, por acaso? Se for, onde está seu distintivo?

—Resumindo as coisas. Sou uma ecologista do Setor W responsável por manter a ordem ecológica do sistema solar. Há vários alienígenas invadindo a Terra ultimamente e é meu dever mandá-los de volta para seu habitat natural – falou Estrela, secamente.

—Estrela! Não está falando demais? - falei, agitando os braços de nervoso.

—É só apagar a memória dela depois – disse Estrela.

—Estamos falando da minha irmã! Essa coisa de apagar memória não dá nenhum efeito colateral mesmo?

—Não que eu saiba, Vitor – respondeu Estrela.

—Então...você é uma alien? - perguntou minha irmã com naturalidade – Que demais! Você só podia ser de outro mundo! Quem na Terra iria querer namorar meu irmão.

—Namorar? - perguntou Estrela.

—Do que está falando? Estrela e eu somos apenas amigos!

—Mas vocês estão sempre juntos. Para mim, já estavam namorando – disse ela.

—Pare de inventar coisas! - reclamei.

—Mas, seja como for, vamos ver quem está no seu armário – disse Estrela.

—Não, espera – mas o apelo de Vitória foi inútil. Estrela abriu o armário e revelou duas criaturas que, infelizmente, não eram desconhecidas. Ambos caíram desajeitadamente no chão assim que a porta do armário se abriu.

—Mas como? - Estrela olhou espantada – Espera! Isso é impossível!

—V-Você! - gritou a pequena criatura verde ali à frente, ninguém menos que...

—Mestre Kaldi – disse a robô ao lado dele – O senhor está bem?

—Estou.

—Está sujo. Eu o limparei imediatamente.

—Para! Para, Margaret! Não precisa me limpar o tempo todo! - reclamou ele.

Esperem! Parem o planeta, ou melhor, parem a galáxia! Os dois indivíduos no quarto da minha irmã eram nada menos do que o imperador Kaldi, o tirano intergaláctico que dominava um planeta de máquinas e sua parceira robô Margaret. Era simplesmente um dos seres mais perigosos do universo!

—Bom, eu tentei – disse Vitória – Mas parece que eles te acharam.

—D-Droga – reclamou Kaldi – Não queria ser descoberto tão rápido. Mas, pelo menos, parte do meu objetivo já foi alcançado e era encontrar você, sua desgraçada!

—Eu é que devia fazer as perguntas aqui! - reclamou Estrela – Eu mandei você para um outro planeta, não mandei?

—Você me mandou para o inferno! O pior inferno de todos! - disse Kaldi, claramente nervoso.

—Se eu me lembro bem – disse Estrela, coçando a cabeça para se lembrar – Eu te mandei para Lime, um planeta conhecido por produzir limões.

—NÃO ME DIGA ESSA PALAVRA! - disse ele – Eu odeio limões! Odeio, odeio, odeio limões com todas as minhas forças!

—Sim – completou Margaret – Como sou uma máquina, não preciso comer, mas Mestre Kaldi só tinha limões para comer. Embora a população do planeta tenha se afeiçoado conosco e oferecido um bom emprego, Mestre Kaldi teve muitas dificuldades.

—Exato. No início, consegui aprender rapidamente meu trabalho de degustador...mas com o passar dos dias, eu não conseguia mais ver limões na minha frente – disse ele, claramente perturbado.

—Degustador? - perguntei.

—Mestre Kaldi tinha o trabalho de experimentar a comida do rei para ver se não estava envenenada – disse Margaret – Mas como só produzem limões naquele lugar, todos os pratos eram apenas...limões e sucos de limão.

—Foi horrível – disse Kaldi – No começo, eu me aproximei do rei com a intenção de pelo menos dominar o planeta. Mas quando percebi a verdadeira natureza daquele lugar, meu único objetivo era sumir, sumir dali, sair daquele inferno o quanto antes.

—É. A ideia de te mandar para lá era essa mesmo. Aprendeu a gostar de outra coisa além de creme de amendoim? - perguntou Estrela.

—CREME DE AMENDOIM! - Kaldi praticamente pulou no colo da minha irmã – Por favor! Eu imploro! Eu suplico! Quero experimentar pelo menos uma colherada de creme de amendoim. Só uma...só uma!

Ele estava ansioso por sua comida preferida. Mas, ao mesmo tempo, não era nada confiável. E...ora, mas e o mais importante? Afinal de contas, como ele veio parar ali?

—Kaldi! - exclamei – Dá para sair de perto da minha irmã. E, afinal, o que está fazendo aqui? Como vieram parar nesse lugar?

—Por que conheci um anjo – disse ele.

—Um anjo? - estranhou Estrela.

—Sim...lembro como se fosse hoje – falou Kaldi.

—Senhor. Isso foi hoje – disse Margaret.

—Silêncio. Quer deixar eu dramatizar meu sofrimento? - bronqueou ele – O que aconteceu foi o seguinte...quando eu estava quase desistindo de minha existência por não ter creme de amendoim e só ter limões para comer, encontrei alguém, alguém que lembrava a anatomia de vocês...

—Alguém parecido com a gente? - perguntei.

—Sim. Só que ela tinha a pele bem clara, cabelos muito brancos e olhos muito azuis – explicou Kaldi. Foi o suficiente para Estrela e eu ficarmos apreensivos.

—E-Estrela..ouviu o que ele disse? - falei.

—É claro – disse ela – Não pode ser...o diretor, o Bartolomeu e agora esse cara...todos conheceram a mesma pessoa.

—Sim – disse Kaldi – Ela parecia um anjo. Ela me perguntou o que eu mais gostaria e eu disse que queria muito sair daquele lugar e me vingar das pessoas que me fizeram todo aquele mal. Depois que contei a minha história, ela me disse que conhecia exatamente o lugar, abriu um portal e me mandou para cá.

—Para cá? Quer dizer, exatamente no quarto da minha irmã? - perguntei.

—Exato – disse Kaldi – E agora, finalmente poderei me vingar de vocês!

—Até parece – falou Estrela – Você não está mais no seu planeta onde tudo era controlado pela sua vontade. Agora você está na Terra e não passa de um fracote. Só preciso mandá-lo de volta para Lime, onde você aprenderá a gostar de limões para o resto da vida.

Nessa hora, Vitória se coloca na frente do Portal Gun apontado por Estrela.

—Não. Não vou deixar que ataquem ele – disse Vitória.

—O quê?

—Vitória? O que está fazendo? - perguntei, espantado.

—É isso mesmo – repetiu ela – Não vou deixar que façam nada com o Kaldi.

O que aconteceu com a Vitória? Por que ela está agindo assim?


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Notas finais do capítulo

Mais um vilão de volta, heim? O que ele tem com a irmão do Vitor? Veremos a resposta no próximo capítulo. Até lá! :)