Alien Panic escrita por Metal_Will


Capítulo 91
Crise 91 - Socializando




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—Muito bem – disse Kevin – O que está havendo aqui? Tem algum alienígena nas redondezas? Não acredito que uma atividade educativa como esse passeio será interrompido por uma ameaça de outro planeta. Como agente da CICE preciso garantir a segurança de todos os alunos e...

—Poderia falar menos e ouvir mais? - disse Estrela – Não estamos tendo problema nenhum.

—Nem vem, Estrela. Você não tem treinamento de segurança como eu. Farei todos os procedimentos e...

—Não, Kevin. É sério – falei, apontando para Antoine – Esse garoto é o alienígena.

—Ele? - perguntou Kevin.

—E aí? - disse Antoine.

—Muito bem. O que veio fazer por aqui? Dependendo de sua resposta terei que agir à altura.

—Nada demais. Apenas viajo por aí visitando planetas – disse o garoto, sorrindo.

—Viajando? Atravessando buracos de minhoca? - perguntou Kevin.

—Também achávamos que era isso – explicou Eduardo – Mas ele apenas visita os planetas usando seu próprio transporte.

—Assim do nada? Você tem licença para isso? - indagou Kevin.

—Licença? - estranhou o garotinho, olhando para cima com uma expressão pensativa – Nunca pensei nisso. Apenas monto em estrelinhas viajantes e viajo por aí.

—Estrelinhas..viajantes? - perguntou Kevin, claramente confuso.

—Também não entendi muito bem. Mas parece que ele consegue transitar à vontade pelo universo – disse Estrela – Talvez seja uma forma de vida mais avançada do que pensamos.

—Mas...mas...como pode viajar por aí sem licença nenhuma? - perguntou Kevin impressionado – As viagens espaciais possuem regras. Você precisa ser selado, registrado, rotulado e avaliado se quiser voar.

—Chaatoo... - comentou Estrela de braços cruzados e olhando para os lados com uma expressão de tédio.

—Ao contrário de você, Estrela, eu me importo com as regras e a ordem para não tornar nosso universo um verdadeiro caos – retrucou Kevin.

—Sua burocracia é tão competente que esse garoto consegue ir e voltar de vários planetas por anos sem ninguém notar – disse ela.

—Já imaginou o que aconteceria se todos desobedecessem as regras? - falou Kevin.

—Calma, gente. Não precisam brigar – disse Mabi, tentando acalmar os ânimos.

—Sim. Já sabemos que o garoto não é ameaçador – disse Eduardo – Apenas vamos passar um tempo com ele e depois o mandamos de volta.

—Não é tão simples assim – falou Kevin.

—Tenho certeza de que podemos resolver isso do melhor jeito possível – falei – Não é, Antoine?

Mas, ao olhar para o lado, Antoine havia simplesmente desaparecido.

—Antoine?! - exclamei espantado.

—Ei, cadê o moleque? - perguntou Estrela.

—Deixaram ele escapar? - disse Kevin, claramente nervoso.

—Foi você quem começou a discussão – respondeu Estrela.

—Calma, gente. Ele não deve ter ido muito longe – falou Mabi – Ah, pelo barulho acho que ele está indo para lá.

Olhei para onde Mabi apontou e, de fato, Antoine estava indo na direção de onde estávamos almoçando. Fomos atrás dele, mas, quando chegamos, ele já havia alcançado o local de almoço, junto com todo o resto da turma.

—Oba. Comida! Eu já estava ficando com fome! - disse ele, pegando um prato e se servindo.

—Chegamos tarde – falei.

—Ei, quem é o garoto? - perguntou o professor que estava orientando a excursão.

—Não parece ser da região. Nunca vi ele por aqui – disse um dos responsáveis da fazenda.

—Fingimos saber de alguma coisa? - perguntou Eduardo.

—Será melhor fingirmos que estamos tão surpresos quanto todos eles? - perguntei.

Mas Antoine não ajudou muito nesse plano.

—Ei, pessoal. Vocês já comeram? Isso aqui tá uma delícia – disse ele.

—É, acho que precisamos de uma desculpa – disse Eduardo.

—Não se preocupe, professor – falou Estrela – Esse garoto é filho de uma outra família que está visitando a região. Ficamos amigos deles e o convidamos para conhecer a plantação de batatas com a gente. Como estamos com o uniforme de uma escola, os pais concordaram em deixá-lo conosco, assim ele não se sentiria muito entediado.

Tá bom...até parece que uma desculpa dessas iria colar.

—Que alívio. Já estava ficando preocupado. Você é mesmo uma ótima aluna, Estrela – disse o professor com uma expressão claramente aliviada.

—Não acredito. Funcionou mesmo – falei.

—Quando se tem boas notas, os professores acreditam em tudo que você fala – explicou Estrela -Não que seja difícil tirar boas notas na escola da Terra.

—Dá pra parar de esculachar? - retruquei.

—Nossa, esses palitinhos amarelos são ótimos – falou Antoine, se aproximando de nós com seu prato de batata-frita.

—É bom mesmo, né? Isso é batata-frita que falamos antes – explicou Mabi, se abaixando para falar com ele.

—Cara. Isso é mesmo muito bom – disse Antoine – Vou pegar mais!

Mas é claro que não iríamos ficar em paz por muito tempo.

—Muito bem, muito bem – disse Bruna, se aproximando de nosso grupo – Como representante de sala tenho responsabilidade sobre vocês e, em consequência, tenho responsabilidades com o garoto.

—Ah, ótimo – resmungou Estrela.

—Falem logo. Ele é mesmo de uma família que está visitando o local? Pelas roupas, deve ser uma família bem rica. Será que eu conheço?

—É verdade. A Bruna conhece muitas famílias de renome – disse Priscila, a fiel escudeira dela.

—Não sabemos – disse Estrela – Mas não se preocupe. Tomaremos conta dele.

—Como posso confiar em você, Estrela? - disse Bruna – Você tem alguma experiência com crianças? Eu já trabalhei de babá com uns primos meus e posso dizer que tenho bastante experiência nisso.

—Mas é sério..não precisa – comentei.

Nisso, o Antoine chegou com mais batata-frita.

—Gente, isso é bom mesmo – disse ele, colocando o prato em uma mesa próxima e mandando ver mais batatas.

—Olha só. Vão deixar ele comer tudo isso de batata-frita? Que tipo de babás vocês são? - resmungou Bruna.

—Ah! - Antoine brilhou os olhos ao ver Bruna – Moça bonita!

E correu para abraçá-la.

—Ei! O que é isso? - disse Bruna assustada.

—Ele gosta de abraçar pessoas – falou Mabi.

Correção: ele gosta de abraçar meninas. Quando viu Kevin ele sequer expressou o mínimo de entusiasmo.

—Ah...sei – disse Bruna – Então, lindinho...como é seu nome?

—Antoine – falou ele, sem desencostar de Bruna.

—Então... - disse ela, aparentemente correspondendo o abraço e balançando Antoine para os lados - Está gostando daqui? Está gostando dessa plantação? Essas pessoas são legais? Elas...fizeram algo de esquisito?

Incrível! Ela nem ao menos se importa de usar uma criança para descobrir uma fofoca! Bruna sendo Bruna!

—Não sei. Eles parecem legais – disse Antoine sorrindo.

—Nossa, ele é muito fofo – comentou Priscila.

—Ah! Moça bonita! - disse Antoine, agora abraçando Priscila.

—Err...eu não sei muito bem lidar com isso – disse Priscila.

—Apenas abrace de volta – falou Bruna e depois falando em voz baixa – Se for boazinha, talvez ele conte alguma coisa e..

—Já comeu, Antoine? - disse Estrela – Então já podemos continuar nosso passeio, não é?

—Espere, Estrela. Preciso ficar de olho para ver se tratam essa criança corretamente – disse Bruna, mas Estrela apenas pegou Antoine pela mão e seguiu em direção à plantação.

—Nós tomamos conta deles – disse Mabi – Não se preocupe. Eu também estou acostumada a lidar com crianças. Minha família é bem grande.

—Mas..mas... - Bruna parecia frustrada, mas conseguimos despistá-la. Já estávamos longe do campo de visão dela em uma parte da fazenda mais afastada, mas ainda dentro dos limites que o professor nos orientou.

—Nossa. A comida desse planeta é sempre assim? Quero mais batata-frita – disse Antoine.

—Infelizmente você caiu em um lugar bem desinteressante, Antoine – falou Estrela – Não tem muito mais coisas aqui do que batatas, batatas e mais batatas.

—Estrela. Não desencoraje a educação do garoto – disse Kevin.

—Ah, é. Você veio com a gente – retrucou ela.

—Escute. É importante aprender sobre batatas – explicou Kevin – É um dos melhores produtos da economia deste país.

—O que é economia? E o que exatamente é país? - perguntou Antoine.

—Foi bom ter perguntado. Falarei sobre nossa história e nossa geografia e...

Mas antes que Kevin começasse a falar, o alarme de Estrela tocou. O radar de Kevin também parece ter detectado algo.

—Tem um alienígena por aqui além de você – disse ele – Justo agora que eu iria começar a explicação.

—Olha só. Não é todo dia que temos essa sorte – comentou Estrela – Vamos ver o que é.

E as confusões do dia não param...


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Notas finais do capítulo

Que tipo de alienígena será? No próximo capítulo, veremos como essa excursão terminará. Até lá! :)